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História Saint Seiya - Memórias: A História Oculta do Santuário - Especial :: Gemini Saga


Escrita por: Katrinnae e Draconnasti

Notas do Autor


Um pouco da visão de Saga com os últimos acontecimentos... e um extra no final.

Capítulo 21 - Especial :: Gemini Saga


A capa voava com a brisa que cortava o Monte Zodiacal. O trabalho manual na borda externa em fios dourados, esbranquiçado para fora e num dourado escurecido interno, criando similaridade com a armadura dourada com entalhes de nuances mais claros da vestimenta que reluzia com o entardecer do sol. As suas madeixas acobreadas, num tom mais claro, voavam com sua capa, enquanto tinha um olhar perdido no horizonte.

— Onde está sua mente, Saga? — disse alguém próximo, fazendo Saga se virar e olhar aquelas grandes asas se recolhendo. — Atrapalho suas divagações?

— Olá, Aiolos. Não, não atrapalha. Apenas pensativo, mas nada que seja de fato importante. — comentou Saga voltando-se para ele. — Após meses em missão, finalmente em casa, ou já existe outra para partir?

— Eu espero realmente que não, que possa ficar por aqui, ao menos mais tempo que das vezes anteriores. — comentou o Sagitário rindo, colocando-se ao seu lado. — Por hora, ficarei por aqui e ajudar Aiolia com os treinamentos. Com a viagem ele meio que relaxou. E eu soube que esteve na Itália fechando algumas células da Nero, uma organização composta por Cavaleiros Negros.

— Sim, na Sicília. Coincidentemente onde estava o antigo Cavaleiro de Câncer, Nazar... — dizia Saga quando Aiolos completou dele ter sido mestre de Sólon, também mestre de Saga que confirmou com aceno. — Trouxe comigo seu aprendiz, Mephisto, aguardando o dia de sua sagração.

— O que deve acontecer em breve. O Grande Mestre não se encontra em sua melhor condição até onde sei. — comentou Aiolos que tinha os cabelos castanhos escuros cheios, mas curtos, esvoaçando. Pegou uma fita vermelha e amarrou na altura da têmpora, prendendo algumas das mechas mais rebeldes. — Não deve ser fácil viver tanto tempo assim. Dizem que ele tem mais de 250 anos!

— Foi o que Sólon me disse, e suas aparições têm sido cada vez mais raras. — comentou Saga solenemente, com pesar em seu olhar — E não temos o corpo de Dourados formado e, pelas contas, devemos estar às portas de uma nova Guerra Santa.

— Bom, existem o Mephisto, o italiano que trouxe de sua missão, o Shura, que se mantém isolado em treinamento, o jovem Mu, pupilo do Grande Mestre... — enumerava Aiolos buscando em suas lembranças — E parece que existe outro alguém em Virgem, mas se mantém... invisível.

— Também ouvi dizer, mas pensei se tratar de boato ou coisa assim. — disse Saga olhando de lado para Aiolos, soltando um suspiro. — Espero que a sagração deles não seja tarde demais... — Saga olhou para o céu, vendo-o já próximo de escurecer. — Embora não haja nem mesmo sinal de Athena.

— O que ainda nos dá ainda um bom tempo e indica que não existem maiores ameaças. — comentou Aiolos com um ar mais despreocupado e otimista. — Por outro lado, vi o mestre Arles muito preocupado hoje de manhã quando passou por Sagitário. Acredito que tenha a ver com a aprendiz à Amazona que Mephisto levou para Áries que, coincidentemente, estava a conversar pouco antes.

Saga nada disse, apenas desviou o olhar de Aiolos que parecia mais centrado no Monte Zodiacal naquele momento e não percebendo a expressão do Dourado de Gêmeos. Ele também estava preocupado, pois ficara sabendo através de um dos soldados quando coordenava um patrulhamento próximo ao Rodório, confirmado por Mephisto em se tratar de Selene. Hora antes estava em Gêmeos quando o viu com Selene. Voltou sua atenção para Aiolos que pareceu falar-lhe algo acerca do mestre Arles, apenas assentindo.

— Sim, é verdade. Ele passou rápido por Gêmeos hoje e parecia muito perturbado com alguma coisa. Ele passou a noite em Áries, onde ela está desde então. — respondeu Saga, levemente angustiado. Já se mostrava preocupado antes, e ao ver o Arles passar por Gêmeos o deixou ainda mais apreensivo.

