Herculano sentia um aperto no peito, daqueles que somente o amor causa. Ela não o queria mais. E isso era pior do que a morte. A relação deles nunca fora normal, sempre cheia de explosões de paixão e também de raiva, porém, era assim que eles sabiam amar. Tornou a olhar para ela: o peito subia e descia rapidamente devido à força que fizera para lhe falar tudo, a boca entreaberta e o olhar...ah, o olhar se desaguava em tristura e dor.
Colocou a mão sobre a dela, aplicando pressão ligeira:
― Não faça isso, minha duquesa. Eu sou doido por tu, lhe amo por demais – observou a expressão dela iluminar-se ao ouvir sobre o amor e, levando a mão ao rosto dela, lhe acariciou gentilmente a bochecha.
― Eu nunca deixei de te amar, meu capitão. Acho que nem se quisesse, conseguiria – e apesar do seu lado racional implorar para que ela se afastasse do cangaceiro, Úrsula permitiu que o coração ganhasse aquela batalha. Quando os lábios se encontraram novamente, a duquesa demonstrou toda sua fome. Mordendo-lhe o lóbulo da orelha, sussurrou – hoje, você será meu rei.
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Os corpos exalavam necessidade, fora muito tempo longe um do outro. Herculano desatava o espartilho de Úrsula habilmente enquanto ela desabotoava a camisa dele, os dois em um frenesi para poderem sentir pele na pele, as bocas se uniam e se desprendiam apenas para alcançarem outro lugar. A duquesa espalmou a mão no peito másculo de seu capitão, sentiu o coração dele bater ligeiro e sorriu. Quando retirara dela os trajes superiores, buscou os mamilos, faminto, a língua os excitava, fazendo-os entumecer e provocando suspiros de Úrsula, enquanto o lado direito era agraciado com a boca afoita do homem, o esquerdo sentia o calor da mão viril beliscando-o. Logo, as carícias aumentaram de intensidade e a mulher levantava o quadril, indo ao encontro do dele, sentindo-o endurecido, forçou Herculano a deitar na cama, montando-o, e, com um sorriso sedutor, retirou-lhe as roupas de baixo.
O homem ofegou pesadamente quando sentiu o sopro em seu membro ereto e observou com desejo quando ela o colocou inteiro na boca. O movimento de sobe e desce extasiava o cangaceiro que sentia estar chegando no limite e, agarrando-lhe o cabelo com força, puxou-a novamente para si, beijando-lhe a boca:
― Minha vez de brincar, duquesa – o sorriso que a danada lhe deu fez com que seu pênis vibrasse violentamente. Retirou rapidamente a saia, o meião e a lingerie, paralisando ao ver a mulher por quem tinha tanto amor e desejo entregue a ele. Beijou o monte de vênus antes de suga-la com avidez enquanto Úrsula gemia sem pudor algum e apertava firmemente o lençol, pressentindo o orgasmo que pouco a pouco dominava seu corpo, os músculos das pernas estavam rígidos, os mamilos doendo de tão inchados e pequenas ondas de choque podiam ser sentidas em seus braços e, então, ela derramou-se, com um gemido alto seguido da respiração pesada, nos lábios do seu homem.
O cheiro do amor tomou conta do quarto, deixando o casal embevecido de prazer, mas eles ainda não estavam satisfeitos. Exigindo um beijo do companheiro, a duquesa o puxou para si, como querendo uni-los para a eternidade, o tesão que se apossava de seu ser quando sentiu o próprio sabor na boca de Herculano a enlouquecia, precisava que ele a amasse, como se aquela fosse a última vez...
O cangaceiro se apoiou nos próprios braços, querendo olha-la atentamente quando finalmente concretizassem a paixão. Por um instante, viu ali a vida inteira, passando naqueles olhos bonitos que somente aquela dona possuía. Ajeitou as pernas no meio das dela, que já abraçavam seu quadril, prendendo-o a ela. Coração pulsando em desvario, sangue fluindo veloz, toda aquela saudade finalmente suprimida num momento de feliz insanidade. Úrsula abraçou-o com força, gemendo e, quando a penetrou, ouviu-a dizer baixinho:
― Não me deixa, por favor.
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― Não faz isso comigo, não faz isso com a gente. Eu não quero perder você de vista desse jeito, não quero ver você indo embora da minha vida como se não fosse nada. Olha pra mim...fala que é tudo invenção minha, fala que você também não morreu quando a gente se separou, fala que eu vou embora.
As bocas se encontraram num beijo feroz e saudoso e logo o casal estava deitado na cama da pequena cabine do barco.
Um redemoinho se formou e ela fora lançada a um cais, o via dentro de outro barco, ele estava indo embora, deixando-a para sempre.
― Capitão! – o coração de Úrsula estava disparado, o sonho ainda vívido em sua mente, eram ela e o capitão, mas as roupas, aqueles barcos...aquilo não existia, mas como podiam ser tão parecidos consigo e seu amado? Ao fechar os olhos na tentativa de se acalmar, pensou no homem zarpando para o alto-mar, deixando a mulher que parecia ser ela largada no cais. A dor que dominava seu peito era avassaladora, como se pudesse sentir a mágoa daquela pessoa, como se o sofrimento fosse da própria Úrsula, mas não poderia ser...seu homem estava ali. Ao tatear a cama, sentiu o coração disparar. Estava vazia.
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