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História Rude Boy (livro 1.0, Em revisão) - Feliz Aniversário


Escrita por: jeontaste e callistos

Notas do Autor


oi, como vocês estão?
desculpem a demora, hoje eu discuti com alguém muito especial pra mim e isso interferiu no horário porque literalmente terminei esse capítulo na força do ódio agora kskks

bem vindos a terceira fase de Rude Boy, onde as mentiras e segredos serão expostos.

Ninguém será perdoado.

O capítulo está longe de sair do meu agrado, mas tá aí...
Perdoem qualquer erro, e obrigada pelo apoio de sempre. Vocês fazem isso tudo acontecer <333
Boa leitura.

Capítulo 31 - Feliz Aniversário


Fanfic / Fanfiction Rude Boy (livro 1.0, Em revisão) - Feliz Aniversário

" Você levou meu coração, me enganou desde o começo, você me mostrou os sonhos e eu desejei que eles se tornassem realidade. Você quebrou a promessa e me fez perceber que tudo não passava de mentira." - Angels (Within Temptation) 

                    SOLAR

- Parabéns pra você, nesta data querida muitas felicidades, muitos anos de vida. É pique, é pique, é pique, é pique, é pique, É hora, é hora, é hora, é hora, é hora, ra-ti-bum! Parabéns Sol! - O coro ressoa sobre além da minha letargia matutina. Me sento na cama, com os cabelos cada um pra um canto, e um olho aberto e outro fechado, o suficiente para ver mamãe perfeitamente arrumada batendo palmas, enquanto Gabbe segura o bolo e canta altíssimo, para constar, os benditos parabéns.

- Levanta preguiçosa. Hoje é o seu dia! - Mamãe diz, ganho um beijo na testa e um tapinha na bunda quando me levanto ainda aos tropeços.

- Aigoo, tão cedo. - Junto os fios desalinhados em um coque bagunçado e bocejo me espreguiçando.

- Não reclama. Hoje seu dia vai ser longo, viu? Agora apaga logo isso que meu braço já tá doendo de segurar esse bolo. - 

Gabbe retruca e eu rio, ainda meio grogue, mas faço o que ela diz. O flash me faz fechar os olhos enquanto mamãe registra aquele momento. Não retruco o meu estado lastimável, se a faz feliz por mim tudo bem.

- Parabéns meu amor. - Me abraça em seguida, apertado. - Estou tão orgulhosa de você, já fez 18. Até ontem era a minha garotinha. - Faz um beicinho adorável e sorrio, subitamente me sentindo um pouco sentimental. Porque costumava ser bem chorona pra momentos assim. - Se arruma pra ir a escola que, assim que você chegar nós vamos almoçar fora. Pode chamar o Jungkook, se quiser.

- Tudo bem. - Assenti constrangida. Ela sabia sobre mim e Jungkook, ou já imaginava, e nossa, não pensei que isso de apresentar a pessoa que gosta pra sua família fosse tão constrangedor.

- Ah. - Ela sorri, e tira da bolsa um embrulho mediano e me entrega. - Pra você.
Não pesa quase nada, e pelo formato parece ser um livro, mas assim que abro, o que encontro é o último álbum do Shinee, lacradinho e original. Não estava acreditando que tinha The Story of Light em mãos. 

- Aaaaah! - Solto um gritinho animado. - Obrigada mãe, eu tava juntando a minha mesada pra comprar. 

- Agora pode gastar com outra coisa. - Belisca de leve minha bochecha. - Vá se arrumar pra escola pra não se atrasar. - Assinto feliz, quando ela se vai.

- Bom, pelo menos seu café já tá pronto. - Gabbe diz, apontando com o queixo pra o bolo em suas mãos. Rio, guardando minha nova preciosidade dentro da gaveta da cômoda. Quando chegasse arrumaria um lugar especial.

- Vamos comer isso. - Ela se senta na minha cama e eu pego um livro pra pôr debaixo do livro, pra que caso caia alguma migalha não seja na cama. A azulada me ajuda a cortar o bolo porque eu era péssima fazendo isso.

- Você tem planos pra noite? - Indaga, destacando duas colheres de plástico e me entregando uma.

- Não que eu saiba.

- Que bom, porque eu ia dizer pra você cancelar. - Gemo em deleite quando o glacê macio toca minha língua. - Vamos sair a noite... Pra uma boate.

