1. Spirit Fanfics >
  2. Salvation >
  3. Qualquer felicidade é melhor do que ficar sofrendo.

História Salvation - Qualquer felicidade é melhor do que ficar sofrendo.


Escrita por: theredg e bad-land

Notas do Autor


GENTEEEEE
desculpa pela demora, tá realmente mt puxado
Mas
Tamo aq
Desculpem os erros n deu tempo pra corrigir mais vamos fazer isso, RESPIREM FUNDO ANTES DE LER SÉRIO

Capítulo 25 - Qualquer felicidade é melhor do que ficar sofrendo.


Fanfic / Fanfiction Salvation - Qualquer felicidade é melhor do que ficar sofrendo.

Shawn point of view

Eu jamais pensei que poderia ser pai em pleno meus dezessete anos. Tudo bem que isso foi um descuido meu, mas porra quem quer ser pai aos dezessete anos? Eu definitivamente não, mas óbvio que eu não iria deixar Ashley não mão por uma coisa que nós dois fizemos.

Enquanto eu andava de um lado para o outro Ashley estava aos prantos sentada na beira da minha cama com os papéis da comprovação da gravidez em suas mãos. Mil coisas passavam na minha mente e eu só queria sumir, de preferência queria uma passagem para marte sem condições de volta mais... não, eu simplesmente não posso fugir dessa responsabilidade.

― A m-minha mãe me expulsou de c-casa! ― diz entre os soluços ― E-eu não tenho pra onde ir.

É óbvio que eu não a deixarei desamparada, a ver navios, irei dar tudo o que estiver ao meu alcance afinal ela é a mãe do meu filho.

― Ashley fique aqui até conseguir um lugar. ― digo bagunçando meus fios do cabelo

― N-não, eles querem tirar meu filho de mim! ― diz desesperadamente com as mãos em sua barriga ― Disseram que se eu não fosse mãe o suficiente eles iriam levar meu bebê de mim.

Como assim?

― Minha mãe me expulsou porque sequer estamos namorando, ela me xingou de todos os nomes possíveis. Foi horrível! ― diz e volta a chorar

Mas o que eu posso fazer em relação a isso? Não posso deixar que tirem meu filho de mim também, eles nunca terão esse direito. Todavia ela estava solteira e bom eu tinha planos para um futuro relacionamento com Katherine, mas se for pelo meu filho eu terei de abrir mão de qualquer tipo de relação nesse momento. Eu a amo muito mais é o meu filho, família vem sempre em primeiro lugar em tudo, certo? Sim eu acho que estou certo.

― Er... eu tenho uma idéia, é temporário e vai ser só para você se acertar com sua mãe. ― digo atraindo sua atenção ― É o seguinte, vamos namorar.

Ashley abre um sorriso maior que o continente americano e assente rapidamente enxugando suas lágrimas. Não queria decepcioná-la mais infelizmente há uma parte dessa idéia que ainda não foi esclarecida.

― Mas não é pra valer, Ashley. ― termino e seu sorriso se desmancha ― Eu sinto muito, não posso.

E pela milésima vez naquela noite vejoa cair em prantos. Eu não me sentia bem em vê-la daquela maneira, grávida e tão frágil mais eu não posso ficar com ela de verdade enquanto amo outra pessoa, enquanto meu coração chama pelo nome de outra pessoa.

Katherine.

O que será que ela vai pesar de tudo isso? Provavelmente vai me odiar até o dia de minha morte, será que ela é esse tipo de pessoa? Acho que não. Não a conheço perfeitamente bem mas acredito que ela irá me entender, vai me apoiar e estará ao meu lado até todos essa tempestade acalmar.

Liguei para meus amigos e pedi para que viessem todos aqui em casa, eu precisava desabafar com alguém, precisava do apoio de alguém e meus amigos sempre estiveram do meu lado antes. Enquanto Ashley tomava banho eu fui até o quarto de Katherine mais a mesma não estava por lá. Onde será que ela estava e porque não havia me avisado? É certo que eu não sou o segurança dela mais ela me deve explicações, há um assassino atrás de nós e eu ao menos deveria saber onde ela está.

