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História Rumo ao abismo Moonlight Lovers (Raphael) - Hortênsias Azuis


Escrita por: Ritasilva2005

Notas do Autor


Oi amores, me empolguei demais neste capítulo😂
Boa leitura♥

Capítulo 16 - Hortênsias Azuis


Fanfic / Fanfiction Rumo ao abismo Moonlight Lovers (Raphael) - Hortênsias Azuis

 

POV-Eloíse

(Ontem a noite, meu cérebro terminou de pifar. Sim...eu estou quase acreditando nas histórias que me contaram. Eu sei!É idiotice minha. Mas qual a outra explicação?...talvez eu possa estar alucinando, ou em coma, sei lá. Mas talvez...possa ser verdade...)

Eloíse- Larga de ser idiota! larga de ser idiota!

- Queria me recusar a acreditar naquela palhaçada, mas eu já não conseguia distinguir a realidade da fantasia.

(Argh! Vou fazer compras que eu ganho mais!)

- Mesmo com a barriga vazia eu teria que sair, porque se não ficaria com a barriga vazia por muito mais tempo.
No celular, indicavam ser mais de 14:20. Ou seja, os mercados já estariam abertos.

(Estou sem gasolina e terei que ir a pé.
Então, tenho que avisar alguém daqui, caso eu ache algum mercado que faça entregas...)

_^_

- Depois de me arrumar, peguei meus documentos e coloquei na bolsa, junto com meu celular, e então sai do quarto para partir para minha jornada.

(Será que Ivan está acordado?)

- Pensei, indo em direção ao quarto do mesmo.

Toc,Toc!

Eloíse- Ivan, você está aí?

- Sem esperar por uma resposta, abri a porta e entrei. Fechando-a novamente.

Eloíse- Ivan?...

- Chamei, quando o vi encolhido no chão ao canto da parede.

Eloíse- Ivan, o quê aconteceu?

- Perguntei, preocupada.

Eloíse- Você está bem?

- Fui me aproximando devagar,
Enquanto ele se encolhia mais entre seus braços e pernas.

Ivan- Saia daqui! Vá embora!

- Disse com a voz rouca, levantando a cabeça por cima do ombro, para me olhar. Neste momento percebi as lágrimas, e em baixo delas, o olho roxo.

Eloíse- Ah Meu Deus! Ivan!

- Exclamei, jogando a bolsa na cama, e indo rapidamente até o garoto.

Ivan- Você tem que ir embora! Anda!

- Gritou, me fazendo recuar por um segundo. Mas logo, quando percebi o medo em seus olhos, me agachei junto a ele, colocando minha mão em seus cabelos para acaricia-los.

Eloíse- Ivan...me diga o quê aconteceu...

- Ainda sentindo seus fios loiros escurregarem entre meus dedos, o Abrecei. Percebendo sua respiração a voltar ao ritmo certo.

Eloíse- Está tudo bem...eu estou aqui...

- Minha intenção de deixá-lo mais calmo começou a falhar, quando seu choro se fez presente novamente.

Ivan- Mas não era para estar.

- Arregalei os olhos, surpresa.

Eloíse- Porquê Ivan? Quem fez isso com você?

- Perguntei confusa, me afastando para olhá-lo.

Ivan- Não importa! O que importa é que você tem que sair do meu quarto!

- Disse, se levantando e esfregando o rosto.

Eloíse- Foi o Ethan?

- Perguntei, vendo-o negar com a cabeça.

Eloíse- Ivan, se você não me contar, fica difícil de eu poder te ajudar!

- Ele foi até a porta e a abriu.

Ivan- Eu não quero, e não preciso da sua ajuda.

(Mas?...Argh!)

- Peguei minha bolsa em cima da cama, e saí, decepcionada por ter sido expulsa do quarto de Ivan e furiosa
pelo mesmo ato.

(É isso que se ganha por tentar ser legal com os outros!)

_^_

- O sol brilhava entre as árvores, como a luz natural que ele era. Estava fraco, mas ainda sim irradiando toda aquela claridade. Dei uma cegueira repentina e temporária, quando ainda andando, olhei para cima e em um pequeno espaço, os galhos das árvores quase não se encontravam para abafar a luminosidade .

- Apressei meus passos animada,
Quando avistei a saída da floresta.
Mas depois de 10 minutos caminhando, o tédio e a preguiça tomaram conta de meu corpo.

(Boa idéia sua retardada! Poderia ter chamado um táxi, mas não! Preferiu fazer uma caminhadinha em pleno ás 15:00 da tarde, não é?!)

- Como se Deus estivesse ouvido minhas preces, escutei logo atrás de mim, o barulho de um carro. Não hexitei em acenar com a mão para que ele parasse. Quando ele freou ao meu lado, o cheiro de gasolina me invadiu. E eu apreciei-a por um breve segundo, em antes de ver o motorista abaixar o vídro da janela.

Eloíse- Boa tarde.

- Falei, tentando observar melhor
Quem estava ao volante.

???- Boa tarde, senhorita. Quer uma carona? É uma longa caminhada para ir a pé, e sozinha...

