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História Rumo - Esclarecimento


Escrita por: ViMelian

Notas do Autor


HEEELLOOOO WORLD!
Peço MIL desculpas por desaparecer por tanto tempo, mas tive uns probleminhas e fiquei impossibilitada de postar algo.
A fanfic está na reta mais que final, com o próximo capítulo sendo o último (muito provavelmente).
Agradeço aos que leram até aqui de todo o coração.
Espero que gostem!
Boa leitura ^^

Capítulo 22 - Esclarecimento


   Ele observava com as mãos nos bolsos da jaqueta  a morena sentada no gramado de olhos fechados aproveitando a brisa da tarde, seus cabelos  dançavam ao vento.

  Que graça via naquilo? Ela em ficar daquela forma, inerte com uma simples brisa e ele hipnotizado com aquela simples visão. Era bobo, patético. Era amor com aquele pedaço de gente. Todas as tardes sabia onde podia encontrá-la e seus pés sempre o levavam para aquele lugar distante inconscientemente. Mary tinha hábitos estranhos, era calada e passava a maior parte do tempo encarando as pessoas, muitas vezes nem chegava a responde-las direito. Era de poucas palavras, mas pensamentos até demais para uma cabeça só.

  Eriol se aproximou sentando-se por trás dela e apoiando o queixo no ombro da mesma:

  -Ainda vai ser assassinada por alguém se continuar distraída por aí- falou rouco em seu ouvido.

  -Talvez- disse ela ainda de olhos fechados.

 -Sinceramente- depositou um beijo em sua bochecha só agora recebendo o olhar esperto da jovem.

  Ambos firmaram uma espécie de namoro esquisito que simplesmente apareceu com o tempo sem qualquer problema, sem cerimônias ou formalidades. 

Mary levantou se desvencilhando do toque do namorado:

  -Anda me evitando mais que o normal ultimamente- ele fingiu estar deprimido.

  -Sempre fui assim - sua expressão se manteve neutra.

  -Sim eu sei- ele notou que se dirigia para algum lugar-  Onde vai?

  -Resolver algumas coisas- ela se virou, quando estava prestes a se afastar  voltou e o beijou intensamente- Eu te amo.

  Essa seria a última vez que iriam se ver.

  Naquela mesma noite por volta das 20:35 ele recebeu o telefonema. 

‘’Sinto muito, mas seu pai foi assassinado’’. 

Por volta das 01:20 ele recebeu o sms que mudaria toda a sua perspectiva.

                    ‘’Eu estou envolvida na morte de seu pai, me perdoe por isso.’’

 

 

 

Lindsey  estava agora sem a peruca preta, exibindo seus fios loiros curtos. O encarava satisfeita, pois não havia motivos para se arrepender, não tantos como ele imaginava:

  -Certo Eriol, o que pretende agora? Essas cordas fazem parte de seus fetiches? –seu olhar era insinuante.

-Talvez faça- ele pensou por alguns minutos. A vontade que tinha era de matar aquela mulher pelo que vinha fazendo às pessoas ao seu redor- Até onde vai continuar com isso?

  -Isso? Acha que jogar verde vai funcionar comigo?

 Eriol permaneceu sério. Eestava se controlando ao máximo para não fazer besteira, Lindsey viu o descontentamento na face do belo homem a  frente minutos antes de franzir o cenho quando Mark adentrou a sala:

  -Olá meu pequeno traidor, como  se sente sabendo que a garota que você ama te odeia?- ela riu

  Eriol fuzilou o ruivo com o olhar. Por que era ele que estava se sentindo incomodado afinal? Já sabia daquilo, não? Ainda sim odiava ciúmes.

  -Isso não mudará meus sentimentos com relação a ela. Nunca mudou- ele encarou Eriol-O que vou dizer agora não é por você, mas sim para que deixe Nerine em paz.

  -Bem, não fui eu que a sequestrou- ele sorriu sarcástico.

 Mark fez uma careta e começou:

  -Essa mulher é a irmã gêmea de Mary, e quem está por trás de toda essa fraude.

  -Como por exemplo...?

