Era a névoa venenosa que dava muita coceira na pele.
- Vamos, vamos, vamos vamos! - Rye disse saindo do seu saco.
- O que foi? - Willow também começou a sair do saco devagar.
- Dale levanta, levanta! - Rye deu uma balançada nele e quando o garoto despertou, Rye arrumou as coisas e colocou o arco e as flechas nas costas.
- Rye, explica o que é aquilo. - Willow também arrumava uma mochila.
- Um tipo de fumaça que causa coceira. - Respondeu ajudando Dale. - Muita coceira.
- Vai nos levar para a cornucópia. - Informou Willow colocando a mochila nas costas e olhando para o nevoeiro que se aproximava ainda um pouco longe.
- Eles vão nos obrigar a lutar contra os carreiristas? - Disse Dale.
- Talvez.
- Vamos logo. - Disse Rye.
Fugiram da névoa em direção à cornucópia. Após 3 minutos de correria.
- O que é mesmo que esse nevoeiro faz? - Perguntou Dale.
- Se sua pele entrar em contato com a fumaça ela provoca uma coceira intensa. - Rye respondeu.
- Como sabe?
- Luttias colocou a mão, - Ele respirou - Acreditem, vocês não querem saber como é.
- Como escaparam? - Dale perguntou, o ar já é falta em suas palavras.
- Deitamos no chão.. De barriga pra baixo.. A névoa não passa por.. Pela roupa. Tampamos a cabeça com o capuz. - O cansaço os atacava.
Correram enquanto pensavam em fazer o mesmo.
- E aí? Vamos fazer o mesmo? - Willow pergunta.
- É melhor do que correr até.. as mãos dos carreiristas. - Respondeu Dale.
- Se chegarmos.. Até eles eu posso.. Acertá-los com flechas! - Rye tropeçou no próprio pé, mas não caiu.
- Tem certeza que a fumaça não passa pelos tecidos? - Dale pergunta.
- Sim.
- E se tiverem à modificado?
- Então aí a gente já era. - Willow respondeu.
- É.. Para de falar comigo por quê.. Não aguento mais falar.. Cansaço. - Rye falou.
De repente, Dale para a corrida. Os outros dois também param e se voltam para ele.
- É impressão minha ou o nevoeiro está vindo mais rápido? - Ele disse.
- E você faz é parar!?- Diz Rye.
- Estou muito cansado, - Ele respondeu - vamos fazer o que você disse mesmo.
- Certo. - Rye disse e ficaram um de frente para o outro - Façam assim: coloquem o capuz, as mãos na barriga e se coloquem de cara no chão.
- Mas a minha jaqueta está cortada, - Willow se desespera - essa blusa por baixo serve?!
- Espero que sim, se não você vai ter que ficar em baixo d'água gelada por um tempo.
- Já sei! Entre dentro do saco! - Disse Dale.
- Será que dá tempo?
- Não sei.
Olharam para a névoa, estava um pouquinho longe, mas vinha em alta velocidade.
- Vamos tentar entrar, - Rye disse tirando a mochila das costas - se não der tempo agente cai de cara.
Pegaram cada um o seu saco e começaram a entrar rapidamente, deixando apenas a cabeça para fora colocando o rosto na neve gelada.
- Não virem a cabeça até a névoa acabar.
- Tá.
- Ok.
- É difícil, mas dá pra segurar.
- E como vamos saber quando a névoa parar? - Perguntou Dale.
- É só vo.. vocês já vão saber.
- E quanto tempo demora mais ou menos? Quer dizer, quanto tempo vamos ficar aqui deitados? - Willow pergunta.
-.. Uns dez minutos.
- Ha, não é tanto assim.
- O que a gente faz.. Vamos conversar enquanto isso? - Disse Dale.
- Pode ser. Mas cuidado para não virarem a cabeça sem querer. - Disse Rye.
- Certo.
- Já sei, - Disse Dale.
- Vamos fazer o seguinte: a cada palavra, ou frase, que a gente disser, acrescentamos algo do tipo: "não esqueçam de não virar a cabeça." ou "falem baixo."
- Tá bom.
- Vamos fazer isso.
Nesse momento a luz que clareava um pouco a neve que vinham na suas caras escureceu e agora vinham quase nada.