- Sua voz estranhamente calma, me deu arrepios após dizer esta frase.
Mas em resposta, eu sorri. E então ele abriu a porta do banco vago, me convidando a entrar, o que fiz com maior prazer.

???- Para a onde a senhorita está indo?

- Perguntou, me dando um olhar passageiro.

Eloíse- Ao centro da cidade, fazer compras.

- Respondi.

???- Você mora por aqui?

- A minha vontade foi de falar que era de Nárnia, e perguntar se ele não estava vendo. Mas, como a boa menina prendada que sou, guardei minha resposta malcriada para mim.

Eloíse- Obviamente.

- Soltei, escutando um riso quase que diabólico, de seus lábios.

Eloíse- E você? Mora por aqui?

- Seus dedos pularam no volante em antes de se virar para mim.

???- Sim.

- Disse, simplesmente.

Eloíse- Posso abrir a janela?

- Perguntei, ganhando um aceno de cabeça. Coloquei a mão fora da janela,
sentindo o sol pinicá-la de leve,
Mas com mais força do que antes.

Eloíse- Parece que o dia está começando a esquentar.

- Falei, o olhando.

???- Por pouco tempo. Logo, logo, as nuvens tamparão o céu. E trarão com elas, sua milagrosa tempestade...

- Disse, me dando um sorriso aparentemente cínico, que me fez enrijecer.

(Acho que não foi uma boa idéia ter entrado no carro de um estranho...)

???- Você mora em Seattle há muito tempo?

- Perguntou, com os olhos fixos na estrada novamente.

Eloíse- Não. Na verdade, faz pouco tempo que me mudei para cá.

- Considerei seu silêncio como por entendido.

Eloíse- E você? Está há muito tempo por aqui?

- Observei-o parecer procurar por uma resposta.

???- Já estive aqui várias vezes. Mas nunca foi fixo.

- Mesmo sem ter feito nada. Ele me dava uma sensação ruim. Como se fosse uma ameaça.
- Senti a tensão deixar meu corpo, e fiquei mais confortável, quando as primeiras pessoas e lojas no centro, começaram a aparecer.

???- A onde quer que eu a deixe, senhorita?

- Perguntou, diminuindo a velocidade do carro.

Eloíse- Em qualquer calçada. Eu ainda não sei ao certo onde vou.

- Quando ele parou o carro, eu sai silenciosamente, e parei o observando pela janela.

(Agora é só agradecer a ele pela carona, e a Deus, por ter me enviado uma pessoa quase normal, ao invés um psicopata que me mataria em antes de chegarmos ao meu destino...)

Eloíse- A propósito, nem nos apresentamos, eu sou Eloíse.

- Ele ligou o motor, e me olhou de lado, de dentro do carro.

???- Creio que não nos veremos novamente tão cedo. Mas prazer, eu sou Neil.

- Um sorriso de canto se fez presente.
E tive um Dejávu momentâneo.

Eloíse- Muito prazer, Neil...

Neil- Digo o Mesmo, senhorita Eloíse.

- Fiquei imóvel, observando-o ir embora, e sentia que ele também me observava pelo retrovisor. Quando o carro desapareceu entre os outros,
Meu cérebro voltou a funcionar, e eu percebi que estava parada em plena multidão, olhando para o nada e passando vergonha.

Eloíse- Crap Shit!

- Murmurei, olhando em volta.
Quando comecei a dar os primeiros passos para mover-me, senti uma dor forte e aguda no meu estômago.

(Droga!)

- Mesmo com meu corpo pedindo suplementos, voltei a caminhar.

(Tenho que decidir onde vou. Não posso ficar andando por aí sem rumo!)

- Parei em frente uma floricultura
quando uma planta chamou minha atenção.

(Nossa...que azul lindo...)

- Coloquei a mão nas pequenas pétalas, admirando.

???- São Hortências.

- Uma voz masculina falou ao meu lado. Quando me virei estava ele, com um sorriso estampado no rosto.

(Hm, típico de vendedores.)

- Fiquei por um tempo o observando em antes de falar.

Eloíse- São lindas...

- Disse, me virando para as flores.

???- Sim. E ficam mais lindas em um jardim.

- Ele disse. As observando também.

Eloíse- Provavelmente. Não tenho como pegá-las agora. Talvez mais tarde eu passe aqui.

- Falei.

???- Tudo bem então. Ah, e procure por Max, se for outra pessoa atendendo.

(Max...)

Eloíse- Creio que seja você, não?

- Falei, deixando um pequeno sorriso escapar.

Max- É...sou eu sim.

- Afirmou, sorrindo de canto.
A dor no meu estômago ficou mais forte, e coloquei a mão em cima do mesmo, fazendo uma careta. Quando vi que ele tinha percebido, tentei disfarçar com um sorriso, que não fora nada convincente.

Max- Você está bem?!

- Perguntou, franzino o cenho.

Eloíse- Estou. Só preciso comer alguma coisa. Sabe de algum café bom por aqui?

Max- Sei de um ótimo! Ele é logo na segunda esquina dessa rua. Um pouco ali para cima. Quer que eu te acompanhe?

- Disse, tirando o avental.

Eloíse- Não, não, não, não!Não precisa!