  -Mary não sumiu por estar envolvida na morte de seu pai- ele fez uma pausa que pareceu dramática demais aos ouvidos do outri-  Ela sumiu por ter sofrido um acidente- ele encarou Lindsey- Ocasionado por sua querida irmã aqui.

  Eriol escutava atento a cada palavra procurando sinais de um suposto blefe, mas Mark parecia dizer a verdade e Lindsey estava furiosa.

  -Isso mesmo! Aquela mimada sempre foi a preferida de nossos pais! – ela se intrometeu- Por que? Por que ela? Não somos filhas das mesmas pessoas?

Os dois homens a observavam, Eriol por vez se escorando na parede:

  -Quando nossos pais se divorciaram houve disputa pra ver quem ficaria com a guarda dela. Mas a mim- ela riu amargurada- Ninguém me aceitou! Eles queriam a donzela perfeitinha! Eu que fui a renegada e meu pai ficou comigo por obrigação! Desde então...Procurei tirar tudo dela e subir na vida...É meu hobby. Não é maravilhoso rapazes?

  A sanidade de Lindsey já estava em seu limite de anormalidade:

  -Eu a empurrei em frente a um caminhão quando éramos mais novas.. Desde então ela está em coma. Não era o que eu pretendia mas serviu. A mensagem daquela noite? Fui  eu que te mandei  Eriol- ela riu alto dessa vez- Eu a visito sempre, por isso não ficava nessa merda de empresa, estava tudo certo ate você aparecer e começar a rondar essa merda. Eu pretendia tirá-lo do meu caminho e Nerine foi um belo atalho. Aquela puti...

  -Não ouse- Eriol interviu furioso.

  -Bom Eriol, sua amada Mary está viva. Usei  o nome de seu pai em várias coisas, subornei muitos homens, afinal, eles amam um belo corpo. Certo Mark?

 O moreno encarou o ruivo:

  -Agora vejo o quanto gosta de Nerine- ele soou mais brusco do que queria.

  Eles ouviram a porta abrir e Selene surgiu com uma arma em mãos, mas ao ver Mark o tempo parou. Ele estava ali. Estava bem em sua frente, seu irmão que tanto amava e acreditava estar falecido:

  -Bem Mark, acho que sou uma menina má por não revelar para ambos que fazem parte de minha pirâmide vingativa- Lindsey esbanjava seu sorriso cínico- Eu forjei sua morte muito bem e escondi o segredo de Selene também - ela foi interrompida pelo tapa de Selene que tinha um semblante imensamente amargurado nunca visto antes.

  Eriol saiu da sala, não estando nada interessado naquele conflito. Tinha que resolver as coisas e já estava amanhecendo.

  Aquelas quatro pessoas ali tinham que entrar em um acordo. Algo devia ser feito.

 

 

 

 

  Nerine despertou lentamente sentindo o corpo arder. Quando abriu os olhos por completo pôde ver  que estava num lugar conhecido: O quarto de Eriol. 

Viu os curativos na perna esquerda, na testa e alguns no rosto ‘’Aquela vadia’’ pensou. As lembranças vindo a  sua mente não pareciam reais. Mas infelizmente, tudo não passava de uma farsa.

  Olhou para a direita explorando o quarto e seu coração quase parou. Mark estava ali cochilando num banco mais afastado da cama e próximo á parede. Aquilo lhe trazia nostalgia de certa forma, dos tempos que o via cochilando pela casa e ficava observando-o por longo tempo enquanto sorria.  Dentre todas as pessoas que tinha na sua vida até então, sentia-se segura apenas com Mark.  

  A raiva súbita de ter sido seqüestrada havia desaparecido, ela lembrou-se da primeira vez que se encontraram, dos meses que ficara com ele na casa de Selene. Pensou nas palavras da detestável  Lindsey. 

Como as coisas haviam ficado daquela forma?

  Quando conseguiu firmar certa confiança com Eriol, Lindsey apareceu e lhe mostrou o outro lado das coisas. Poderia estar se precipitando levando o que havia escutado em consideração sem ter falado com Eriol após o ocorrido. Odiava aquele sentimento, tinha  vontade de estar com ele, confirmar se estava bem mesmo, talvez se aquilo tudo era verdade, mas ao mesmo tempo sentia que não devia para seu bem.