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Quando teve conhecimento do que havia ocorrido, voltou rápido para as Casas Zodiacais, percebendo a movimentação em Áries e a presença de Mephisto que parecia aguardar por algo mais. Subiram juntos até Gêmeos, onde o aspirante explicou o que aconteceu:

— Estava voltando para Câncer quando ouvi um grito e a encontrei caída no chão. Tentei reanimá-la... foi quando uns soldados, que também pareceram ouvir o grito, se aproximaram, correndo, e disseram que ela ficava com o garoto aqui e achei melhor levá-la para Áries. Ela falava umas coisas estranhas como ‘dia sendo noite’, sei lá!

Era tudo que ele sabia. Aquela primeira noite havia sido estressante para Saga, mergulhado na preocupação do que poderia ter ocorrido à Selene quando, naquela manhã, percebeu seu estado emocional tão alterado quando descia do Templo do Patriarca, e uma nova crise aconteceu à tarde, quando estava a fazer uma ronda próxima a Rodório.

Aquela primeira noite, com as idas e vindas do mestre Arles, apenas deixara Saga inquieto, impedindo-o de dormir e esperar que as horas avançassem mais rápido, tornando a noite a mais longa da qual ele podia se lembrar.

Nem mesmo esperou ao amanhecer quando se colocou frente a Gêmeos, numa posição onde poderia ver a movimentação em Áries já que as Casas Zodiacais não ficavam numa linha reta. A posição de Gêmeos concedia certo privilégio, permitindo ver quando Arles deixou Áries e subindo as Casas, fazendo Saga voltar para a entrada.

Sentiu-se ousado, mas atreveu-se a perguntar sobre a jovem da maneira mais impessoal possível e sentindo a preocupação e expressão perturbadora de Arles, mesmo ele dizendo que ‘Ela ficará bem' e que 'precisava apenas descansar’. Mantivera-se tão preocupado e distraído que nem mesmo percebeu a aproximação de Aiolos naquela manhã.

O que mais o tranqüilizou foi uma conversa rápida com Mu, informando a ele e a Mephisto de que ela precisava apenas de um repouso, como Arles havia dito, estando aos cuidados das servas de Áries a pedido do mestre.

Evidentemente aquilo chegou ao conhecimento de alguns aspirantes, gerando alguns comentários maldosos — do porquê não ser transferida para junto de outros doentes ou do porque o tratamento especial, até mesmo de ser a protegida do mestre — e que Saga, até mesmo Aiolos, repreendeu-os por aquilo. O Santuário já se mantinha dividido demais com a xenofobia para mais uma questão que Sagitário considerava tão banal.

Ao contrário da noite anterior, aquela se seguiu bem mais tranqüila, mas não menos preocupado. Saga tinha a vontade de vê-la, confirmar, com seus próprios olhos o seu estado. Embora conseguisse adormecer melhor, mantinha-se alerta, o que o fez se levantar por conta de um barulho que o colocou em alerta. Não eram as servas da Casa Zodiacal. Ele havia dispensado seus serviços, e retornariam somente próximo do amanhecer.

Isso fez o guardião de Gêmeos se levantar num salto, se aproximando do grande salão do templo e percebendo a indumentária de Gêmeos reluzindo no pedestal, dando-se conta de estar somente com as vestes de dormir que se resumia a uma calça de linho branco e o torso nu, coberto apenas pelos longos cabelos que caiam sobre os ombros, peitos e costas. Aproximava-se da armadura quando pressentiu a presença de alguém, de alguém que o vigiavaa do escuro e admirar-se com que viu.

— VOCÊ? Mas, como foi que...? — Havia assombro em seu olhar.

Um servo que descia até Gêmeos com uma jarra, assustou-se com a presença de Saga, quase deixando o grande jarro de água cair. Quando perguntado o que fazia, sendo que havia sido dispensado, respondeu somente que fora apanhar água na fonte acima pela falta desta, desculpando-se por acreditar que havia incomodado o sono do Guardião, mas logo dispensado por este. Aquele servo era a menor das preocupações de Saga, e sim aquele diante dele.

— Há muito para se conversar, mas não hoje não agora. — disse somente após garantir que o servo não mais os ouvia. Fosse sua presença ou não, aquilo apenas o motivou a fazer algo da qual já deveria ter feito. — Resolveremos isso ainda hoje.

