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História Sacrifice - Papel de Filho


Escrita por: Mari_Lim

Notas do Autor


Como planejado voltei, para postar mais um capítulo de "SACRIFICE"

O plot para essa história foi bem ... diferente. Porque mesmo que eu não queira escrevê-la em parametros super organizados eu tenho que tentar. Para dar um ar mais bonito e melhor de si ler. Porque seria estranho se minha primeira fanfic abo foi sem pé nem cabeça.
Então, verão nos proximos capitulos um pouco do meu universo - que eu sei - poderia estar melhor. Poderia organizar melhor, mais eu sou uma pessoa ansiosa. Então, no meu quinto dia - eu acho - depois desse plot venho aqui postar o segundo capitulo.
Espero que gostem e espero que seja ao menos interessante, sem delongas, vamos capítulo?

E desculpem, por qualquer coisa.

Boa leitura.

Capítulo 2 - Papel de Filho


Fanfic / Fanfiction Sacrifice - Papel de Filho

 

_____

XXX

_____

 

 

 

Os olhos no teto, as costas no colchão. Já era escuro da noite a umas duas horas. Era a hora de jantar, sua mãe  o chamava do andar debaixo, mas por algum motivo não sentia fome alguma, mas foi para o andar de baixo. Quando Ten chegou ao ultimo degrau  percebeu que os dois cessaram uma conversa e ao entrar na sala de jantar confirmou aquilo, quando encontrou os que antes conversavam agora totalmente sérios. Fingiu que não tinha notado nada, juntando-se à mesa de jantar.

 

“Precisamos conversar” – Disse sua mãe. Não teve como sustentar sua suspeita de imediato, porém Ten tinha noção de que era algo realmente sério. E se assim realmente fosse ele não queria conversar. Não estava com bom pressentimento sobre nada naquele dia.

“Porque tem seis pratos?” – Questionou, mudando o rumo da conversa.

“Não mude de assunto, por favor” –  Ordenou  seu pai, sério, o fazendo encara-lo por mais tempo do quê realmente queria.

“Eu não quero conversar” – Disse Ten e naquele momento ele sabia que não tinha agrado, mas não ligou, virando o rosto para o lado oposto quando seu pai rosnou, a fim de lhe amedrontar ou se impor  – “ E não precisa fazer isso sempre que eu falar que não quero fazer algo que queiram” – Disse, era mais como um pedido que se sentiu no direito de fazer quando sentiu aquele nó se formar em sua garganta.

“Não adianta fazer isso, ele vai saber de qualquer forma” – Interveio a mãe.

 

Seu pai bufou, e Ten só não se sentiu pior porque não tinha sido assim tão repentina a chateação do pai naqueles ultimos dias. Há vários dias ele sentia aquela tensão no ar, como agora, e sentia também o cheiro de raiva emanar do corpo do ser paterno, e ele se sentia horrível por se sentir tão chateado e triste com aquilo, se sentia horrível por sentir qualquer coisa que o tornasse mais fragil do que era. Principalmente quando ele já não estava bem, como naquele dia.

"Assim não dá" – Disse sua mãe. 

E após um suspirar profundo ela o mandado  se trocar e vestir algo mais apresentável pois teriam visita para o jantar naquela noite. Dizia ela ser alguns amigos que trabalhavam consigo no laboratório do centro de pesquisas e no Hospital do qual atuava. E ele foi e vestiu a roupa mais apresentável que tinha dentro de seu close e voltou, apesar de não querer voltar, e se juntou novamente a mesa onde não se conectavam naquela noite.

Uma blusa de botões branca, que ia até o quadril e calças também brancas. Aquela era a roupa mais formal que tinha. Era sinal de respeito usar roupas naquele padrão em jantares mais formais. Peças brancas e culta eram essencial de se ter, para qualquer ser.

Após uns bons minutos ele se obrigou  a ir com eles  até a porta da casa quando as tais visitas chegaram, cumprimentado de uma forma que ele considerava correta os mais velhos e ao rapaz que viera com eles, devia ser seu filho. Pois apesar de ser tão alto quanto o pai era sem duvidas uns bons anos mais jovem. Após se cumprimentarem devidamente e darem as boas-vindas aos três convidados eles voltaram para a mesa e se sentaram. Um clima tenso se instalou ali naquela mesa. Ficaram em silencio por alguns segundos e Ten não conseguiam prestar a atenção em outra coisa a não ser suas mãos sobre as pernas e ficou assim, distante, até que o homem da outra família resolveu se pronunciar.

