História Saint Seiya: A saga da Deusa Nike - Ressurgimento e consequências

Ellen estava na casa de Gêmeos quando sentiu aquele cosmo maligno. A morena ficou se perguntando o que poderia ser aquilo e se Atena ou Nike estavam bem.

- "Droga. O Saga não vai gostar se eu sair agora."

O geminiano estava no banho e Ellen estava curiosa demais para saber o que era, só que ela havia sentido esse cosmo já havia alguns minutos e não sentiu mais, por isso Ellen deixou para lá.

Quando Saga saiu do banho, reparou que o seu rosto estava carrancudo e pensativo.

- Saga, o que foi? 

- Nada. Quero dizer, achei que tivesse sentindo um cosmo familiar.

Ela rapidamente se levantou da cama.

- Você também sentiu? Eu senti à alguns minutos atrás, mas ele já desapareu.

Saga ergueu uma sobrancelha, curioso.

- Sério? Nossa, tem cavaleiros de bronze que mal consegue dominar o cosmo. É realmente impressionante esse seu dom, visto que nem uma amazona você é. Ainda.

Ellen baixou o olhar, envergonhada.

- Vou considerar isso como um elogio. Mas então, acha que devemos ver o que é?

- Acho que eu devo ver o que é, preciso conversar com a Atena.

Ellen fez biquinho e cruzou os braços.

- E você pretende me deixar aqui? Me leva junto, pelo menos.

- Não. Você tem que ficar aqui, vai ficar protegida na casa de Gêmeos.

A morena revirou os olhos, odiava essa atitude condescendente de Saga. Ellen sabia que Saga não iria dar o braço à torcer, por isso apenas aceitou.

- Tá, mas não se meta em encrenca, tá? E não demore tanto.

Saga lhe deu um selinho e sorriu para ela.

- Não se preocupe, sei me cuidar. E também, só vou falar com a Saori. Logo estarei de volta. Nem pense em sair.

Ela revirou os olhos e sorriu. Saga era realmente muito forte, mas temia pela vida dele, pelo o que a morena pôde notar, aqueles espectros eram extremamente poderosos.

- "Não que eles sejam fortes como o Saga, mas é bom nunca subestimar o oponente..."

Ela pensou, enquanto Saga terminava de vestir a armadura. O geminiano sorriu para ela e saiu, Ellen mordeu o lábio ao pensar se deveria ou não sair da casa de Gêmeos, estava preocupada com Clara também, sabia que precisava ir atrás da amiga, ainda era de madrugada, mas e se fossem os espectros? A morena tinha jurado proteger Clara a qualquer custo... Ellen deu de ombros, iria ficar por ali mesmo, não queria arrumar confusão com Saga. Não naquele momento.

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Beatrice estava andando rapidamente pelo castelo de Hades, não podia se atrasar para a reunião.

- "Ainda mais agora que o nosso senhor voltou."

A jovem estava mega animada, finalmente o senhor Hades havia se juntando à eles.

- Ah você está aí, Bea? Vamos logo, aposto que o senhor Aiacos e Minos estão nos esperando.

Beatrice olhou para a morena e sorriu.

- Behemoth, o que está fazendo aqui? 

Valentina suspirou, revirando os olhos.

- Minos pediu para eu lhe chamar, você está atrasada. Vamos logo, garota.

A morena praticamente puxou Beatrice com ela.

Ambas eram espectros e eram as duas únicas mulheres no exército de Hades (com exceção de Pandora). Beatrice de Necromante, a Estrela Celeste do Espírito, era uma jovem loira, de cabelos curtos e arrepiados, possuía heterocromia, seu olho direito era azul brilhante, enquanto o esquerdo era totalmente preto, quase ninguém notava esse fato, visto que a jovem estava sempre usando um tapa-olho e deixava uma franja um pouco longa cobrindo esse lado do rosto. Apesar das sapuris serem feitas para homens, a sua se adequava bem ao seu corpo (diferente da sapuris de Behemoth, que era feita para homem) visto que Beatrice era magra e esbelta. Beatrice se dava bem com Valentina, apesar de ambas terem personalidades diferentes e servirem a mestres diferentes ( Beatrice era serva de Minos, enquanto Valentina era serva de Aiacos), mas mesmo assim, elas era amigas, ao seus modos de lidarem uma com a outra.

- Aiii Valentina, me solta!

Beatrice puxou o braço e se afastou de Behemoth, que estava com ambas as mãos na cintura, encarando a loira.

- Tá bom. Mas já estamos atrasadas, vamos!

Então as duas foram para o salão mas quando chegaram, Minos de Griffon estava lá, esperando as duas. Seu rosto estava coberto pela sua longa franja branca, mas era certeza que estava furioso.

Beatrice se aproximou dele e se agachou, mas Valentina apenas o encarou.   

- Perdoe-me, mestre Minos. Eu...

- Não quero desculpas agora. Behemoth e Necromante, entrem logo.

