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História Saint Seiya: A saga da Deusa Nike - Recomeço


Escrita por: SraCamus

Notas do Autor


Bom gente, primeiramente preciso pedir desculpas pela longa demora para postar. Por favor, não pensem que abandonei a fic (jamais vou fazer isso), só que infelizmente começo de março eu perdi uma tia minha para a covid e eu fiquei bastante chateada já que não conseguimos fazer um enterro para ela.
Fiquei algumas semanas sem ânimo para escrever e como também a faculdade está levando um pouco do meu tempo (já que este é o meu último ano), não consegui escrever a continuação. E agora como se já não bastasse a morte da minha tia, minha outra tia passou mal e está internada e como ela não tem filhos, sobrou para a minha família ir ver o estado dela no hospital (obviamente não podemos ir visitá-la mas temos que ir todo o dia para ver o seu estado), então o tempo está corrido demais.
Desculpem o texto e o desabafo, só quis justificar a minha falta e pedir para que vocês não desistam da história, pois escrever é uma das coisas que me deixa muito feliz.❤️

Capítulo 97 - Recomeço


Fanfic / Fanfiction Saint Seiya: A saga da Deusa Nike - Recomeço




                        (Um mês depois)


Aquele último mês que havia passado, estava sendo uma loucura total para todos os cavaleiros de ouro; Camus estava se dando bem como Grande Mestre apesar de ser um pouco rígido com Ísis de vez em quando. Dohko e Mu estavam ajudando Shiryu no treinamento como futuro cavaleiro de Libra e Milo estava auxiliando Hyoga (já que Camus não poderia fazê-lo com frequência). Shaka ainda mantinha o seu estilo silencioso mas ele havia se tornado mais próximo de Camus e Ísis, sempre auxiliando-os com alguns conselhos. Saga e Aiolia estavam treinando Ellen e Clara para futuras Amazonas de ouro (apesar de Ísis não saber dessa notícia, pois Aiolia e Saga só haviam informado Camus), apesar do próprio ruivo ser contra essa escalação, visto que ambas não tinham experiências como guerreiras.

 Já Ísis estava empolga com tudo aquilo, pois dentro de algumas semanas haveria a tão aguardada seleção para os novos cavaleiros de ouro. Obviamente ela ainda sentia muita falta de Saori, já que a jovem deusa era como uma irmã mais nova pra ela, porém a sua relação com Camus se fortaleceu ainda mais e ambos pareciam como irmão e irmã (claro que a aparência física contava, mas Camus sempre cuidava dela como um bom irmão mais velho). Porém a relação amorosa dela com Milo havia esfriado, não por conta de mágoas mas sim pela falta de tempo já que o loiro estava treinando Hyoga freneticamente e Ísis sempre insistia para que Camus fosse treinar o menino e dar uma folga para Milo mas o ruivo era enérgico e não dava o braço a torcer. Isso deixava Ísis chateada; tinha tanta saudade de Milo quanto de Aiolia, mas com Aiolia era diferente pois ela estava magoada com ele. Das poucas vezes que o loiro vinha visitar ela, era encontros rápidos e ele sempre se dirigia mais a Camus do que com ela e Ísis imaginou se ele estava se apaixonando por outra pessoa.

- "E se ele estiver? O que eu posso fazer? Aiolia é tão teimoso...talvez ele não aceite o Milo...mas como eu vou dizer à ele que eu amo os dois!? Meu Deus..."

Ela estava pensando isso no templo de Atena quando Camus surgiu, com um um rosto sereno e isso deixou ela curiosa. O que será que se passava na cabeça de Camus? 

- E então, está ansiosa para a seleção dos cavaleiros de ouro?

Ísis arregalou os olhos. Camus puxando assunto sobre o torneio? Era estranho, pois desde quando eles voltaram, Camus não mostrava tanto interesse assim pela seleção.

- Claro! E você não? Está preocupado com o Hyoga, não é?

Ela disse, cutucando-o no ombro com o dedo indicador.

- Na verdade, não. Acredito que o Milo esteja dando boas lições para aquele menino. E eu sei como ele é esforçado.

