História Saint Seiya: A saga da Deusa Nike - O lamento de Atena

Radamanthys estava próximo do Santuário de Atena, provavelmente a senhora Pandora iria ficar nervosa quando descobrisse que ele havia ido para o Santuário, mas não se importou. Não era que não confiasse em seus subordinados, mas eles eram fracos se comparados ao poder de um dos Três Juízes....

Obviamente não se aproximou demais pois não queria alarmar os tolos cavaleiros, apenas queria verificar como estava indo os seus homens.

- Acho que os cavaleiros de ouro devem se sentir honrados. Afinal, não é sempre que um dos Três Juízes do Mundo dos Mortos aparece no Santuário de Atena.

Uma voz masculina surgiu e Radamanthys olhou em voltou, procurando.

- Não se preocupe comigo Radamanthys, não tenho interesse em lutar contra você. Melhor, quero me aliar ao exército de Hades.

Então um homem de cabelos loiros surgiu ali. Estava sem a armadura e com roupas esfarrapadas e Radamanthys começou à rir.

- Acha que o nosso senhor Hades iria querer um lixo como você?

O homem loiro nada disse, mas então Radamanthys estreitou os olhos.

- Espera, acho que te conheço...você é Kanon de Dragão Marinho! É o maldito que enganou um deus!

Ramanathys rapidamente adotou uma postura de luta, mas então Kanon se aproximou dele sorrindo.

- Não me leve à mal Radamanthys, mas não sou mais um general. Isso é passado. Como disse, quero me aliar à vocês.

- Você só pode estar brincando...acha que o Imperador Hades iria te aceitar? 

Kanon cruzou os braços, seu maldito sorriso confiante não desapareceu.

- Soube que vocês estavam me procurando... e agora que estou aqui, age como se não soubesse de nada.

- Procurando por você?

Radamanthys começou a pensar naquilo e lembrou-se sobre o cosmo cheio de ódio que a senhora Pandora havia sentindo e pedido para eles procurarem.

- Aquele cosmo que sentimos...era seu?

- Odeio Atena tanto quanto Hades a odeia, se pudesse já tinha matado ela com as minhas próprias mãos!

Ele abaixou a guarda por uns instantes e ficou observando Kanon.

- "Realmente seu cosmo não está com pretensão de me atacar...mas será que posso confiar nele?"

Radamanthys não sabia se podia ficar de guarda baixa perto daquele homem e pelo o histórico, Kanon não era um homem nem um pouco confiável. Mas por outro lado...

- "A senhora Pandora pediu para descobrirmos quem era o homem...e aqui está ele."

Suspirando, Radamanthys relaxou um pouco.

- Certo Kanon. Decidi que vou te levar até o castelo de Hades para conversar com a senhora Pandora. Afinal vai ser ela que vai decidir o que fazer...mas já vou deixar avisado, se você tentar qualquer coisa contra a senhora Pandora, sua vida irá acabar ali!

Kanon sorriu mais ainda, porém nada disse. Então ambos foram em direção ao castelo de Hades. 

Mesmo que só por alguns minutos, Radamanthys não abaixou sua guarda completamente, Kanon não era um homem confiável. Mas se ele levantasse um dedo para Pandora...Kanon iria se arrepender de ter cruzado o caminho de um dos Juízes do Inferno.

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Ísis havia chegado ao Templo de Atena e Saori estava sentença em sua cadeira, observando Ísis e Camus se aproximarem. A jovem deu um sinal para Camus, para que ele deixasse ambas à sós, então ele assentiu com a cabeça e saiu. 

Ísis se aproximou da cadeira e se agachou, perante à deusa Atena.

- Atena, um incidente horrível aconteceu...

Saori se levantou e deu de costas para Ísis, gesto que a jovem não entendeu.

- Eu sei. Senti o cosmo de Kanon.

- Então...o que a senhora pretende fazer!? Os cavaleiros de ouro querem ir atrás dele. Saga também me pediu...

- Ninguém vai atrás de Kanon.

Ísis arregalou os olhos, incrédula.

- O quê!? Saori, não sabemos o que Kanon pode fazer! Ele pode se aliar a Hades e...