Ouço a campainha tocar e meu estômago embrulha, desço até escadas e abro a porta encontrando meus amigos. Todos entraram na minha casa sem esperar um convite formal e aquilo me fez revirar os olhos, que pessoas mais imbecis que eu fui arrumar como amigos hein!?

― E então brô, trouxemos bebidas. O que de tão importante queria falar conosco? ― Cam pergunta indo para a cozinha com suas bebidas, que metido!

― Er, é um assunto sério. ― digo tenso e eles sorriem.

A campainha toca mais uma vez e Kenna, Luce e Debbie entram com um milhão de sacolas nas mãos mas esse não é o problema. Onde está a Katherine?

― Festinha sem nos convidar? Que absurdo! ― Luce diz fazendo sons com sua língua em desaprovação, rimos dela.

― Só o Shawn que reuniu todos nós para falar abobrinhas ― Caniff diz bufando ― Aliás, a Katherine não deveria estar com vocês?

As meninas se olham como se estivessem escondendo alguma coisa de nós, podia ver o medo de cada uma de contar o que estava acontecendo.

― Pois é, ela saiu com o Sammy. ― Kenna diz sorrindo e ergue uma sobrancelha assim que nos encaramos. Aquele filho de uma puta! ― E com um outro amigo o Bryan Wu.

Bryan? Quem é esse Bryan Wu? Por que ela nunca mencionou o nome dele antes?

― Parece marca de pneu. ― Nash diz arrancando gargalhadas nossas.

As meninas sobem com suas infinitas sacolas e eu só consigo pensar nela. Quem diabos é esse tal Bryan? E porque ela havia saído com ele e com o desgraçado do Sammy? Meu sangue estava fervendo como nunca antes só de imaginar os dois juntos.

― Só eu achei super estranho essa história da Katherine ter saído com o Sammy? ― Caniff pergunta e Nash assentiu

― Achei muito estranho mais ultimamente tenho os visto bastante juntos no colégio. ― Gilinsky comenta e minha paciência só falta explodir

― Bom, ela é solteira e pode fazer o que quiser da vida. Não é mesmo!? ― pergunta Cameron saindo da cozinha com um copo cheio de alguma cerveja

É claro. Ela não está compromissada então pode fazer e falar com quem quiser, eu realmente não tenho simplesmente porra nenhuma haver com isso. Porra nenhuma.

Peço para os meus amigos me esperarem e subo as escadas no mesmo tempo que vejo as garotas descerem. Respiro fundo e entro em meu quarto encontrando Ashley em pé de frente ao meu espelho acariciando sua barriga que tinha um volume notável. Ela estava feliz com a gravidez e mesmo muito preocupado eu também estava bastante feliz, na verdade.

Me aproximo dela vendo que a mesma não havia notado minha presença e toco em seu ombro a chamando.

― Hey! ― ela se vira pra mim um tanto assustada ― Que susto!

― Me desculpe, vamos descer? ― pergunto sorrindo tentando confortá-la.

Ela sorri a assente mesmo nervosa, afinal eu também estava muito nervoso e com muito medo da reação dos meus amigos. Não que isso fosse mudar em alguma coisa porque certamente não iria, já havia tomado a decisão de assumir essa criança.

Não sei se estou fazendo a coisa certa, acho que estou agindo por impulso afinal essa foi a primeira coisa que me veio a cabeça.

― Eu liguei pro Sammy, ele foi falar com a mamãe. ― suspira triste.

É realmente horrível ser rejeitado pela própria mãe.

Ela saiu do meu quarto e notei que a mesma havia vestido uma camisa minha já que sua mãe não a deixou sequer pegar um chinelo em casa quem dirá uma muda de roupa. Andávamos em silêncio, ela em minha frente eu olhando para o chão, ela também estava fitando o chão.