- Sei que Hyoga vai conseguir a armadura de Aquário sem nenhum problema. Afinal, ele teve um ótimo mestre. Ainda está tendo, Milo também é um mestre maravilhoso.

Ela falou e por alguns minutos, ambos não disseram nada. Ela ficou perdida em seus pensamentos, falar em Milo doía tanto em seu coração, queria poder sair dali e passar um noite cheia de amor com ele, mas é claro que naquele momento seria impossível. Camus estava contemplando o Santuário, já que finalmente estava voltando tudo ao normal aos poucos.

- Ah Camus, esqueci de falar...recebi algumas cartas na semana passada e alguns candidatos vão vir para cá hoje. Tem algum problema com isso? Eu realmente esqueci de mencionar isso...tô tão esquecida ultimamente...

Camus ainda continuava sério mas então ele deu um leve sorriso.

- Não mesmo. Quero dizer, já vai ser bom observarmos as habilidades deles. E você anda muito avoada nesses últimos dias...tem algum motivo ou é apenas saudades?

- Hã? O que você quer dizer com "saudades"? Não sei do que está falando...

Ísis podia sentir suas bochechas pegaram fogo e por sorte (já que ela não queria tocar nesse assunto) um servo veio correndo em direção aos dois e se ajoelhou ao se aproximar deles.

- Com licença, deusa Nike e Grande Mestre. Tenho um recado para os senhores: os candidatos as armaduras de ouro acabaram de chegar, estão aguardando os senhores no salão.

Ísis e Camus se olharam e depois ela o agradeceu. Ambos caminharam lentamente até a sala do Mestre; ela estava tão empolga para conhecer os novos recrutas mas Camus tinha uma expressão curiosa no rosto delicado: ele não aparentava estar ansioso porém também não estava totalmente ignorando a presença dos novatos, parecia apenas...tranquilo com aquilo tudo. E isso deu uma leve impressão à Ísis de que ele estava escondendo algum tipo de sentimento, talvez em relação à Hyoga.

Assim que retornaram à sala, observaram três pessoas ajoelhadas de frente a cadeira do Mestre, Ísis foi a primeira se aproximar e logo em seguida veio Camus.

- Bom dia, recrutas! Fico feliz que já estejam no Santuário de Atena e saibam que são todos bem-vindos! Por favor, digam-me os seus nomes e quais as armaduras irão escolher.

Então um homem moreno, que estava na ponta da direita começou a falar; parecia um pouco nervoso pois sua mão direita, que estava apoiada no chão, estava tremendo.

- Me chamo Murilo e estou aqui para lutar pela armadura de ouro de Câncer.

Ísis o observou, curiosa. O homem levantou a sua cabeça e a encarou com um sorriso tímido no rosto; ele tinha um porte de lutador de boxer, seus cabelos eram enrolados até a cintura e estavam presos ao um rabo de cavalo. Ele era um homem muito bonito, com olhos negros penetrantes, um lábio carnudo e um belo sorriso.

- Certo. E da onde você veio e quantos anos tem, Murilo?

O moreno se levantou e Ísis notou em como ele era alto, poderia ter quase a mesma altura de Saga.

- Sou de Quênia e tenho vinte e seis anos.

Ele se ajoelhou de novo e ao seu lado, uma bela garota loira se apresentou:

- Me chamo Alex, tenho vinte e oito anos e sou da Alemanha. Vim disputar a armadura de Capricórnio.

A moça se levantou e apesar de saber que era errado, Ísis teve uma súbita vontade de rir. A loira era extremamente baixa, poderia medir em torno de 1,45 ou 1,50 e seu porte era de uma nadadora. Talvez fosse ágil, mas não aparentava ser forte.

O próximo rapaz era um garoto pálido, de cabelos espetados e pretos e Ísis imaginou que ele não tivesse mais de vinte anos. Ele tinha um rosto delicado e um olhar vermelho penetrante.

- Me chamo Hiei, tenho dezoito anos, sou do Japão e vim conquistar a armadura de Aquário.