Então Saori virou-se para encarar Ísis, com um belo sorriso mas um olhar triste no rosto delicado.

- Eu sei. Mas não quero que os cavalerios de ouro sujem às mãos matando ou machucando Kanon. Apesar de tudo, eu sei que ele está apenas confusão e...

- Ah Saori, por favor. Pare de agir como uma criança que acha que todos são bons. Kanon não vai ficar no nosso lado e se ele tiver uma oportunidade de matar uma de nós, ele o fará!

Dessa vez, Saori ficou séria e Ísis podia sentir que a irritou.

- Já dei a minha ordem, Nike. Nenhum cavaleiro de ouro irá atrás de Kanon. É uma ordem e pronto.

Saori se afastou e voltou para os seus aposentos. Ísis podia sentir o cosmo de Nike irritado.

- "Garota teimosa. Merda, será que não posso fazer nada?"

Pensou em chamar os cavaleiros de bronze e sorriu com esse pensamento. Tecnicamente não estava errada afinal, Saori havia dito para não deixar nenhum cavaleiro de OURO ir atrás de Kanon. Os de bronze poderiam dar conta do recado, ainda mais que Kanon não possuía uma armadura.

Sorrindo, Ísis foi descansar um pouco afinal, se desse a ordem agora iria ficar muito evidente que era ela, mas iria dar a ordem amanhã de manhã. Talvez pudesse despertar a fúria de Atena e provavelmente iria receber um castigo, mas nada daquilo iria importar, só importava no momento o bem estar do Santuário e de Atena.

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Saori fechou a porta do seu quarto com força, estava chateada e furiosa. Chateada por Kanon e furiosa com Nike, a garota não entendia que Kanon estava apenas confuso, mas sabia que ele não era de todo o mal.

- "Ah Seiya...que saudades eu tenho de você."

Sentia falta de Shun, Shiryu e Hyoga. Poxa vida, sentia até falta do teimoso do Ikki. Mas para o bem deles, tinha que deixá-los afastado do Santuário. Mas ainda sim morria de saudades de Seiya, seu grande amor.

Não era que não gostava dos cavalerios de ouro, eles a protegiam e tinham tanto cuidado quanto os de bronze. Só que Seiya e os outros eram seus amigos, haviam crescidos juntos, lutado e chorado juntos e era perfeitamente normal que Saori sentisse uma enorme falta deles. E não ajudava o fato de Ísis estar batendo de frente com ela.

Amava a ruiva, ela era doce, responsável, bondosa e se preocupava com os humanos e a ajuda de Nike foi muito bem-vinda na vida de Saori. Só que a garota sentia falta de pensar por ela mesma, sem a interrupção de Ísis afinal, achava a ruiva um pouco nervosa demais, fazia muitas coisas por impulso e emoções e isso não era bom para uma deusa.

- "Sei que também não posso falar muita coisa afinal, eu era como ela...imatura."

Saori deitou-se na sua cama e tentou dormir, pensando como agiria dali para frente, no fundo sabia que os de bronze iria se meter naquela luta, era inevitável. Mas pensava também nos cavaleiros de ouro, em Ísis e em Kanon.

- "Ah Kanon, por que não ficou do nosso lado? Por quê tem tanto ódio de mim? Você não entende que tentei salvar você."

Lágrimas começaram à cair de seu delicado rosto mas apesar de toda essa angústia, Saori finalmente pegou no sono e sonhou com um mundo onde não haveria guerras ou lutas e pudesse viver em paz com Seiya.

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Na manhã seguinte Ísis se levantou, tomou um longo banho e foi tentar conversar mais uma vez com a Saori. A jovem ficou esperando Atena no salão do Grande Mestre.

- Bom dia, Ísis. Está esperando a Saori?

Camus apareceu, estava com a armadura de Aquário e seu semblante era sério e calmo.

- Bom dia, Camus! Sim, mas ela está demorando um pouco.

- Acredito que ela não acordou ainda. 

- Certo.

Ambos ficaram em silêncio por alguns minutos, até que Camus finalmente perguntou:

- Então, o que ela disse sobre irmos atrás de Kanon?

Ela deu um longo suspirou e negou com a cabeça.

- Disse que não era para vocês irem atrás de Kanon. Vocês têm que ficar aqui. Foi o que ela disse.