- Hm... - Arqueio uma sobrancelha. - A maioria das boates aqui tem que ser de maior pra entrar, e mesmo que eu tenha completado 18 e oficialmente já ser maior de idade no Brasil, aqui continuo sendo menor. Como vou entrar?

- Você acha que eu não pensei nisso? - Sorri, com metade da colher na boca e tateia um dos bolsos de sua jardineira até tirar de lá uma identidade falsa.

Eu até senti o bolo descendo pelo lugar errado, e bato nas minhas próprias costas quando, literalmente engasgo.

- O-Onde você conseguiu isso? - Pergunto quando consigo respirar direito, provavelmente vermelha como a personificação de um pimentão.

- Tenho uma amiga que faz essas bobagens.

- Eu nem sabia que você tinha amigos.

- Mas eu tenho, tá? - Diz presunçosa. - Conheci no dia que fui fazer a minha matrícula na faculdade. E a gente saiu umas duas vezes, o nome dela é Soojin, inclusive, ela tem uns conhecidos e vai ter open bar né, quem recusa bebida de graça.

- Ai, não sei não. Toda vez que eu bebo esqueço de uma coisa importante.

- Deixa dessa, temos que comemorar a sua liberdade e maior idade. Chama seu namorado e as suas amigas, a gente dá um jeito de colocar todo mundo pra dentro. - Dá um peteleco na minha testa. - Chega de viver sendo coadjuvante da sua própria vida Sol, hora de tomar o controle.

Suspiro.

Tome o controle da sua própria vida.

- Ok. - Confirmo e Gabbe faz uma dancinha estranha comemorativa. - Qual o nome da boate?

- Hm. Espera, deixa eu ver. - Pega seu celular, vasculhando de cá pra lá. - Ela disse que é muito famosa, e tem dançarinos e tudo mais lá. Se é que você me entende. - Pisca, e eu meneio a cabeça negativamente. Meu lado pessimista sempre me mantendo reclusa.

- Eu nem sei se o Jungkook gosta dessas coisas.

- É o seu aniversário, você tem que gostar. - Para, parecendo achar o que procura. - Hades. O nome da boate é Hades.

                            §

Encostada em meu armário, e com o celular em mãos, penso pra quem mandarei mensagem convidando pra uma noite de bebedeira. E minhas opções não são muitas.

Yeri e eu estávamos brigadas, e meu orgulho não permitia que eu fosse chamá-la, o que era um porre.

Jimin, de fato continuava sendo muito especial pra mim, mas mal nos falávamos nos ensaios agora em grupo, e eu estava respeitando seu espaço.

Yoongi, eu não era muito próxima, mas tinha sido convidada para o seu aniversário. Mas provavelmente Gabbe já o havia convidado, então não me daria o trabalho. 

Wendy, havia confirmado presença definitivamente.

Só faltava mesmo confirmar se Jungkook poderia ir. E falando no dito cujo, não havia o visto aquela manhã, tampouco recebido alguma mensagem.

E eu não sabia ao certo o que estava sentindo sobre isso.

- Oi. - Me sobressalto levemente por ser tragada pela realidade. Yeri tira um de seus fones e me entrega uma caixa mediana. - Feliz aniversário.

- Oh. Pra mim? - Pergunto que nem uma idiota, a surpresa por sua aparição repentina me emudece. - Obrigada. Eu... Estava mesmo pensando em te mandar mensagem hoje. A Gabbe está organizando uma noite de bebedeira e não sei... Você tá convidada.

- Ah. - Ela sorri meio sem graça e eu sorrio meio sem graça também porque nossa briga ainda é bem nítida aposto que em ambas mentes. - Não vai dar, eu... Meus pais estão aqui e a minha mãe quer me contar as novidades sobre os seis meses que ela passou fora. Não que eu queira saber... Mas eu sou obrigada. - Ri com escárnio. - Tem algum problema pra você? Podemos sair amanhã, não sei.

- Não, não. Sem problema, eu super entendo.

- Certo. - Sorri mais uma vez. - A gente se vê.

- Certo. - O sinal toca no exato momento em que nos despedimos e, suspiro, desfazendo o laço que orna todo o papel de presente. Dentro da caixa mediana há polaroids com fotos nossas em inúmeros momentos, e mais a fundo um álbum com fotos reveladas e comentários abaixo feitos a mão com, o humor ácido que bem conheço.