Apesar da pouca idade, o garoto tinha uma voz firme e imponente. E mesmo tendo um rosto delicado, Ísis notou que seu olhar era firme e pelo seu tom de voz, percebeu em como estava focado em ganhar a armadura.

Talvez isso tenho sido notado por Camus também, pois ela viu uma certa inquietação em seu olhar, focado no jovem Hiei.

- Muito bem. Então sejam bem-vindos mais uma uma vez. O Santuário agora é a casa de vocês e...

Então a porta de entrada foi aberta com tudo e tanto Ísis quanto Camus ficaram surpresos.

- Ah perdão! Me desculpe, acho que me atrasei um pouquinho.

Uma moça surgiu ali, ofegante. Ela tinha um tom de bronze na pele muito bonito, como se ela viesse de um país tropical e possuía um cabelo enrolado e longo que vinham até a sua cintura, de uma cor extremamente preta. Ela usava um laço vermelho na cabeça, deixando alguns fios de cabelo emoldurando o seu belo rosto e também usava uma roupa de luta padrão do Santuário, de cores escuras. Seu olhar era de pura desculpas mas Ísis teve uma leve impressão que aquela não seria a primeira vez de seu atraso. Porém Camus a fuzilou com os olhos vermelhos.

- Saiba que temos horários para cumprir, senhorita...

- Catarina. Mas pode me chamar de Cat, gosto mais do meu apelido. Ah eu vou ser a próxima amazona de Sagitário.

Camus revirou os olhos e Ísis logo simpatizou com a moça, gostava de pessoas determinadas.

- Bom Catarina, saiba que não é só você que vai...

Ísis começou à falar, mas Cat logo a interrompeu.

- Me desculpa senhorita, eu sei que há outros concorrentes. Porém tenho certeza que a armadura vai ser minha!

E lhe lançou um sorriso confiante. Ísis adorou o jeitinho da garota porém Camus já havia detestado a menina logo de cara.

- A senhorita não conhece os outros participantes para poder afirmar tal coisa.

Camus falou em um tom bravo e Cat desfez o sorriu e abaixou o olhar, com um pouco de vergonha. Ísis torceu o nariz para Camus. Como poderia ser tão chato? Deixava a garota sonhar. Ela deu um leve suspiro e prosseguiu: 

- Bom, vocês quatros podem se retirar. E sintam-se à vontade para conhecer o Santuário, se quiserem.

Apenas os três responderam e Cat saiu em silêncio. Assim que todos foram embora, Ísis olhou para Camus, curiosa para saber a opinião dele.

- E então? O que achou?

- Nada de surpreendente. São apenas garotos que sonham em ser cavaleiros de ouro. Acho seria mais interessante se alguns cavaleiros de prata ou de bronze tentassem se candidatar para cavaleiros de ouro.

Ísis fez uma careta e revirou os olhos.

- Ah por favor Camus, nenhum deles te surpreendeu?  E você sabe muito bem que nenhum deles querem se desvincular de suas constelações protetoras, lembre-se que esse torneio vai ser independente das constelações do zodíaco...

Ela disse, lembrando-se que o torneio seria independente de ter uma constelação protetora, já que tecnicamente não era preciso de novos cavaleiros de ouro.

- Sabe de uma coisa, Camyu? Eu gostei deles, são determinados e parecem ser fortes. Aquele menino, o Hiei e Catarina me deixaram supresa...

- Aquela garota atrasada e o menino estranho? Ah por favor, Ísis...são apenas crianças com sonhos de serem cavaleiros. Aquela menina parece que não é muito fã de regras e aquele outro garoto...

Camus fixou o olhar aonde estivera Hiei e Ísis mordeu o lábio, intrigada.

- Você não está com medo pelo Hyoga, não é?

- Hã? Claro que não! Aquele menino não parece ser tão forte assim. 

Camus desviou o olhar e cruzou os braços.

- Hyoga não iria perder para um pirralho como aquele!

Ela deu um longo suspiro, sabia que não poderia ter preferidos ou algo assim, mas no fundo do coração estava torcendo para Hyoga.

