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História Rotina - É só pra ter certeza de que você quer casar comigo


Escrita por: HQueenElla

Capítulo 31 - É só pra ter certeza de que você quer casar comigo


Fanfic / Fanfiction Rotina - É só pra ter certeza de que você quer casar comigo

Birdio’s Tavern – Tia Ella POV’S ON

Evelynn estaria mentindo se dissesse que sentia-se confortável com a situação... Na frente dela estava Shauna Vayne, sua ex-namorada. Ela foi a única mulher além de Akali que conseguiu tirá-la do sério.

Verdade que Eve fez o possível para ter uma boa convivência com ela depois do término, mas também é fato que a Diva criou um caos tremendo na vida de Vayne quando namoraram.

Encarando a bela mulher naquele vestido azul marinho colado em suas curvas, dava para entender porque ela passava um bom tempo se desgastando em ciúme com a outra, por outro lado, Vayne tinha seu lado insuportável sempre aflorado, o que irritava Eve com todas as forças.

— Bom... Espero que você esteja bem, Shauna. -foi a única coisa que conseguiu pensar em dizer, já que não sabia exatamente como iniciar uma conversa com ela, agora-

— Poderia estar melhor senão fosse pela sua traição, Evelynn. -retrucou a outra- Aliás, se bem me lembro, aquela garota do cabelo castanho é sua namorada atual, não é?

— Sim. -suspirou, o assunto no qual Eve realmente não queria tocar-

— Já a magoou o suficiente?

— Sim.

— Wau, sua falta de escrúpulos não tem tamanho. -ironizou brava- O que essa garota está fazendo com você?

— Eu me pergunto a mesma coisa todos os dias.

— ...

Ao bebericar seu copo de whisky, Evelynn suspirou e pensou no que havia conversado com Akali quando ela chorou de cansaço em seu colo pela primeira vez.

Claramente foi estranho. Não imaginava que a rapper seria tão doce em confortá-la e daria tantos bons conselhos (melhores que os de Ahri), principalmente quando falou sobre Fortune.

— Eu feri você de uma forma irrevogável, não foi? -pensou alto, olhando nos olhos claros da ex.

— Sim.

— Entendo por que quer me enterrar viva, acho que no seu lugar, eu sentiria a mesma coisa.

— Tsc, Evelynn você já foi traída por alguém? -ironizou novamente- Sabe qual a sensação disso?

— Sei, sei muito bem. -respondeu séria- Claro que não justifica eu ter feito a mesma coisa com você, mas sim, eu sei bem o que é ter os sentimentos destruídos por alguém que você valorizava, que você se importava, que você amava... Alguém que te fazia cativar pelo lado bom das coisas e sempre estando próxima, ainda que seu dia fosse uma merda.

— ...

— Sim, Shauna, eu sei bem o que significa traição. -bufou- E no meu mundo, traição é tão normal quanto transar.

— E no fim das contas, o Fate também traiu você, não é?

— Não. Ele nunca me traiu com ninguém. -sorriu torto- Ele me traiu com dinheiro, o que foi bem diferente.

— Sua namorada deve estar chateada em te deixar sozinha comigo. -riu de canto-

— Akali não sente ciúmes dessa maneira, se é o que está pensando. -Eve a olhou com deboche- Ela é inteligente o bastante para saber que não tenho essa capacidade.

— De traí-la? -Vayne riu alto- Poupe-me dessa desculpa, Alteza! Você me traiu com o Fate e não duvido que possa trair a garota, também! Aliás, você trai a si mesma!

— Agora lembro porque te traí... -revirou os olhos-

— Muito engraçada, Evelynn, bastante engraçada. -ironizou irritada- Por isso você perde as pessoas tão facilmente na sua vida! Com ela será o mesmo!

. . .

Finalmente o olhar frio e duro da cor do ouro, transpareceu na expressão. Vayne respirou mais devagar ao sentir aquilo e engoliu seco. Também havia um motivo para ela não ter corrido atrás de Evelynn.