 

“Então, Senhor e Senhora Chin” – O chefe da outra família se pronunciou, Ten olhou, mas logo desviou. A mulher o encarou por breves segundos e o sorriu, gentilmente e de forma simples e ele até tentou retribuir da mesma forma, mas não conseguiu. O rapaz mal encarado, muito mal encarado, nem parecia com sua mãe, que sentava entre ele e o pai.

“Bem” – O pai de Ten se pronunciou, o arrastando novamente a atenção quando levantou-se da mesa após a deixa do homem que aparentava ter alguns anos a mais na frente.

 

Ten o acompanhou com o olhar, levantando enfim a cabeça, do que se tratava toda aquela formalidade e suspense?

 

“Seo John, este é meu filho Chin Ten” – Disse ele, apontando a mão para Ten que encarou aquilo como o grande enigma que era. Não entendeu nada além do mais simples: Meu pai está me apresentando a essa pessoa de nome Seo John.

 

Mas a situação se encaixou e pareceu errado, parecia algo como uma hipótese impossível, a principio pelo menos. Mas após aquele principio tudo transformou-se a frente de seus olhos e o que ele não entendia nada entendia tudo. Aquele principio desencadeou uma revolta no peito e o fez sentir os olhos marejarem, sem falar no peso que se fez em seu peito. Ainda parecia a hipótese impossível, não quis acreditar no que sua mente pensava e muito menos nas roupas claras de todos que ali sentavam. Olhou para todo mundo, e todos o olhavam, seus olhos esqueceram-se do outro, e acabou por olhar para o tal garoto de sobrenome Seo por ultimo. Os olhos se encontraram. Ten sentiu o ar pesar quando o teve lhe fazendo uma pequena reverencia.

 

“O que está acontecendo aqui?” – Perguntou Ten, se levantando por impulso da mesa. Foi um impulso que o fez querer correr, mas as pernas não atendia as coordenadas de seu cérebro. 

 

Outro silêncio fez sua respiração ficar ainda mais pesada, e o choro estava ali, a um passe de cair de seus olhos, e todos o encaravam, talvez nem notando o panico que se instalava em seu ser.

.

“Sente-se” – Pediu  sua mãe, o puxando pela mão para sentar novamente – “Eu sei que as coisas mudaram bastante, o mundo já não é como antes em todos os sentidos, todos nós sabemos disso, mas sempre teremos que tomar decisões e fazer sacrifícios pelo bem do nosso povo. Esse é o nosso dever, nosso legado” – Dizia a mulher e todos concordavam, menos Ten, ele não era todo mundo e ele não poderia dizer que estava ali, entre todos.

 E todos ouviram o que ela continuou a dizer, menos Ten, que se desligou dali. Ele não concordaria, com nada, nem aceitava o rumo que aquela conversa estava tomando e além daquilo ele não concordaria com aquilo, não importando o que fosse, ele não ligava para seu legado, não como eles, não como seus pais.

 

“O que isso tudo... quer dizer?” – Perguntou, forçando-se a permanecer ali, na situação.

“Você irá casar com o Jovem Seo” – Disse seu pai, na ponta da mesa. Ten olhou para ele, mas não acreditava. Seu tom era autoritário, ele estava apenas o informando.

“ Como assim me casarei? Eu só tenho quinze anos, eu não vou me casar” – Disse Ten e estava firme até ali – Eu nã- eu não vo... –e ele repetiria, mas não conseguiu e já não conseguia mais segurar as lagrimas.

 

Sua idade pouco importava. Ele sabia daquilo, mas era tudo tão egoísta e repentino que ele não saberia o que dizer.

 

“Isso é pelo bem da sua geração e pelo bem das próximas gerações Ten” – Disse o pai, alterado.

 

Ten odiava ele quando estava com sua pouca paciência. Mas não ligou. Não agora.

 

“O que eu tenho haver com minha geração e as próximas gerações?”

