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História Rude Boy (livro 1.0, Em revisão) - Confissões


Escrita por: jeontaste e callistos

Notas do Autor


Oie galerão, não me matem, justificativas nas notas finais
kkskksks
Boa leitura e perdão por qualquer erro
xx

Capítulo 26 - Confissões


Fanfic / Fanfiction Rude Boy (livro 1.0, Em revisão) - Confissões

"Eles dizem que o mundo foi feito para dois, só vale a pena viver se alguém está amando você." - Video Games (Lana Del Rey) 

                      SOLAR

Uma vez mamãe me disse que errar às vezes é necessário para que melhor aprendamos a lição. Que, os erros não são de todos ruins. "Use-os como degraus ou como incentivo quando você se sentir cansada." Ela me disse.

Eu errei com Jungkook, errei no momento que aceitei aquela aposta. Vinganças não são comigo, não importa o quanto me chamem de idiota. Não é meu dever revidar por algo que alguém me fez, não é meu dever puni- lo.

Havia acontecido uma mudança drástica nas últimas semanas e eu sequer notei sua magnitude. Quanto mais meu coração amolecia por Jungkook, mais aquela aposta não fazia sentido algum. Não importava quanto eu negasse meus sentimentos por ele, eles ainda estavam lá, se fortalecendo a cada dia. E eu tinha descoberto que amava a sensação.

Yeri não me encara de imediato, e eu sinto um calafrio ruim me atravessar o corpo porque já imagino que brigaremos, e eu não queria isso.

A atual morena deixa a xícara sobre o mármore, fecha o hobbie ao atá-lo na cintura e só então seus olhos me alfinetam.

- Acabar com a aposta? - Repete. Não sei dizer que emoções sua voz possui, ela sabe ser neutra quando quer.

- Eu sei como isso termina Yeri, e na verdade não é bom pra ninguém. - Aperto o mármore entre os dedos e engulo a bile porque é a primeira vez que direi aquilo para outra pessoa. - Eu gosto dele. Acho que sempre gostei.

Minha amiga vira o corpo na minha direção e sua expressão é lívida quando rebate, afiada como sempre é.

- E descobriu isso como? Depois de ele comer você? - Não reconheço a ira camuflada em seu timbre, porque a supresa seguida da irritação faz uma veia em minha testa pulsar. - Usando o moletom dele, expondo marcas da noite gloriosa que vocês tiveram? - Endireita as costas e ri.

- Você está sendo cruel.

- Estou sendo realista. - Dissente. - O que ele te disse pra te fazer apaixonar? Que ele gosta de você? - Reviro os olhos ao me levantar, um gosto amargo toma minha boca e minhas mãos fecham em punho. Não quero ouvir mais nenhuma palavra.

- Você é estúpida.

- Acho que você está trocando os papéis aqui.

- Você ao menos pode ficar feliz por mim? - Aponto para meu próprio peito, incapaz de acreditar que palavras tão maldosas saíram de uma amiga. - Toda vez que a gente fala do Jungkook você simplesmente surta. O que ele fez pra você? Que eu saiba todos esses anos ele me perseguia enquanto você ria! - Aponto para si, a cólera toma minha voz, minha respiração, minhas ações.

- Eu não surto! Eu só acho que você está sendo idiota ao acreditar no papo furado daquele garoto que te magoou centenas de vezes. - Ela se levanta também, e toda sua aparente calma se esvai.

- Tá, mas quem está correndo o risco sou eu! Quem está colocando tudo a perder sou eu!

- E você vai perder tudo porque é imbecil demais!

- Ótimo, então eu lidarei com as consequências das minhas escolhas e não com o que você quer que eu faça.

- Meu Deus, que gritaria é essa? - Gabbe surge da escadaria branca, vestida em um camisão do Yoongi e com o próprio atrás de si.

Eu respiro fundo ao me afastar, só agora notando que estávamos cara a cara. Bufo, porque o bolo em minha garganta sobe e sei que vou chorar se não me segurar.
Odeio ser sensível.

Minhas mãos tremem quando levo meu cabelo pra longe do rosto, e minha prima e seu ficante nos olham como se tivessem visto assombrações.

- Vamos embora. - Dito pra Gabbe.

- Hã? Como assim? Por que vocês estão gritando?

- Só vamos embora de uma vez! - Seguro sua mão a puxando sem muita delicadeza para fora.

