História Saint Seiya - O despertar da nova guerra - Cavaleiros de Ouro

Ao regressar para o santuário, Vulcano observou todos os cavaleiros e guerreiros que montavam guarda, todos pareciam ainda mais apreensivos do que quando saiu com Dictis. Quando pensou em perguntar a algum deles se algo havia acontecido, um cavaleiro de bronze surgiu a sua frente, literalmente surgiu, usando a habilidade teleporte, e arrancando um grito de susto do ruivo. 

- Finalmente você voltou, Vulcano! - O cavaleiro de Unicórnio tinha olhos azuis de tom escuro sereno, e cabelos loiros tão claros que eram quase brancos. Ele tinha a mesma idade de Vulcano é uma expressão nada agressiva para um cavaleiro. 

- Olá, Jacob! - O ruivo o cumprimentou com um sorriso divertido. 

- Recebemos sua mensagem sobre a morte de Dictis… Sinto muito. 

- Não sinta! - Ele pousou sua mão sobre o ombro do cavaleiro de bronze com um sorriso caloroso - O cavaleiro de Perseu morreu com honra. - Ele disse, mas seu coração estava tão pesado quanto o de unicórnio.

- Certo… - Jacob se deixou sorrir de forma fraca - Ele então olha para Vulcano com curiosidade - E onde está Belfort? - Ele pergunta pelo amigo, com quem tanto já treinou antes de assumir sua armadura. 

- Nosso cavaleiro de pégasus sofreu alguns ferimentos e precisa de tempo para se recuperar, mas eu achei que seria uma ideia ruim deixar o santuário sem um artesão, então resolvi vir na frente. 

O cavaleiro de bronze sorriu ao ouvir as palavras de Vulcano. 

- Então ele realmente vai ser o novo cavaleiro de Pégasus? 

- É isso aí, ele até mesmo desafiou e saiu vivo da luta contra um general marina! - O artesão de armaduras contava vantagem, mas o próprio Belfort não se colocou como glorioso na luta, mas Jacob não tinha como notar o exagero. 

- Belfort é realmente incrível! - Se contendo sobre perguntar mais sobre a luta, ele se lembra do porquê de precisar falar urgentemente com Vulcano - Ah sim! Meu mestre… Digo… O grande mestre desejava falar com você assim que regressasse. 

…

O artesão ruivo se dirigiu para onde estavam lhe esperando o grande mestre Frixo, e o irmão mais novo do cavaleiro de gêmeos, Póllux. Ao se aproximar, seu olhar se cruzou com o do outro rapaz, que imediatamente o desviou com uma expressão amarga no rosto. 

Já o grande mestre o fitou cuidadosamente e sorriu gentilmente quando se aproximou. 

- Bem vindo de volta, Vulcano, fico feliz que esteja bem. 

- No limite do possível, certo? - O rapaz brincou para disfarçar o nervosismo, eram tempos sombrios para os cavaleiros, se o grande mestre queria ter com ele pessoalmente, então algo de ruim poderia ter acontecido. 

Como se sentisse a apreensão do garoto, o grande mestre começa o assunto. 

- Como você bem sabe, além da entrega da armadura e recrutamento do cavaleiro de pégasus, outra missão de busca foi iniciada no mesmo dia.

- O cavaleiro de Gêmeos, Castor, iria em busca da amazona de Virgem, certo? - O garoto completou tendo seus maus pressentimentos ainda mais reforçados, agora observando Póllux, o irmão de Castor que ali estava, seu coração se acelerou ainda mais. 

- Somente a armadura de Gêmeos retornou dessa missão. - O que Vulcano temia tanto ouvir finalmente fora proferido - É muito provável que Castor esteja morto. 

BESTEIRA! - Finalmente o calado irmão mais novo deixou sua voz ser ouvida - Meu irmão nunca seria morto por ninguém! Você sabe disso, não é, velhote!?

Se acalme, Póllux. - Disse o grande mestre. 

O garoto ruivo tinha um sorriso desconcertado e incrédulo em seu rosto. 

- I-isso é uma piada, certo, grande mestre? - Ele pergunta mesmo sabendo que o grande mestre não é um homem de fazer piadas.

O mais velho não usa palavras, apenas fecha seus olhos e abaixa a cabeça num tom pesaroso. E vulcano teve que usar todas as suas forças para não deixar suas pernas cederem.

- Com mais um dos cavaleiros de ouro fora de combate - Ele olha para Póllux e busca ser mais contido nas palavras -, mesmo que desaparecido, eu não tenho escolha a não ser tornar ambos em dourados.

- O que!? - Os garotos disseram em coro. 

- Vulcano se tornará o cavaleiro de Libra, enquanto que Póllux assumirá a armadura de seu irmão, ou seja, Gêmeos. 