“Nós não estamos fazendo isso por egocentrismo. Você é o único capaz de dar o que nós precisamos para salvar nosso povo” – Disse a mãe. Ten estava odiando o rumo daquela conversa, em todos os parâmetros, então se levantou, novamente. Ele queria evita-la se fosse possível, queria apaga-la como rabisco de lápis se fosse possível, queria rasgar como uma pagina de um livro qualquer.

“E o que só posso dar ao meu povo?” – Indagou.

"Sente-se para que possamos conversar direito" - Desconversou a mãe, voltando a olhar para o restante que sentavam à mesa.

"O que eu tenho que dar ao meu povo?" - Insistiu Ten, já que ele era o único a não saber de nada ali.

“Um filho”

 

Ten perdeu o ar por alguns segundos e as lagrimas voltaram a escorrer, silenciosamente, mas ela o olhava tão firme que não teve como se enganar ao achar que nada daquilo estava acontecendo. Ten se viu sem saídas, abaixando a cabeça e rindo, ele só podia ter ouvido errado. Não é? ele tinha ouvido errado? era isso, sim, só podia ser aquilo. Ou ele estava sonhando, que inicialmente sua mãe tinha o chamado para jantar e tudo que aconteceu após descer os ultimos degraus não se passava de um sonho. Mas se fosse um sonho ele já estaria acordando, afinal parecia real de mais e quando um sonho começava a parecer real surgias as lacunas e falhas e então percebia que era um sonho, e então despertava.

Mas não tinha lacunas, apenas muitas falhas e ele só poderia rir naquela situação. No final, a vontade da maioria seria mais forte e sempre existiria os que mandava e os que obedeciam. O desejo pela sobrevivência prevaleceria sempre seria mais importante sobreviver, não importando que maneiras tivessem que ser usadas e o sentimento? Exploda-se o sentimento, ele sumia como fumaça.

 

“Você sabia disso?” – Perguntou Ten ao outro envolvido, o pegando de surpresa.

“Sabia" – Confirmou, como Ten já premeditava –  "Me disseram” – Respondeu ele.

 

Ten tentou, tentou de verdade olhar para seus pais mais não conseguiu. Poderiam o olhar como um dramático, mas não era, e Ah se fosse aquilo. Mas não, ele estava se sentindo ridiculamente triste, tão triste que não sabia nem o que fazer. Simplesmente travou, como se a realidade o tivesse fazendo perder o próprio equilíbrio.

 

“Então era sobre isso que vocês queriam conversar?” – Questionou, tentando se distrair com as próprias mãos, para não enlouquecer com seus próprios pensamentos – “Digo, era isso que vocês queriam me notificar?”

“Não fale dessa forma conosco” – Disse seu pai, chamando sua atenção.E a de todos – “Se ponha no seu lugar”

 

Se ponha no seu lugar.  Ten realmente estava ouvido de tudo nos últimos dias. Então era isso, seu lugar. Ten riu amargo, suspirando pela boca e soprando o ar, atrás de preencher o pulmão.

 

“E se eu não quiser me casar?” – Perguntou. Ele queria ver até onde iria sua opinião. Queria saber se ela tinha algum poder, se ele tinha lugar.

“Vai que casar mesmo não querendo” – Respondeu a mãe.

 

Seu pai falar daquela forma nunca seria aceitável, mas era até compreensível, era de seu ser ser uma pessoa egoísta e perspizaz, mas sua mãe? Sua própria mãe?

 

“Eu não estou reconhecendo vocês" – Murmurou ele, antes de voltar a encarar os pais – "Porque querem que eu case e que eu tenha um filho? – Perguntou ele negando aquilo enquanto balançava lentamente a cabeça em protesto – Com um estranho? Pelo quê? Por um povo que me conhece como um Omega fraco e insignificante?

“Você reconhecerá um dia que essa é a melhor opção” – Seu pai disse.

“Melhor opção...” – Indagou, erguendo a cabeça e limpando as lágrimas – “Opção...”

 

Eram apenas palavras soltas, sem conforto algum, sem esperança e além de tudo eram palavras injustas. Ele não estava tendo uma opção. E ele nunca teria. No fim era apenas poder e submissão, dois oposto que tinham que caminhar lado a lado. Seria sempre dois polos, dois lados, duas forças e ele sempre estaria do lado mais fraco. 