- Ué. - Ouço Yoongi murmurar confuso.

- Você ainda vai se desculpar por isso. - Yeri grita lá de dentro e no último resquício de paciência eu berro lá de fora.

- Foda-se!

                           §

- Ok, eu estou um pouco assustada. - Gabbe começa, quando estávamos dentro do uber a caminho de casa. Eu ainda encaro a janela tentando não chorar quando lembro de cada palavra que saiu da boca de Yeri. - Você sumiu ontem a noite com o seu boy, e acredito que vocês transaram muito pelas marcas no pescoço.

- Gabbe, é sério. - A encaro. - Essa definitivamente não é a hora de fazer a piadinha sobre o cabaço.

- Eu nem ia, aish! Eu estava dizendo que tô muito assustada com essa situação. Você batendo boca, me arrastando quase pelada da casa do amor da minha vida e ainda por cima xingando em voz alta, quem é você e o que fizeram com a minha prima?

- Eu só tô estressada. - Afundo o rosto em minhas próprias mãos, pouco mais calma, porém mais frustrada e insegura. As palavras dela me deixaram insegura.- Desculpa, eu não devia ter te arrastado daquele jeito, eu só queria sair dali.

- Aish, aquela patricinha te disse coisas muito ruins pra você ter ficado assim.

- Sim. - Assinto.

- Aigoo. - Me puxa pra um abraço de lado desajeitado, mas que vem muito a calhar. - Nem liga pra o que aquela desgraçada mau comida disse, você é um neném que tem de ser protegido de todo o mal. - Eu acabo rindo, porque é impossível não sorrir ao lado de Gabbe.

- Imagina se o motorista entendesse português.

- Ah mas ainda bem que ele não entende. - Nos separamos, e ela me olha de perto com aqueles olhos enormes, a expressão ficando sacana. Ah não.

- Minha filhotinha perdeu o cabacinho, iti malia. Conta tudo, conta!

                             §

A primeira coisa que eu fiz quando cheguei em casa me esgueirando pelas paredes de casa pra que mamãe não nos visse naquele estado, depois de contar a Gabbe como foi a minha madrugada com Jeon (tendo de aguentar seus comentários depravados) e claro, contar em partes o por quê da minha briga com Yeri, foi me olhar no espelho por incontáveis minutos.

Reparei em cada detalhe meu pela primeira vez em tempos. Os olhos, o cabelo, pescoço, lábios, colo, boca, mãos, pés. Fiquei procurando algo em mim que estivesse diferente, mas continuava a mesma, exceto pela mudança em minha mente.

Eu me perguntei se estava fazendo o certo, se me entregar a Jungkook tinha sido correto. E fiquei com raiva de Yeri porque ela conseguiu plantar inseguranças na minha cabeça, inseguranças que eu pensava ter superado. Temi que apesar de tudo, de tudo que eu e Jungkook passamos, as coisas boas que tem acontecido nas últimas semanas, ele ainda fosse o mesmo, apenas brincando novamente.

Mas parecia tão real, a verdade em seus olhos, o modo como que me tocava, como as palavras saiam de sua boca.

Eu vi em minhas próprias orbes que não queria perder aquilo.

Eu não queria perder Jeon.

Por isso, decidi que queria vê - lo ainda naquele mesmo dia, eu precisava saciar minhas dúvidas olhando para si novamente.

Tomei um banho arrastado, dedilhei as pequenas marcas que ficaram em meu corpo, toquei minha própria boca porque podia sentir vividamente o arrastar mordaz da sua sobre ela.

Tentei deixar as inseguranças de lado, pelo menos por aquelas horas. E para ocupar a mente de quaisquer demônios que quisessem me assombrar, eu me pus a cuidar de mim mesma. Deslizei o creme hidratante sobre minha pele, penteei com zelo meus cabelos, sequei-os devidamente e o medi com a ponta dos dedos, havia crescido uns 2 centímetros e já escorria pouco abaixo dos seios. Aproveitei que o clima estava meio frio e cobri algumas marquinhas no pescoço com uma blusa de manga longa e gola alta, perfumei-me e só aí ouvi batidinhas na porta. Mamãe esgueirou-se sobre ela, sua expressão brilhante como esteve nos últimos meses. Senhor Park estava fazendo bem para si.

- Chegaram que horas? Acabei de chegar do mercado.

- Alguns minutos. - Sorri pra si.