— Sinceramente, eu não vou ficar me remoendo nessa mesa de bar por causa do que aconteceu entre nós no passado. Mas se tem uma coisa que eu odeio profundamente, é que insinuem minhas atitudes atuais com a minha Akali.

— Não pode me culpar por isso, eu não te vi mudar.

— Tem razão, e mesmo que esteja com raiva de mim pelo que houve, não lhe dá o direito de retrucar o que não sabe agora.

— Você é irritante!

— Certo, e cadê a novidade?

— ...

— Olha, Shauna, eu realmente sinto muito por não ter sido a melhor pessoa pra você, mas se quer saber, as coisas foram melhores assim. Provavelmente, estaríamos sofrendo muito mais se ainda estivéssemos forçando algo no presente. E eu prefiro ter traído você um dia do que te ver infeliz ao meu lado, todos os dias.

— ...

— Não vou mais brigar com você. Não vou mais brigar com ninguém. -ela afastou o copo com a bebida ainda balançando no gelo, meneou com a cabeça e recostou no banco vermelho estofado. — Sinceramente, seu temperamento é parecido com o da Akali, a diferença é que ela é mais... -refletiu- Mimada.

— Você odeia pessoas mimadas, até aonde sei.

— Ela é uma exceção. -riu de canto- Quem a deixou mimada, fui eu.

— ... -uma sobrancelha da morena subiu em curiosidade- Você? Que odeia gente em seu patamar personal?

— Akali nunca foi mimada dessa forma, eu a deixei assim sem notar. Por outro lado, ela ainda não liga muito para os mimos, apenas quando lhe convém. -subiu os ombros- Ela me dá muitos socos de realidade, ás vezes, quando discutimos, eu sinto vontade de chorar e me desculpar com ela.

— Como disse?!

— O mais incrível é que ela consegue me fazer abaixar a cabeça e pedir desculpas. Ela faz eu reconhecer quando estou errada e me ajuda a consertar as coisas. -sorriu doce- Akali se esforça em me ensinar sobre sentimentos, ela mudou meu jeito de enxergar a vida e obviamente, eu não esperava por isso.

— ...

— Odeio admitir, mas aquela pirralha virou meu mundo do avesso. Agora eu mal consigo dormir sozinha.

. . .

Vayne podia cair dura no chão com as confissões da ex e ainda estaria chocada o bastante para não acreditar.

A mesma Evelynn que a traiu é a mesma Evelynn que está dizendo coisas tão doces, agora?!

Não era possível!

Ao virar seu copo de soju de uma vez, Vayne levantou-se e foi embora, sem dizer mais nada. Ela não conseguia acreditar que Evelynn reconheceu suas falhas, pediu desculpas, enalteceu outra pessoa e ainda, sorriu tão verdadeiramente.

Aquilo era quase que... desumano de sua parte.

A ruiva ficou sozinha à mesa, suspirando pesado e não fazendo questão de ir atrás dela. Estava feliz que a encontrou. De alguma forma, foi como se precisasse contar a ela o quanto mudou e o quanto estava disposta a se desculpar adequadamente.

 

*

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*

*

 

Residencial K/DA

Em casa, Eve deixou os sapatos no hall e foi andando pelo largo corredor principal, chegando até a cozinha e sorrindo ao ver suas meninas ao redor da ilha central, conversando e contando piadas.

— Okaeri, Mami... -Akali sorriu gentilmente para ela, que retribuiu, seu yukata amarelo folgado acompanhando seus passos para perto da noiva. — Tudo bem?

— Sim, estou em casa... -afagou-lhe a testa- Vocês comeram?

— Não, estamos te esperando pra jantar.

— Agradeço. -um beijo na testa, outro no nariz e um apertar delicado nas bochechas grandes- Por que seu yukata está tão desajeitado?

— Acabei de tirar leite. -bufou- Mas sinceramente, isso tem ficado estranho.

