1. Spirit Fanfics >
  2. Saint Seiya - Memórias: A História Oculta do Santuário >
  3. Interlúdio :: Van Qüine

História Saint Seiya - Memórias: A História Oculta do Santuário - Interlúdio :: Van Qüine


Escrita por: Katrinnae e Draconnasti

Notas do Autor


E esse capítulo especial com nosso Van Quine, após ganhar uma oneshot especial em seu aniversário. Capítulo tenso, aviso. XD

Capítulo 66 - Interlúdio :: Van Qüine


Quando abriu os olhos, a dor já era menos sufocante e até mesmo o calor que o consumia parecia ter amenizado bastante.

Ao abrir os olhos, percebeu que o braço esquerdo se encontrava imobilizado pelas ataduras manchadas de verde pelo unguento que Kiki havia passado. A boca estava seca, então serviu-se da água que havia na mesa ao lado oposto ao braço ferido, permitindo segurar com o braço são.

— Finalmente acordou. — comentou o ariano entrando no quarto, com uma expressão levemente abatida. — Como se sente hoje?

— Não sei... — respondeu Qüine ainda levemente confuso. — Parece que dormi por tanto tempo que nem sei onde ou quando estou... — e tentava se levantar, auxiliado pelo irmão.

— Dormiu quase o dia todo, e das poucas vezes que acordou, ficou delirando. — comentou o mais velho. — Ao menos a febre cedeu.

— Deve ter sido o que me deram para beber... — o outro comentou de maneira leviana. — Que gosto horrível!

Kiki puxava uma cadeira para se sentar quando, novamente, ouvia aquilo, soltando um suspiro.

— De novo isso...? Quando voltei com água fresca estava a chamar por alguém... Até disse “mamãe”.

— Eu disse? — indagou Qüine surpreso, vendo o irmão assentir. — Ah... Eu lembro de chamá-lo porque sentia sede... e alguém apareceu me dando algo para beber... mas não via nada! Por outro lado, sentia uma paz tão grande... Diferente daquele fantasma...

— Fantasma...? — Kiki franziu o cenho. — Olha, Qüine, ouvi-lo chamá-lo pela sua mãe eu posso até entender por que estava movido pelo delírio da febre. — e pausou, cruzando os braços e recostando na cadeira. — Agora, esse fantasma é algo que ficou praguejando desde quando o tiramos de Escorpião e isso está me deixando intrigado. O que estava fazendo no oitavo templo quando deveria estar dormindo como disse que faria?

— Ah, Kiki... Me dá um tempo...! — reagiu o Geminiano fazendo uma careta.

— Qüine você não é mais aquele garotinho que faz aquilo que dá na sua cabeça. — Repreendeu o lemuriano fitando-o seriamente.

— Talvez não fizesse se não ficasse omitindo as coisas de mim! — retrucou se voltando para o irmão. — Por que está sempre me escondendo tudo?

— Talvez não omitisse se soubesse que poderia confiar inteiramente em você sabendo que não tentaria fazer tudo à sua maneira. Não é assim que funciona! Já conversamos sobre isso. — pontuou o ariano incisivamente.

— Aquela garota quase morreu, Kiki. Aquela armadura... — disse apontando para o alto como que para o oitavo templo —  ... quase a matou e ainda acham que eu não devo saber o que aconteceu? Fui eu que peguei o corpo dela esvaindo em sangue...

— E achou que indo lá sem a permissão de qualquer um a ajudaria com alguma coisa? — indagou Kiki indiferente à sua exasperação. — O que achou que poderia fazer lá? Aliás, por que dar seu sangue aquela armadura que, até o momento, se nega... SE NEGA, Qüine... a qualquer ajuda?

Qüine até mesmo tentou retrucar aquelas palavras, mas faltava-lhe argumentos, restando apenas se calar e socar a cama com a mão sã por aquela frustração. Ouviu o barulho de água e um copo sendo estendido a ele. Hesitou num momento, mas aceitou. Ainda sentia a garganta seca e ainda o gosto amargo daquele chá.

— Tudo bem... — disse após beber um longo gole, metade do copo com água, enxugando a boca com o braço. — Então me explique essa parada da armadura reagir daquela maneira tão hostil. Foi como se sentisse ameaçada, sei lá!

