W O L F H A R D
Deixar a Brooklynn na escola.
Feito.
Impedir que minha mãe gaste todo o dinheiro da pensão do meu avô.
Feito.
Ir para a escola no primeiro dia de aula e colocar aquela máscara de pessoa perfeita.
Feito.
Entrei no carro depois de deixar minha irmã mais nova na escola, peguei os papéis no porta luvas, contas de água, luz e internet. Tenho que passar para pagar depois da aula, eu não posso esquecer.
Guardei tudo no porta luvas de novo e dei a partida no carro, ainda vou passar para buscar Jack e Noah e eu não posso me atrasar.
**
— Bom dia! — Noah sorriu quando se sentou no banco do passageiro.
Jack já estava no carro, dormindo no banco de trás como quem passou a noite inteira fumando e bebendo - o que provavelmente é verdade.
O frio do Canadá estava razoável, eu usava uma camiseta branca e jeans escuros, junto com meus tênis e uma jaqueta jeans.
Já Noah estava de moletom e calça preta, tênis marrom claro nos pés e seu famoso topete.
Jack usava camisa de manga longa e calça moletom, tênis cinza e touca na cabeça.
— Ele tá bem mal. — Noah disse ao vê-lo no banco de trás.
— Os pais brigaram de novo, ele me mandou mensagem ontem pedindo pra dormir lá em casa, mas a situação lá também não tava das melhores. — falei e ouvi ele suspirar.
— Trouxe uns remédios pra ele, ele vai precisar…
Logo chegamos na escola em alguns minutos, acordei Jack e ele praticamente pulou do banco assustado.
— Ei cara, tá tudo bem. A gente chegou. — falei com calma.
Ajudamos ele a levantar e sair do carro, Noah entregou óculos escuros e remédios para Jack, ele se ajeitou em alguns segundos já parecia outra pessoa.
Hora de mascarar os problemas.
Entramos na escola.
Não demorou muito para que nossos “ amigos ” chegassem, logo os garotos do time e as cheerleaders começaram a nos rondar e se sentaram com a gente em uma mesa.
— Beleza, alguém animado pros testes? — disse Chosen, um dos mais legais.
— Não muito, sempre vou ser o número um no coração de geral! — Joseph se apoiou em uma das cheerleaders.
— É, mas no campo, o número um sou eu, Robinson. — sorri convencido.
Joseph não pareceu nada feliz com minha resposta.
— E o marica aí? — Joseph apontou para Noah. — Vai jogar esse ano de novo?
— Se me chamar de marica de novo eu quebro seu nariz. — Noah sorriu falsamente.
Não existia coisa melhor do que ver Joseph Robinson sendo calado por Noah Schnapp, meu ano começou uma maravilha.
— Ei, Wolfhard. Avisa pra sua irmã que esse ano o posto de líder é meu… — Jolin, uma das cheerleaders, sorriu convencida.
— Vai sonhando, oh projeto de vadia. — ouvi a voz de Sadie atrás de mim.
Sadie era minha irmã quase que gêmea, ela era minha meia irmã na verdade.
Sadie e eu nascemos quase ao mesmo tempo, nossas mães engravidaram juntas porque eram melhores amigas?
Também.
Mas porquê meu pai traiu minha mãe logo no começo do casamento, e traiu com a melhor amiga dela. Mãe de Sadie.
A gente não demorou a descobrir isso, mas minha mãe pareceu não ligar muito, Sadie sempre me ajuda com Brooklynn quando pode e sempre se preocupa em saber se minha mãe está bem. Diferente da mãe dela, a minha se afundou em um poço quando meu pai abandonou a gente.
— Cuidado com o cabelo, se ele aparecer cortado não fui eu. — Jolin sorriu falsamente.
— Se você cortar, eu não terei pena alguma de acabar com sua “ carreira ” de mocinha perfeita. — Sadie fez aspas e me olhou. — Oi cabeça de sapo. — ela tirou a touca.