E a corda sempre arrebentava para o lado mais fraco.

 

Queria subir, queria sair dali. Queria nunca mais ser visto, queria ser deixado de lado, queria tudo aquilo, menos casar. Queria também ter voz, queria ser escutado. Ele negou, mais três vezes, mas seu pai o mandou ficar calado. Depois disso ele desistiu de tentar ser ouvido, ele nada mais disse. Apenas tentou comer, não conseguindo – como já era de se imaginar –  e esperou todos irem embora, para enfim poder falar o que queria.

 

“O que vocês têm na cabeça?” 

Os pais que sentavam no sofá enquanto pensavam em algo, cada um em seu mundo, o olhou. O olhou de uma forma tão estranha, não parecia se importar com o que ele poderia estar sentindo.

“Consciência, coisa que você terá em breve” – Disse seu pai em tom autoritário.

“Seria para quando? Dois anos?” – Perguntou Ten, sentia-se  quase sem saída, e negaria a ideia não importando o tempo que passasse, mas precisava saber o que eles estavam pensando para sua vida, era seu direito saber.

“Um mês” – Respondeu a mãe, lhe encarando.

“Um mês?” – Indagou, rindo – “Um mês? Você só pode estar brincando comigo.”

 

Ele não poderia acreditar. Não mesmo.

 

“Vocês querem que eu case em um mês, com um estranho, somente para ter um filho?” – Questionou, já não havia espaço para riso, nem lagrimas, estava simplesmente irritado.

“Não me olhe dessa forma” – Disse a mãe – “Você entendera mais cedo ou mais tarde os meus motivos.”

 “Seus motivos” – Repetiu ele, magoado – “E o que diabos vocês fariam com meu filho?”

“Nós não vamos o machucar” – Disse minha mãe, com decepção no olhar.

 

Mal sabia ela que o mais machucado com tudo era o filho. Sangue do seu sangue. As ultimam ações faziam tem duvidar do parentesco sanguíneo entre os três.

 

“O que vocês iram fazer com a criança, caso eu tenha ela?” – Perguntou novamente.

“Precisamos de seu sangue”

“Sangue?” – Ten perguntou sério. Ele não poderia mais pensar naquilo. Doia a cada nova informação – “eu terei um filho para servir de bolsa de sangue para gente ruim?”

“Não fale assim, não exagere” – Disse ela, chateada.

“Não faça de sua mãe a vilã da historia, ela apenas quer salvar muitos”

“Com o sacrifício de um inocente? Isso parece correto?”

“Pare de falar e vá para teu quarto, agora” – Mandou o pai.

“Eu não terei um filho com esse objetivo, jamais, espero que tenham entendido” – Disse ele, antes de sair da sala.

 

E o que ele fez após isso?

 

Se negou. Negou a possibilidade de ter que aceitar aquilo. Negou-se a aceitar o fato de que ele teria que salvar pessoas com seu sacrifício – pior – com o sacrifício de seu filho(a).

Ele não queria se casar. Ele queria apenas viver calmamente até os dezoito. Queria se apaixonar por um alfa abusado e idiota em seu ultimo ano de escola regular. Queria se apaixonar perdidamente por aquele tipo que você sabe que só vai quebrar seu coração, sabe?

Queria ir para a faculdade e fazer algum curso que lhe chamasse a atenção. Queria sair de casa. Queria se apaixonar pela segunda vez ou pela terceira vez e quem sabe perceber que da primeira vez não tinha sido sequer paixão o que sentiu e casar-se alguns anos depois. Ter três filhos e viver bem. Apenas.

Esse era seu plano. Se alguém um dia se importasse e perguntassem qual era seu plano de vida.

Mas, casar-se com um estranho que nunca sequer viu na vida, aos quinze anos, dentro de um mês,  e dentro de um mês ou pouco mais de um ter filho que teria do seu sangue tirado para ser usado em pessoas que não mereciam?

Não. Ele se negava. Talvez, se não envolvesse um ato tão horrível, só talvez, ele se casasse, mas envolver seu filho naquilo? Não. Ele se negaria até o ultimo instante, se negaria a gerar uma vida que iria sofrer  daquela forma, assim que nascesse. Ele não queria.

