1. Spirit Fanfics >
  2. Ruas de Fogo >
  3. Revelações e Reviravoltas.

História Ruas de Fogo - Revelações e Reviravoltas.


Escrita por: magodasfadas

Capítulo 39 - Revelações e Reviravoltas.



Na face de todos, um olhar atônito se formava. Mãos levadas aos lábios, olhos pressionados. A única coisa que todos tinham em comum era o olhar voltado para a loira de grandes seios que puxava uma cadeira e se sentava, perdida em tentar ordenar seus pensamentos e explicar sobre a ‘bomba’ que havia lançado sobre todos naquela sala.


- Mas mãe, como assim ele é estéril? Nunca ouvimos falar disso... Demônios são sempre bastante férteis, pelo que sabemos. – tomou a frente Sakura, justamente com a indagação que se encontrava na mente de todos naquele momento.


- Vocês esquecem uma coisa filha... Naruto não é apenas um demônio... Ele é mestiço, anjo e demônio. Assim como quando se cruza uma égua e um jegue, nasce uma mula, mais forte que ambos, mas estéril.


- E como descobriram isso? Porque não contaram nada pra gente? Porque não contaram pra Hinata? – exclamava a Hyuuga mais nova, indignada por um segredo que, se revelado, teria evitado um grande problema.


- Na verdade há um ano quando o coração dele parou, junto com o seu Hinata... Bom, eu fiz vários exames para tentar encontrar o motivo disso, e percebi que o sistema reprodutor do Naruto era um pouco diferente do Sasuke e do Gaara. Mas como não conheço... Ninguém conhece... A fisiologia dele é única, não tinha como afirmar ou negar qualquer coisa. No mês passado, quando fechamos parceria com aquela clínica de fertilidade... O Naruto resolveu fazer alguns testes. O que ele descobriu é que ele não é exatamente estéril, onde o homem não produz espermatozóides, mas sim que ele os produz só que eles tem um pequeno defeito... São imaturos, não são capazes de se deslocar, por não ter cauda. Também não sabemos se isso é uma condição de mestiço, ou se é algo próprio dele, pois mesmo os médicos da clínica nunca tinham visto a fisiologia mestiça dele.


- E porque não contaram nada? – reclamou Sakura indignada.


- Os exames finais saíram há poucas semanas e Naruto me pediu um tempo... Ele queria encontrar uma forma de contar a você primeiro Hinata...


Os olhos da loira se cruzavam com os do anjo, que não proferia qualquer palavra. No silêncio do momento, partilhavam sua tristeza e tentavam mutuamente se consolar.


- Perai... Então, o Naruto pode ter filhos? – indagava Kiba confuso com tanta informação ao mesmo tempo.

- Pelos métodos tradicionais não Kiba – respondia a loira após um suspiro – Para o Naruto ter filhos teria que fazer uma inseminação artificial. Esta seria a única maneira de ter filhos legítimos.

- Tudo isso não importa agora. O que importa é que ele está furioso com a Hinata por uma brincadeira que fizemos, e está desaparecido. Precisamos encontrar aquele cabeçudo antes que se meta em encrenca e explicar tudo. – Disse Sasuke finalmente se levantando do colo da namorada ajeitando a camisa amarrotada. Ainda sentia o corpo dolorido, mas a situação agora exigia medidas rápidas.


- Acho que já é tarde demais! – exclama Tenten que até então estava quieta em um canto, sentada entre os braços do marido, apontando para a TV sem som, que exibia imagens de vários carros de polícia, ambulâncias, bombeiros e até do BOPE, com um letreiro que dizia: ‘Demônio loiro enfurecido destrói bar, ataca policiais e deixa vários feridos’.


Quando Naruto bateu a porta de sua sala, sentiu em suas mãos o metal frio da maçaneta. Jogou de qualquer jeito pelo corredor, apenas ouvindo o som do vidro da janela se estilhaçando. Saiu do prédio em direção ao estacionamento com os músculos tensos, a cabeça latejando, olhos em fúria. Aquela a quem ele havia dedicado a vida, a quem tinha entregado o coração, aquela de quem ele tanto precisava, o havia traído. E ainda carregava no ventre a prova dessa traição.