As lembranças daqueles momentos permanecem vivas em minha mente, e se afloram a cada foto passada.

Penso em chamá-la, acabar com aquela discussão de vez, pedir desculpas, mas ela se embaralhara em meio aos alunos e, olhos brilhantes e negros entram em meu campo de visão.

Jungkook está meio descabelado, mas continua tão belo como um idol.

- Desculpa o atraso. - Respira fundo. - Eu tive que encomendar o seu presente e, o cara quase não termina a tempo, e também esqueci de te avisar que eu ia me atrasar hoje, mas eu esqueço as coisas muito rápido quando estou ansioso e... 

- Jungkook. - Chamo rindo. - Calma, tudo bem. Nem precisava de presente. - Sou sincera, tudo que preciso é apenas ficar olhando em seus olhos e me perguntando como se é possível amar uma pessoa assim tão... Intensamente. 

- Eu não poderia deixar passar em branco. Toma. - Fecho a caixa com o presente de Yeri e cuidadosamente guardo dentro da mochila, pegando dessa vez a pequena caixa de Jungkook.- Espero que goste, fiquei pensando a noite toda no que te dar, não tinha muito tempo. 

- Aigoo, não precisava se esforçar tanto.- Sorrio ansiosa, a caixa de dentro é preta e de veludo. No mesmo instante raciocíno que é uma jóia.

Quando abro, fico encantada. É um colar, na verdade, parece um medalhão pelo tamanho.

O cordão é de ouro e o centro é revestido por um aro rendodo de ouro também, engloba o sistema solar. E é... Magnífico. Seguro o pingente em mãos, encantada com cada detalhe delicado.

- Quando você se sentir sozinha, quero que olhe pra ele e veja que, todos os planetas giram em torno de você Sol. Você nunca estará sozinha.

É o ápice. Ganhar presentes tão significativos de pessoas que eu amo, somada as palavras de Jungkook e tudo que ele causa em mim, sinto meus olhos marejarem imediatamente em uma emoção genuína, vinda de dentro.

- É tão... Lindo. - Suspiro, o olhando. E dentro dos seus olhos, é onde eu encontro todos os planetas, e astros e todas as belezas desse mundo. Ele sorri, um pouco tímido e roçando os dedos sobre os meus me surpreendo quando ele abre o globo em dois e lá dentro tem duas fotos que eu nunca vi na vida.

 Uma, é minha, aparentemente do dia que ele dormiu na minha casa e eu estive distraída o suficiente pra não ver que o meu sorriso e olhar constrangido pra os meus próprios pés foi capturado pela câmera do seu celular. A segunda, no entanto, é mais antiga e inesquecível. Fora no corredor do apartamento de Taehyung e Jackson, após ter ganhado um...Oral de si, e estamos quase entrelaçados um no outro, sorrisos gêmeos enquanto milímetros nos separam. 

E, droga, eu nem gostava de me ver em fotos distraída porque me sentia ridícula, mas não tinha como odiar uma coisa maravilhosa daquelas.

- Ok, eu vou chorar.

- Eh? Não, não. - Meu rosto é amparado por suas mãos, e eu me sinto tão especial quando ele faz isso e me olha daquele jeito tão... Jungkook. - Eu só quero te ver sorrir, todos os dias. - Ganho um beijinho no nariz, e quando sua boca roça na minha ouvimos um pigarro e nos afastamos no susto.

- Com licença, senhor Jeon, senhora Peters, este não é o lugar adequado e permitido para essas... Coisas. - Shin apareceu sabe de lá onde para nas repreender. E eu ficaria muito brava se não estivesse constrangida. Ela estava de braços cruzados e me fuzilava.

Naquele momento soube, que, aquela mulher tinha uma queda gigante por Jungkook.

Mas quem não tem, não é?

- Claro inspetora Shin, nos desculpe. - É Jungkook quem diz, e nos curvamos quase ao mesmo tempo.

- Vou deixar passar dessa vez. Mas vão para a sala.

- Claro. - Digo, com um último sorriso constrangido e puxo Jungkook pela mão até o corredor do Terceiro A e B. - Antes que ela surja do além de novo. Eu tenho dois convites pra fazer.