Foi ai que ela se tocou: O que diabos acontecera depois que desmaiou? Por quanto tempo havia dormido? Eriol estava vivo? Por que não estava ali? E quanto a Lindsey? Por que raios estava pensando no idiota do Eriol?

  Ela esvaziou a mente e permitiu que a alegria de estar com Mark novamente a consumisse.

 Após alguns minutos ele despertou com o olhar um tanto perdido. Seu olhar se iluminou ao ver a jovem acordada sorrindo:

  -Ah, finalmente- a voz dele tinha um tom de alívio.

  -Olá- ela sorriu enquanto ele caminhava em sua direção sentando-se ao lado dela.

  -Está tudo bem?

  -Está sim- ela mentiu.

 Mark afagou-lhe os cabelos como fazia antigamente com suas mãos gentis:

  -Nerine?

  -Sim?

  Ele lhe beijou a bochecha e ela notou sua incerteza em tocá-la:

  -Me desculpe pequena... Por tudo, sei que não sou digno de estar ao seu lado agora mas...

  -Como se eu conseguisse guardar rancor de você. E sua irmã?

  Mark a encarou de perto:

  -Nunca te contei, mas...- ele estva disposto a revelar tudo- Eu e Selene conhecemos Lindsey e Mary desde que éramos crianças. Éramos vizinhos quando os pais delas se divirciaram e Mary foi embora com a mãe. Foi aí que Lindsey mudou.

  -E como você e Selene se envolveram nessas coisas ruins?

  -Selene não se envolveu em nada, só coincidiu de Lindsey precisar de uma informação e você ser  do interesse de  Eriol. Por isso ela sabia que Eriol tinha aparecido lá, que você tinha vindo com ele e ela o acolheu por bater com a descrição que Lindsey havia dado a ela.

  -Entendo.

  -Eu acabei caindo numa cilada dela quando mais jovem. Eu não era um viajante qualquer, era informante dela, apesar de Selene nunca saber. E antes que diga algo, eu te achei interessante e como teria que partir em breve e não queria deixar minha irmã sozinha decidi te levar pra lá...Talvez  tudo tenha começado ai. Me desculpe mesmo.

  -Você é um merda, sabia?- ela ironizou.

  -Vejo que continua a mesma- ele sorriu se aproximando novamente  mas dessa vez não se direcionando para a bochecha. A porta do quarto se abriu e Eriol surgiu ali. Sua cara era de poucos amigos.

  Fechando a porta atrás de si ele encarou Mark como se aquilo fosse matá-lo. Olhou para Nerine e esta tinha um olhar confuso. 

Como esteve preocupado nos últimos dias sem ter um momento sequer de descanso:

  -Quando disse que cuidaria dela imaginei qualquer coisa, menos um assédio no meu quarto.

  -Ela acabou de acordar, e não é assedio se ela não reclamar.

  De que raios eles estavam falando? Por que Eriol tinha que estar ali logo naquele momento? 

Não sabia bem como o encarar, mas o queria ali:

  -Está tudo bem Mark, precisamos conversar de qualquer forma.

  Ele pareceu pensar e apesar da idéia não agradá-lo era o que ela queria, não podia forçá-la a nada e nem tinha direito. Ele levantou deixando um leve beijo na testa dela, sorrindo-lhe carinhoso:

  -Qualquer coisa é só chamar, sabe disso.

  Apesar de tudo era estranho ouvir aquilo dele com as coisas tão fora do lugar. Mark encarou Eriol antes de sair. Nerine o mesmo fez:

  -O que quer?- Eriol permaneceu calado- Se veio aqui pra ficar me encarando com essa cara de merda pode sair- Nenhuma resposta- Eu confiei em você, depois de muito tempo achei mesmo que as coisas melhorariam para mim. Achei que iria finalmente encontrar um rumo, mas o que fiz foi perde-lo completamente- sua voz começava a se alterar- E tudo por burrice minha, sabia que não devia confiar em você mas acabei me rendendo e me odeio exatamente por isso!

  Sua cabeça começava a doer, sentiu-se mal nos últimos dias  e tudo o que desejava era ter sua vida de volta. 