E foi por isso que ele se desesperou, sentiu a decepção o atingir como nunca atingiu antes e se viu em um mundo onde o que realmente deveria importar não importava. Se sentiu triste e sozinho, se sentiu além daquilo sem muitas escolhas e se viu perdido e chorou. Chorou como nunca tinha chorado durante aquele fim de noite infernal. Uma noite infernal que o fez pensar em uma unica saída. Saída essa da qual ele tentou executar  naquela mesma madrugada após se convencer de que não poderia fazer aquilo que estava sendo exigido em hipótese alguma e fora por se convencer daquilo que ele arrumou uma pequena mochila com o objetivo de sair de casa. Não estava pensando direito, mas seu instinto o mandava fugir, para longe. Desceu os degraus lentamente e decidido a sair de casa ele saiu pela porta quando no celular marcou 02:30 da manhã. E foi por decidir sair de casa que sua mãe o viu na saída de casa com uma mochila nas costas quando ela voltava do laboratório.

E ele poderia, poderia ter apenas saído, aceitando que seria quase impossível viver fora de casa com apenas quinze anos. Mas apesar de ter certeza que seria dificil ele poderia ter seguido e traçado um novo caminho mas ela pediu para que ele pelo menos a escutasse e disse que ele precisava ver algo. Que após isso ele deixaria em suas mãos.

E ele foi. Ele acompanhou sua mãe numa pequena caminhada, mas ele não deveria ter ido.

 

 

“Aquela ali é neta da nossa vizinha, a senhora Min, lembra?” – Dizia ela apontando para um dos berçários – "Ela cuidava de você quando eu precisava resolver algo urgente."

Ten apenas acompanhou seu indicador com os olhos, e ficou apenas olhando. Seus olhos circundavam aquele lugar. Cada choro, cada pezinho se mexendo, cada vida tão frágil. Ele sabia o que ela estava fazendo. Ele sabia que ela estava apenas tentando o fazer repensar naquilo. E ele tinha noção de que ela estava usando da chantagem emocional, novamente. Ele sabia. Sabia de tanta coisa, sabia da sujeira por debaixo daquilo tudo e sabia do futuro. Mas ainda assim era quase impossível para ele não sentir o coração doer por conta daquelas vidas inocentes que já estavam sofrendo.

 

“Eles estão bem?” – Perguntou ele enxugando algumas lagrimas que enfeitaram suas orbes sem seu consentimento.

 

A mãe negou.

 

“Eles foram os últimos nascidos” – Disse ela – “Nós não sabemos o que exatamente esse vírus faz, e em quanto tempo – comentou ela – “Ainda mais em recém-nascidos” – Disse ela e Ten se sentiu horrível – “mas nós sabemos a raiz dele, sabemos a raiz do problema e sabemos como acabar com ele e como impedir que ele reapareça em próximos nascidos ”

“E porque eu?” – Perguntou –  “Tem tantos outros ômegas, tantos alfas, porque logo eu?” – Perguntou Ten, inconformado – “Porque logo teu neto?”

 

Era difícil. Era uma situação delicada. O deixava a beira de um pequeno precipício chamado egoísmo o ameaçando o puxar para uma queda livre que era a sua consciência pesada. Ele queria apenas fugir. De verdade.

 

“Porque como eu disse, você é o único que pode” – Disse ela, o encarando – “Você pode até pensar que todos te consideram fraco, mas eu não, meu filho é forte” – Dizia sua mãe, alisando seu rosto e enxugando as lagrimas que rolavam – “Começando pelo teu sangue... ele é forte e puro” – Disse ela, explicando-se.

“Puro?”

 

Ela concordou.

 

“Você não tem o genoma Z em sua estrutura molecular, pode ser um pouco complicado de entender mais nossos sexos no passado era o que nos denominava. Feminino ou masculino – Dizia ela, e Ten buscava entender a raiz – Mas hoje isso pouco importa, mas ainda temos esses genes que nos definem no sexo e eles nos fazem. E por algum motivo, seu sangue é puro. E foi o único, de todos eles, os resultados deram negativos para o genoma Z, ou seja, você pode gerar uma criança com sangue puro”

Ten não entendeu. Parecia conversa mentirosa – sua mãe que o desculpasse – Então ela explicou. Que no passado, se a mulher – ser feminino – nascesse assim, seus cromossomos eram XX e se fossem do sexo masculino a composição de seus cromossomos eram XY e isso fazia e determinava o ser masculino. E ambos eram diferentes.