- Não era que eu estava o rejeitando.
Era só que eu não queria criar laços com mais ninguém. - A não ser que o laço fosse para amarrar meus braços.

Eloíse- Muito obrigada! Mas eu sei me virar sozinha. Não quero te atrapalhar. Vou fazer de tudo para conseguir passar aqui na volta. Até logo!

_^_

- Agora, o sol parecia me torturar. Não sei se era porquê tinha acostumado com o frio há quatro dias aqui, ou porquê, eu não aguentava mais andar.
E provavelmente era a segunda opção, porque a temperatura não estava tão alta assim, afinal, era Seattle.

???- Ohw, I'm sorry!

- Disse uma garota, quando esbarrou em mim. Foi então que percebi que ela estava entrando em uma cafeteria.
A cafeteria que eu estava procurando.
Olhei para os lados, para ter certeza de que era aquela, e logo, já estava sentada, esperando a garçonete que parecia ocupada, vir me atender.

"Eu preciso falar com você! Pensei que estivesse aqui."

"O quê? Está em horário de almoço?Agora?"

- A menina que há pouco esbarrara em mim, falava no celular, frente á minha mesa. Ela parecia agoniada e com urgência.

"VOCÊ NÃO ESTÁ ENTENDENDO!EU PRECISO DE VOCÊ!!"

- Rapidamente suas bochechas coraram, quando percebeu que todos os olhares da cafeteria se voltaram para ela.

(Uau, que cena...)

- Ela me deu um breve olhar, com um pequeno sorriso tímido, e então o desviou.

(Pobrezinha...deve estar morrendo de vergonha...)

- Me levantei para ir em direção a garota, mas parei quando a garçonete chegou até ela primeiro.

"Pare de fazer escândalo!Quer chamar atenção do público? lamento informar. Mas este não é o lugar certo!"

"Eu só preciso falar com minha irmã..."

"Se quer falar com sua irmã, espere o horário certo!E se quiser sentar aí, bem. Se não quiser, a porta está ali!"

"Mas..."

"Mas o quê?Eu estou muito ocupada, não vê?"

"Eu sei. Só que ela não pod-"

"Não!Ela não pode!"

- A menina abaixou o olhar para encarar o chão.

"Agora se quiser esperar, espere. Só não me atrapalhe. Se não terei que expulsá-la daqui!"

- Depois do sermão, eu vi que as lágrimas queriam cair. Mas ela estava segurando-as, com toda força.

(Se fosse eu, teria mandado ela se fuder!)

- A menina começou a dar passos na minha direção. E endireitei minha postura, para ficar apresentável.

???- Oi...

- Pensei que ela iria parar, e se sentar comigo. Só que depois de seu doce "oi", ela passou ao meu lado para sair. Mas antes que ela pudesse chegar até a porta, a puxei pelo pulso.

Eloíse- Porquê você não fica, e espera?

- Seus olhos totalmente azuis, se arregalaram. Por um momento, ela me lembrou de Lolô. Seus olhos emanavam calma como os dela. Seu sorriso tímido, era tão fofo quanto o da minha menina. Ela parecia uma garotinha indefesa de dez anos.
Ela parecia...inocente...

???- A-ah...eu...

- Sorri, tentando amenizar o calor da situação.

???- Tudo bem, eu fico.

- Ela disse, puxando a cadeira para se sentar. Fiz o mesmo.

Eloíse- Eu sou Eloíse, mas pode me chamar de Elô ou Íse, se preferir.

- Falei, a cumprimentando.

???- Ashley, Mas meus amigos me chamam de Ash. Fica avontade se quiser me chamar assim também.

Eloíse- Ashley. Nome bonito.

- Sorri.

Ashley- Obrigada!

- Rapidamente seus olhos se viraram para o balcão. E vi a garçonete sussurrar algo no ouvido de uma mulher que acabara de entrar atrás dela. Enquanto a garçonete ainda falava algo a garota, a mesma, vestia apressadamente seu avental. Me fazendo concluir que ela também seria uma garçonete. Olhei brevemente para Ash que ainda a encarava, e quando voltei a olhar para o balcão, a garçonete que acabara de chegar, vinha na minha direção com uma caderneta e um caneta nas mãos.

???- Boa tarde. O quê vai querer?

- Me perguntou, Mas olhando para Ash, que a chamava com os olhos.

Eloíse- Milk shake e batatas fritas, por favor.

- Ash cutucou de leve a costela da garçonete.

???- Agora não Ash!

- Repreendeu-a num susurro. Disfarcei que estava olhando, quando ela se virou para mim.

Eloíse- Vai querer alguma coisa Ashley?

Ashley- A-ah...Não, obrigada.

Eloíse- Tudo bem então. Só isso mesmo.

- Ela acenou com a cabeça.

???- Dentre alguns minutos eu chego com seu pedido.

- Disse, me dando um sorriso e retirando-se.

(Estou sem assunto, e ela também parece que está. O que digo para acabar com esse clima ruim?...)

Eloíse- Vocês...se conhecem?

Ashley- Ela é minha irmã.

- Arregalei os olhos surpresa. Ambas eram loiras, porém não tinham semelhança alguma.