- Hm, qual? - Põe uma mexa do meu cabelo atrás da orelha, o que me desconcentra um pouco, por isso pigarreio.

- Vai ter um almoço hoje em família, mamãe vai me levar pra comer fora, e o pai do Jimin e ele vão estar. E bem, queria que você fosse. - Digo, sentindo que minhas bochechas se avermelham. Os poucos alunos que circulam para suas respectivas salas não deixam de espiar e cochichar, como sempre, mas, tento não me atentar a isso.

- Eu me sinto lisonjeado. - Sorri, encantador. - Claro que eu vou. Podemos ir juntos pra a sua casa.

- Isso é ótimo. - Sorrio. - Mas e... Você e o Jimin, estão bem?

- Ah sim, nós conversamos. Está tudo bem. - Garante.

- Ok, o segundo convite é pra noite. Gabbe quer meio que fazer uma noite de bebedeira só pra poucos amigos, e apesar de eu não gostar muito da ideia, tenho que sair de casa.

E é exatamente aí que ele parece desconcertado. Franzo a testa.

- Oh. A noite n-não dá. Droga, eu esqueci completamente. - Bate na própria testa consternado.

- Hey, calma, tudo bem se não puder ir, sério.

- É só que... - Sua boca se abre e fecha e nada sai por longos segundos. - Eu tenho que... Trabalhar hoje. Faltei muitos dias por causa do tornozelo e, o meu chefe não quer que eu falte mais.

O trabalho. Uma questão que sempre me martelava a mente e ainda me era uma incógnita.

- Certo, não precisa se preocupar. A gente sai outro dia que você estiver livre, ok? - Ele assente rapidamente.

- Obrigada por entender. Você é a porra da mulher mais linda e maravilhosa desse mundo. - Tenho que pôr a mão na boca para não rir de sua frase, mas acaba me escapando um riso soprado e envergonhado.

- Para, é melhor a gente ir pra sala. Te vejo depois da aula?

- Estarei esperando por você.

                          §

- Tem certeza que eu tô bem? Eu deveria ter passado em casa e me arrumado. - Jungkook questiona pela terceira vez concecutiva assim que saímos do carro. A mim cabe sorrir, achando adorável como ele parece ansioso pra ficar "apresentável" o suficiente para minha mãe.

- Jungkook. - O chamo, entrelaçando nossos dedos, só assim ele para de se ajeitar pelo reflexo do vidro do carro e me olha. - Você tá ótimo, ok? Você sempre está. Não precisa ficar nervoso, a mamãe já te conhece e sabe que nós temos... Uma coisa.

- Te incomoda? - Pergunta, de repente mudando o rumo do assunto.

- Hã?

- O fato de eu não ter te perdido formalmente em namoro.

- A-ah... - Pisco consecutivas vezes e quem fica nervosa sou eu. - E-eu... É...

- É claro que te incomoda. - Sorri fraco, e segura minhas duas mãos. As suas são quentes e reconfortantes enquanto as minhas sempre estão um pouco geladas, como se houvesse um inverno constante dentro de mim que, ainda não havia sido superado. - Me desculpa, eu só achei que tivesse ficado claro. Quando eu te disse aquilo...- refere-se a sua confissão. - eu não estava brincando. Eu só quero ficar com você ok? Com mais ninguém. 

- Isso é um pedido de namoro? - Questiono risonha, meu coração bate tão forte no peito que, por um momento penso que ele cairá aos pés de Jungkook. 

Ele ri, meio sacana, meio conquistador e pula pra o envergonhado, e a transição entre eles é de tirar o fôlego.

- Eu sou péssimo nisso, desculpa.

- Tudo bem, eu gostei. - Sorrio de volta, porque é impossível não sorrir ao seu lado.

- Ah, vocês estão aí! - A voz de mamãe rompe nossa bolha e nós afastamos um do outro, mas Jungkook firma a mão na minha e eu nunca pensei que isso fosse me trazer uma paz tão grande. - Eu já ia te ligar Sol, precisamos correr pra não perder a reserva. Oi Jungkook, como você está? Melhorou o tornozelo?

- Oh, olá senhora Peters, sim, sim, eu estou bem agora.

- Ah que bom meu bem. E pode me chamar só de Yuna, me sinto 30 anos mais velha quando vocês me chamam de senhora.