Quando saiu de Gêmeos, estava próximo do amanhecer. O céu já não estava tão escuro quando decidiu descer até Áries com suas vestimentas de treino, embora sem todos os acessórios básicos como a ombreira e o peitoral. Esperava apenas encontrar Selene, ao acaso, mas se encontrasse Arles, teria uma boa desculpa e de que estaria apenas de passagem, como ir a Rodório.

Queria tê-la em seus braços como acontecia nas últimas semanas, e a preocupação de saber seu estado o perturbava, fazendo imaginar inúmeras coisas, até dela nem mais lembrar dele com uma possível batida cm a cabeça.

Quando chegou à Áries, sorriu, pois foi vista sozinha do grande salão da Casa Zodiacal, com sua máscara no rosto. Havia de concordar com Kanon que aquilo era uma lei estúpida que há muito deveria ser abolida. Conferiu se havia mais alguém e assoviou. Foi um risco, mas surtiu efeito, pois ela não somente o ouviu como correu até ele sem qualquer hesitação, caindo em seus braços.

Senti-la junto ao seu corpo era um alívio, pois agora tinha certeza de que tudo estava bem, principalmente quando sentiu o gosto de seus lábios, o toque de sua pele e de seus cabelos, o seu perfume. Ele a puxou para longe da entrada, escondida entre as pilastras, num ponto cego do templo, onde se acariciavam e se beijavam intensamente. Não fosse Mu, haveria de ambos ultrapassado todos os limites.

Ao voltar para Gêmeos, sentiu todo um desejo ardente queimá-lo por dentro, algo da qual sentia crescer dentro de si, mas não ascender daquela maneira tão violenta como há poucos instantes. Durante os treinos, sentia aquele ardor, e percebia que ela também, mesmo quando Kanon estava com eles, mas desde que iniciaram aquela relação proibida, isso havia se tornado ainda mais intenso.

— Tudo bem, Saga? — disse alguém às suas costas, fazendo-o se voltar para o dono daquela voz e se deparando com Mephisto, sempre com seu olhar analítico e malicioso. — Olha, sei que não é da minha conta, mas... Enfim! — e coçou, com o indicador, próximo ao queixo, abaixo dos lábios.

Atrás de Mephisto estava Shura, um homem de pele até clara para aqueles do mediterrâneo. Tinha os cabelos escuros cheios e espetados para cima e um olhar duro e incisivo, meio fechado. Saga reconheceu como sendo o ‘espanhol’ que Aiolos havia dito e o cumprimentou, jogando água no rosto.

— Tudo bem, apenas... — dizia, recompondo-se. — Você é o Shura, não é? Que razão o fez sair de sua zona de treino? Disseram que sua técnica é um tanto perigosa para treinamento em conjunto...

Dizia Saga quando percebeu um sorriso surgir na face do espanhol, mas ao contrário do que Shura esperava de Saga, ao levantar seu braço, mantendo sua mão à riste, criando uma luminescência de seu cosmo como um flash, foi dele esquivar-se. O geminiano manteve-se parado, sentindo apenas algo como uma brisa passar rente à sua face, ouvindo um golpe às suas costas.

— Geralmente prefiro treinar sozinho, mas...— disse ele olhando para seu braço e abaixando-o enquanto a luminescência de seu cosmo se reduzia até se perder. Assistiu Saga se virar e observar a lasca removida de uma pilastra às suas costas, como se a fenda tivesse sido aberta por uma lâmina afiada. Mephisto soltou um assovio admirado. — Precisava descer para reabastecer onde estou, então encontrei Mephisto.

— Interessante... — havia admiração nas palavras de Saga — Já ouvi falar da técnica dos Cavaleiros de Capricórnio, mas isso... Realmente, extraordinário. Então isso é a Excalibur? — e viu Shura sorrir orgulhoso com aquilo.

— Estive aprimorando seu fio desde que cheguei ao Santuário. — e espanhol olhou para seu braço, empunhando esta como se fosse a própria espada. — Ela, agora, está completa!

Os olhos de Saga recaíram sobre os dois, na cumplicidade de ambos, mas nada disse por hora. Ambos comentaram que estava seguindo para treinar no anfiteatro. ‘Fazer um social’, como Mephisto mesmo dissera. Confirmaram que em breve seriam suas provas finais e queria testar suas técnicas e limitações no anfiteatro. Praticamente um lema entre os cavaleiros de Athena, venceria aquele que elevasse maior o seu cosmo, o que os colocava em constante aprimoramento.