(Verdade que ela disse para a outra garçonete que ela queria falar com "A irmã dela")

Eloíse- Ohw...legal! Vocês são lindas!

- Ela sorriu, desviando o olhar, com as bochechas vermelhas.

Ashley- O que você gosta de fazer Eloíse?

(Hm, boa pergunta...)

Eloíse- Eu gosto de pintar...escutar música, ler, fotografar, dançar,
caminhar. Sabe? De tudo um pouco. E Você?

Ashley- Bom, eu também gosto de ler e fotografar. Não faço muitas coisas.

Eloíse- Entendi.

???- Aqui está o seu pedido!

- Disse a garçonete que me atendera antes, quando chegou a minha mesa.

Eloíse- Obrigada!

- Já não aguentando mais a fome que estava me matando aos poucos, devorei sem dó, as pequenas batatas fritas que me pareciam as mais gostosas do mundo.

Ashley- Você parece com fome.

- Falou, deixando um riso escapar. Sem me constranger, devolvi o sorriso a ela.

Eloíse- Você nem imagina.

_^_

- Ashley me pareceu uma menina legal, ela até me passou seu número e endereço, para que eu pudesse procurá-la se quisesse. Ela só era um pouco tímida.

(O tempo está passando. Eu não quero chegar tarde em casa...)

- O mercado não estava lotado, e eu agradecia mentalmente por isso. Eu passava pelas prateleiras jogando tudo que queria no carrinho. Sem me importar se daria conta de tudo em antes que estragassem nos armários.

Eloíse- Nossa, está tão alto...

- Susurrei baixo, tentando pegar o pacote de bolacha.

???- Deixa que eu te ajudo.

- Vestido com o uniforme de trabalho, um rapaz apareceu ao meu lado. Como ele tinha altura o suficiente, alcançou facilmente o pacote de bolacha na prateleira.

Eloíse- Obrigada!

- Agradeci, ganhando um sorriso em troca. Ele me entregou o pacote e voltou ao seu afazer, e eu continuei a andar entre as prateleiras. Rodeei o mercado por algum tempo, até ficar satisfeita com tudo que tinha no carrinho.

Eloíse- Se a porta estiver fechada, é só chamar.

- Disse ao atendente. Foi fácil resolver o problema de como faria para as compras chegarem até minha casa. O mercado não era um dos maiores, mas fazia entregas. O que salvou meu dia. Sai feliz do mercado por isso.

???- Desculpe! Me desculpe moça! Eu não queria...

- Quando vi, já era tarde demais. A minha blusa totalmente branca, estava agora inteiramente molhada, abaixo de meu peito.

Eloíse- Droga!

???- Por favor! Me desculpe! Eu não te vi, você apareceu de repente e-

Eloíse- Tá, Tá! Tudo bem! É só água.

- Ainda na frente do mercado, algumas pessoas passavam olhando,
presenciando a cena, como se nunca tivessem visto um acidente banal antes. E com o copo vazio em umas das mãos e outra ocupada com uma sacola de lixo, o funcionário que me ajudara há pouco, fazia uma careta de culpado.

???- Eu não queria mesmo, me desculpe...

Eloíse- Já disse que está tudo bem!

- Falei, séria. Enquanto ele me encarava sem saber o que fazer, eu passava a mão inutilmente em cima do pano úmido.

???- Posso te ajudar de alguma forma?...

- Perguntou, olhando para minha blusa.

Eloíse- Sim. Calando a boca e me deixando em paz.

- Lhe dei um olhar furioso. E finalmente ele se calou. Sorri agradecida e o deixei lá parado, sentindo seu olhar me seguindo pelas costas.

_^_

- Depois de comprar a gasolina, eu voltava tranquilamente pelo mesmo caminho. A caminhada agora parecia me fazer bem, barriga cheia e problemas resolvidos. As nuvens tampavam o sol, me dando mais ânimo para voltar a pé para casa. Eu estava realmente muito parada nesses últimos dias, já não corria, nem pintava. A minha menina me fazia falta, e eu não sabia o que fazer. A faculdade ainda demoraria algum tempo para iniciar, então eu passaria muito tempo atoa na mansão, aproveitando a vida com meus novos colegas. Contar para Lolô sobre isso?
O quê eu iria dizer? "A amiga, tem vampiros na sua casa, e eu vivo amigavelmente com eles".
Certeza que ela me faria aumentar a dose dos remédios de novo. - o que eu certamente não queria.

???- Ohw, olha! Você realmente voltou.

- Disse o vendedor da floricultura quando me viu.

Eloíse- Pensou que eu fosse tipo uma daquelas mães "Na volta a gente compra"?

- Sorri.

Max- O quê aconteceu com sua blusa?

Eloíse- Ah, me deu vontade de tomar banho no caminho.

- Revirei os olhos, e ele sorriu.

Max- É sério! O quê aconteceu?

(Curioso, não?...bem, não posso julgar, também sou.)

Eloíse- Um babaca derramou água em mim.

Max- Ohw, nossa! Que desastre!

Eloíse- Pois é! E eu tive que andar assim desse jeito, com a blusa toda molhada! Argh!

- Fiz careta.