- Bom, tenho que admitir que aquele menino não parece ser tão forte, ele tem um jeito de criança, baixinho e miúdo...mas acredito que Hyoga irá ganhar dele. Agora aquela menina me lembrou o Aiolia, o mesmo jeito confiante sabe? E ela parece que não gosta de perder!

- Verdade. E é bem interessante o fato dela querer a armadura de Sagitário, não é?

- Sim.

Ísis sorriu pra si mesma e lembrou dos irmãos, era difícil acreditar que Aiolos não estava mais ali. E ela sentia tanta falta de Aiolia também, era incrível como seu coração doía só de lembrar dos dois.

Camus deu de ombros e ela deu um longo suspiro, sentando-se na cadeira dele.

- Enfim, ainda temos bastante coisa para fazer, Camus...Hyoga e Milo estão se dando bem nos treinamentos?

- Acredito que sim. Eu mesmo queria treinar o menino, mas Milo insistiu para deixar a tarefa com ele.

- Acho que o Milo é um bom mestre para o Hyoga, apesar de as técnicas de cada um ser bem diferentes.

Camus suspirou e passou a mão no cabelo, em um gesto de preocupação.

- Por isso mesmo. Por isso que eu queria treinar o Hyoga, nossas técnicas se baseiam no gelo...não tem nada haver com os golpes de Milo.

- Camus, se você quiser, pode ir ajudar o Hyoga...eu tomo conta daqui por enquanto. E eu cansei de falar pra você treinar ele, qualquer coisa o Shaka poderia me ajudar...

- Que eu saiba eu sou o Grande Mestre e não o Shaka. Não dá para ter um substituto para mim! Pelo menos não enquanto eu estiver com vida.

Camus fez um careta e Ísis segurou uma risada.

- Tá bom, seu chato! Mas acho que você pode treinar o Hyoga por algumas horas. Dê uma folga para o Milo também, acho que vai ser bom para vocês dois.

Camus a encarou e Ísis sabia que ele estava considerando a ideia.

- Você vai ficar bem? Quero dizer, talvez eu demore e eu vou tentar convencer o Milo a deixar o Hyoga comigo. Pelo menos por hoje.

- Claro que vou ficar bem. Vai conversar com o Milo e dê uma folga à ele.

Camus assentiu com a cabeça e se foi, deixando Ísis sozinha. Ela colocou a mão na boca, abafando um risinho.

- É como o Milo diz: Camus é teimoso.

E se sentiu mal por pensar assim do ruivo. Adorava Camus, só que ele se levava a sério demais, Milo tinha razão quando chamava o ruivo de "velho" ou de "resmungão".

Ela rapidamente retirou esses pensamentos da cabeça, não era certo pensar assim de Camus, ele estava preocupado com o seu discípulo apenas. Ísis deu um longo suspiro e repousou delicadamente na cadeira do Mestre, descansando um pouco a cabeça da agitação que logo estaria por vir dali alguns dias.


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Camus fechou a porta atrás de si e revirou os olhos, sabia que Ísis queria um tempo sozinha apenas para descansar.

- "Preguiçosa. Parece que ela ainda não tem noção da responsabilidade como Nike."

Ele pensou isso ao caminhar pelo enorme corredor, seus passos ressoaram pelo lugar deixando Camus ainda mais indignado com as atitudes de Ísis. Gostava da garota como se fosse uma irmã mas tinha de admitir que ela era um pouco imatura demais e já era hora dela amadurecer e aceitar o seu destino...

- Diga-me o que faz aqui, intrusa?

- Ei, eu sou uma das participantes do torneio! Não sou nenhuma "intrusa" pra sua informação!

Camus notou que a primeira voz era de Aiolia porém não conseguiu reconhecer a segunda. Ele se aproximou lentamente de ambos e teve que conter a raiva na voz. Aquela garota atrasada...

- Ei Camus! Você conhece ela?

Camus encarou Aiolia e depois a morena.

- Aiolia, não se esqueça que eu sou o Mestre, por isso exijo que me trate com respeito! E sim, conheço essa garota...ela é uma das concorrentes e está lutando pela armadura de ouro de Sagitário.

A menina deu um sorriso confiante para Aiolia e depois mostrou a língua, num gesto de provocação.

