História Sacrifícios (Vkookmin) - Capítulo 17, "Fragilidade"

Castelo de Estátira;

 aposentos dos reis:

Taehyung era o único acordado, seus amados estavam ainda dormindo após terem "brincado" bastante. Ele também estava cansado, mas queria conversar a sós com seu irmão. Ele então saiu do quarto, os reis ficaram dormindo.

Taehyung não estava gostando das referências que recebia por onde passava, mas agora era sua realidade, ele agora é rei. Ao menos facilitou ele chegar até às masmorras, é necessário uma permissão do rei, mas ele é um.

Rindo de nervoso, ele entrou naquele extenso corredor, lhe deu calafrios ao ver o tanto de pessoas que estavam ali, todas muito machucadas e até mesmo teve a impressão de ver um morto.

Seus passos estavam curtos e incertos, além de seu machucado nas costas-esse que já estava cicatrizado, mas o local era muito doloroso-, ainda tinha o medo de se aproximar. Não podia crer, então aquele morto é...

— Jinki? — Ele se desesperou e tentou abrir aquela grade, mas seu esforço não valia de nada — irmão? Irmão, olha pra mim!

Os outros que estavam presos e até mesmo os guardas pararam para olhar, ver um membro da realeza daquela forma era inédito. 

— Jinki, meu irmão! Abre os olhos, eu te imploro — Ele foi se abaixando até que ficou de joelhos.

A irmandade deles nunca existiu, fato, mas não deixava de ser seu irmão, sangue do seu sangue. E a dor que Taehyung sentia era horrível, primeiro seus pais que se foram há muito tempo, após foi a vez do seu filho pagar sem mesmo ter culpa e agora seu irmão, a única pessoa que ainda carregava do mesmo sangue que Taehyung.

— Taehyung!

Ele ouviu o chamado alto do alfa, mas não conseguia responder, seus olhos estavam presos naquela cena, aparentemente seu irmão sofreu tanto antes de morrer.

— O que diabos você faz aqui? — O alfa chegou o levantando dali rapidamente — Jimin está muito preocupado.

Jeon já tinha entendido que aquele choro era pelo irmão, mesmo não entendendo como Taehyung tem tanta compaixão, decidiu apenas tirá-lo dali. 

— M-meu irmão... Meu irmão...

— Shhh meu amor.

— Quem fez aquilo? Quem matou meu irmão?

Jeon ficou calado e passou direito até os aposentos deles, sua consciência começou a pesar.

— Foi você... — Taehyung apertou os olhos e abraçou mais o alfa, o carrasco do seu irmão havia sido seu amor, aquele por quem seu coração chama matou o único que ainda carregava o seu mesmo sobrenome. Ao entrarem no quarto, foi um grande susto ver Jimin desfalecido ao chão, apenas uma serva tentava acordar ele.

— Jimin! 

Jeon deixou Taehyung na cama e correu para pegar ele, o ômega ao ver a cena esqueceu toda sua dor e problemas, foi correndo ajudar.

— O que aconteceu aqui?

A serva não conseguia explicar, disse apenas que ele estava praticando com uma flauta, levantou-se para ir se lavar e caiu. Jeon mandou chamar imediatamente todos aqueles que diziam ser curadores.

Mas Jimin já estava acordando, na verdade, ao sentir os cheiros de seus amados ele conseguiu reagir.

— Jiminie, o que aconteceu? — Taehyung já não sabia por quem chorar.

— Nao chore meu amor — Jimin mesmo fraco segurou a mão do outro ômega.

Não demorou muito para os curadores chegarem, o ômega grávido virou o centro das atenções. Mas de acordo com todos que o consultaram, Jimin estava apenas fraco fisicamente.

Jeon ficou irritado com isso, sempre teve o maior cuidado para que Jimin se alimentasse bem e agora que está grávido se encontra debilitado.

— Você não está comendo bem?

— Estou meu rei, talvez eu só tenha que comer mais um pouco... 

— Então coma! Eu mando sempre preparar tudo que você gosta justamente para que se alimente bem.

— Não brigue, meu rei... — Jimin já estava com vontade de chorar, odiava quando Jeon brigava.

— Não estou brigando, estou lhe chamando atenção! Agora você está comendo por dois! Tá querendo perder nosso filho?

Aquele foi o limite para Jimin, ele soltou as lágrimas e abraçou Taehyung que estava ao seu lado, aquelas palavras iria o assombrar por muito tempo.

Era bastante errado, mas Taehyung lançou um olhar mortal para Jungkook, não acreditava que o alfa teria dito aquilo para um ômega que já sofreu tantas perdas, mas Jeon sabia ser bem orgulhoso, não ia voltar ao que disse, era o que ele pensava.

— Mandarei que preparem uma refeição reforçada, eu não quero ver um farelo sequer.

Então o alfa saiu.

— Tae... Tae eu não quero perder nosso bebê.

— Você não vai meu amor, você é muito forte e vai segurar até o dia do nascimento,

 — Você acredita que eu consigo, promete? 

— Eu prometo Jiminie, acredito cegamente, não liga para isso que ele falou, ele só está emotivo... Deve ter medo de perder mais um filho.

— Estou dando o meu melhor Tae... Nem ando reclamando dos enjoos para não o preocupar.

— Não deves esconder isso dele, certo que eu te ajudo, mas mesmo assim.

— Tudo bem... — Dois servos entraram com bandejas repletas de comidas, tinha tudo que o ômega gostava de comer, também tinha uma para Taehyung.

Então os dois ficaram se alimentando, sozinhos, Taehyung aproveitou para falar do que tinha acontecido com Jinki, as lágrimas foram inevitáveis.

— Mas mesmo assim Tae... Não posso dizer que estou triste, ele só encontrou seu castigo por ter matado nosso filho.

— Não diga isso Jiminie, ele era meu irmão... Mesmo que fosse alguém ruim, era sangue do meu sangue.

— Não consigo compreender, mas prometo que não irei julgar sua dor.

— Obrigado, falando disso, eu tenho certeza que foi o Jungkook.

— Provavelmente sim, conheço meu esposo, tem vezes que ele é dominado pela ira. 

Taehyung afirmou secando as lágrimas, iria apenas esquecer disso, iria se prender a sua imaginação e que Jinki estava preso mas masmorras.

Quando Jungkook voltou aos aposentos, os ômegas já tinham se alimentando bem e estavam se embelezando com suas essências.

— Comeram tudo, muito bem — Falou olhando os pratos vazios — Não quero nenhum aqui tendo mal estar por falta de alimentação.

— Sim alfa — Os dois falaram ao mesmo tempo.

— Jimin, meu bem, me perdoe por aquelas palavras... — Jeon beijou as mãos cheirosas de Jimin.

— Eu te perdoo meu amor, imagino que apenas se preocupou.

— Sim meu bem, mas não devia ter dito aquilo.

— Shhh... passou meu amor — Taehyung sorriu feliz.

— E Tae — O alfa pegou nas mãos delicadas dele — Me perdoe por...— Ele se referia a Jinki.

— Eu entendo você, meu amor, não vamos mais falar disso.

— Tudo bem — Ambos os ômegas ganharam um selinho — Estão bem?

Eles afirmaram.

— Vamos então passear um pouco pelo jardim.

Os ômegas se animaram e os três foram caminhar, apenas caminhar em paz.