— Eu não sei o porquê de ela estar reagindo assim. — Kiki confessou com um longo suspiro. — Só sei que está reagindo assim desde que Antares chegou ao Santuário... Talvez até antes, não tenho certeza. — e bateu de leve na perna, curvando o corpo para frente e arrumando-se na cadeira. — Ainda estava para restaurá-la na época, mas nunca ouvi falar que uma armadura pudesse ser assim, tão temperamental.

— Eu não imaginava que uma armadura pudesse ser capaz de reagir daquela maneira... — comentou Qüine, arqueando o semblante. — Embora lembro de minha mãe dizer sobre tornar uma armadura remota com o Cosmo de um cavaleiro. Ela ensinou isso ao meu pai. — e franziu o cenho, tomando nota do que leu no diário. — Mas não lembro de ela mencionar da possibilidade disso a ponto de projetar uma imagem fantasmagórica... — e arrepiou-se, involuntariamente. — Foi como se refletisse sua alma, sei lá!

— Lembro vagamente de os Bronze comentarem sobre encontrar a armadura vazia de Gêmeos quando chegaram ao terceiro templo, posteriormente descobriu-se que era Saga controlando-o[1]... — lembrou Kiki na ocasião, mas era ele quem franzia o cenho, percebendo o semblante de Qüine. — No entanto, você falou muito sobre isso em seus delírios... O que exatamente você viu?

Qüine ficou aturdido, forçando a se lembrar daquilo que lhe foi acometido na última noite. Inconscientemente virou-se para a direção onde seria o quarto onde Antares ainda estava acamada, uma vez que ainda estava em Áries, para onde foi levado após o ocorrido em escorpião.

"Aquela postura...", pensava ele enquanto se lembrava daquele 'fantasma' a atacá-lo e remetendo quando conheceu a aprendiz no Campo das Amazonas quando buscava o casebre onde viveu sua mãe. Lembrou-se da batalha que travaram, ainda que o próprio rapaz não estava realmente a lutar, somente a provocá-la. Aquilo soava realmente estranho.

— Eu não sei, Kiki. — respondeu, com um tom mais calmo e sério, incomum ao rapaz. — Não sei dizer o que ou quem era aquilo, apenas que parecia conhecer bem as minhas técnicas o bastante para se esquivar dos golpes com uma maestria incrível! — respondeu impressionado. — Aquilo sabia até mesmo caminhar na Outra Dimensão.

— Ahn? — reagiu o ariano levantando as mãos para o rapaz para cessar o que dizia. — Espere um momento, Qüine. Está me dizendo que, seja lá o que for essa coisa 'fantasmagórica' que diz, conhece o espaço dimensional? — indagou incrédulo, vendo o irmão afirmar com a mão na testa. — É sabido que Cavaleiros de Ouro tenham algum conhecimento da técnica uns dos outros, nada além do básico do básico, mas isso exige algo muito além.

— Mesmo eu ainda não tenho pleno conhecimento do plano dimensional. Não existem barreiras, apenas um horizonte infinito onde um único passo equivale a milhares de anos luz e que pode levá-lo a infinitos outros planos dimensionais. — explicava Qüine de modo mais didático possível. — Em outras palavras, mesmo eu posso me perder no plano. Seria como mergulhar num Buraco de Minhoca[2], mas sem um destino definido... mas aquele... fantasma... ele parecia saber muito bem por onde ir!

Kiki recostou na cadeira preocupado e pensativo sobre aquilo. Em todos aqueles anos, nem mesmo seu mestre, Mu, antigo Cavaleiro de Ouro de Áries, havia mencionado algo similar aquele presenciado pelo jovem e futuro Cavaleiro de Gêmeos. Não que duvidasse de suas palavras, mas se não presenciasse o estado que o encontrou e o Cosmo da armadura esmaecendo, soaria um tanto surreal aquela história.

— Qüine... — dizia Kiki levando as duas mãos, com as palmas juntas, frente ao rosto, à altura dos lábios. — O que exatamente você viu? — e percebeu a expressão do irmão, inexpressiva até. — Com o que se parecia esse... 'fantasma'?

O rapaz suspirou, deixando o copo já vazio na cabeceira da cama, ajeitando-se na mesma. Umedeceu os lábios como se tentasse encontrar palavras para definir aquilo. Por fim, deu apenas de ombros.

— Eu não sei. — respondeu por fim, fitando o lemuriano que o olhava intrigado. — Eu realmente não sei! Tinha uma silhueta humana... — e suspirou. — Mas não tinha uma definição em si. Poderia ser qualquer um ou ninguém... Ah! — e levou as duas mãos à cabeça. — Kiki... eu realmente não sei explicar o que vi. Tudo aconteceu rápido demais...!