Max- Que triste. É como se tivesse levado um tiro. Sinto muito por você.

- Falou, dando um meio sorriso irônico. Revirei os olhos tentando ignorar.

Eloíse- As flores.

- Lembrei.

Max- Ah, verdade! É para presente ou para plantar?

Eloíse- Plantar.

(Sei que daqui uns dias ela vai está morta, porque eu esqueço até de beber água, até parece que vou lembrar de regá-la...)

- Max pegou a planta e me entregou.

Max- Você vai conseguir levar esse galão de gasolina e o vaso de plantas?

- Perguntou.

Eloíse- Bem, eu tenho dois braços, então acho que sim.

- Falei, óbvia.

Eloíse- Quais são as dicas para cuidado? Sou inexperiente nisso.

Max- Como você vai plantar no jardim, tenta colocar em um local que apanha sol de manhã e sombra à tarde.

Eloíse- Ok, obrigada!

- Sorri, me retirando. O olhei e ele acenou com a cabeça em resposta.
Quando tomei uma certa distância, ele ainda me olhava como se tivesse esquecido alguma coisa.

Max- VOCÊ NÃO ME DISSE O SEU NOME!

- Gritou. Me fazendo revirar os olhos.

Eloíse- DONA JOSEFA!

- Sorri, enquanto ele fazia o mesmo, mas com a sombrancelha franzida.

_^_

(Eu só quero chegar em casa e me deitar, depois de um belo banho!)

- Eu diria que já estava quase chegando, mas ainda não tinha gravado o caminho direito na cabeça.
Observando a planta em minha mão, entediada, peguei meu celular na bolsa.

(Talvez uma música melhore.)

- Eu sempre gostei de um tempo fresco, não imaginei que hoje a tarde seria assim, pois a claridade do sol emanava por toda parte mais cedo, e agora estava eu, aproveitando a brisa.

(O QUÊ?! DOIS POR CENTO?! )

- Me frustei quando lembrei que em nenhum momento eu tive a capacidade de enfiar o carregador no celular. Mas na situação a brisa do vento me deixava mais feliz, pelo menos foi o que eu pensei, até sentir a primeira gota d'água cair sobre meu braço, o qual eu levava a planta calmamente, até o momento.

(Droga! Não! Não! Não pode ser!
É mentira! Por Deus! OH MEU DEUS!
me diga que és mentira por favor!)

- Como resposta, mais gotas de água começaram a cair do céu para me comprovar que era verdade, e que eu tomaria um belo banho de chuva.

(Tá de brincadeira?! Mas é um inferno mesmo!)

- Rapidamente guardei meu celular dentro da sacola junto com meus documentos e o coloquei na bolsa.
Comecei a correr, não tão rápido, mas o suficiente para dizer que estava tentando fugir de alguma coisa, e qualquer um que me visse saberia que era da chuva.

(Nem para aparecer aquele homem da carona de novo! Aquele hom-
Aquele homem ... o safado me disse que iria chover! Macumbeiro do caralho!)

- Comecei a correr mais rápido quando a chuva começou a engrossar.
Me veio uma pontada de felicidade quando adentrei no caminho para a floresta. Tudo parecia sombrio, a tarde era quase noite, e isso justificava a escuridão entre as árvores, mas o tempo chuvoso deixava tudo mais horrendo, e por mais sombrio que parecesse, eu gostava. Os insetos e animais deveriam estar escondidos em suas tocas, como qualquer tolo faria. Menos eu, porquê a idiota aqui preferia fazer uma caminhadinha com o tempo fechado, do que pagar um táxi ou um uber.

(Ohw merda!)

- A planta que antes eu tinha em mãos, estava agora a alguma distância de mim. Junto com o galão cheio de gasolina. Tropeçar no próprio pé? - Prazer, essa sou eu.
Se eu estava reclamando da minha blusa molhada mais cedo, não sei do que poderia reclamar agora. Terra e água são uma ótima mistura.

Eloíse- As minhas hortênsias!

- Depois de observar a blusa suja, me rastejei até a planta e a peguei. Fazendo o mesmo para pegar o galão. Quando levantei, já cansada de correr, voltei a caminhar, mas agora dando passos largos. A chuva estava sendo cruel, e eu parecia uma presa abatida que desistia de tentar aos poucos. Era engraçado fazer essa comparação, pois a situação que eu me encontrava não tinha nada haver com uma presa abatida, no caso, literalmente. Mas se parasse bem para pensar, a chuva me pegou de surpresa, enquanto eu estava desprevenida, eu tentei fugir, mas já era tarde demais e agora eu poderia pegar um resfriado daqueles. Isso era uma das poucas coisas que eu tinha certeza, pois eu sempre tive a imunidade muito baixa.

Eloíse- Diabos! Tem como pio-

- Dei um pulo quando um raio caiu próximo ao local onde eu estava. O estrondo foi tão alto que agarrei forte na alça do galão, mas acabei me
desiquilibrando e de novo me vi na lama. A minha planta parecia não querer ser minha, será que ela sabia que eu seria uma péssima mãe?

Eloíse- Pare de fugir de mim, por favor! Você vai ser machucar plantinha!