Naquela mesma tarde foi chamado à Sala do Grande Mestre, encontrou Aiolos já presente, trocando cumprimentos rápidos e poucas palavras até que o Patriarca se revelasse por trás das cortinas atrás de seu trono. O local dava acesso ao Templo de Athena. Teria a deusa finalmente...

— Grande Mestre! — entoou os dois dourados curvando-se de frente para o Patriarca, encostando seus joelhos direitos no chão em sinal de respeito. — Grande Mestre, desculpe se estou sendo impertinente e peço perdão. Ao acaso, Athena... — indagava Aiolos levantando a cabeça, sob o olhar discreto de Saga ao seu lado.

— Não, Aiolos. Athena ainda não deu sinal de sua presença nesta Era, mas devemos estar preparados para isso. — disse o Grande Mestre sentando-se em seu trono, vestindo azul e vermelho, acompanhado de seu elmo dourado. — E exatamente por isso que eu os chamei aqui. Por serem os primeiros Cavaleiros de Ouro dessa geração, encarregarei os dois pela inspeção dos mais jovens cavaleiros, e pra isso ajudarão dois deles que farão suas provas pelas indumentárias douradas em duas semanas. Aiolos... — Sagitário assentiu. — Quero que cuide de Shura, aquele a quem deve provar ser digno da Armadura de Ouro de Capricórnio. Enquanto você, Saga... — foi vez de Gêmeos assentir.  — Cuidará de Mephisto pela Armadura de Ouro de Câncer. Posso confiar esse trabalho aos dois?

Os dois dourados assentiram em concordância, cientes das responsabilidades das quais eram incumbidos. O Patriarca sorriu discretamente, observando os dois jovens à sua frente responderem em sonoro ‘Sim!’.

— Até que Athena reviva nesse tempo, uma nova geração deve estar preparada para toda e qualquer ameaça à Terra, e peço que ambos se mostrem dignos desse dever para com a deusa. Contos com vocês, cavaleiros.

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Estava pronta para se recolher quando viu uma sombra passar por entre as pilastras. Ninguém deveria estar ainda de pé àquela hora, embora ela estivesse. Seguiu a silhueta e a vendo sair de Gêmeos e chamando-o, assustando-se quando o viu e ficando desconcertada, deixando algumas mudas de roupa irem ao chão. Começou a recolher tudo, desculpando.

— S-Sinto muito, Sr. Saga. Não esperava que ainda pudesse estar acordado. Eu estava fazendo a coleta noturna... — dizia a serva recolhendo todas as roupas e se voltando para ele. — O senhor deseja alguma coisa? Já recolhi tudo, mas posso preparar algo se precisar...

— Arrume um prato pra mim, acompanhado de pão e outro com frutas secas. — disse ele de pé ainda a fitando, sem se aproximar, olhando-a por cima dos ombros. — E água.

A serva assentiu e se apressou, preparando um prato com a sopa de carne e legumes da janta e um pedaço de pão, preparando um segundo com damascos e tâmaras, além de um cantil de água. Ele se serviu, bebendo quase metade da água, dispensando-a em seguida. Ela ainda ficou a observá-lo alguns instantes e sorriu boba. Havia de admitir que ele era extremamente atrativo, e aqueles olhos...

— Ouvi vozes... — disse um segundo servo que surgiu nos aposentos, fazendo a serva pigarrear, disfarçando o sorriso bobo, deixando um prato de tâmaras cair e recolhendo com a ajuda do colega. — Com quem estava falando? Já deveria ter se recolhido.

— Tudo bem, ele não me chamou a atenção. — o amigo se levantou franzindo o cenho. — O que foi? Não faz essa cara! Apenas precisei me levantar porque eu esqueci de recolher algumas roupas e...

— Não, não é isso. Disse que ele não chamou sua atenção? — comentou o rapaz estranhando aquilo, olhando em direção à porta. —Sr. Saga saiu para uma ronda esta noite, não?

— Ronda? Mas eu o vi não tem alguns minutos...! — disse a jovem apontando para a porta, mas quando foi ao encontro deste, havia sumido.

— Tinha certeza que era o Sr. Saga?


Notas Finais


Próximo capítulo:
Um novo personagem entra em cena para ajudar Selene para superar seus medos e receios, na sala secreta da Sexta Casa Zodiacal.


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