— Como assim?

— Vai fazer um mês desde que a ba-chan morreu e eu não parei de lactar.

— Sério?!

— Na verdade, eu acho que estou vazando mais leite do que antes, eu nunca tirei dois copos cheios em um dia.

. . .

Um silêncio absurdo se formou no ambiente, causando certo desconforto. Akali suspirou e tentou pensar em algo que pudesse estar causando isso, mas nada lhe veio.

— Visitar o médico seria bom? -Eve indagou praticamente respondendo a pergunta.

— Sim.

— Na verdade, estou preocupada porque seus seios parecem maiores que no mês passado. -Ahri falou por alto- Quero dizer, dá pra notar a diferença já que estamos quase sempre sem roupa dentro de casa, nós conseguimos ver bem essa mudança.

— Eu sei, parece que vão explodir! -Akali fez bico- Eu espero de verdade que não seja outra gravidez psicológica, eu não tenho nem motivo pra pensar nisso!

— A não ser que a Eve tenha um pau dentro do útero e nunca tenha te mostrado. -riu a loira-

— Pois é, mas você já foi comida por ele várias vezes, Gumiho. -a Diva revirou os olhos em tédio-

— Credo, que delícia.

— Ainda bem que engravidei dela, então. -a rapper deu de ombros, voltando pra pia e ajudando com a louça.

— Eve, talvez o corpo dela tenha criado resistência ao tratamento. -Sona cogitou a possibilidade- Não é seguro afirmar isso, mas é algo que pode acontecer, e se levarmos em consideração o tanto de vezes que a Akali tem tirado leite ultimamente, talvez, ela só esteja produzindo mais leite porque está tirando leite mais vezes ao dia.

. . .

— Impressionante... -a rapper abriu a boca em surpresa- Eu nunca pensei dessa forma.

— De qualquer jeito, fale com a sua médica, ela precisa saber disso. -Evelynn suspirou cansada.

 

*

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*

 

Meio de madrugada, Ahri estava terminando de conferir um material importante de sua marca de roupas. Mesmo estando com sono, ela sabia que precisava terminar tudo dentro do prazo solicitado, porque assim, ela poderia verificar os figurinos para o projeto EXPLICIT, que já estavam a 100%.

Bom, falando nisso... A loira sentiu um par quente de braços lhe envolverem gentilmente entre pescoço e braços ainda ocupados no teclado do computador. Uma respiração calma afagava o topo de sua cabeça e esta desceu até seu ouvido esquerdo, seguindo de um beijo delicado na curva de cartilagem, inconscientemente, Ahri mordeu os lábios em resposta, mas não deixando de prestar atenção na tela acesa à frente.

— Você não vem pra cama? -viu uma mão gesticular diante de seus olhos, seu sorriso mínimo brotou-

— Um minuto, meu bem...

— Ouvi isso três horas atrás...

— É importante, eu preciso terminar para que o Alex possa começar a trabalhar nos próximos desfiles de Nápoles-

— Ahri, não quero que fique sobrecarregada daquele jeito, de novo, por favor, querida...

. . .

O que Sona não pede chorando que ela não faz sorrindo?

— Ok... -Ahri deixou as últimas dez peças para mais tarde, desligando-se do mundo virtual e afastando-se para finalmente dar atenção pra namorada.

Entre pequenos beijos e solavancos tropeçados, ambas caíram na cama, as risadas ecoando suavemente pelo quarto, uma distribuição maravilhosa de carinho e por fim, um bocejo que rendera Ahri ao mundo dos sonhos.

Sona lhe ajeitara em seu colo nu, seus fartos seios aconchegando a cabeça loira da namorada, a retribuição do toque através de gentis braços em sua cintura e nada mais que um beijo final na testa da modelo adormecida. Sona tinha razão quando dizia que Ahri estava muito cansada e precisava respeitar os limites do próprio corpo, já fazia um tempo que ela não dormia bem.