- Claro. - Jungkook sorri nervoso e aperta minha mão porque mamãe não para de olhar pra elas desde que cruzou o portão.

- Eu vou chamar a Gabbe, Yongsuk e o Jimin. 

- Certo.

Havia sido um pouco constrangedor receber o presente de Jimin. Ele continuava suave e educado como sempre, mas seus olhos nunca souberam mentir.

Havia ganhado uma pulseira dele e de seu pai um vestido adorável. A comida era com certeza uma das melhores partes e, claro que, compartilhar daquele momento com pessoas especiais pra mim está fazendo o dia ainda mais incrível.

- Então, como vocês começaram a se envolver? - Senhor Park perguntou, ele tinha olhos estreitos como os de Jimin e mesmo com a idade não deixava de ser charmoso.

- Ah... - Olho pra Jungkook, um pouco indecisa se conto tudo como aconteceu ou omito. Mas Jungkook assente com um sorriso complacente. - A gente meio que não se dava bem.

- Ah, o clichê adolescente. - Mamãe fala com um suspiro dramático e sorrio nervosa. - Como vocês se aproximaram? - E em um flashback, relembro-me de todos os momentos que Jungkook me arrastara pra sair a noite, todas as madrugadas parecem ter acontecido há um século atrás. A época em que tecnicamente nos odiavamos parecia fazer parte de outra vida. Sorrio nostálgica.

- Eu fui muito insistente. - Jungkook toma a voz, e minha pele se arrepia quando sinto sua mão acariciar a parte interna da minha coxa por baixo da mesa.

Encaro Jimin que mira o próprio prato muito concentrado nisso e decido por fim mudar o assunto, já que meu relacionamento com Jungkook parecia muito interessante naquele momento para mamãe e senhor Park. Gabbe por outro lado digitava algo freneticamente por baixo da mesa também. Pela testa franzida o assunto não parecia muito bom.

- E vocês dois? Mamãe disse que se conheceram no hospital.

- Oh, sua mãe é realmente encantadora Sol, fiquei deslumbrado no mesmo momento que a vi. - Minha mãe sorri enquanto murmura um "pare" envergonhado. Aproveito o momento de distração pra beliscar a barriga de Jungkook, porque sua mão em minha coxa tira o total do meu foco.

Ele solta um arfar surpreso e Gabbe do outro lado da mesa para o que está fazendo apenas para arquear uma sobrancelha pra mim, e os hashis de Jimin batem com força em seu prato quando ele pede licença.

Meu Deus, eles estão pensando que eu...?

- Filha, Gabbe também, eu e o Yongsuk Precisamos contar algo pra vocês. O Jimin já sabe então, bom...

- Nós vamos nos casar.

                            §

- Eu ainda não consigo acreditar. - Digo encarando a grama quando já estamos de volta a minha casa.

Aquele almoço havia sido... Caótico.

Jimin havia ido embora alegando estar se sentindo mal antes mesmo de terminar sua comida, e ele nem havia tocado nela direito, e era inevitavel não me sentir culpada quando eu sabia que era o motivo de ele estar daquele jeito, e agora seríamos irmãos.

Mamãe e Senhor Park simplesmente jogaram a bomba com o maior sorriso do mundo. Não que eu não estivesse feliz por eles, isso nunca, eu era a maior stan da felicidade da minha mãe por tudo que ela passou e eu gostava do Senhor Park. Mas tão de repente?

- Eles com certeza estão namorando há anos e você não sabe Sol. Eles não tomariam essa decisão do dia pra noite. - Jungkook acaricia minha bochecha.

- Será? Céus, faz sentido. Ela era muito insegura com o fato de namorar outra pessoa a não ser o... Jonatan.

- Tire o seu tempo. Eu imagino que seja surpreendente, mas foca só na felicidade dela ok? - Aperta delicadamente meu nariz e eu assinto com um suspiro.

- Você tem razão. - Sorrio. - Ah. - Pego minha mochila de cima do capô do seu carro a abrindo e tirando de lá a caixinha com o colar que ganhei de presente. - Põe em mim? Eu ia pedir lá na escola, mas a Shin apareceu.

- Claro. - Ganho um selinho demorado que me amolece inteira, e me viro de costas, tirando o cabelo para o lado.