- Certo. Mas sei que você não aceitou bem essa ordem dela. O que você vai fazer?

Ísis o olhou, incrédula e lhe deu um sorriso falso.

- Camus de Aquário, está supondo que eu vou passar por cima das ordens de Atena?

Camus sorriu para ela e cruzou os braços.

- Estou e tenho certeza que vai fazê-lo.

- Ora, seu...

Ísis segurou o seu ombro, como se fosse lhe dar um soco. Então a porta se abriu com tudo e tanto Camus quanto Ísis olharam para aquele cavaleiro que acabará de entrar.

- Bom dia Ísis, bom dia Saori e...Camyu? O que está fazendo aqui?

Milo parou de sorrir quando viu o aquariano ali, perto de Ísis. Não havia ciúmes com Camus, estava apenas querendo saber o que eles estavam fazendo.

- Já disse para você parar de me chamar assim. E diferente de você, que dorme até às 10 da manhã, eu estou já estou de pé.

Camus foi falando e se aproximando da porta.

- Ora nem eu acordei, são 9:30 da manhã ainda. Nossa, tão cedo e já está de mau humor.

- Cala à boca, Milo. 

Camus o encarou com uma certa raiva no olhar, mas então ele se dirigiu para Ísis.

- Com licença, Ísis. 

Então Camus se foi e Milo deu um tchauzinho falso.

- Já vai tarde, Picolé. Nossa, que cara mais ranzinza.

Milo se virou para Ísis e achou estranho a reação dela. A jovem estava olhando incrédula para a porta, mas então ela começou à rir.

- Que foi? Qual é a graça?

- Ah não é nada. É que vocês dois são muito fofos juntos. Parecem até irmãos.

Milo desviou o olhar, com as bochechas vermelhas.

- Acho que se fosse irmão desse cara chato já tinha entrado em depressão. Fala sério, Camus se leva à sério demais.

- Um pouco, mas eu amo ele. É o só o jeito dele, mas eu sei que ele ama você também.

Ísis disse, limpando os olhos com lágrimas de tanto rir mas Milo cruzou os braços, com um olhar um pouco enciumado.

- Ah você ama ele também, né? Bom saber.

- Para de ser bobo, Escorpião. Eu amo ele como irmão também. Vai me dizer que você não?

- Eu apenas suporto o Camus. Ele é chato demais. Aposto que nunca ficou com mulher nenhuma.

Ísis se virou e deu uma risadinha.

- Eu não vejo problema nenhum nisso. Ele deve ser aqueles caras difíceis de se apaixonar.

- É, e a mulher que ficar com ele vai ser uma guerreira. Ou uma louca, para aguentar um cara tão chato.

Ísis deu um sorriso de canto, era muito engraçada essa relação deles dois, mas sabia que no fundo, Milo amava Camus. Do seu jeito, Camus também amava Milo. Então Milo se aproximou dela e a cercou na parede.

- Mas vamos parar de falar dele. Vamos falar de nós.

- Ué, acho que não tem nada para ser falado né? Não aconteceu nada.

- Isso mesmo. Não aconteceu nada. Sinto a sua falta.

Milo disse, segurando uma mecha de seu cabelo ruivo. Ísis rapidamente desviou o olhar, era irresistível suportar Milo tão perto dela. Ele era sexy e bem convincente quando queria, mas Ísis sabia que não podia ceder aos seus encantos ali afinal, logo Saori poderia aparecer.

- Ah Milo, me desculpe. Mas é que aconteceu tantas coisas...a fuga de Kanon...

Então Milo lhe beijou o pescoço.

- Aqueles espectros...

Ele beijou o outro lado de seu pescoço.

- Acho que não tenho mais desculpas para não te beijar né?

- Demorou!

Então Milo avançou para a boca dela, seu beijo era sensual e lento e mesmo não sendo a primeira vez, Ísis sempre se surpreendia de como aquele homem era experiente em tudo o que fazia, seu beijo sempre a deixava sem fôlego e sempre a fazia desejar mais de cada pedaço de seu corpo. 

Mas o que ambos não podiam imaginar, era que uma pessoa viu a cena daquele beijo quente.