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História Ruptura - Planos e despedidas


Escrita por: makkachin

Capítulo 3 - Planos e despedidas


O primeiro mês de tratamento depois de tirar a bota foi difícil, para dizer o mínimo. Yuuri tinha fisioterapia três vezes por semana, e demorou um bom tempo para se acostumar a usar um skate de novo, pelo simples fato de que ele tinha que comprar botas novas e novas lâminas, além de ter que amaciar o conjunto em cima do gelo. Antes de se machucar ele já estava na hora de trocar de skates, por isso aproveitou esse momento para isso.

Ele apenas patinava voltas ao redor de Victor no gelo, enquanto o homem treinava quádruplos para um lado e pro outro. Yuuri tentava não se sentir mal por causa daquilo, pois a diferença entre ele e Victor era natural, e esperada, já que não tinha o que fazer a respeito do fato de que ele deveria tomar seu tempo para poder voltar a patinar da forma adequada.

O fisioterapeuta disse que ele não poderia voltar a saltar assim logo, por isso Yuuri apenas treinou as figuras--aqueles movimentos de patinação que visavam treinar o controle das lâminas. Que já era algo que Yuuri se dava bem, mas ele não poderia ganhar campeonatos sem saltar. Especialmente com a proposta de Victor em sua cabeça, de se casar apenas quando ele conseguisse a medalha de ouro na final do Grand Prix.

“Tudo bem, Yuuri?” Perguntou Yuuko quanto Yuuri parou por um momento no canto do rinque. Ele não estava exatamente cansado, seu condicionamento físico estava aos poucos retornando, mas seu corpo estava desacostumado a saltar, e ele conseguia sentir isso em suas pernas e no abdômen. Ele iria começar a saltar em alguns dias, e naquele momento ele tinha muita expectativa em relação a isso. Por outro lado, logo seria a primeira vez que Victor iria viajar internacionalmente depois de sua aposentadoria curta, para a primeira competição da sua temporada, o Troféu Nebelhorn, na Alemanha. E seria a primeira vez em que os dois ficariam separados por uns dias.

“Tudo sim.” Yuuri confirmou com a cabeça. Ele ficou a analisar Victor treinando a sua sequência de passos do programa curto, que era Eros. Não tinha dúvida que o homem sabia como despertar os sentimentos de desejo nas outras pessoas, pois mesmo de longe Yuuri conseguia ver a sensualidade de Victor.

O que o deixou um pouco indeciso em relação à sua própria sensualidade com aquele programa.

“Eu fiz uma lista de exercícios para você fazer no gelo, até pesquisei umas técnicas de adquirir os saltos. E eu não conversei com Victor ainda sobre isso, mas acho que seria interessante sugerir uma coisa, agora que você tem uma temporada de sobra.”

Com aquelas palavras, Yuuri virou para Yuuko, que tinha um olhar hesitoso. Como se ela estivesse escondendo alguma coisa dele.

“O que você acha que devemos fazer?” Ele pediu.

“Reaprender os saltos, Yuuri.” E quando ela disse aquilo, Yuuri estava pronto para protestar, pois ele já tinha sua técnica, tinha trabalhado forte com Victor na outra temporada para aprender novos saltos, e tinha sido cansativo e difícil, agora ele nem queria imaginar o que seria reaprender a saltar nessa idade, mas Yuuko levantou suas mãos para segurar ele. “Não é começar do zero, zero. Porém, como você vai ter que reaprender a saltar e tem o tempo dessa temporada livre, porque não corrigir sua técnica do começo? Garantir que esses saltos voltem pra você na melhor forma e com a melhor execução.” E ela chegou mais perto de Yuuri para sussurrar. “Se você quer ter uma chance de ganhar de Victor, você tem que usar tudo que puder a seu favor.”

Ele ficou por um momento em silêncio. Não tinha como acreditar em algo daquele jeito. Como ele iria conseguir ganhar de Victor, que já tinha todos os saltos difíceis que eram possíveis (menos o axel, pois ninguém até hoje tinha saltado com sucesso um quádruplo axel, que era o limite do corpo humano, e ninguém estava tentando também).

Yuuri nem estava saltando um axel simples no momento.

“Você acha que isso é algo que a gente deveria fazer? Não sou meio velho pra reaprender tudo de novo?” Ele perguntou, e só para colocar Yuuri em seu devido lugar, Victor saltou um quádruplo toe saindo de passos de dança perto dele no rinque, que era algo super difícil para qualquer patinador, muito mais para alguém que estava aprendendo tudo de novo.

“Não custa tentar. Mesmo que você só recupere os mesmos saltos que tinha, a gente pode tentar ir mais longe dessa forma. Acho que você não tem nada a perder com isso,” Yuuko disse.