- Fiz beicinho voltando a me rastejar para pegá-la. A pobre planta tinha sido jogada á uns 4 passos atrás de mim, ela estava agora ao lado de uma árvore, e milagrasomente intacta, eu só teria que repor toda a terra dentro dela que já não estava seca, o que não faria diferença pois ela iria para o jardim.

Eloíse- Ah!

- Pulei de volta para trás quando uma cobra mediana apareceu ao lado de minha plantinha. Não me movi, fiquei sentada com a bunda no chão encarando a cobra. Quando fui me mexer para me levantar senti uma consistência estranha de baixo da minha mão.

Eloíse- Merda! Isso é ... merda!

(Porquê estou sendo punida?! Porquê?!)

- Com todo cuidado me levantei calmamente, sempre olhando para a cobra. Enojada, passei a mão suja de merda em uma árvore próxima.
Mas parei quando lembrei que meu foco ali era minha planta. Peguei um graveto qualquer e comecei a puxar o vasinho, quando achei uma distância apropriada, sem pensar, peguei minha preciosa planta e comecei a correr, sem olhar para trás. Senti que ela poderia estar me seguindo, e não descartava a possibilidade dela virar uma anaconda e me engolir, do jeito que eu estava com sorte hoje.

Eloise- Argh! Porquê você já está dando tanto trabalho? Será que foi uma boa idéia?!

- Pigarreei olhando a planta. Eu estava em um estado deplorável, eu estava suja, minha bolsa estava suja, meus sapatos e meu cabelo então, não aguentava mais a agonia. Eu poderia vomitar a qualquer momento, mas me recusava que fosse ali, debaixo daquele temporal, e parecendo um porco do mato, quer dizer, até um porco do mato estava melhor do que eu. Meus passos de derrotas diminuíram, a desanimação me tomou por completo. Agora, eu caminhava lentamente, observando as gotas d'água deixarem as pétalas azuis.

(É tão lindo...)

- Pensei, arregalando os olhos quando elas começaram a cair mais fortes do que já estavam. Por mais que eu tentasse protegê-la, sempre vinha algum obstáculo. As gotas fortes caiam dentro do vaso onde a planta estava, e o enchia até transbordar,
Não deixava de ser bonito, mas me dava uma dó de saber que ela morreria sem ao menos ter ido para um jardim...

(Como eu, ela parece tão azarada...)

- Quando olhei para frente, ao longe avistei a mansão, pensei em voltar a correr ou andar mais rápido, mas já não adiantaria, tudo estava uma catástrofe, então continuei a dar pequenos passos. No meio de uma tempestade estava eu, refletindo e caminhando lentamente, como se nada mais pudesse me abalar.
Seis pessoas, agora sete, morando em uma casa só, era de se esperar então que o portão ficasse aberto.
Como se sentissem minha presença, assim que cheguei a frente da porta, ela se abriu. E segurando a maçaneta, estava Vladimir, que me olhava com as sobrancelhas franzidas, já eu com uma planta e um galão de gasolina, em mãos, o olhava também, com indiferença. Como se fossem ímã um para o outro, logo estavam todos ali, observando-me com curiosidade, exceto Raphael devido sua situação. Só que o mesmo, parecia saber que alguma coisa não estava certa, mas não sabia o que era, até eu dar um passo a mais para dentro na porta do Hall, quando mesmo que de relance, vi ele fazer uma careta sentindo um odor diferentemente ruim.

Ethan- Confesso que te acho gostosa, MAS VOCÊ ESTÁ FEDENDO A MERDA!

- Zombou, me deixando irritada. Peguei a planta em minha mão e a taquei no chão com os nervos à flor da pele.

Eloíse- PORRA DE PLANTA!

- Vladimir deu um pequeno pulo para não sujar seus sapatos. Como uma criança de cinco anos, saí pisando em direção ao meu quarto no segundo andar.

Ethan- NÃO SUJA A CASA DE BOSTA!

- Gritou, me fazendo mandar o dedo do meio.

(Droga de garoto!)

- Entrei no meu quarto, e respirei fundo agradecendo. Os raios caiam não muito distante da mansão, e os trovões os acompanhavam. Eu estava inerte os observando pela janela, lembrando que as tempestades só são seguras quando estamos dentro de casa.

Toc, toc!

- Uma batida soou na porta, me fazendo virar para verificá-la, mas nem precisei andar até a mesma, a maçaneta se mexeu, então continuei parada esperando que a pessoa a abrisse.

Raphael- Senhorita? Posso entrar?

(É o Raphael...o que será que ele quer?)

Raphael- Senhorita?

Eloíse- Entra! Tanto faz...

- A porta se abriu revelando o homem alto de venda.

Raphael- Senhorita o quê houve? Está tudo bem? Precisa de ajuda?

- Disparou, me deixando confusa com tamanha preocupação.

Eloíse- Não aconteceu nada. Eu estou bem, e dispenso ajuda. Mas obrigada por se preocupar...

Raphael- Tem certeza de que a senhorita não precisa de nada mes-

Eloíse- TENHO!

- Raphael se calou e continuo parado.

(Argh! Não gosto de gritar com ele...
Raphael é tão gentil e eu sou muito rude. Tenho que ser mais legal...)