Descemos as escadas atraindo os olhares curiosos ― e furiosos ― dos meus amigos. Haviam muitas bocas abertas em um perfeito "O" e também haviam expressões nada felizes de quem iria contar tudo a Katherine quando ela chegasse.

― Algo de errado não está certo. ― Johnson comenta relaxando um pouco o clima tenso

― Nós estamos juntos. ― digo olhando para Ashley, a mesma estava com um sorriso enorme. Todos arregalaram os olhos e escancararam suas bocas

― Juntos? Tipo Juntos mesmo? ― Matt perguntou parecendo desacreditado

Eu deveria contar a verdade? Eles são meus amigos afinal de contas. Se eu dissesse que o namoro era falso eles provavelm...

― Sim, estamos namorando! ― Ashley diz me tirando dos meus pensamentos

― Ué, por que estão namorando só agora? ― Luce pergunta se sentando ao lado de Taylor

― Ele me ama, eu o amo pra que esper-

― Na verdade, não é bem assim. ― digo interrompendo Ashley, a mesma se entristece ― Vamos ter um bebê.

Copos caem no chão, bocas se escancaram, olhos se arregalaram, gritos escaparam e provavelmente cabeças irão rolar.

Kenna anda até mim e começa a falar nada com nada e apontar o dedo na minha cara, eu não estava entendendo porcaria nenhuma só quando ela dizia o nome Katherine. A garota estava vermelha de raiva e quando suas amigas vieram para acalmá-la sentir um lado do meu rosto arder e virar para o lado. Kira havia me dado um tapa na cara. Ponho a mão na minha bochecha que ardia muito e a olho pasmo, a mesma está com a mão na boca sem acreditar no que havia feito.

― E-eu... ― ela gagueja

― Tudo bem, eu meio que mereci. ― digo a fazendo sorrir ― Ei cara controle mais a sua garota. ― digo piscando pra Cam e o mesmo cora violentamente

― Acho que... felicidades ao casal! ― Nash diz e sua voz vacila um pouco

Ashley me abraça por trás e eu fico completamente sem reação. Não iria empurrá-la e jamais dizer na frente de todos que nosso relacionamento era de fachada mais essa demonstração de afeto está realmente me incomodando porém, todo o esforço do mundo para meu filho nascer bem e saudável.

Katherine é uma pessoa muito importante pra mim e eu não quero magoá-la mais provavelmente ela deve estar me achando um canalha. Mas essa é a única forma de afastá-la de mim.

Katherine point of view

― Já disse isso tantas vezes... você não pode ir ― sussurra em meu ouvido, ele segura meus pulsos me impedindo de tentar bater nele ― Escuta, não pode confiar em ninguém.

Me solto de Bryan e bufo ao notar que ele estava com a chave, o mesmo guarda o molho de chaves no bolso. Cruzo os braços e sopro uma mecha da minha franja que caia em meu rosto atrapalhando minha visão. Ele passa por mim esbarrando em meu ombro e me desequilibrando por alguns segundos, quase cai no chão.

― Não posso confiar ninguém?! ― pergunto quase que ironicamente

E posso confiar nele?

― Não pode, em ninguém. Kate, qualquer um lá fora pode estar querendo te machucar. ― explica e se senta na beirada da cama ― Nada vai te machucar aqui.

― Entendo... nada vai... ― rio desacredita com suas palavras.

Se ele soubesse...

Já estou completamente machucada.

Uma chama se acende em mim, com uma pergunta... eu posso confiar nele? Alguém que conheci na noite passada e está me mantendo presa, trancada em um quarto numa casa que eu não sei nem em que bairro é. Sequer sei se continuo no Canadá, sei que há uma grande chance de que eu esteja sim mais depois de tudo o que houve... acredito que nada é impossível pra esse garoto.

Mas algo nele me intriga.

Sinto que está mentindo, só não sei em que parte.

Tenho medo do que pode acontecer aqui dentro. Meu coração acelera quando começo a imaginar coisas ruins e elas envolvem Bryan, começo a ficar com medo até de encará-lo mais preciso saber se ele algum dia fará mal a mim.