Mas, aquilo nos dias de hoje perdiam o sentido – pois o que os definiam não eram somente seu sexo (genitália) – e sim sua categoria.

Fosse ela alfa, Beta ou Ômega.

Homens poderiam nascer em qualquer categoria. Da mesma forma que as mulheres, e era por isso que não fazia sentido à explicação biológica de sua mãe pelo passado.

Mas ele entendeu após ela o dizer que, como o que definia o ser e o que ele representaria no mundo eram os cromossomos XX e XY  houve uma descoberta no ano em que ele nasceu. Quando em mais uma das crises que as gerações enfrentavam, os seres – tanto alfas, tanto betas quantos ômegas – estavam adoecendo e morrendo com mais facilidade e muito mais cedo.

Então foi aí que ela explicou que um descobrimento deu origem e o desenvolvimento uma pesquisa que explicava e mostrava que o problema que eles vinham enfrentando se dava pelo DNA, a composição do DNA e isso implicava diretamente com os cromossomos.

Tais genes, eram ainda muito sensíveis e não correspondiam com o tempo em questão em que viviam. Enfraqueciam – mesmo que não fosse o certo – mais facilmente e corriam risco de morrer por pouca coisa. Então, ela descobriu uma estrutura molecular, uma combinação e deu origem ao genoma Z, que começou a ser implantados em todos os três tipos de seres, ao nascerem e era  injetado nos casais que pretendiam gerar uma criança, como forma de experimento nos seres já nascidos. Mesmo não sabendo se funcionaria da mesma forma.

Mas acabou funcionando.

E todos os seres já nasceram dali em diante com os cromossomos XXZ ou XYZ. Eles eram fortes de nascença.

Ela disse que foi golpe de sorte.

 

“E ele...?”

“O dele é puro também, vocês poderão gerar uma criança sem o Z em sua estrutura do DNA”

“E o que esse Z faz?”

“Ele deixava aparentemente todos os que os tinha, imune a doenças, a vírus, mas aparentemente ele não é mais capaz de conter o espalhamento desse novo vírus no organismo e de o parar de se desenvolver e prejudicar o organismo de quem o tem”

“E eu, eu ou ele não podemos doar?”

“Não funciona assim” – Disse ela, voltando a olhar para os berçários.

“Não é como a colheita?”

“É diferente filho. Somente um sangue puro, até quase puro do ar que respiramos será capaz de cortar o genoma Z e fortalecer o sangue e assim, impedir esse novo vírus”

“Isso é...” –  Começou ele, mas acabou se perdendo em seus próprios pensamentos –  “eu não sei o que dizer, eu não quero que meu filho venha ao mundo assim, não quero” - Dizia, eram apenas pensamentos confuso. Muita informações. Ele não sabia lidar - "E porque meu sangue e o dele é puro?"

"O DNA de vocês não aceitaram o Z, diferente dos outros."

"Isso é injusto. Eu não quero omma..."

“Eu sei, eu sei que não foi planejado, que não vai ser como você imaginou ou sonhou e eu sinto muito por isso, mas é o nosso dever e você sabe que não podemos gerar filhos fora do casamento, então, por favor, meu filho, faça isso por nós”.

“Omma...”

“Você vai amar essa criança, eu vou ama-la” – Disse ela – “Irá valer a pena todo o sacrifício, eu prometo.”

 

 

 

 

Infelizmente quando Ten nasceu mundo já não era o mesmo.

 

Tratados. Guerras. Desastres nucleares. Cada pequena ação mudou o rumo da historia.

 

 

 

2001

Ataques terroristas

2011, março

Um terremoto com 8,9 graus na escala Richter abalou a costa nordeste do Japão, acompanhado de tsunami com ondas de 10 metros de altura, com um saldo de milhares de mortos. O sismo danificou usinas nucleares, em um dos maiores desastres nucleares

2015, fevereiro

O Estado Islâmico aterroriza o mundo novamente.