Mas que vida?

 Ela estava agoniada e aquilo também o agoniava, queria sim dar espaço e respeitar seu momento frágil, mas aquilo doía em si.

Ele se aproximou não aguentando mais toda aquela distancia e abraçou Nerine cuidadosamente, aspirando aquele cheiro tão peculiar, tão doce apesar da dona temperamental:

  -Você é a única que consegue tirar um enorme peso das minhas costas sem nem mesmo fazer nada, não podia arriscar e perder- ele apertou o abraço- Quando te vi naquele estado fiquei meio louco.

  -Me solte seu...

  -Não.

  -Está né sufocando!

  -Que seja, pelo menos  vai morrer em meus braços e não nos do ruivo idiota.

 Nerine lhe deu um soco no braço afastando-o de si:

  -O que quer de mim? Já não me envolveu o suficiente?

  -Pretendo te envolver ainda mais já que preciso de você em minha vida.

  -Pare de blefar.

  -Fico louco quando está longe e puto quando está magoada ou ferida.

 -A culpa é sua.

  -Por isso estou puto e pedindo desculpas ...De novo.

  Ela notou angustia no olhar e sinceridade nas palavras:

  -Seu amigo...- ele fez uma careta de desgosto ai dizer aquilo-  Já deve ter te dito a parte dele, então serei breve  com o que descobri. Até por que é um pé no saco- sentou ao lado dela onde Mark estava momentos antes- Lindsey deve ter falado que é irmã gêmea de Mary- ela assentiu chateada- Ela...causou um acidente no qual Mary ficou em estado grave. Queria tirar tudo dela e viu em meu pai e em minha relação com Mary uma chance de subir na vida aplicando seu golpe. Mandou que o matassem e achou uma forma de se passar por Mary  quando me mandou a mensagem. Ela mandou pelo número de Mary e eu acreditei sendo que ela já estava hospitalizada.

 Ele não estava muito a vontade falando daquilo e nem ela ouvindo:

 - Por quanto tempo eu dormi?

  -Quatro dias. Como perdeu sangue tive que tratá-la.

  -Por que não estou num hospital?

  -Você está viva sem ter ido em um. Chamei um médico particular conhecido meu.

Ela imaginou que ele não queria levantar suspeitas:

  -Lindsey brincou com sua cabeça, eu brinquei com seus sentimentos e odeio isso- ele fez uma pausa apenas para respirar frustrado- Não sabia que o desenrolar das coisas seria esse. Estou agoniado desde que soube que haviam te levado de mim, em seguida te ferem dessa forma. Não pude fazer nada. Fiquei puto.

  Ele sabia como lidar com ela, sabia como ninguém:

 -Ao entrar por essa porta e ver o maldito com você  quis espancá-lo até a morte... Mas sou tão errado quanto ele.

  -Mas sabia que ele estava aqui já que mora nesse lugar ué.

  -Dane-se. Ele estava perto demais.

 Ela riu após tanto tempo estando tensa:

  -Vou ser direto com você- ele a abraçou novamente de lado enquanto a olhava nos olhos. Ela tinha o rosto corado pela súbita aproximação: Essa porra toda serviu para me mostrar que preciso de você. Confesso que estava confuso e talvez com receio de me relacionar com alguém de novo. Agora tenho a certeza que quero você sempre comigo.

  -Você é um puto galanteador.

  -E você a praga da minha vida.

  -Esse é seu romantismo?

 Eriol pensou por um momento com sua habitual expressão neutra. Pousando a mão no rosto de Nerine ele prosseguiu:

  -Preste atenção que não vou repetir ok?- ele a puxou para si sussurrando algo em seu ouvido. Apesar do delicioso tom baixo ela pôde ouvir perfeitamente ‘’Amo você ’’.

 Ela riu o respondendo com um tom sexy e uma mordidinha no pescoço sentindo ele se arrepiar:

  -Infelizmente eu também, idiota.

  -Está me provocando? Isso é sacanagem já que não posso fazer nada com você nesse estado- ele disse emburrado.

  -É divertido.

  -Vai ser depois.

  A tensão havia se dissipado ali.

 

 

 

 



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