Delicadamente ele passa o cordão em volta do meu pescoço e seus dedos roçam em minha pele arrepiando quando ele prende o feixe e logo após sinto seus lábios macios e molhados depositarem um beijo na tez sensível e me encolho sorrindo quando ele me abraça por trás. Minhas costas são pressionadas em seu peito e ganho outro selo dessa vez mais molhado, e meu riso morre, porque seus lábios causam uma eletricidade que eu aprendi a conhecer bem.

O desejo.

Guiada por toda a selvageria que me acomete quando estou consigo, me viro em seu abraço e pressiono minha boca sobre a sua.

Minhas costas batem contra a porta do carro e nem a pequena dor pelo baque é capaz de ofuscar toda a brasa que corre por minhas veias. Sua língua quente perpassa sobre a fenda entre meus lábios antes de deslizar sobre a minha e seu gosto se intoxica em meu paladar, me deixa a sua mercê. Minhas pernas vacilam, mas suas mãos me mantém no lugar, firmes em minha cintura, amassando o tecido do uniforme, me deixando toda bagunçada como sempre faz e eu amo tanto.

Sua boca arrasta sobre a minha em uma pressão poderosa, seus dentes prendem a carne sensível antes de sugá-la tão forte que o estalo é doloroso e delicioso também.

- Estou com tanta saudades de nós dois.- Confessa ao pé do meu ouvido e não é preciso dizer que me arrepiei inteira.

- Eu também. - Digo, a voz tão fraca que nem parece minha.

Ele ri, ri, na droga do meu ouvido. Aquelas risadinhas sacanas que me fazem sentir o tecido da minha calcinha se tornando cada vez mais úmido.

- Eu prometo que vou te recompensar depois. - Me beija uma última vez, infelizmente breve demais. - Tenho que ir agora. - Ofega quando se afasta, e passa os dedos longos por meu cabelo o arrumando porque não tenho condições.

- Certo.

- Aproveita a noite, qualquer coisa me liga, hm? - Respiro fundo para me recompor e por fim me desencosto do seu carro, assentindo ainda me sentindo um pouco zonza.

- Ok, bom trabalho.

- Obrigado. - Sorri, dessa vez mais fraco, entra na tucson e pisca pra mim antes de partir.

Eu? Ainda estou sem fôlego, mas sigo firme.

Entro em casa, direto para o meu quarto, encontrando nada mais que meu guarda roupa inteiro em cima da cama.

Sim, em cima da cama. Todas as roupas amontoadas enquanto Gabbe parece selecionar as melhores.

- Ah, finalmente. Pensei que iam se comer ali mesmo na luz do dia.

- Aigoo, você viu?

- De camarote, a visão daqui do seu quarto é 10/10. - Faço uma careta.

- O que você tá procurando? Sabe que vai pôr tudo no lugar de novo, não é?

- Tô procurando uma roupa legal pra hoje a noite. Enquanto isso, você vai tomar um banho e relaxar viu? Nós temos uma longa noite pela frente.

- Ok né. Que escolha eu tenho?

- Nenhuma, ainda bem que você sabe.

Sem discutir sigo sua ideia, tomo um longo banho, lavo o cabelo e passo todos os meus hidratantes. Não sinto a grande euforia de completar 18, mas não quero deixar a indisposição simplesmente tomar conta de mim.

Quando saio, Gabbe me faz experimentar basicamente todo o meu guarda roupa.

No fim acabo escolhendo uma blusa mais longa de veludo e botões, e short de algodão da mesma cor. Gabbe destaca minha cintura com um cinto e todo o look é complementado com as minhas botas de cano longo que quase não uso, mas que naquele momento caem bem. A maquiagem é um pouco pesada nos olhos, mas desconta menos nos lábios com o batom de cor nude. Os cabelos ficam inteiramente lisos e gosto de como sôo mais confiante no reflexo do espelho.

- Amiga se eu não fosse hétero e sua prima eu te pegava.

- Devo considerar como um elogio? - Rio.

- Mas é claro. - Ri, me encarando através das lentes azuis. Ela também retocara a cor do cabelo, na verdade, meio que fez um degradê verde água em meio a imensidão azul, e céus, tinha ficado tão bonito que eu mesma fiquei com vontade de pintar o meu próprio cabelo pela primeira vez na vida. - Vamos? O Yoongi já chegou.