- Ela vai lutar pela armadura do meu irmão? Ah pelo amor...essa garota mal educada?

- Aiolia, que eu saiba a armadura não tinha o nome do Aiolos. Infelizmente ele já faleceu e Nike acha que devemos ter novos cavaleiros e essa garota quer tentar ficar com a armadura...

- Tentar não, irei conseguir a armadura de ouro!

Ela praticamente gritou e Camus apenas a ignorou.

- Em todo o caso, ela é uma convidada do Santuário. Mas a pergunta que não quer calar: como você não a viu passar pela casa de Leão? Afinal, eles não podem passar pelas Doze Casas sem ser visto por vocês.

Foi a vez de Aiolia desviar o olhar, envergonhado.

- Bom, eu estava treinando uns recrutas por isso não estava na minha casa e bem...era isso que eu queria conversar com a Ís...quero dizer, com a senhorita Nike. Ela está disponível?

Camus cruzou os braços e encarou o loiro, pensativo.

- Ela está sim. Provavelmente vai estar dormindo ou algo do tipo, de qualquer jeito não vou me demorar...

- Hã...desculpem interromper...

Camus e Aiolia olharam para a menina, que havia interrompido ambos. Ela tinha um rosto corado e seu olhar era de desculpas.

- Mas é que não sei na onde posso ficar, sabe? É que eu acabei me perdendo dos outros naquela hora que saímos da sua sala; eu fiquei observando essa vista maravilhosa e...sabe como é, eles não quiseram me esperar.

Ela gesticulou para o Santuário e seu olhar se perdeu nas Doze Casas. Camus a achou muito esquisita. Ele tentou mais uma vez manter a voz calma e imparcial.

- Certo. Bom, como convidados, vocês irão ficar próximos as Dozes Casas do Zodíaco...eu mesmo irei  lhe acompanhar.

- Nossa...obrigada, senhor.

Ela deu um sorriso sincero e amigável. Subitamente Camus perdeu a raiva que sentia por ela e notou em como ela parecia, pela primeira vez, nervosa com tudo aquilo, talvez ver um cavaleiro de ouro a tivesse deixado ansiosa.

- Tá. Aiolia, pode ir lá visitar a Nike, talvez você dê algum tipo de ânimo para ela, já que ela está bastante cabisbaixa ultimamente.

Aiolia olhou para Camus sem entender, mas deu de ombros. Camus deu um leve aceno com a cabeça para o loiro e deu uma batidinha no ombro de Cat, em um gesto para acompanhá-lo.

A garota olhou para Aiolia sem saber o que fazer, mas no final deu um leve aceno de cabeça para o loiro e seguiu Camus, que mantinha o jeito sério. Durante alguns minutos, ambos foram andando em silêncio e Camus notou que a garota não parecia tão confiante e nem tão animada assim.

- Então, menina...da onde você veio?

Ela levantou os olhos grandes e castanhos para Camus, surpresa com a pergunta.

- Ah perdão, eu esqueci de falar o meu perfil, não é? Bom, sou do Brasil e tenho vinte e três anos.

Camus nada disse e o seu silêncio se prolongou por mais alguns minutos.

- Tínhamos um cavaleiro que veio de lá também e era um dos homens mais fortes que já conheci.

- Senhor Aldebaran, não é? Ele era bem conhecido no nosso país, era uma lenda para os aspirantes a cavaleiros! Foi realmente muito trágico o que aconteceu com ele...

- Não lamente! A vida de um cavaleiro é assim mesmo, sempre estamos prontos para morrer em nome da justiça e da paz na Terra.

Camus não alterou a voz mas talvez aquele tom foi o suficiente para deixar a menina chateada, pois  ela não falou pelo resto da caminhada. Camus a observava pelo canto dos olhos, curioso pela atitude dela.

- Então senhor...o torneio vai ser difícil?

Camus ficou surpreso com a pergunta mas nada demostrou em seu rosto.

- Talvez. Parece que vai ter alguns candidatos fortes mas não posso lhe dar muitas informações já que nunca tive que lutar pela armadura.