"Como diabos explicar aquilo que vi? Aquela postura e todo estilo de luta daquela coisa...", pensava Qüine novamente virando a cabeça, discretamente, em direção ao quarto onde estaria Antares. "Aqueles olhos... Eu vi aqueles olhos. Era como os dela, mas...", e sentiu uma leve enxaqueca. Não poderia levantar uma falsa afirmação como aquela.

— Como disse, era como ver a armadura projetar sua alma ou parte dela... Sim, eu sei que parece louco o que digo. — defendeu-se o rapaz.

— Qüine, não quero que pense que estou duvidando do que disse, do que viu... — comentava Kiki de maneira cuidadosa. — Enquanto dormia eu lembrei da conversa que tivemos sobre as armaduras.... Sobre elas guardarem as memórias do cavaleiro que a vestiu, até mesmo da lenda sobre alguém que teria se tornado um com ela. — e pausou em suas palavras, mordiscando os lábios. — Não ficou impressionado com isso, ficou?

— Eu sei o que vi, Kiki. — comentou Qüine ainda fitando-o, sério. — Ainda que seja uma mera lenda poética de forjadores, aquilo me pareceu real o bastante para sentir a sua agulha entrando na minha carne. Isso não é um devaneio meu... Não me diga que...

— Eu não estou dizendo nada, Qüine! — afirmou o ariano fitando-o igualmente sério e incisivo em suas palavras. — Eu vi o Cosmo na armadura esmaecendo e o quão agressiva estava. E exatamente por isso devo lembrá-lo que elas não são meras indumentárias. O que fez, por mais nobre que tenha sido sua ação, desrespeitou a vontade dela e desencadeando essa... reação abrupta. Que isso sirva de lição. Mais uma! — e se levantou. — Chega de conversa e descanse. Irão trazer uma sopa para você muito em breve. E depois disso, trate de dormir de verdade, ouviu?

— Tem mais uma coisa que queria dizer. — comentou o rapaz vendo o irmão se levantar e caminhando em direção da porta. — Eu juro, só mais uma pergunta.

Kiki respirou fundo, voltando-se para ele e fazendo menção para que perguntasse. No entanto, conhecia bem aquele olhar dele, e por alguma razão aquilo o intimidava.

— Por quê? — indagou Qüine com uma expressão rude. — Por que deixam Antares treinar com... com aquilo? — e aumenta o tom de voz, apontando para cima. — VOCÊS TÊM NOÇÃO QUE AQUILO PODE MATÁ-LA UM DIA?!!

O lemuriano fechou os olhos e respirou fundo, levando a mão na interseção dos olhos. Quantas vezes ele mesmo havia feito aquela pergunta e quantas vezes ouviu uma resposta que não lhe parecia condizente com o que via?

— Ordens de Athena, Qüine. — ele respondeu, embora seu tom de voz deixasse claro que também não aprovava aquela decisão. — Temos ordens para garantir que ela tenha acesso à Casa de Escorpião e que ela receba a devida atenção após isso. E, como você viu, ela ainda consegue fugir de nossos olhos sem que quatro Cavaleiros de Ouro percebam!

— ORDENS DE DEIXÁ-LA MORRER, É ISSO?!! — exasperou o rapaz com um tom incrédulo. — E se eu não a encontrasse, estariam com o corpo dela entregando ao barqueiro. É isso que querem?

— QÜINE...!! — Kiki estava perdendo a paciência, como poucas vezes acontecia e somente o Geminiano conseguia fazer. E o pior que, daquela vez, ele estava certo. — Muito bem, Van Qüine... — e cruza os braços, aproximando-se novamente alguns passos. — Diga. O que sugere quanto a isso?

— Do que adiantaria? Não me ouviriam mesmo. — retrucou, meneando negativamente. — Odeio esses malditos segredinhos...

— Aceite seu destino e torne-se um Cavaleiro de Ouro que esse segredo deixará de ser segredo. Quer saber o que está acontecendo, mas está pronto pra assumir a responsabilidade que esse conhecimento vai te trazer? — Kiki questionou, vendo o irmão fitá-lo.

— Essas responsabilidades incluem me contar sobre o meu pai que VOCÊ conheceu? — questionou de volta, vendo o ariano piscar aturdido. — Não se trata apenas de aceitar o legado do meu pai e sair por aí com a armadura de Gêmeos, mas do que aquelas pessoas lá fora... — e aponta para a porta, indicando o Santuário propriamente. — Poderão ver em mim ou através de mim. Será que vocês não entendem isso?