- Você está radiante. A festa foi boa pelo visto. - Sorri um pouco mais, porque o jeito que ela falara dera a entender que ela sabia de algo. Mães sempre sabem, me dizia.

- Sim, eu gostei bastante.

- Que bom. - Se aproximou com um sorriso contente. - Você sabe que a minha maior felicidade é te ver feliz. Você está feliz, Sol?

Olhar em seus olhos era como olhar para dentro de mim, eu não conseguia mentir. E apesar de tudo, os pequenos acontecimentos ruins não anulam as coisas boas.

- Eu estou feliz, mãe. De verdade.

- Isso me deixa em paz. Mas deixe eu perguntar: tem algum motivo específico? - Eu tinha certeza que ela já sabia, mesmo sem eu ter contado. Porque ela me conhecia melhor que mim mesma.

- Tem. - Fui sincera. Vislumbrei meus próprios pés descalços um pouco envergonhada. Ainda me era novo.

- É o garoto que você visitava no hospital? - Sutilmente indaga, com uma leveza que eu duvido que terei algum dia.

Minhas bochechas esquentam e a vergonha faz-se presente quando apenas assinto em concordância.

- E quando irei conhecê-lo?

- Não sei. - Rio sem graça. - Eu preciso resolver algumas coisas com... Ele antes. - Ela assente, não me indaga mais, nem me força a dizer coisas que não estou preparada. Ao contrário. - Quer me ajudar a me arrumar? Eu tenho um jantar fora hoje. 

- Claro. Você vai ser a mulher mais linda do restaurante.

E assim decorrem-se as horas, procuramos por vestidos e experimentamos roupas, Gabbe se junta poucos minutos depois e parecemos 3 adolescentes eufóricas quando achamos por fim, o resultado final.

- Ela está nitidamente feliz. - Minha prima comenta, assim que o barulho do chuveiro da suíte de mamãe eclode por as paredes.

Eu suspiro, sentando- me na beirada do colchão.

Aqui, nessa casa construímos tantas lembranças. Boas e ruins. Anos difíceis para nós duas. E era tão recompensador passar por isso tudo e vê-la feliz por amar novamente.

- Eu estou tão feliz por ela. Depois que ele foi embora, mamãe não se abriu mais pra ninguém. Era só trabalho e as preocupações comigo. Eu sinto que tudo vale a pena só por ver ela sorrir.

- Eu tenho certeza que a tia também pensa assim em relação a você. Vocês duas ainda vão ser muito felizes Sol.

- Nós três. - Reafirmo e sorrimos. - E você e o Yoongi, como aconteceu?

- Você quer saber do flerte ou...

- Do começo. - A corto e a azulada sorri maldosa.

- Olha eu até contaria agora, mas tô agoniada com esse vento entrando na minha preciosa já que você fez questão de me arrastar da casa do Yoon praticamente pelada.

- Aigoo, desculpa, eu estava nervosa.

- Pois trate de relaxar. Olha, a tia vai estar fora mais tarde, e eu vou aproveitar que deixei meu celular na casa do Yoongi pra ver ele de novo. Enquanto isso você liga pra o seu boy e marca um jantarzinho aqui pra vocês conversarem e depois transarem muito. Eu super apoio. - Diz sorrindo na maior cara de pau.

Meu Deus como eu era amiga dela?

                             §

                    JUNGKOOK

Encaro os ponteiros do meu relógio de pulso exatamente quando dão 20:00 e só então abro a porta do meu carro, travando-o em seguida.

Vislumbro meu reflexo no espelho retrovisor, ajeitando os fios da minha franja em ordem, e por último, pigarreio endireitando a camisa no lugar.
Não estou nervoso.

O ar parece não ser suficiente para meus pulmões quando atravesso o pequeno portão de sua casa e fico de cara com sua porta.

Não surta Jungkook.

Toco a campainha sem hesitação, e espero. Encaro meus pés, o tapete de entrada, e a bendita porta se abre diante de mim. Sou totalmente suspeito pra falar em vista de que tudo que ela faz me deixa hipnotizado. Mas Solar simplesmente extrapola qualquer tipo de beleza.

Sei que meu olhar não foi discreto porque suas bochechas enrubecem em tons carmesins. Seria adorável, se eu não estivesse com tanta vontade de tirar sua roupa. O tecido em tom azul pastel recai sobre seu corpo em cada ponto certo sem que ela seja vulgar. Os ombros e clavículas a mostra me deixam fissurado no modo como as mangas caem suavemente sobre seus braços. É delicado, e me dá vontade de arrancar com minhas próprias mãos.