Em sua mente, entre muitas imagens dela, a que se destacava era de um papel da clínica com o resultado de seus exames onde indicava ‘células masculinas imaturas, espermatozóides sem calda, sem possibilidade de locomoção’. Termos técnicos que ele não entendia, mas tudo se encaixou quando, no consultório do médico responsável pelos exames, ouviu o termo ‘estéril para fecundação natural’. Não precisava ser um gênio para entender que ele não podia ter filhos pelos meios normais. Em seguida, lhe vinha à frase que gritava em sua mente e a fazia latejar:

“- Pois eu estou grávida Naruto... eu vou ter um filho seu.”

Um filho... De quem? Não importava, já que com certeza não poderia ser dele. Então, se não dele, de qualquer outro. Ela o traiu. Ele entregou seu coração e sua alma, e ela pisou em cima, o traiu. Por quê? Porque todo aquele fingimento? Fingir que se importava que estava com ele, que o amava? Porque se aproximar afinal? Bastava ter ficado longe, não se envolvido... Porque diabos ela precisava se aproximar? Pra salvar a irmã? Pra ficar com o dinheiro? Nada fazia sentido...


Palavras soltas, ideias avulsas. As frases gritavam alto em sua mente, e para abafar aquele som, acelerou com força sua moto. O grito da descarga era ouvido a quarteirões enquanto o cheiro de borracha queimada lhe invadia as narinas. Tomou a estrada sem rumo, dirigiu até o ponteiro de combustível indicar o vazio. Parou em um posto, ainda com corpo e mente pesados. Ainda com seus olhos em chamas. Ouviu som de música, gritarias. Seus olhos focaram um bar de beira de estrada a poucos passos. Seu corpo andou sozinho, enquanto a mente vagava longe.


Sentou-se no balcão ao fundo, praticamente escondido atrás de uma coluna. O barman o atendeu rapidamente, com o sorriso característico.


- Vodka. Pura. Deixa a garrafa. – foi tudo que pronunciou, sem encarar o homem à sua frente.


- Dor de cotovelo? – questionou o atendente, já acostumado com a clientela que recebia.
Naruto o encarou, com os olhos em chamas. O barman sentiu seu sangue gelar, ao encarar diretamente os olhos da própria morte. Deixou a garrafa solicitada, e se distanciou sem perder tempo.


O loiro não sabia mais dizer quantos copos havia bebido. As palavras, frases. O último ano de sua vida ao lado de Hinata martelava em sua mente, e tudo que ele via eram mentiras, falsidades, enganações. Um filho. De qualquer que não ele. Estava debruçado por sobre seus próprios braços, quando sentiu alguém lhe cutucando com um bastão de madeira. Três homens o encaravam, dois com tacos de sinuca, o terceiro com uma chave de rodas. Ao lado deles, o barman falava baixo com o que parecia ser o líder dos três. No resto do bar, vários olhos o encaravam. Olhos de desprezo, nojo. Esfregou de leve os próprios olhos, quando pareceu ver um fantasma o encarando do lado oposto do balcão. Agora, além de tudo, via fantasmas.


Naruto virou-se, não dando atenção aos homens que pareciam falar com ele. Entornou a garrafa na boca e tomou um generoso gole. Já não sentia o líquido lhe queimar a garganta, e a dor de cabeça das imagens e recordações aos poucos ia aliviando enquanto sua própria consciência se perdia ao sabor da bebida que ingeria.


Novamente foi cutucado. Virou levemente a cabeça, a ponto de ver um dos homens com bastão apontar em direção à porta e mover os lábios. Ele não distinguia as palavras, e também não se importava. Só queria beber e esquecer-se da vida.