- Eu vou segurar vela no meu próprio aniversário?

- Claro que não. Não chamou a Wendy?

- Sim, e ela vem com a namorada dela.

- Ah. Bêbada você nem vai perceber. Vambora.

A boate é deslumbrante.

Eu nunca tinha visto nada parecido. Em algumas paredes possuíam espelhos e as luzes coloridas que refletiam deixavam o ambiente em uma vibe diferente e todo mundo de uma cor distinta. Fumaça escapava do andar de cima para baixo onde nós estávamos, o que deixava meio nublado, não sabia explicar.

 Lá em cima as luzes eram inteiramente vermelhas, e poucas pessoas transitavam por ali, não dava de ver muito, mas pareciam quartos. E, choquem, fiquei pensando por alguns minutos a razão de ter quartos em uma boate. 

Não precisava ser muito inteligente pra saber. 

E havia um palco, um enorme palco com pole dances prateados, homens e mulheres dançavam, alguns mascarados e quase seminus. Tocava The Hills do The Weeknd em uma altura agradável de ouvir,  o que era ótimo porque eu não precisava gritar pra ser ouvida. 

Gabbe segurou minha mão para passarmos em meio às pessoas até o bartender que, notei fazer manobras incríveis com garrafas e copos. 

Yoongi tomara a frente, se apresentara como amigo da tal Soojin, e foram pedidos nossas identidades. Eu me sentiria suar se o clima lá dentro não fosse tão bom quando o cara olhou bem pra minha identidade e em seguida para minha notória cara de criança. 

18 anos com cara de 12 e mentalidade de 5, parabéns Solar.

- Certo, a Soojin já tá chegando. Vocês querem pedir alguma coisa?

- O que vocês vão querer? - É Yoongi quem questiona. 

- Não quero nada forte. - Esclareço logo.

- Eu quero um Aunt Roberta, faz tempo que não bebo. 

- Não é muito forte pra você? - Yoongi questiona como quem dá uma bronca pra Gabbe.

- Eu decido o que é forte pra mim, gatinho. - Ela pisca pra ele e, o esverdeado apenas franze o cenho mas não diz nada.

- Eu vou querer um Negroni, ela um Aunt Roberta e a nossa aniversariante um Pinã Colada.

Eu não sabia o que era, mas esperava que fosse fraco, porque não era muito forte pra bebidas. 

Enquanto isso, Gabbe e Yoongi começam a discutir sobre alguma coisa envolvendo a bebida que Gabbe pediu enquanto a mim, segura vela, tocha olímpica, vela pra defunto me ocupo fitando com curiosidade o palco. 

Uma garota loira se pendura no pole dance com tanta leveza que fazia aquilo parecer fácil. A outra dança sobre uma cadeira, os saltos enormes parecem não causar incômodo algum, enquanto ela sobe, desce e joga o cabelo negro e espesso pra um lado e seu público grita alucinado enquanto a chamam de Khaleesi.*

Ela é magra, alta e sua roupa mesmo que decotada ainda é mais composta do que todas que já vi ali. A máscara que usa cobre os olhos e de repente, como uma lâmpada se acendendo em meio ao breu, ela me parece muito familiar.

Eu quase podia jurar que era a amiga de Jungkook. Mas o que ela poderia estar fazendo em um lugar como aquele, dançando pra um monte de homens e mulheres? Será se...

- Oie, desculpa a demora. A gente pegou um trânsito daqueles. - Uma voz desconhecida e muito animada rompe a barreira das minhas indagações, e escuto um "porra" baixinho de Yoongi assim que me viro.

É inacreditável e eu sinto que meu coração para, a música ao redor não importa, as pessoas ao redor não importam, nada importa a não ser a garota de cabelo longo e vermelho que sorri amigavelmente pra mim e o garoto a qual segura sua cintura e está tão pálido quanto papel. - Você é a aniversariante? Eu sou a Soojin, Kwon Soojin, e esse é o meu namorado, Jeon Jungkook.


Notas Finais


*Khaleesi é um título Dothraki referente à esposa do Khal, em Game Of Thrones, Daenerys ganha o título após se casar com Khal Drogo e logo após de sua morte se declarar uma Khaleesi por direito próprio.


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