As duas se olharam e entraram e perceberam que Hades já estavam falando. Ambas rapidamente se ajoelharam e ficaram quietas. 

- Como sabem, faz pouco tempo que obtive este corpo, mas não pensem que meu poder esteja mais fraco por conta disto.

Beatrice olhou em volta e percebeu cinco figuras misteriosas ali perto. Ela deu um cotovelada de leve em Valentina, chamando a sua atenção.

- Ei Behemoth, o que você acha que são eles?

A morena olhou para aquelas figuras encapuzadas e deu de ombros. 

- Não sei. Silêncio, Necromante! Minos já brigou com a gente, não queira ser chamada atenção pelo Imperador Hades.

Beatrice desviou o olhar e se focou no discurso de seu senhor.

- Nossa missão é acabar com a vida dos cavaleiros de Atena. Em breve o Grande Eclipse irá começar e eu privo aqueles cavaleiros de Atena de fazerem parte da nossa Utopia. Mas a vida dos espectros são importantes demais para se perder num momento como este e é por isso que eles estão aqui.

Hades e Pandora olharam para as figuras encapuzadas e a jovem ficou ainda mais curiosa.

- "O que são eles? Ou melhor, quem são eles?"

Hades sorriu e voltou a sua atenção para os espectros.

- Eles são os cavaleiros de ouro que morreram na luta contra os cavaleiros de bronze.

Houve um pequeno cochicho entre os espectros e Hades se levantou, um pouco nervoso.

- É a minha decisão final, espectros. Sei que esses cavaleiros de ouro vão ser o suficiente para matar os seus companheiros de ouro.

Então Hades se retirou, Pandora sorriu para os espectros.

- Vocês já podem se retirar. Agora é só aguardaram os cavaleiros trazerem a cabeça de Atena. Estão dispensados! Menos você, Minos, tenho que conversar em particular com você.

Beatrice deu uma última olhada para Minos e se retirou. Valentina percebeu a agonia da colega e a cutucou.

- Ei, não se preocupe, o Imperador Hades sabe o que faz.

- Na verdade, tô mais curiosa para saber o que a senhora Pandora vai falar para o senhor Minos.

Behemoth revirou os olhos.

- Você é curiosa demais. Precisa ser mais esperta, Bea. Bom, eu vou me retirar, irei conversar com o senhor Aiacos.

Valentina então saiu, deixando Beatrice sozinha e pensativa. A loira achava que o senhor Hades estava cometendo um erro confiar naqueles cavaleiros.

- "Não, Imperador Hades não é idiota, ele sabe o que faz. Tenho certeza."

Era certo que duvidar de Hades era um insulto por isso, Bea mudou os pensamentos. A loira se encostou na parede e cruzou os braços, esperando até que Minos saísse da sala.

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Milo estava na casa de Aquário, junto de Camus. Os dois estavam em silêncio, mas Milo já estava agoniado demais com aquilo.

- Ah pelo amor de Deus, Camyu. Vamos conversar com a Ísis logo!

Camus apenas balançou a cabeça, negativamente. O ruivo estava sentando na cadeira da cozinha, com os braços cruzados.

- Já disse que não, Milo. Pelo amor de Deus, tenha paciência. Pelo menos uma vez na sua vida, fique quieto e espere. Sei que ela tinha que conversar com Aiolia à sós. 

Milo estreitou os olhos azuis.

- O que você está dizendo?

Antes que Camus pudesse responder, Aiolia de Leão entrou com tudo na casa de Aquário. Tanto Milo quanto Camus se levantaram, assustados. Camus percebeu que Aiolia tinha um semblante triste, o ruivo poderia até imaginar que o leonino havia...chorado?  Camus não sabia dizer se era certo, mas imaginou que sim.

- Aiolia, o que aconteceu? 

Camus perguntou, mas Aiolia nem olhou na sua cara e já partiu para cima de Milo, lhe dando um soco no rosto. Milo tropeçou para trás e Camus olhou aquela cena sem acreditar, arregalando os olhos.

- Milo, você é um traidor! Eu te considerava um amigo e você me faz isso? Seu filha da puta!

Camus se aproximou de Aiolia, segurando os seus braços, tentando parar o furioso leão.

- Aiolia, você ficou louco!?

- Me solta, Camus! Se não, eu vou lhe acertar também. Não tente proteger esse babaca.

Milo limpou o canto da boca, seu olhar azul era de pura confusão, mas também de raiva.

- Tá certo, Aiolia. Vou fingir que você não fez isso, se você me explicar o que aconteceu...

Aiolia se voltou para Milo, encarando-o.

- Não queira se fazer de desentendido, Milo. Eu soube de você e da Ísis. Como se atreve? Sabendo que eu amava ela!!!

Milo desviou o olhar e Camus se afastou.

- Bom, eu peço desculpas para você, Leão. Mas saiba que eu também a amo.

Aiolia ficou furioso por isso, ele tentou dar outro soco no rosto de Milo porém, o mesmo segurou o seu punho.