O próximo contato não foi nele. Com o taco, um dos homens bateu na garrafa em suas mãos a estilhaçando. Pequenos pedaços lhe saltaram no rosto, abrindo alguns cortes. Naruto encarou os homens, impassível. Os três se prepararam para defender o ataque, mas ele não veio. O loiro simplesmente esticou o braço por cima do balcão, tentando alcançar outra garrafa, e dessa vez recebeu uma tacada no braço e outra no peito, o jogando de volta sentado na cadeira. Seu corpo entorpecido pela confusão de sua mente – tanto causada pelos últimos eventos quanto pela bebida – não sentia dor, apenas o impacto. Encarou os homens a sua frente, eles pareciam nervosos, pareciam gritar. Brandiam os bastões de forma ameaçadora, mas ele não se importava.


Novamente estendeu o braço, buscando bebida. Dessa vez, o golpe foi dado com a chave de ferro, e desta vez, não chegou ao seu alvo. A gritaria no bar parou... Os três homens a sua frente pararam quando Naruto estendeu a mão segurando a chave de rodas e a retirando das mãos do agressor. O loiro levantou-se, olhando tudo a sua volta. Percebeu os três recuando um passo por vez. Percebeu em cada mesa o silêncio enquanto vários se levantavam, com garrafas e cadeiras em punho. Percebeu até seu ‘fantasma’, com uma longa capa preta e um lenço na cabeça, sair pela porta lateral.


O primeiro golpe aconteceu não se sabe vindo de onde. Naruto sentiu algo se chocar contra suas costas, viu os pedaços de madeira voando, e dessa vez sentiu dor. Reagiu por instinto, olhos em chamas, sua consciência se esvaiu completamente, e o animal que ele tanto lutava para controlar, estava solto naquele momento.



No corredor lateral, o ‘fantasma’ retirava um telefone celular do bolso e discava o primeiro número da memória. Tinha um sorriso nos lábios enquanto ouvia o toque do celular chamando.
- Danzou? É o Ibiki... Estou naquele bar na rodovia, e você não imagina quem está destruindo o lugar. – foi tudo que disse enquanto ouvia do outro lado da parede, o som de móveis, vidros e ossos se quebrando, ao som de gritos de desespero e uma gargalhada selvagem de um demônio enlouquecido.


Pouco mais de meia hora havia se passado desde o telefonema. Em um carro grande de vidros escuros, um homem com o corpo recoberto por faixas que escondiam graves queimaduras, olhava o movimento dos policiais, ambulâncias e helicópteros que cercavam o bar. Percebeu o homem que havia lhe telefonado chegando, e abriu a porta.


- Então Ibiki... O que esta acontecendo aqui? Depois de tanto tempo procurando, ele simplesmente apareceu e te chamou pra uma cerveja?


- Eu não sei ao certo... Estava bebendo com alguns rapazes e o demônio loiro entrou... Ficou um tempo sentado lá na dele, mas o barman resolveu implicar. Quando foram tentar tirar ele pra fora, começou o quebra, não sobrou ninguém inteiro lá. Ele também derrubou os policiais que tentaram entrar com escudos e armas de gás, chamaram aquele camburão do BOPE e conseguiram nocautear ele usando armas de choque. Pelo que vi, vão colocar uma armadura de contenção, correntes, e levar ele praquela prisão de segurança só para não humanos.


- Então o homem responsável pelas suas cicatrizes... Por perder minha casa... Minha fortuna... Minha saúde... O homem responsável por queimar minha vida, e a do meu filho... Está aqui, bem ao alcance das minhas mãos.


- Sr. Danzou... Sei que também tenho queimaduras daquele incidente – completou, tirando a touca e mostrando o rosto com várias cicatrizes – e que também adoraria colocar as mãos naquele demônio que causou isso, mas ele está sendo levado para segurança máxima, não temos como chegar até ele.


- Deixa que eu me preocupo com isso Ibiki. Você fez um ótimo trabalho em me avisar.
Com o único braço livre, pois todo restante de seu corpo, inclusive o olho direito, estava coberto por faixas, teclou alguns números em seu celular, aguardando pacientemente a voz ao outro lado.


- Karin?... Você sabe quem é... Vou precisar dos serviços da Taka...



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...