- Você é pontual. - Comenta, um riso preso nos lábios rosados pelo gloss.

Eu esfrego uma das mãos livres repentinamente suadas no jeans e sorrio ao tentar disfarçar o meu inexorável fascínio por si.

- Se eu atrasasse seria capaz de você me esfolar vivo. - Brinco, só para vê-la rir e então revirar os olhos. Só então, sinto seu toque delicado em meu antebraço me convidando. - Trouxe sorvete.

- Anda, entra engraçadinho. - Obedeço e não deixo de observar sua casa. A última vez que vim aqui após uma noite conturbada, não me atentei a detalhes. - Deixa eu ver isso, vou pôr no congelador. - 

Ela tira a sacola das minhas mãos enquanto me puxa pela mesma na direção da cozinha. E é tudo muito diferente da minha casa - que eu sequer já tive coragem de pisar os pés. - os tons são em tons madeira, porta retratos estão espalhados na estante, e em uma das paredes tem aquelas ararinhas grudadas. O clima lá dentro é confortável e eu me sinto muito acolhido em seu ambiente. Tudo ali tem um aspecto seu.

- Já jantou?

- Anh... Não. - Falo meio atrapalhado por estar tentando decorar os detalhes de sua casa. - Vim pronto pra testar os seus dotes culinários.

Ela ri, e o som da sua risada cristalina se encrespa em meus ouvidos pelo resto da noite.

- Olha, eu não sou muito boa pra cozinhar, mas a Gabbe me ajudou.

- Você cozinhou pra mim, não posso acreditar. - Não resisto ao me aproximar quando a vejo tirar a travessa de dentro do forno elétrico e pôr em cima da mesa.

Abraço sua cintura e afundo meu nariz entre seus cabelos fechando os olhos.

Ela se sobressalta provavelmente não esperando meu ataque, mas relaxa no instante seguinte, alisando um dos meus braços com as mãos.

- Não vai se acostumando. - Ela brinca entrando em meu jogo e sorrio anestesiado com o aroma adocicado e leve que desprende de sua pele.

Saboreio suas curvas sobre o tecido do vestido e raspo a boca sobre sua tez, só pra ver o arrepio que a sucumbe em um esparmo. Descubro a cada toque seus pontos sensíveis e me delicio com o prazer primitivo de que sou o único privilegiado a saber.

Ela me olha pelo canto dos olhos quando me afasto e na maior cara de pau finjo que não a quis atiçar. Farejo o ar e o cheiro da comida faz meu estômago roncar.
Solar arruma a postura após soltar um suspiro curto.

- O cheiro está incrível. - Digo sincero, porque comida sempre será uma das minhas coisas favoritas no mundo, e eu sei reconhecer uma comida boa.

- É um prato ocidental. Camarão à grega. Minha mãe costuma fazer toda vez que tem tempo livre. - Comenta quando deposita a jarra de suco que reconheci ser cupuaçu pelo cheiro. Eu sinto água na bcca quando ela me serve, mas, mais do que isso eu me sinto cuidado.

Minha própria mãe costumava cozinhar pra mim, porém, depois de tudo ela não conseguia mais e eu passei a cozinhar sozinho ou comprar fora. Eu sentia falta de tudo que a remetia. E naquele instante, olhando Solar falar sobre sua vida, enquanto me serve uma comida que fez exclusivamente pra mim, uma sensação arrebatadora de acolhimento me deixa com um bolo na garganta. Todas as confissões sobre mim entaladas ali, quero ser sincero à medida que não consigo e não desejo estragar aquele momento.

Uma emoção esquisita faz meus olhos arderem e provável que meu silêncio tenha feito se calar e por fim cravar os olhos aos meus.

- O que foi?

- Hm?

- Você tá me olhando de um jeito. - Ri constrangida ao se sentar do outro lado, e se servir.

- Ah... - É minha vez de rir sem graça por ser pego durante minha constipação emocional. - Não. Eu só... Faz muito tempo que alguém não cozinha pra mim.

- Sério? - A curiosidade está estampada em sua expressão surpresa, sei o que ela quer perguntar, mas não o faz, e agradeço mentalmente por isso. - Eu só não sei se está muito bom. Gabbe costuma dizer que sou péssima pra cozinhar.