- Puxei minha blusa pra cima e a joguei no chão, ficando nua na parte de cima. Depois comecei a desabotoar a calça para decê-la, mas parei no meio do caminho quando fui interrompida.

Raphael- O quê está fazendo?

- Perguntou, confuso.

Eloíse- Tirando a roupa.

- Seus olhos se arregalaram em baixo da faixa.

Raphael- Para quê?...

Eloíse- Para tomar banho! Pra quê mais seria?!

- Falei, revirando os olhos inutilmente.

Raphael- A senhorita poderia ter me avisado para sair!

Eloíse- Por quê?! Não faz diferença.

- Disse seca, vendo suas sombrancelhas se abaixarem e seu corpo ficar rígido.

Raphael- Se a minha presença não faz diferença para a senhorita, poderia ter me avisado antes também, que eu não a incomodaria, então peço desculpas! Agora que já sei, me dê licença.

- Ele se dirigiu até a porta e sem hesitar a abriu, saindo logo em seguida. Com a calça ainda no meio das pernas tentei correr para alcança-lo em antes que ele se afastasse muito.

Eloíse- Raphael eu não quis dizer isso, eu-

Raphael- Ah sim, eu entendo! Desejo uma boa noite para a senhorita!

(O quê? Que ridículo!)

Eloíse- Argh! Se foda cara!

- Ele me ignorou e continuou a andar, então voltei para meu quarto, e depois de tirar toda a roupa me enrolei na toalha e fui para o banheiro. Como o meu dia tinha sido corrido, concluí que eu merecia me aconchegar na banheira pelo menos desta vez.

(Cara idiota... eu não quis onfendê-lo.
Eu até gosto da venda... ele fica bonitinho com ou sem ela, mesmo que eu ainda não tenha visto...)

- Me remexi na banheira pensando.

(Não sei porquê ele saiu tão revoltado daquele jeito... Mas foda-se, quem liga?...)

- Peguei a esponja e comecei a esfregar meu corpo com delicadeza.

(Eu ligo...)

- Suspirei.

(A minha relação com as pessoas mudou. Antes de toda a tragédia acontecer, por mais que eu fosse uma garota deprimida, eu era uma garota deprimida e simpática, que ainda conseguia colocar um sorriso no rosto pelo menos para disfarçar. Hoje, a escuridão me tomou, eu só tenho a Lolô de amiga e ainda assim, não consigo ser simpática sempre, e nem tão aberta como eu era com minhas melhores amigas. Não que eu não a ame, e sim que ficou difícil, eu não quero dar falsas esperanças para ela de que eu vou ficar nesse mundo por muito tempo. Eu não quero que ela sofra tanto depois que eu for embora...)

Eloíse- Talvez eu tenha sido muito insensível... é melhor eu ir pedir desculpas.

- Falei baixo para mim mesma, lembrando das palavras que disse a Raphael. Terminei meu banho e fui me trocar. Depois de vestir uma roupa de dormir qualquer, comecei andar lentamente pelo corredor para ir ao quarto de Raphael. Pensando no que iria falar, quando cheguei a porta de seu quarto meus pelos se arrepiaram.

Eloíse- Raphael?... Eu posso entrar?

- Perguntei. Eu sabia que ele tinha escutado do outro lado da porta, entretanto, não houve nenhuma resposta, apenas um silêncio profundo, até eu escutar passos calmos. Era ele...

Raphael- O quê a senhorita quer?

- Disse, assim que abriu a porta.

Eloíse- Pedir desculpas...

- Ele engoliu em seco.

Raphael- Pois bem, entre.

- Falou abrindo mais a porta para que eu passasse, assim eu fiz. E comecei a segui-lo pelo seu quarto.

Eloíse- Estou desculpada?

Raphael- Não. A senhorita ainda não pediu.

Eloíse- Mas? Eu acabei de falar ali na porta!

Raphael- Não, a senhorita disse que queria pedir, mas não pediu.

(Argh! Mimado!)

Eloíse- Senhor Raphael! Aceita minhas sinceras desculpas?!

Raphael- Porquê está falando nesse tom de voz?

Eloíse- O quê?! Eu não...argh!

- Revirei os olhos, vendo um sorriso bobo em seu rosto.

Eloíse- Você me desculpa, Raphael?...

Raphael- Pelo o quê exatamente?

Eloíse- Você sabe, por eu... eu...

Raphael- Tudo bem. É um assunto delicado, eu entendo que você não saiba se expressar.

Eloíse- Mas eu não quis te ofender!

Raphael- Mas ofendeu. A minha pessoa admira a educação, e não estou dizendo que você não tenha. Mas trocar de roupa na minha frente, mesmo que eu não veja, é falta de civilidade.

(Nossa... é verdade que eu não deveria ter falado daquele jeito, fui muito mal educada... mas poxa, agora estou tão envergonhada pelo meu ato... nunca mais olho na cara dele.)

Raphael- Senhorita?

Eloíse- Hum?

Raphael- Quer se sentar?...

Eloíse- Não, eu já estou ind-

Raphael- Por favor! Eu aceitei suas desculpas, é o mínimo que a senhorita poderia fazer.