Póllux rangeu os dentes deixando a fúria percorrer seu corpo. 

- Você tá de brincadeira comigo? Nem ferrando que eu vou vestir uma dessas armaduras, e sair por aí pra morrer por vocês. 

- Ninguém está pedindo para morrer. - Disse Frixo com calma. 

- Mas é o que vai acontecer, não é? Não foi isso que aconteceu com Nesso? 

- Nesso de câncer não somente se sacrificou para derrotar o inimigo, mas também para salvar a vida de seu companheiro Aslam, e seu irmão Lolau.

- E é justamente esse tipo de sacrifício que eu não estou disposto a fazer, entende? “Honra de cavaleiro”? papo furado. Me mostre dez homens que morreram com honra, e tudo que verei são dez mortos. 

Vulcano observou o outro rapaz com seus olhos verdes, ao ouvir suas palavras, lembrou-se de Dictis, Hélio e Tácito. Uma faísca de fúria brilhou em sua alma, mas não forte o suficiente para nublar seus pensamentos. O que devia ser feito, era sempre pesado mais que seus sentimentos pessoais na balança de seu discernimento, por isso ele era o cavaleiro de libra ideal. 

- Nem mesmo seu irmão? - Ele disse de maneira vaga, com a voz em tom neutro. 

- O que disse? - Póllux se aproximou do ruivo com os punhos fechados. 

- Não se sacrificaria pelos companheiros de armadura, ou para derrotar um inimigo, isso eu entendo, mas não moveria um dedo nem para salvar seu próprio irmão?

- É claro que eu faria! Ele é tudo que restou de minha família, droga! 

Vulcano sorriu compreensível, mesmo que seu sentimento não fosse exatamente esse. 

- Eu também quero muito resgatar Castor, e a única maneira de fazer isso é se tornar um cavaleiro de ouro e derrotando Hades. Se acredita realmente que ele está vivo, pode ser que esteja sendo mantido prisioneiro, ou até mesmo a beira da morte, mas ir resgatá-lo agora é pedir pra ser assassinado. Antes de agir, temos que vencer. - Ele concluiu com os olhos verdes brilhando de determinação. 

O grande mestre Frixo sorriu orgulhoso ao observar o garoto, foi o porquê decidiu reunir ambos antes de entregar a notícia de que seriam dourados. Como grande mestre, todos seguiam Frixo com confiança, mas para chegar ao coração selvagem de alguém, Vulcano era a resposta certa.

Póllux não disse uma palavra, mas dava para ver em seu olhar que ele entendeu.

- Muito bem dito. - O mais velho bagunçou os cabelos do ruivo - Póllux, você vestirá a armadura de gêmeos, não porque aceitamos a morte de seu irmão, mas porque ele mesmo mandou ela para você. E é exatamente por isso, que a primeira missão de ambos será terminar a missão de encontrar a amazona de virgem, além de confirmar o paradeiro de Castor.

- O que? - Dessa vez o chocado era Vulcano - Isso não é a pior ideia que se poderia ter no momento? O que precisamos não é concentrar todos os nossos dourados no santuário? 

Frixo manteve seu sorriso orgulhoso. 

- De fato, o problema é não termos todos nossos dourados aqui, entende? Aslam fora de combate, Nesso morto, Castor desaparecido, Além de aquário e sagitário - Ele ainda tinha esperanças em Quirón - estarem longe do santuário. 

- Isso só reforça mais o que digo, certo? com tantos cavaleiros afastados, vamos nos livrar de mais dois? 

- Você tem sua dose de verdade nas palavras, jovem, contudo, se Castor puder ser encontrado vivo, eu quero fazer isso imediatamente. E creio que o jovem Póllux não quer mais ninguém além dele nisso. - O jovem confirma com a cabeça - E lá fora, precisamos de alguém como você, capaz de tomar as decisões certas nos momentos certos, você é libra afinal de contas. - Ele riu - E o inimigo é forte o suficiente contra Castor, fico mais seguro mandando uma dupla de dourados, do que qualquer um dos de bronze ou prata, não queremos desperdiçar a vida valiosa deles. 

Vulcano ouviu aquilo atentamente, deixando as informações flutuarem dentro de sua cabeça ruim, até que a resposta lhe viesse. Ela finalmente chegou, mas na forma de uma dúvida. 

- O motivo de termos nos empenhado tanto na busca de Belfort Solo, foi por que mesmo como cavaleiro de bronze, ele era um guerreiro formidável… - Está me dizendo que essa única amazona é tão poderosa assim? 

- Corretamente. Têmis de Virgem é a mais poderosa dos doze cavaleiros de ouro.