Os olhos do rapaz lacrimejaram, mas ele respirou fundo, segurando as lágrimas, virando o rosto.

— Não se trata apenas de segredos com Antares, Kiki. Eu tenho fantasmas que não são meus. — e voltou a fitar o irmão. — Eu ouço o que dizem do meu pai. Os mais novos não o conheceram e não sabem de mim, mas outros... — ele riu, mas denotando nervosismo. — ... esses me olham desconfiados como se me reconhecessem. Como aceitar um destino da qual não conheço ou que me negam a dizer? Eu quero aceitar o legado do meu pai, mas eu estou buscando saber sobre ele. Isso é o que Antares busca, Kiki? — e suspirou. — Enfim, deixa pra lá. Não posso saber mesmo, então... — e praguejou sem ganhar voz, recostando na cama.

Kiki apenas engoliu a seco aquelas palavras. Pensou em dizer algo mais, mas apenas deu às costas para sair reafirmando que a sopa já viria, deixando reinar aquele completo silêncio.

— Não vai me deixar ficar em Gêmeos, não é? — questionou Qüine, com um tom mais brando, mas também triste.

— Não. — respondeu Kiki com igualmente pesar, fingindo indiferença. — Quer... — e respirou fundo. — Quer que eu pegue o diário...

— Não... — o outro respondeu prontamente. — Vou... esperar a sopa... e dormir.

O lemuriano assentiu, deixando, definitivamente, o jovem Geminiano sozinho.

Quando a porta se fechou, ainda que não tenha sido fortemente batida, Qüine sentiu o impacto do quão duro foram suas palavras para o irmão, levando a mão aos cabelos e curvando o corpo para frente enquanto recolhia as pernas. Até pediria que trouxesse o diário, mas não queria que o irmão achasse aqueles pergaminhos que encontrara naquela área invisível do terceiro templo que ninguém parecia conhecer.

"Eu sou tão omisso quanto. Um mentiroso, até. Um hipócrita!", pensou, deixando a mão descer pelo rosto e lembrando da urna que havia encontrado, mas que emanava uma energia peculiar envolto de um manto que parecia sufocá-la.

Por fim, apenas se deitou, olhando para o teto e buscando entender aquilo que viu, aquela silhueta fantasmagórica, aqueles olhos. Apenas vinha um alguém em sua mente e aquilo o fazia se voltar para a parede ao lado onde sabia estar Antares.

Se é que ela ainda estaria adormecida.


───────.∰.───────
 

— Ele é mais difícil que imaginei. — comentou Merihk com os braços cruzados, recostado numa pilastra e olhos voltados para algumas armaduras empilhadas em suas urnas.

Kiki não necessariamente se assustou, nem mesmo ficou surpreso pelo Canceriano presente ali. Verdadeiramente ainda estava chocado e triste com as palavras do irmão que pensou responder, mas preferiu encerrar aquela discussão.

— Ouviu a discussão? — indagou ele, seguindo pela sala sob o olhar do Dourado.

— O suficiente e se me permite dizer... — respondeu cuidadosamente. — Por mais que eu ache o moleque mimado, e isso seja apenas uma casca, concordo com ele. Fazê-lo aceitar o destino, legado, seja lá qual for o nome que queiram dar, apenas para saber informações referente à mascotinha, seria uma irresponsabilidade.

— Eu sei. — respondeu Kiki, parando de costas ao canceriano, levando a mão ao quadril numa expressão de cansaço físico e mental. — Eu também não discordo dele. — e se voltou para o Dourado que já se aproximava. — O pior é que isso dói. Eu gostaria de contar-lhe muita coisa, mas nem mesmo eu posso dizer muito... — e olhou para direção do quarto, silencioso, sem presença de Cosmo ou qualquer energia que evidenciasse qualquer ação furtiva. — ... mesmo porque, aquilo que sei, é horrível. Triste. Como poderei dizer sobre o pai dele ser responsável, ainda que não fosse propriamente ele, de tanto horror, mortes...

— Mesmo eu apenas assumi quando preparado, Kiki. — comentou Merihk. — Dê tempo a ele. — e bateu de leve no ombro do lemuriano. — Qüine e eu temos histórias parecidas. Sei de suas dúvidas, de seus medos, mas ele é forte e confiante... — força um sorriso. — ... mas acho que não preciso te dizer isso, não é mesmo?

