Meu coração está imerso em açúcar cristalino, petrificado como caramelo e meu braço decorado com pulseiras neon. O bailinho místico ao som de discoteca dos anos 70 me aguarda, coloquei meus lindos sapatos feitos de quartzo e um brilhante vestido de glitter.
A discoteca ecoa ao ritmo de fazer tímpanos estourarem e o ponche verde tem sabor de cereja silvestre. A pista reluzente do bailinho dançante está vazia e meus sapatinhos rosas pediram movimento, então mexi minha cintura e bati minhas solas no chão para que todos os deuses pudessem escutar os meus belos saltos barulhentos sapateando na via láctea até meus pés não conseguirem sustentar-se por si só.
O meu nome é Bae Joo-hyun e uso lindos sapatos, um batom vermelho borrado e tenho uma simpatia inimaginável porém nada disto chegará aos pés de Kang Seul-gi — A majestosa princesa do baile, esmagadora de sentimentos de garotos intrometidos e dona incomparável do meu coração-caramelo. Ela está num pedestal mágico e superior comparado a uma simplória garota como eu, porém não desistirei de juntar os meus lindos saltos aos seus sapatos de plástico roxos numa bela e desajeitada dança.
Os garotos chatos faziam questão de chamar a minha preciosa atenção em meio às luzes coloridas com flertes atrevidos porém não irei responder-lôs em vão pois minha atenção mística não era dedicada para esses seres extremamente inferiores, somente para a mais bela princesa mágica do bailinho. O meu estômago estava cheio de ponche alcoólico e meu coração petrificado de caramelo derretia.
A presença de Kang no local fazia tudo brilhar como mil pontinhos brancos de luz no céu escuro, ela dançava alegremente rodopiando seu vestido no pódio florido de girassóis celestiais com todos os convidados em volta sem se importar com os julgamentos infelizes e inoportunos. Os sapatinhos roxos batucando em ritmo de felicidade era algo fascinante e a olhar era um grande privilégio para minhas pobres pupilas apaixonadas.
Deito num belo travesseiro recheado com cartas de amor de garotos e tenho pirulitos azuis sabor decepção e isto faz-me forte mas não tão forte quando Seulgi assustando todos os garotos com sua dança de cintura no ar, bagunçando os cabelos pretos e borrando todo o gloss de morango. De algum modo, conseguia ser mais ainda mais graciosa para mim deste jeito rebelde e belo.
Com leves passos em meio à multidão do bailinho andei até a bela princesa dançante e dei um beijo em sua mão pintada de esmalte verde-água e observei suas órbitas lapidadas em âmbar.
— Poderia juntar-me a ti para uma bela dança? — Minha voz ecoou ao som alto.
Toda a multidão da festa parou a dança exagerada apenas para nós observar com expressões chocadas e de plena reprovação ao acontecido e como num ato de rebeldia Kang afirmou com a cabeça e pegou a minha mão, ouvi vozes falando desgraçadamente julgamentos nojentos porém não liguei.
Juntamos as mãos num belo conjunto e giramos as cinturas como bambolês mentecaptos ao vento, os pés em uma sincronia desajeitada ao pódio celestial parecia revoltar a multidão. Não dou alguma atenção sequer para eles pois somos duas garotas punks, livres como borboletas amarelas no campo florido e duas almas soltas no universo vasto de planetas e satélites.
Não eram sequer merecedores de observar com olhos pulantes tamanho espetáculo de garotas fadas reluzentes na paixão nauseante da dança discoteca e não estavam preparados para o mais puro diamante que é o batucar de sapatos no vidro da passarela.
A madrugada do bailinho foi a mais especial e mística, mexemos os belos saltos celestiais nas luzes coloridas por horas em vão, assustamos todos os garotos intrometidos, borramos nossos batons de frutas silvestres nos lábios uma das outra e nossos corações pulsantes de açúcar mascavo foram derretidos como chocolate preto na brasa ardente. Kang Seul-gi — a mais bela punk, fada, borboleta e tudo de mágico e reluzente o que há na via láctea esplendorosa de estrelas brilhantes mortas.
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