- Eu tenho certeza que está ótimo. - Pontuo, não deixando espaço pra que ela se sinta constrangida. Ainda é novo para nós dois termos aquele tipo de conversa e tudo que não quero é deixá-la desconfortável. - Você gosta muito dela, não é?

- A Gabbe? - Assinto. Dando a primeira colherada não deixando de fora as batatinhas. Por céus, eu iria ganhar muitas calorias, mas eu realmente não estava me importando.

Assinto a sua pergunta, ocupado demais pra falar com a boca cheia.

 - Sim. Ela é como uma irmã pra mim. - Começa, um brilho nostálgico emana dos seus olhos e sei naquele momento que ela está revivendo uma lembrança. - Mesmo sendo mais velha, ela nunca me excluía das brincadeiras como as minhas outras primas faziam quando éramos crianças. Nós sempre fomos unidas apesar de alguns desentendimentos. 

 Ela ri e eu sorrio também, ou tento, em vista de que minha boca cheia não permite.

- Aigoo, você gostou mesmo. - Ri outra vez e só então começa a comer.

- Isso aqui tá muito bom. - Mais uma vez seu sorriso me pega, e segue-se assim pelos minutos que jantamos juntos pela primeira vez.

Somos apenas eu e ela sem quaisquer pessoas para interferirem ou opinarem.

Mas nossa real discussão começa quando eu insisto em lavar a louça e ela insiste em negar, argumentando que faria isso depois.

- Sério, Jungkook, eu não te chamei aqui pra você lavar a louça. - Resmunga atrás de mim, quando já estou com as mangas da camisa arregaçadas e ensaboado os dois pratos que usamos.

- Isso não é nada demais Sol, eu até gosto de lavar louça.

- Mentiroso. - Sua risada alcança meus ouvidos e sinto sua cabeça se encostar levemente em meu braço direito.

Suavizo meus movimentos para que não a incomodem e ela permaneça ali. Sua espontaneidade me deixa com um sorriso cravado no rosto.

 - Como tá o seu tornozelo? - Indaga suavemente, quase como um sopro.

- Quase bom. Eu só ainda não posso fazer exercícios, nem ir na academia. Aigoo, depois de hoje eu sinto que engordei uns 2 quilos.  - Brinco, e ganho um tapa dolorido no braço. - Ai! Que mãozinha pesada.

- Eu não te obriguei a comer, tá?

- Mas tava bom e eu não dispenso comida boa. - A fito pelo canto dos olhos e o brilho divertido que eles carregam me fazem ter a certeza de que o que sinto não é algo passageiro.

Termino de enxugar a pequena louça e por último seco minhas mãos no guardanapo de linho branco.

- Kook, posso te perguntar uma coisa? - Ela está encostada sobre o mármore da mesa, a expressão se torna um poema. E eu suspiro derretido, porque nunca vou me acostumar com ela me chamando pelo apelido. 

- Claro. - Digo, me aproximando de si. A atração infindável que nos cerca só abrasa quando toco seus braços com as duas mãos.

- Quando... Quando você começou a gostar de mim? - A intensidade de suas orbes e o real interesse com o qual espera por minha resposta revela o quão mais profunda aquela pergunta pode ser.

Meneio a cabeça, decidindo ser sincero por fim. Não havia mais do que fugir.

- Pra ser sincero logo depois que você chegou na escola. Lembra quando a gente se esbarrou quando eu estava saindo do vestiário? - Ela assente, encabulada com a minha resposta. - Eu fiquei interessado ali.

-Tá brincando comigo. - Diz perplexa. - Por que você nunca falou direito comigo? Eu sinceramente pensei que você me odiasse.

- Eu não tive coragem. - Admito, envergonhado ainda mais pelos meus atos antigos sobre seu olhar chocado. - Pra mim, o único jeito de me aproximar de você era te enchendo o saco.

- E você escondeu isso por todo esse tempo?

- É. Falando em voz alta parece ainda mais ridículo. - Recolho minhas mãos, odiando que o clima tenha mudado.