Mas a verdade é que Yuuri já tinha perdido tanto, depois de uma temporada fantástica que ele não teve a chance de fechar com chave de ouro, agora as coisas estavam tudo do avesso. 

Ele olhou para Victor, que treinou uma combinação de saltos, e Yuuri ficou pensando consigo mesmo quando ele poderia chegar àquele nível. E então Victor virou seus olhos para ele, sorriso no rosto cansado e suado, e o coração de Yuuri se aqueceu no peito. 

Não tinha como não ser assim, ele devia muita a Victor, e mesmo que tenham sido tempos difíceis para se recuperar de tudo que aconteceu, em nenhum momento os dois encontraram dificuldades entre eles. Victor sempre esteve ao lado de Yuuri, sem pestanejar. Uma parte de Yuuri ficava com medo do que o futuro guardava para ele, pois as coisas pareciam tão simples antes e agora…

“Você continua caidinho por ele,” comentou Yuuko.

Yuuri nem confirmou, porque aquilo era a verdade. 

---

Na noite anterior à viagem de Victor eles tiveram um jantar em família, que não era nada diferente de todas as outras noites, pois a família Katsuki inteira estava à mesa, junto com Victor que não poderia ser considerado nada menos do que parte da família também.

“Tudo pronto para sua viagem, Victor?” Pediu a mãe de Yuuri, enquanto todos já comiam, servidos de arroz e legumes grelhados à gosto.

“Sim, sim. Amanhã meu transporte sai cedo para o aeroporto, e eu volto na semana que vem,” ele falou, sorrindo para a Senhora Katsuki.

“Nós vamos assistir você na TV,” ela disse.

“Está no catálogo da TV Asahi,” completou Mari, mas o vovô Katsuki já olhou para todos bem rapidamente ao falar da TV.

“E os jogos do Sagan Tosu?” Ele já estava pronto para tirar a manta de seu time de futebol do nada.

Todos riram, até Yuuri. 

“O jogo é no domingo, a competição termina no sábado, ainda,” disse Yuuri, e o vovô relaxou.

Ao seu lado, Victor colocou a mão na perna de Yuuri, apertando ele um pouco e depois soltando para voltar a comer, como se fosse sua forma de dizer que ele iria estar por aqui, mesmo estando longe. 

Victor iria de volta para o mundo do qual fazia parte, iria competir junto com todos os outros patinadores, viver em hotéis com eles, participar do banquete final da competição. Pela primeira vez desde que ficaram juntos, Yuuri tinha que admitir que sentia um pouco de ciúmes de Victor, até porque era a primeira vez que ele iria competir e Yuuri não estaria com ele. E de uma certa forma, mesmo não dizendo isso em palavras, Victor parecia saber dessa distância entre eles dois que só iria crescer.

Depois do jantar, os dois se recolheram. Ultimamente eles sempre passavam um tempo no quarto de Yuuri antes de Victor ir para seu próprio quarto, e naquela noite os dois foram até os aposentos de Yuuri. 

Sem avisar, Victor mal esperou fechar a porta para prender Yuuri contra a parede, literalmente. O que surpreendeu Yuuri.

Os corpos dos dois se colaram daquela forma que fazia a cabeça de Yuuri virar do avesso, e era tão bom ter Victor por perto, já que assim a cabeça de Yuuri conseguia esquecer de todo o resto do que acontecia. Os olhos deles se encontraram, e Yuuri ficou a se enxergar na visão de Victor, enquanto o homem abria seu sorriso lascivo.

“Eu quero poder levar o seu cheiro comigo, Yuuri,” disse Victor com sua voz baixinha, como se não quisesse que o mundo os escutasse.

Desde que quebrou a perna, a relação entre os dois estava um pouco mais apagada. Mas não por falta de amor, e sim porque a perna de Yuuri o incomodava, e Victor nunca empurrou Yuuri a fazer coisas que não quisesse, mas neste momento era fácil de sentir o desejo no ar, e na dureza do membro de Victor apertando contra o de Yuuri. 

O corpo de Yuuri começou a se aquecer, e ele fechou os olhos para que Victor pudesse o beijar. Aquele encontro dos lábios era como voltar para casa, e Yuuri só conseguia sentir o gosto de Victor e o seu se juntando enquanto as bocas tentavam dançar. As mãos de Victor desceram pelo corpo de Yuuri até segurar ele pela bunda, cada uma em um de seus glúteos, puxando ele ainda mais para onde Victor estava. O fogo dentro dele queimava mais forte, e o desejo que estava reprimido no passado agora aparecia como uma chama sem controle, e Yuuri apenas queria se deixar levar.