— Oi firegirl. — ela sorriu.
Sadie juntou-se a nós na mesa, obviamente sempre trocando farpas com Jolin e algumas outras garotas do time de torcida, Sadie tem seu grupo, mas Jolin e algumas meninas não suportam minha irmã.
Noah direcionou seu olhar para a entrada da escola, ele franziu o cenho e me olhou.
— Aluno novo. Alto, moreno, tênis all-star e… ele tá de fone!
— Noah e sua mania de revistar as pessoas com os olhos. — Sadie revirou os olhos. — Eu vou falar com ele, nada como uma simpática ruiva para uma boa e leve conversa. — Sadie colocou a touca e saiu.
Noah foi logo depois, ele disse que precisava resolver um assunto de extrema urgência e saiu correndo.
— Finn, vamo comigo no meu armário? Trocaram de número de novo. — Jack disse.
Assenti e me levantei junto dele para irmos até os corredores.
B R O W N
Eu havia acabado de virar a vela do ano e o ano letivo nem começou direito.
Noah Schnapp, um dos caras do time de hockey da escola, veio falar com a gente logo de manhã, mais especificamente com o Zach.
Eles ficaram conversando por uns dez minutos e dava para ver que os olhos de ambos brilhavam com cada palavra, Noah se despediu com um sorriso bobo e sumiu entre os alunos.
— Você pode me explicar o que foi isso? — disse para Zach enquanto caminhávamos até o armário.
— Ah… ele e eu… a gente trocou umas mensagens durante o verão. — Zach corou.
— Tem mais alguma coisa Zach Mendes… fala pra mim. — falei sorrindo.
— Não tem mais nada. Ele e eu trocamos mensagens, ele disse que queria sair comigo e eu disse não por causa dos meus pais.
Meus olhos se arregalaram.
— Você perdeu a chance de sair com o cara mais gato da escola por medo dos seus pais? Eu não te conheci assim Zach! — empurrei ele levemente
— Também fiquei surpreso com isso. — ele abriu o armário.
Enquanto conversávamos no armário de Zach, no armário vizinho, Jack Grazer - outro garoto do time - quase desmaiou.
Ele não estava sozinho, Jack Grazer nunca andava sozinho.
Finn Wolfhard estava com ele, o garoto mais popular da escola era como um pai para o Jack, não no bom sentido. Sempre ele arranjava confusão, Finn não era diferente, eles eram muito encrenca, mas a escola nunca fazia nada pela influência que ambas famílias tem por aqui.
Finn deu água para o amigo e ele logo voltou ao normal.
Joseph e outros garotos do time se aproximaram deles, Chosen e Finn carregaram Jack para a enfermaria, enquanto os outros garotos ficaram nos corredores.
— Bom, acabou o show pessoal! — Joseph bateu as mãos e todos voltaram a se importar com o primeiro dia de aula.
— Ele tá bem? — Zach perguntou para Joseph.
Robinson fez uma expressão como se tivesse tentando não rir. Ele olhou para Zach de cima a baixo e depois olhou para mim.
— Está. Ele está bem, marica. — ele olhou para Zach novamente. — Como vai a doença hein, Mendes? — Joseph arqueou uma sobrancelha. — Você já não deveria estar… qual a palavra... morto?
Zach encolheu.
— Aí! — chamei-o. — Você não tem mais nada pra fazer não?
— Ora ora ora… — ele me olhou de cima a baixo, o que me fez querer vomitar. — Você fala?
— Falo seu idiota, ou você acha que eu sou uma mentira que nem o orgasmo das meninas que você transa? — ele gargalhou.
— Ela é boca suja… — ele se aproximou.
— Ei, Robinson! — ouvi a voz de Noah. — Vaza daí!
Joseph sorriu para mim, lambeu a mão dele e passou na minha bochecha.
— Ainda não acabamos. — ele saiu acompanhado de mais alguns garotos.
eca.
continua...
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