- Não estou te condenando Jungkook. - Suas mãos apanham as minhas mantendo-as juntas me fazendo voltar a fitá-la. - O que passou, passou. Tinha de acontecer para chegarmos até aqui. - Meu rosto esquenta quando sua palma macia toca uma das extremidades e eu acabo me achegando a si sem ter total conhecimento dos meus atos. - Eu gosto de você. Contrariando tudo e a todos, eu realmente gosto de você. Não me importo mais com os que os outros dizem ou deixam de dizer. - Meu corpo inteiro comicha em uma excitação que vai além do tesão.

É felicidade, depois de todas as merdas, estávamos juntos. E porra, ninguém a tiraria de mim.

Encaixo minha boca na sua no instante seguinte, e a rapidez com que sou correspondido ferve todos os meus sentidos lógicos. Minhas pernas se misturam com as suas e suas mãos me agarram costas e cabelos quando deslizo a língua sobre a sua.
A eletricidade que atiça meu sangue, faz meus poros dilatarem, seu perfume floral se entrelaça em minha mente, consome meu juízo.

A amo.

E as palavras que ainda não conseguem ser proferidas em voz alta, escorrem por meus dedos em volta dos seus quadris, pelo estalar das nossas bocas juntas, pelo meu toque, anseio.

Fico frenético quando tenho a certeza de que ela também me quer, ela também me corresponde, que o que sentimos um pelo outro é real, e vai além do físico.

Meus dentes arranham seu lábio inferior antes de tomá-lo pra mim em um sugar longo. Quando ele escapole, umedecido e vermelho, as sombracelhas de Solar estão juntas como se ela sentisse dor, mas sei que não é. Pelo modo que suas mãos me puxam de volta para si e sua boca desliza fácil sobre a minha em uma confusão de hálitos, saliva e línguas que faz meu membro fisgar confinado dentro das calças.

Não vou me controlar se ela continuar a me agarrar desse jeito. Eu só quero jogar tudo pra o ar e a fazê-la minha em cima dessa mesa mesmo. Mas estamos em sua casa e alguém pode chegar a qualquer momento.

Então, quando nossas bocas se separam em um estalo alto que repercute não só pelo cômodo, mas também em meu pau, sou sincero ao dizer:

- Se você continuar me beijando desse jeito eu vou ficar duro.

- Desculpa. - Fala ofegante ainda com os lábios raspando nos meus.

- Não peça desculpas, eu quero muito isso. - A morena ri, deslizando o rosto até meu pescoço onde descansa. Eu a abraço forte, não suficiente para machucar, mas suficiente para deixar nossos corpos juntinhos do jeito que eu gosto.

Ela funga em meu pescoço e sua boca deixa um selo casto em minha pele. Não foi com malícia mas foi inevitável não me arrepiar inteiro.

Penteio as mechas do seu cabelo com os dedos, hora ou outra massageando seu couro cabeludo só para vê-la estremecer dentro do meu abraço.

- E pensar que queriam que eu abrisse mão disso. - Diz baixinho, quase para si mesma. E duvido que se eu estivesse um pouco mais longe escutaria.

- Hum? Quem?

-Aigoo, a Yeri não gosta de você, de nós dois aliás. - Ela se afasta apenas o suficiente para que nós nos olhemos.

Ajeito seu cabelo bagunçado atrás da orelha, distraído demais com sua beleza para me policiar do que falo. 

- Eu não entendo, ela nem te conhece direito.

- Na verdade a gente já se conheceu. - Faço círculos imaginários em suas bochechas com os polegares. - Antes de eu te conhecer ou ela conhecer o Tae, a gente ficou umas duas vezes.

E eu só percebo que falei merda quando todo o seu corpo se enrijesse e seus olhos me encaram sem piscar.

Eu por fim caio em mim, paralisado.

Nunca, nunca mesmo mencionem ex ficantes ou ex namoradas, ou ex transas com sua atual. O resultado nunca é bom. A prova disso é como Solar me encara como se eu tivesse dito que Super Junior é melhor que Shinee.

- Como é que é? 


Notas Finais


Então gente, eu ia postar esse capítulo no domingo passado, mas a burrona aqui quis adicionar umas coisas de última hora e não colou e o capítulo ficou sem nexo. Aí eu fiquei a semana inteira matutando o que eu ia fazer pra concertar o capítulo e vim terminar ele agorinha, não me matem :(
E eu também tô tentando começar outros projetos de fics, mas a inspiração que é boa não vem.
Enfim, obrigada por todo carinho, paciência e por não desistirem de mim.
Isso tudo aqui só é possível por causa de vocês. Obrigadaaaaa, amo vocês <3333


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