Eloíse- Está bem...

- Sem sua permissão fui até sua cama e me sentei, ele logo se sentou ao meu lado, mas ficou em silêncio.

Eloíse- E então?...

Raphael- Aquela planta... a senhorita gosta de plantas? Eu não sabia...

Eloíse- Não tinha como você saber, nós não nos falamos. Mas não sou fã das plantas, comprei aquela só por curiosidade.

Raphael- Curiosidade?

- Ele soltou um pequeno riso.

Raphael- Eu acho que não, a senhorita carregou aquela planta até aqui de baixo de chuva... deve ter gostado muito dela para isso.

Eloíse- No entanto ela estragou. Não escutou o vaso se quebrando no chão? Deve ter ficado despedaçada!

Raphael- Isso não muda o fato de que você foi carinhosa com ela até tal momento. Aquilo foi na hora da raiva.

Eloíse- Se uma pessoa é carinhosa comigo só até " Tal momento " logo eu a mandaria pastar! Isso não justifica.

Raphael- Não estamos falando de pessoas, e sim de plantas.

Eloíse- Não importa, elas também são seres vivos. E também não importa porque eu realmente não fazia questão daquela planta, foi só curiosidade em vê-la crescer, parecia linda...

- De novo um riso saiu de seus lábios.

Raphael- Se você diz...

(Nossa... hoje eu fui tão babaca... agora que me lembro... o menino que derramou água acidentalmente em mim, a planta que eu tentei proteger até aqui e... o Raphael... três babaquices cometidas em um dia só... estou parecendo ele... aquele idiota de merda que fudeu minha vida e a de todo mundo a sua volta! Aquele desgraçado! Eu não posso ser assim, não posso ter nenhum traço dele... já basta os olhos que não tem como arrancar! Argh! Eu me odeio tanto! Como eu pude ser tão idiota hoje?! Como eu?...eu?...)

Raphael- Perdoe-me ser tão intrometido, mas a senhorita é órfã desde sempre?

- Perguntou, calmo. Comecei a estalar meus dedos um a um, e senti meus olhos arderem, pisquei várias vezes para garantir que nenhuma lágrima caísse, e minha respiração se alterou. Eu sabia do que eu precisava agora, mas já estava escondendo de Lolô que não estava os tomando há algum tempo, e estava indo tudo mais ou menos bem... os remédios... eram tantos remédios...

Eloíse- Sim.

- Respondi, simplesmente. Sentindo o nervosismo aumentar mais ainda depois de sua inocente pergunta.

(Aquele desgraçado que fez isso comigo! Aquele merda! Porquê ele nunca vai embora? Porquê? Eu já fiz de tudo! Mas ele sempre está aqui! Na minha cabeça, me perturbando! Exatamente como ele fazia antes, exatamente como ele er- )

Raphael- Senhorita? Você está bem? Está inquieta...

- Olhei para baixo e percebi que além de ficar remexendo as mãos, eu batia o pé no chão com pressa. Eu sentia que estava prestes a surtar, e eu não podia fazer isso na frente de ninguém. Era só Lolô que me ajudava e eu não aceitaria nunca alguém tentar fazer como ela, até porque ninguém nunca seria como ela. Ela tem um jeito único de cuidar de mim. E os meu surtos eram sempre por causa da mesma coisa, do mesmo motivo: o passado.

Raphael- Senhorita? Senhorita, o quê está acontecendo? Precisa de ajuda? Quer um copo de água ?

Eloíse- Não, não, não! Eu já vou. Mas obrigada!

- Falei, me levantando com rapidez e indo para o corredor. Ele ficou sentado e quando olhei para trás, ele tinha as sobrancelhas franzidas, como se estivesse pensativo.

(Eu esqueço que tenho que agir como se nada tivesse acontecido, como se eu fosse normal e não tivesse problemas, como se meu psicológico não estivesse fudido. Eu esqueço que eu não posso deixar transparecer minha tristeza, esqueço que não posso lembrar do meu passado toda vez que alguém me dizer uma pergunta simples. Eu sou tão burra! E estranha e - )

Raphael- SENHORITA!

- Eu estava prestes a descer a pequena escada para o próximo corredor quando Raphael me gritou. Eu não disse nada, apenas me virei, e
encarei-o confusa.

Raphael- Eu sei que a senhorita está mentido.

- Disse, frio. Meu coração acelerou, minha respiração o seguindo. Eu queria correr, queria gritar, ou pular de uma ponte, mas não me movi, apenas continuei parada, ainda o encarando, esperando a onda de choque me atingir. Rapidamente um frio na barriga se apossou de mim, e todos os meus pelos pelos se arrepiaram. O choque me deixou sem nenhuma palavra a dizer, e minha cabeça virou uma confusão. Naquele exato momento eu não sabia o que fazer. Eu tinha medo de que se eu mexesse um músculo eu despencaria no chão. E eu não estava muito errada sobre isso, pois logo senti minhas pernas bambiarem, e minhas mãos começaram a tremer loucamente. Agora eu tinha certeza de que meu coração sairia pela boca. E não faltava muito tempo para isso.

 

 


Notas Finais


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