― Bryan... ― o chamo baixo, ele me encara curioso ― Quando diz que não posso confiar em ninguém... isso o inclui?

― Eu jamais machucaria você. ― diz e suspira ― Eu prometi ao seu pai que iria te manter segura.

Meu pai?

Rapidamente me levanto, assustada. Bryan faz o mesmo, porém sua expressão é quase indecifrável?

― Do que está falando Bryan? ― pergunto enquanto cruzo os braços ― Desde quando conhece o meu pai?

― Prometo que irei te contar tudo. Mas preciso que mantenha a calma. Pode fazer isso?

Suspiro e passo a mão no meu cabelo, tento não me lembrar daquelas fotos e de tudo o que Kenna me disse mais é simplesmente impossível. Depois de todas as declarações de amor, todos os momentos que passamos juntos ele vem e me faz uma coisa dessas como se nada tivesse existido entre nós. Tenho plena consciência de que essa criança não tem culpa do erro do pai, jamais irei odiá-la por isso afinal no fundo eu sempre soube que Shawn era um cafajeste. Só não queria aceitar.

― Está tudo sobre controle. ― só que não.

― Tudo bem. ― diz não muito convencido ― Quer saber? Eu estou a fim de sair pra algum lugar. Pra podermos conversar. 

Eu não sei se é uma boa idéia. Eu não sei se posso confiar nele. Mas de qualquer forma, eu preciso tirar informações dele porque aparentemente ele sabe mais do qualquer um.

― Seria legal, tô precisando realmente distrair minha mente. ― digo e ele se levanta

― Vou procurar algo pra você vestir, algo que caiba em você de verdade. ― diz debochando da minha roupa

O garoto sai do quarto e eu respiro fundo antes de pegar novamente meu celular. Haviam mais chamadas perdidas no meu celular do que posso contar, mais uma delas era de Karen. Eu tinha que lhe dar alguma satisfação a ela afinal, enquanto meu pai estava viajando estava sobre a responsabilidade dela e eu estava agindo feito uma rebelde. Disquei o número da minha madrasta e depois de três toques a mesma atendeu.

― Onde você está? ― pergunta

― Com um amigo meu, não se preocupe. Você sabe onde meu pai está? Faz um tempo que não liga pra mim. Estou ficando preocupada. ― suspiro

― Ah, querida, eu também estou muito preocupada porque faz um tempo desde a última vez que nos falamos. ― diz e eu já começo a pensar no pior ― Preciso que esteja em casa hoje a noite. Pode ser?

Claro que não pode ser Karen! Eu vou matar teu filho e eu não estou muito a fm de matar ninguém.

― Sim... ― digo e minha voz vacila

― Eu sinto muito pelo Shawn, sei que gosta muito dele. Mas você entende não é mesmo? Um filho é uma grande responsabilidade, Shawn não podia deixar a garota na mão.

― Sim, eu entendo. ― minto, quero matar o seu filho! ― Er... estão me chamando, preciso ir.

Encerro a ligação sem ouvir sua resposta. Eu estava sendo muito egoísta com os sentimentos dele? Eu só estava pensando em mim mais em nenhum momento pensei em Ashley ou em Shawn.

Vou até o espelho e me assusto com o que vejo; eu estava parecendo mais morta do que viva. Olheis profundas, cabelo horroroso e completamente ferida. Se eu não soubesse o que havia acontecido ontem certamente diria que eu havia sido espancada por pessoas especialistas em todos os tipos de agressões. Sem contar as roupas que pareciam sido emprestadas por um palhaço de circo obeso.

Andei até uma porta e quando abri minhas suspeitas estavam certas, era um banheiro. Peguei uma das toalhas que a tia dele truxe e entrei no banheiro para tomar um banho, eu estava realmente precisando. Retirei os curativos ― que não eram poucos ― e entrei no box ligando o chuveiro em seguida. Com muito cuidado com meus machucados, tomei meu banho. Me enrolei na toalha e saí do box indo direto para frente do espelho, eu estava um pouco mais apresentável. Aliás, eu parecia um ser humano de verdade agora.