- Tá bom..- Disse Dale - Quando clarear saberemos que a névoa acabou. Há, não esqueçam de não virar a cabeça.
- E agora, em que direção vamos?- Willow perguntou, um em pé de frente para o outro formando um triângulo.
- Eu acho que se voltarmos os idealizadores vão nos empurrar para a cornucópia de novo. - Disse Dale.
- Isso é claro. - Disse Rye - .. Quer saber!? Se querem que a gente vá para o banho de sangue, então vamos!
Então pode-se ouvir o som do canhão anunciando a morte de mais um tributo.
- Não sei se é uma boa idéia. - Disse Willow.
- Willow, nós estamos nos Jogos Vorazes, pra onde formos tem um perigo. - Dale disse - Rye pode acertá-los com flechas.
- Eles ficaram com tudo o que tinha na cornucópia, provavelmente também tenham arcos. - Willow deu como resposta.
- Você tá muito na negativa. - Disse-lhe Rye.
- E vocês estão muito corajosos.
- É por que, Willow, aqui é questão de vida ou morte! - Dale disse.
- A gente não vai começar uma briga, né? - Disse Rye.
O rosto dos três demonstrava raiva.
- .... O que você acha melhor fazer Willow? - Rye perguntou.
Ela olha ao redor e diz: - Não sei, só tenho medo da morte.
- O medo só vai te destruir, não sei vocês, mas eu vou sair daqui com vida. - Rye disse - E quero que vocês venham comigo.. Principalmente, é claro, você Willow.
Os outros dois olharam para a neve no chão, Rye continuou olhando para o rosto pálido de Willow e branco de Dale. Willow então olha para o irmão e se aproxima. Olha nos seus olhos azuis e então o abraça. Ela enterra uma mão nos seus cabelos.
- Eu te amo.
- Eu também te amo Willow.
5 segundos se passam e o abraço se desfaz.
- Me dê a sua faca. - Ela disse.
Ele olhou para o seu rosto pra ver se tinha certeza do que falava. Então, devagar, pegou a faca em seu cinto e lhe estendeu. Ela pegou.
Á alguns metros da cornucópia Dale, Rye e Willow observavam a pouca movimentação que havia lá. Estavam longe o suficiente para ver apenas "sombras" humanas. Deitados de barriga no chão, mochilas douradas enterradas em baixo deles, se preparavam para um ataque.
- Facas. - Diz Rye.
- No cinto. - Responde Dale.
- Espada.
- Comigo. - Diz Willow e olha para a espada que já fora de Marlow.
- Arco e flechas prontos. - Rye continua - Carreiristas.
- Provavelmente todos no círculo. - Responde Dale.
- Segurança.
-.. Ninguém por perto. - Dale disse - Mas os idealizadores podem nos atrapalhar.
Eles respiraram fundo.
- Vamos nos arrastar mais um pouco mais perto para sua mira ficar melhor. - Disse Willow.
- Tá, mas não se preocupem, - Rye disse - sou tão bom quanto minha mãe no arco.
- Tomara. - Comentou Dale.
Eles começaram a se arrastar em direção à cornucópia cuidando para não desenterrar as mochilas e acabar chamando a atenção de alguém.
- É só vocês não me deixarem nervoso, o que eu não estou, estou confiante.
Mais uma vez naquele dia se ouve o canhão e os três param.
- Só restam Dez tributos. - Dale informou. - Incluindo a gente.
- Tá, agora fiquei nervoso. - Diz Rye.
- Calma, a gente vai conseguir.- Diz Willow.
- É, amanhã nós estaremos a salvo na Capital. - Dale diz.
Eles olharam para a cornucópia.
- Aqui está bom. - Rye disse - Posso acertá-los daqui.
- Ok, - concordou Willow - Então vamos começar.
Rye pegou uma flecha na sua aljava e posicionou na corda do arco. Apontou em direção á cornucópia.
- Acerta aquele que está sentado no chão. - Disse Willow.
- É, ele parece ser o mais forte deles. - Concordou Dale.
- Ok. - Rye disse -.. Bem, na, mira.
E solta a flecha. O jovem cai no chão e o barulho alto do canhão é ouvido.
- Em cheio. - Diz Willow.
- Certinho. - Diz Dale.