- Hã? Como assim? Pera aí, você nunca foi um cavaleiro...?

Foi a vez dela parar e encarar Camus, curiosa. Ele deu um leve sorriso confiante para ela.

- Claro que fui, eu era o cavaleiro de ouro de Aquário. Só que não precisei lutar pela armadura, fui forte o suficiente para conseguir quando era criança. Claro que Aquário era minha constelação protetora...

Catarina ficou boquiaberta, os olhos castanhos arregalados, sem acreditar naquilo. Aquele homem deveria ser bastante poderoso!

- Nossa, então você deve ser muito forte, né? Olha, será que posso chamar só de "você", é que você é tão novo para chamar de senhor, apesar que sei que você é meu superior também. Veja bem, não estou lhe faltando com respeito, é só que...

- Você gosta de falar, né?

O tom de voz de Camus foi seco porém a morena pareceu não reparar. Ele preferia ela calada.

- Ah falo um pouco só. Sabe como é, não consigo ficar parada, mas olha se você puder me dar algumas dicas de como ficar mais forte...eu iria ficar muito grata! Pois realmente você deve ser muito forte, afinal você é o Grande Mestre né? E eu ouvi dizer que os cavaleiros de Aquário tem ataques baseados no gelo, certo? Acho super interessante, pois...

Cat ficou tagarelando o caminho inteiro e Camus a ignorou. Não era muito de falar e enquanto ela falava, ele apenas gesticulava com a cabeça. Mas apesar de Camus não responder quase nada, não pôde deixar de notar que esse jeito dela era apenas uma máscara, era nítido que a garota estava nervosa por conta do torneio. 

E assim que Camus pensou em mandar ela calar à boca, eles haviam finalmente chegado ao um vilarejo.

- Enfim chegamos.

Eles pararam próximo ao vilarejo de Rodório, numa casinha mais afastada. Era uma casa humilde feita de tijolos cor de cobre, a primeira vista parecia abandonada mas Cat notou que estava bem cuidada, havia um belo jardim em frente à casa com várias rosas no lugar. Notou também que era uma casa até que grande ao se aproximar e ficou imaginando se os outros iriam ficar com ela ali ou ela iria morar sozinha naquela casa.

- Uau, que lugar mais bonitinho!

Camus deu de ombros e Cat o encarou.

- Sabe, eu realmente agradeço por ter me acompanhado. Eu ficaria perdida se você não tivesse vindo comigo, eu não conheço nada daqui e..

- Não tem problema.

Camus a cortou, pois não estava mais com paciência para ouvir ela falar. Ele a encarou por alguns segundos e subitamente se lembrou de Hyoga! Precisava ver o seu discípulo.

- Bom, já que agora você sabe na onde está hospedada, não precisa mais de guias, não é?

- Acho que sim.

Ela deu um sorriso sem graça e puxou a mão direita de Camus, apertando com leveza.

- No meu país não temos tanto costume para apertar as mãos, beijamos mais o rosto mas não acho certo fazer isso com você...quero dizer, você é meu superior né?

Camus não a respondeu, apenas soltou sua mão, se virou e foi embora. No caminho, seus pensamentos foram direcionados ao torneio e pensou em Hyoga mais uma vez.

O garoto já estava forte o suficiente para ganhar a armadura de ouro mas aquele outro menino era...curioso. Camus cumprimentou os aldeões e os soldados no caminho mas não se demorou muito em Rodório, pois precisava ir até a casa de Escorpião e ver como Hyoga e Milo estavam se saindo nos treinamentos.

- "Conhecendo Milo como eu o conheço, aposto que está ensinando alguma técnica daquela Agulha Escarlate dele."

Camus sorriu para si mesmo, era legal da parte de Milo ajudar o seu pupilo porém também não podia ignorar Hyoga completamente apesar de sua obrigação como Grande Mestre, afinal as técnicas do menino eram todos baseadas em gelo e Milo não era muito fã em golpes de gelo. Ansioso para ver o progresso do jovem Cisne, Camus foi subindo as Dozes Casas do Zodíaco, indo em direção à casa de Escorpião.




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