Por um bom tempo eu não aceitei os convites de Mario para ir estudar na casa dele. De inicio ele não percebeu nada, mas com as recusas constantes, ele começou a me questionar com mais insistência, até que de tão pressionado, acabamos tendo nossa primeira briga e ficamos bem uns dois meses sem nos falarmos. Eu sentia falta dele e acho que ele também. Além disso, ele não estava entendendo a razão do meu comportamento.
Decidi procurá-lo e fazer as pazes, mas a condição dele foi a de que voltássemos a estudar juntos revezando entre a minha e a casa dele. Aceitei as condições e quando do meu retorno obviamente encontrei com o irmão dele. Ele me tratou com a mesma gentileza e carinho de sempre, talvez até com mais empenho, e fez de tudo para que eu não me sentisse constrangido. Decorridos mais de três meses daquele dia, voltamos a nos falar assim que ficamos a sós.
- Fico contente que você tenha voltado para nós e quero que saiba que gosto ainda mais de você depois do que aconteceu entre a gente. Tive receio que você estivesse magoado com alguma coisa e desfizesse a amizade com meu irmão. – ele proferiu em tom paternal.
- Fiquei constrangido e tive medo de voltar aqui e o Mario descobrir tudo. – confessei meio tímido.
- Saiba que eu gostei muito de ter você. Você é um garoto muito especial e me dá muito tesão. Quando estiver a fim é só me procurar. – ele declarou esperançoso.
- Não sei se posso, sinto estar traindo a confiança do Mario. – expliquei procurando ser o mais verdadeiro possível.
- Você está a fim do Mario? – ele perguntou na lata.
- Não! Eu nunca tive nada com ele, somos só amigos. Bons amigos! – respondi de sopetão.
- Então você não o está traindo! – ele concluiu sem me convencer.
A partir dali eu não conseguia ser tão discreto ao olhar para o irmão do Mario quanto seria prudente. Às vezes me pegava olhando para o volume sob suas calças e minha imaginação me transportava, me fazendo relembrar o prazer que havia sentido com aquele beijo. Ou então, o quão acolhedor aqueles braços eram.lucas dele também me olhava de um jeito diferente. Esse novo comportamento de ambos chamou a atenção do Mario, que percebia um clima entre a gente.
- Você anda esquisito cada vez que encontra o lucas – ele exclamou um belo dia, enquanto eu divagava após ter visto o irmão com as pernas abertas usandoa mesma bermuda daquele dia .
- Imaginação sua! Não estou esquisito! – respondi asperamente e sem muita convicção.
- Está sim e não é de hoje que noto isso. – ele insistiu, me pressionando e torturando com aquele assunto. Ele é um expert quando se trata de pressionar alguém.
Já íamos quase começar outra briga por conta disso quando, cheio de remorso e, ainda me achando um traidor, resolvi contar o que aconteceu e pedir desculpas pelo meu comportamento. Bem! A briga começou mesmo a partir de então. Ele me agarrou e, só não me bateu, porque fiquei tão apavorado com a reação dele temendo ser desmontado de tanta pancada, que comecei a gritar enquanto protegia meu rosto. Não voltamos a nos falar até o final do semestre quando o ano letivo terminou e, nem durante as férias, embora muitas vezes o telefone aqui de casa tocasse e quando eu atendia ninguém respondesse, mas esperasse alguns segundos antes de desligar.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.