Rye posiciona e aponta outra flecha. Os carreiristas olham ao redor, se colocam atrás da cornucópia contra a direção de onde veio a flecha, e um vê a situação do morto.
- Acho que eles vão lançar lanças contra nós. - Diz Dale.
Rye solta a flecha e o coração de todos na arena fica acelerado. Outro tiro de canhão é ouvido.
- Meu Deus. - Willow diz.
Uma carreirista sai de trás do chifre com uma lança na mão já levantando o braço pra jogá-la, e o nervosismo do três deitados aumenta. Ela joga e eles observam a lança voar no céu e, de repente, ouvem um barulho atrás deles. O coração deles gela quando a lança atravessa o coração de uma jovem atrás deles e o canhão soa. Por um segundo os três acharam que um deles tinha sido acertado pela lança.
Se levantaram rapidamente, Willow mostrou a espada e Dale pegou uma faca em cada mão. Havia mais dois tributos ali, um loiro alto e um moreno pouco mais baixo, assustados com a morte do aliado.
- Sete tributos, corram! - Dale diz e por algum motivo os três correm em direção a cornucópia.
Um dos jovens que estavam atrás deles pega a faca no seu cinto, Dale vê. - Abaixem! - Ele meio grita.
Os três pulam ao chão e a faca quase acerta a cabeça de Dale.
Os dois correm em direção à eles, o mais alto com um facão e o outro com uma faca. Rye aponta uma flecha em direção aos dois, porém algo o distraiu na mira: pouco atrás dos dois tributos inimigos um grande fogaréu com chamas azuis sai do chão inexplicavelmente e começa a ir em sua direção. Dale pega uma faca e joga. Rye, apressado, solta a flecha acertando a perna do mais alto, se levanta ao mesmo tempo que Willow e voltam a correr para a direção contrária do fogo. A faca de Dale acerta acima do joelho do menor quando todos percebem que as chamas azuis estão formando um grande círculo em volta do círculo da morte. Dale, Rye e Willow correm um ao lado do outro em direção ao buraco onde havia um abismo que teriam que pular para chegar a cornucópia.
- Que irônia irônia chamas azuis.- Disse Willow.
- Estão nos levando para a cornucópia. - Observou Dale.
- Não me diga. - Respondeu Rye.
- Eles não vão conseguir pular! - Willow disse - Não deixem eles lhes acertarem e se preparem para lutar contra os carreiristas restantes.
- Ai meu Deus, os carreiristas devem ter várias armas. - Rye disse.
- Mas eles só são dois. - Afirmou Dale.
- Como sabe? - Perguntou Willow.
- Estou contando desde o começo.
- Se eu morrer agora... - Disse Rye - Eu te amo Willow. E você é um ótimo amigo Dale.
- Não diga isso Rye. - Respondeu Willow - A chance está ao nosso favor.
Então Dale disse:
- Deus, está ao nosso favor. Pelo menos ao meu. Mas da na mesma, vocês estão comigo.
- Por que você acha que ele está contigo? - Willow pergunta.
- Não acho, tenho certeza.
- Você não confia em Deus Willow? - Perguntou Rye.
Ela não respondeu.
- Olhem lá! - Ela disse, o buraco que circulava a parte onde ficava a cornucópia estava chegando - Vamos lá, sem medo, pulem na hora certa. Rye, segura a minha mão.
Ele segurou. Então avistaram uma lança lançada por algum carreirista em direção deles. Todos desviaram, mas a lança acabou passando de raspão no braço de Rye e o sangue já podia ser visto pelo buraco feito pela lança. Ele lembrou de Luttias que teve um corte no braço no início do jogo. Rye pensou em colocar a mão livre ali, mas decidiu fazer isso depois. Voltou a segurar a mão de sua irmã. Ao olhar para trás, viram que os dois se ajudavam e conseguiam ser um pouco mais rápidos. O fogo azul era muito alto e assim, não era possível ver o que acontecia com a neve depois do fogo passar.
- Vamos! - Avisou Willow.
O abismo estava ali à frente. Aceleraram a corrida. Deram impulso com uma perna e pularam. Caíram rolando e se entreolharam: conseguiram pular.
Então Rye viu uma flecha passar como um raio em frente o seu rosto. Os três rapidamente olharam e viram o jovem carreirista preparar outra flecha
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.