— Eu sei. — sorriu Kiki. — Quanto a isso, ele me lembra sua mãe, mas sua personalidade forte também seu pai... — e ficou sério. — E isso me dá certo medo.

— Ele não vai cair, Kiki. — comentou o Canceriano se voltando para ele, compreendendo aquelas palavras. — Sei que não gosta de falar sobre isso, mas... — e pensava um instante. — ... essa dita 'maldição' ou 'mácula' que há sobre Gêmeos, ele não vai se deixar sucumbir. Não perca sua fé nele.

— Eu acredito. — respondeu Kiki se voltando para o companheiro Dourado. — Apenas temo que, às vezes, Qüine me parece ser duas pessoas em conflito com ele mesmo. Como mesmo disse, uma casca guardando medo enquanto luta contra isso.

— Por isso digo que ele é forte. — sorriu o outro. — Ele não faz o tipo que se entrega. Seu brilho é intenso, tanto quanto seu destino.


───────.∰.───────
 

Ainda que sob grande silêncio, a armadura de Escorpião mantinha-se imponente em seu pedestal apesar de lacerações de antigas batalhas, desgastada pelo tempo em seu Oitavo templo.

No entanto, o seu Cosmo reagiu fazendo com que ascendesse gradativamente com intensas veias vermelhas à sua volta lembrando sangue, com a cauda do elmo erguendo-se no ar e a agulha do ferrão na ponta da cauda cintilasse preparada para um novo ataque. Contudo...

"OHM!"

Uma energia envolveu a armadura que reagiu aquilo, parecia querer desmontar-se, mas estava sendo impedida por uma incrível força que silenciava o brilho da agulha. A sombra de alguém vestindo a indumentária começou a se formar, parecendo resistir ao Cosmo que a cercava, mas sem grandes sucessos.

Tão breve quanto veio, logo desapareceu, embora a uma chama tivesse faiscado no local onde seriam seus olhos pouco antes. Ao contrário da cosmo-energia agressiva da armadura, uma mais serena surgia se contrapondo àquela.

"Acalme-se, Escorpião... Não há necessidade para tamanha agressividade"

Do ponto de luz no centro da sala. Duas perneiras Douradas surgiram tocando sutilmente o chão, acompanhado de uma capa branca com bordados dourados como seu interior.

— A sua ação foi um tanto... perigosa, tanto para o jovem Gêmeos como para sua pequena aprendiz que ainda se recupera dos ferimentos. — disse Klahan se aproximando da indumentária ainda envolta da sua redoma de luz. — Por muito pouco não provocou uma tragédia.

A luz intensificou-se sobre a armadura, conseguindo silenciá-la, por fim, fazendo a cauda ceder e repousar ao lado da indumentária quase morta em seu pedestal. Porém, um pouco de sua energia ainda era sentido.

— Ainda é cedo. Não é chegado o momento. Até que estejam todos prontos, deverei controlá-la, se preciso, até que tudo esteja devidamente alinhado... — e sorriu. — Foram muitos anos, e não permitirei que esta oportunidade seja perdida novamente.


Notas Finais


Notas abordadas no capítulo.

[1] Menção breve de Kiki sobre o evento em que os Cavaleiros de Bronze invadem as Doze Casas Zodiacais. lembrando que Kiki estava presente e tinha, aproximadamente, oito anos na época. Clássico, Saga Santuário - Invasão das Doze Casas.

[2] Na física, um buraco de minhoca é uma característica topológica hipotética do contínuo espaço-tempo, sendo um “atalho” através do espaço e do tempo. É uma teoria considerada válida na relatividade em geral, onde afirmam haver ao menos duas portas ('bocas') para um único caminho ('garganta') transponível, permitindo viajar por ela. No entanto, na 'Outra Dimensão' teoriza-se haver inúmeras portas e corredores para infinitas passagens dimensionais, mas que não necessariamente permite viajar no tempo. Nesse caso, pode acontecer transportar-se entre mundos distintos.
.
.
.
Após a Oneshot especial de ~Feliz Aniversário, Van Quine~, e hoje ter um capítulo especial dele, acho que ajuda a compreender mais um pouco dos 'presentes'. Busquei ser didática tanto quanto Quine ainda compreendendo suas próprias técnicas e habilidades.

Obrigada a todos que acompanham essa história, favoritando, comentando, recomendando. :)


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...