- Eu entendo que você esteja bravo e chateado comigo, Aiolia. Mas não vou deixar você me bater. Aliás...

Milo acertou um soco no estômago do leonino, fazendo Aiolia cuspir sangue.

- Isso é pelo soco de agora!!!

Aiolia caiu e Milo se afastou. Camus rapidamente ajudou Aiolia a se levantar.

- Aiolia, você está...?

Ele se levantou e empurrou Camus, afastando-o.

- Milo, eu realmente te considerava como um amigo, mas pelo visto você é um traidor. 

Aiolia então foi saindo da casa de Aquário. Tanto Milo quanto Camus se olharam, então Camus suspirou.

- Caramba Milo, que confusão enorme! Tudo por sua culpa.

Milo olhou para Camus, incrédulo.

- Hã!? Minha culpa? Desde quando se apaixonar é errado? 

- Desde o momento que você se apaixona por alguém que já tem uma outra pessoa, né? 

Milo revirou os olhos, sentando na mesa.

- Até parece! E outra, eu jamais proíbi a Ísis de ficar com esse idiota, ele tá nervoso à toa. Aiolia é difícil, muito esquentado e nervosinho para o meu gosto. Ele é assim desde quando Aiolos morreu.

Camus deu de ombros e Milo sorriu para ele. Apesar de sua boca estar sangrando, Milo não podia perder a piada.

- Seria mais fácil dividir a Ísis com você. Você pelo menos é meu amigo.

Camus rapidamente ficou vermelho e Milo adorou aquela cena. Amava provocar Camus com essas coisas. Para falar a verdade, Milo nem ligou para o que acabará de acontecer.

- Meu Deus, realmente você é um idiota. Eu já disse que se ela ficasse comigo, ela não iria querer saber de outro homem. Acho que o Aiolia deveria ter estourado sua boca ainda mais.

Milo arregalou os olhos, nervoso.

- Você é um "ótimo" amigo mesmo, Camyu. Aiolia nem deu um soco tão forte, apenas cortou o meu lábio. Olha...

Milo segurou o lábio inferior, mostrando para Camus. O ruivo se afastou dele, revirando os olhos.

- Saí pra lá. Já disse, você é um idiota e pronto. Acho que vou ver como a Ísis está. Algo deve ter acontecido para ela contar isso para o Aiolia.

Milo balançou a cabeça, negando.

- Acho que não. Ela me disse que ia contar para ele mais cedo ou mais tarde. Então, talvez ela viu que fosse uma oportunidade boa...

- Não. Você não notou, mas ela já estava com um olhar triste depois que ela saiu da sala do Mestre. De qualquer jeito, eu vou...

- Pode deixar que eu vou.

Milo rapidamente se levantou e Camus o encarou.

- Você tem certeza? Quero dizer, ela deve estar magoada...

- Ah por favor Camyu, eu só vou conversar. Não vou fazer mais nada, além disso...

Milo cutucou Camus com o cotovelo, lhe dando um sorriso bobo.

- Tudo isso é por minha culpa, né? Segundo você, eu tenho que...

- Ah tá bom. Vá logo! Mas não faça nenhuma besteira, Milo de Escorpião.

- Por favor, olhe para mim e me diz que sou alguém de se duvidar?

- É sim. 

Milo revirou os olhos e saiu. Camus observou o amigo saindo e ficou se perguntando como as coisas deram tão erradas para todos eles em tão pouco tempo.

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Saga e Atena haviam acabado de conversar e o geminiano estava à par de tudo o que aconteceu. Saga ficou mal pelo irmão mais de novo de Ikki, sabia como era ter aquela sensação de estar "possuído". Atena também tinha contado sobre o seu irmão gêmeo.

- "Ah Kanon...que tolo você foi! Agora os deuses não irão perdoar os seus crimes."

Talvez fosse besteira, mas Saga sentia pelo seu irmão mais novo e apesar de tudo, no fundo, Saga queria ter fé que Kanon fosse mudar, mas agora era tarde demais.

Saga estava saindo da sala do Mestre (outra hora, foi a sua sala, mas aquilo era passado) quando viu Milo de Escorpião ali, se aproximando. O escorpionino o encarou e Saga o encarou de volta. Realmente Milo era um otário, mas Saga tinha que admitir que ele era forte. Um ultrapassou o outro, Saga nem sequer olhou para trás.

- Saga?

Saga foi obrigado à olhar para trás, mas Milo ainda estava de costas para ele.

- Eu...peço desculpas por aquele mau entendido no outro dia. Eu sei que agora você é um cavaleiro de Atena.

Então Milo entrou na sala, deixando Saga sozinho.

- "O que foi isso?"

Ele nunca teve nada contra Milo, mas tinha que admitir que havia ficado furioso com ele naquele dia, insinuando que Saga ajudou Kanon a fugir. Ele deu de ombros e fez o seu caminho, voltando para a casa de Gêmeos. A partir daquele momento, Saga realmente cortou os laços de sangue que tinha com o Kanon.