Num momento eles estavam na parede, e no próximo, Victor agarrou Yuuri e quase o jogou na cama. O bom de ter o quarto longe de quase todo mundo é que eles poderiam ter a sua privacidade ali, mas ainda assim, Yuuri não queria fazer muito barulho na chance de que a sua família estivesse os ouvindo.

Victor não tinha aquele mesmo pudor. Ele começou a tirar as suas roupas enquanto Yuuri só o admirava.

“Eu não vou poder fazer nada com você se continuar vestido,” comentou Victor quando ficou apenas com suas calças e sem camisa. Aquela piscadela que ele mandou para Yuuri foi o que fez ele se apressar e tirar as roupas ali mesmo na cama, sem jeito e todo desengonçado. Se estivesse tentando impressionar Victor com sua destreza, aquilo seria um desastre, mas os dois já sabiam como eram.

Quando enfim estavam desnudos, Yuuri tentando se cobrir um pouco porque se sentia envergonhado, mesmo que não tivesse motivos para isso, Victor veio por cima de Yuuri na cama, e os dois se encararam.

“Você é uma inspiração, Yuuri”, disse Victor, e não tinha como acreditar naquelas palavras, mas quando Victor o beijou de novo, Yuuri nem se importava se elas eram verdade ou mentira.

Ele só queria a boca de Victor, suas mãos e seu corpo, queria sentir os membros dos dois se enroscando, como eles estavam duros e pingando, sentir o cheiro de Victor com ele, e quando o homem colocou um dedo perto da entrada de Yuuri, sem pedir ou falar nada, ele gemeu baixinho, sentindo todo seu corpo em espasmos.

“Eu quero te comer todo, Yuuri,” sussurrou Victor, lambendo seu dedo mais uma vez antes de chegar em Yuuri, que só abriu as pernas e se deixou tocar. 

Ele não conseguia encarar Victor naquela posição, não tinha coragem de olhar ele nos olhos no momento, por isso Victor o virou de barriga para baixo, como em geral Yuuri preferia fazer amor. Victor nunca o questionou, mas Yuuri sempre foi bastante envergonhado com seu próprio corpo, e se tivesse aquele momento de privacidade para si, ele se sentiria melhor assim.

Quando estava de bruços, Yuuri empurrou sua bunda para cima, se prostrando completamente. Victor chegou ao lado da cama para procurar lubrificante e camisinhas. Ele tomou seu tempo para preparar os dedos, e só então adentrou Yuuri, que o deu as boas-vindas com um gemido mais alto dessa vez.

“Você sempre me recepciona tão bem,” disse Victor, enquanto seus dedos entravam e saíam de Yuuri, que sentia eles queimando lá dentro, mas já queria mais.

“Victor…” As palavras se tornavam elusivas em momentos como aquele, por isso Yuuri sempre se confiava a chamar apenas pelo nome de Victor e mais nada. Ele chamou por aquele nome quando Victor o penetrou com dois dedos e alcançou sua próstata, mas também chamou ele quando Victor o deixou na sede, tirando seus dedos dali.

Em seguida, Yuuri o chamou de novo quando Victor entrou de cabeça, aos poucos empurrando seu membro em Yuuri, que disse o nome de Victor mais uma vez assim que o homem enterrou-se por completo lá dentro, suspirando fundo.

Yuuri sentia Victor por inteiro, e mesmo sem ter coragem de olhar para ele, queria sentí-lo ali em volta. 

“Victor,” ele chamou mais uma vez, e então a tortura começou, porque Victor tirou seu membro e colocou de novo, as estocadas crescendo em força e velocidade. Ele enfiava sem medo, e Yuuri pregou seus olhos fechados porque apenas queria sentir. O suor de Victor em seu corpo, a respiração do homem em seu ouvido, os braços dele agarrando Yuuri com força enquanto penetrava profundamente, unindo os dois da forma mais pura.

O tempo perdia sentido com tudo aquilo, e Yuuri nem pensava em seu próprio prazer. Apenas o sentiu quando Victor agarrou o membro dele contra a cama, e masturbou Yuuri até gozar nos lençóis, e em seguida, enquanto Yuuri voava pelo ar, Victor gozou dentro dele.

O clarão por trás dos olhos fazia o mundo perder cor e importância, pois só existiam os dois ali. Yuuri queria guardar todo e cada momento antes de se despedir de Victor. Ele iria se tocar nos próximos dias pensando nele, não havia dúvida.

“Você é perfeito,” disse Victor. E por mais que fosse uma emoção de Victor, Yuuri não conseguia entender como aquelas palavras se aplicariam a ele. Por isso ele não protestou, apenas aceitou o que seu amante dizia.

Quem sabe um dia ele iria acreditar naquelas palavras.

 



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