Havia um armário pregado na parede e eu o abri para pegar algum pente, acabei por derrubar uma tesoura ― não sei como fiz isso ― e a mesma caiu no chão produzindo um barulho. Peguei o treco o e me olhei no espelho, eu estava precisando mudar um pouco. Já fazia anos que meu cabelo não sabia o que era uma tesoura e também meus cabelos longos estavam me incomodando.

Com a coragem dos céus, comecei a cortar meus fios de cabelo sem respingos de dor. Eu já havia cortado o cabelo da minha irmã várias vezes, então eu não cortaria errado. Quando terminei meu cabelo estava nos meus ombros, esse corte parecia combinar mais comigo do que o de antes. O cumprimento me agradou bastante, me sentia mais eu.

Joguei os fios cortados no lixo mesmo e sai do quarto encontrando Bryan sentado na cama mexendo no meu celular. Arregalei meus olhos e corri para pegá-lo.

― Ei, posso ajudar? ― perguntei tentando pegar meu celular das mãos dele

― Cortou o cabelo? ― pergunta me entregando o celular. Não querido, tirei pra lavar. 

― É o que parece. ― digo ironicamente.

Ele me entrega roupas que eram femininas. Uma camisa branca de mangas longas e listras pretas, uma calça preta rasgada no joelho e meu tênis.

― Essa blusa é feminina? Porque sinceramente, não parece. ― digo mostrando-lhe a blusa. Provavelmente iria ficar um pouco acima dos meus joelhos.

― Claro que não mais a calça é, é da Lisa. Ela é bem magra, achei que ia servir em você também. 

Reviro os olho ignorando seu comentário. Não estou a fim de me estressar hoje não, já existem várias coisas que estão me deixando completamente estressada. Já tem coisa me estressando o suficiente.

― Er, você pode sair? Quero me vestir. ― peço e ele ri.

― Não se preocupe, não estou interessado em te olhar. 

Reviro os meus olhos sentindo meu sangue borbulhando. Queria muito socar aquela cara branquela até ficar completamente deformada, sem rastros de beleza.

― Então você pode sair? ― pergunto apontando para a porta.

Ele me encara por alguns instantes e se levanta. Caminha até a porta e quando sai a fecha com muita força, por um momento eu achei que ela iria quebrar.

Idiota.

Vesti aquela roupa mesmo e me olhando no espelho, até que havia ficado bem em mim. Meus cabelos estavam molhados ainda, e como estava curto isso não me incomodava muito. Penteei o meu cabelo com muita facilidade pois estava muito molhado, pelo menos alguma coisa na minha vida é fácil. Eu estava pronta mais só faltava a maquiagem.

E pelo visto ficará faltando.

Assim que eu terminei tudo Bryan bate na porta e eu permito sua entrada ao meu habitar atual. O mesmo estava com uma calça preta rasgada no joelho ― exatamente como a que eu estava vestindo, só que a minha era feminina, claro ― e um moletom bege da Puma. Odeio pensar desta forma mais ele fica realmente muito lindo vestindo um moletom.

― Onde planeja me levar? ― pergunto animada enquanto saimos do lugar

― Não sei, acho que precisamos comer.

― Você vai pagar? Por que eu estou sem dinheiro aqui. ― digo.

Ele para de andar no mesmo instante e me olha como se eu fosse o maior pecado existente. Sério, eu fiquei com muito medo da expressão psicótica que ele fez.

― É claro que eu vou pagar. ― diz sorrindo e volta andar normalmente.

Ok, primeiro ele me faz uma cara muito sinistra e depois sorri lindamente como isso fosse uma coisa muito normal. Esse garoto só pode ter um sério retardo mental.

Conversamos um pouco sobre a madrinha dele e ele contou que ela é uma mulher muito sozinha apesar de ter uma filha a tal da Lisa mais a garota não mora no Canadá.