Maio, 2018.

Ataques à síria mexem com o planeta inteiro. Mísseis com tecnologias avançada capaz de atingir os alvos com mais precisão, deixando assim devastação por onde passava.

2020.

O quase fim do mundo, maior desastre natural.

 

Esse e muitos outros eram apenas fragmentos de todo caos que os trouxeram até os dias atuais.

 

Quando  o fim pareceu finalmente se aproximar, muitos cientistas hibernaram por anos em abrigos secretos desenvolvidos para aquilo, através de tecnologias que apenas eram de seu conhecimento, e quando acordaram deram inicio ao plano: Reerguer a humanidade.

Uma humanidade com outros princípios. Com outros objetivos, outros pensamentos e o mais importante, com outro DNA.

 

Nos primeiros trinta anos não houve muitos resultados, muitas pessoas acabaram desistindo no processo, no final acabou que as pesquisas e testes não deram em nada.

Mas um dia, um homem conseguiu recriar um DNA totalmente novo.

 

Forte e que comandaria muito bem as próximas gerações. Seria o líder ideal. 

Um alfa, como fora implantado nos manuscritos deixados e como foram adotados nos tratados.

 

Cada nação que sobrevivera comprou aquela sequencia de DNA que fora desenvolvido nos centros de pesquisa sob encomenda e feito a partir do gene de sua própria nação. Cada nação tinha seu alfa modelo. Perfeito.

 

Mas, para dar continuidade a aquela nova trajetória, teria que ter mais participantes.

Então, criou outro ser, capaz de reproduzir e procriar – assim como os humanos – Seguiria aquela forma natural.

Então criaram um Omega.

 

E por seguinte um Beta.

 

Com o pensamento, equilibrar. Eles consideraram o ser Beta como ultimo recurso. Eles tinham que ter noção de possíveis complicações, então existiria entre o ser forte e o ser continuador da vida um ser normal, que seria capaz de equilibrar ambos – Um beta poderia ser assim considerado um estepe de ser humano normal – já que os mesmo eram o mais normal possível que poderia existir.

 

E na Coreia do Sul. No mundo pós-apocalíptico, não poderia ser diferente.

Cada nação teve sua raça quase extinta da sua maneira.

E cada nação tinha que lutar pela sobrevivência de sua espécie a sua maneira.

 

 

____

 

 


Notas Finais


Olha só quem veio com um capitulo PÁ e mais explicativo. Confuso? sim. o que houve? Meu Deus, que enredo é este? onde isto vai dar? o que mais pode vir pela frente? meu Deus.


Gente, olha o Johnny <3 apareceu nosso lindo. Que?
já imaginavam? podem dizer.

Ai, to tão animada que estou escrevendo minha primeira Johnten <3 aaaaaaaaaa

Okay. Parei.

Gente, papel de filho não é facil, não é?

Quem já se viu? um absurdo desse. Querer que o pobre Ten case logo com quem... isso é um tremendo sacrificio, não é?

Um filho? gente..

Mais aí está, um pouco da construção do meu universo e o comecinho da historia <3

Foi ao menos interessante??

previram algo que está nesse capitulo?
algo muito obvio?
Algo que os deixou confuso(a)? se sim pode me perguntar que eu me atentarem para corrigir ou explicar melhor nos proximos capitulo <3

demorei algumas horas para decidir se o final seria esse. Pois temia ficar confuso, sei lá. Mais assim se deu nosso segundo capitulo de safrice <3 espero que tenham gostado.
E gente, me perdoem, não sou boa em biologia, fiquei com muito medo de falar muita besteira, mais foi isso.
O resto do nosso universo de sacrifice veremos no decorrer dos capitulo e sobre esse "Z" falarei mais dele ao decorrer dos proximos capitulos, nao se preocupem <3 (espero não esquecer)

Mais enfim.

O que acharam do capitulo?

Volto em alguns dias, ou amanhã hihi
Tenho um calendario até o dia 20, então não sei quando sairão exatamente os proximos caps, então poderão a qualquer hora receber uma not...
Tem uma historia por trás do dia 20, então, me aguardem principalmente nesse dia <3

fui-me.

Ah.
Sera se Ten vai casar com ele?


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