Num sorriso, recostara-se com cuidado contra os fios loiros em seu colo e voltou a sonhar.

. . .

Ou pelo menos gostaria, até ouvir um alarme de mensagem do celular de Ahri tocando.

Geralmente, a modelo não se importa que a namorada tenha acesso ao seu celular, em verdade, ela não faz questão de trocar a senha apenas porque se sente confortável o suficiente para deixa-la mexer o quanto quiser.

O problema foi ela não saber o que Sona havia visto naquele momento.

O pânico tomou conta da azulada, temendo pela própria Ahri...

 

*

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*

 

A manhã seguinte estava calma o suficiente para Akali não deixar a noiva levantar da cama de maneira alguma.

Em sua cabeça, estava fora de cogitação ficar sozinha nas cobertas, naquele horário.

— Kali, eu preciso levantar, bebê...

— Hn...

— Por favor, querida... -riu de canto- Eu realmente estou apertada.

— Hn... -Akali virou a cara, fazendo bico e grudando mais no colo de Evelynn, que suspirou pesado antes de sorrir em negação.

— O que foi? Você está de mau humor?

— ... -ela meneou com a cabeça.

— Está brava comigo?

— ... -meneou de novo.

— Está com ciúme?

— ... -a resposta foi um aperto no abraço, para lamentável entendimento da Diva;

. . .

Sem dizer mais nada, ela desgrudou Akali de seu colo, beijando sua testa e levantando da cama.

Foi algo que deixou a mais nova sutilmente incomodada. Talvez porque a futura reação de Eve possa ser de tédio ou mesmo de repulsa pelo verdadeiro motivo do seu ciúme.

Quando Evelynn voltou do banheiro, sentou-se na cama, recostando a coluna em vários travesseiros e sentindo o afastamento da outra.

— Akali, pode me contar o que está havendo?

— ... -ela encolheu embaixo das cobertas, agora sentindo um pouco de vergonha.

— Querida, está tudo bem, eu não vou brigar com você, mas acho que sei o motivo da sua reação ser esta desde ontem. -arfou- Você está com ciúme da Vayne, não é?

. . .

— Não... -murmurou entre o tecido, botando apenas os olhos culpados para fora- Estou com ciúme da forma em que as pessoas andam te tratando, ultimamente.

— Como assim?

— Vayne, Fortune, Ahri, Pentakill... até o idiota do Fate consegue sua atenção mais do que eu tenho conseguido.

— Kali, você acha que te trocaria por eles?

— Claro que não, mas... -seu coração apertou, fazendo-a corar ainda mais- É que eu não gosto de ficar dividindo sua atenção com os outros nesses momentos...

— ... -os olhos de âmbar ficaram do tamanho de pratos-

— É que... ainda que esteja ao meu lado, ás vezes eu te sinto muito distante, Eve, eu não gosto disso.

. . .

Essa garota será sua morte, com certeza. O sorriso carinhoso espalhou-se nos lábios vermelhos da Diva, com as mãos, delicadamente afagou as costas de Akali e deixara suas bochechas encostarem no rosto da noiva.

— Você é tão fofa, Kali...

— Hn... -bufou frustrada-

— Mas entenda uma coisa: eu realmente me abstenho da existência dos outros quando estou com você, então não se preocupe, farei com que receba toda minha atenção, independente de quem estiver ao nosso redor.

— ...

— Certo?

— ... -o rosto da menor ficou vermelho de vergonha, mas um aceno leve com a cabeça foi suficiente para deixá-la tranquila. — Isso é só para ter certeza de que você quer casar comigo... eu acho...

— Bom, eu não poderia ter escolhido pessoa melhor. -Evelynn sorriu doce.

E o que era para ser um momento tão fofo, durou pouquíssimo após escutarem um baque surdo e alto no chão do corredor.

Akali foi a primeira a descer da cama e abrindo a porta, ficou pálida ao encarar uma Ahri desmaiada no piso escuro.

 

 

 

 



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