Saimos da casa e Bryan está com outro carro, diferente do de ontem. Como será que ele conseguiu essa merda tão rápido? Era uma Rover preta e muito mais bonita que o outro. Entramos no carro e ele ligou o aquecedor pois estava muito frio, pegou um boné preto e colocou o mesmo. Ele ficava muito mais gato de boné, eu tenho de admitir isso.

― O que você está a fim de comer? ― pergunta se virando pra mim

― Não sei, na verdade. ― digo pensando, na verdade eu nem estava com fome. ― Eu só quero distrair minha mente, faz tempo que eu não tenho um tempo de distração.

O olho de soslaio e ele ri soprado, tudo bem não entendi o que há de engraçado em querer um momento em paz com pessoas legais num lugar legal.

― Você é engraçada. ― diz negando com a cabeça

Achei que estranho que ele tenha dito que sou engraçada porque o Shawn nunca achou. Pelo menos eu não estou me recordando. Houve uma única vez que eu o fiz rir de verdade, e foi um dos melhores momentos da minha vida.

FLASHBACK ON (Capítulo 16 - Perder você)

Entro no banheiro depois de alguns minutos, e encontro Shawn com as mãos apoiadas na pia, a camisa preta ensopada em cima da pia enquanto ele encarava o próprio reflexo no espelho. Os olhos avermelhados e lacrimejados.

― Eu não queria que fosse assim ― digo atraindo sua atenção ― não quero que seja assim com você.

― E vai fazer o quê? ― ele ri pelo nariz ― Vai ir embora? Acha que indo embora fará alguma diferença Kate? Ele virá atrás de mim de qualquer jeito.

Aquelas palavras estavam me matando, cortando mais do que uma faca. Podia ver o ódio no olhar dele assim como os pais de Aaron.

― Eu... não sei o que faria se você fosse embora ― diz me encarando ― acho que iria enlouquecer.

― Não sei o que faria se Will fizer algo contra você, Shawn. ― suspiro e ele faz o mesmo. ― Não sei o que sou capaz de fazer, não quero perder você. Nunca.

Caminho lentamente até ele, ouvindo apenas nossas respirações calmas ecoando por todo cômodo. Passo meus braços ao redor de sua cintura e apoio minha cabeça em suas costas deixando seu cheiro gostoso invadir minhas narinas, sua pele gélida acaba ficando mais quente. O silêncio tornou-se uma coisa gostosa de se ouvir, não me atreveria em quebrá-lo agora. Mas ele não pense da mesma maneiro, eu acho.

Shawn ri balançando a cabeça negativamente enquanto o solto.

― Eu acho que... ― ele diz me encarando ― Acho que te amo.

Uou.

Ignoro o roubor e sorri provavelmente um sorriso maior que a Rússia, não necessariamente todo esse tamanho mais quase. Meu coração está prestes a pular para fora e gritar bem alto pra todos os seres humanos da Terra escutarem a loucura que estou prestes a dizer.

― Eu... acho que eu também te amo e...

Shawn sequer me deu chance de terminar a frase, um segundo depois nossas bocas estão grudadas e ele prensa meu corpo contra a parede enquanto sinto uma chama se acender dentro de mim. É como se eu realmente estivesse pegando fogo.

Eu não acho que te amo.

Eu tenho certeza.

Luto contra os instintos do meu corpo para afastar Shawn e encerrar o beijo, afinal sabemos exatamente onde isso poderia parar.

― Shawn... ― sussurro enquanto o empurro de leve ― É melhor pararmos por aqui, certo?

― Sério? ― ele franze o nariz e eu dou um tapa em seu braço ― Katherine Marie, doeu!

Ele diz massageando levemente o braço e eu rio alto batendo-o novamente no mesmo lugar.

― Eu odeio você ― ele diz rindo.

― Eu acho que não hein... ― digo jogando meus cabelos para o lado e ele bufa.

― Queria mostrar uma coisa.

Saímos do banheiro e eu me jogo na cama de Shawn enquanto ele pega o violão. O desgraçado senta bem na minha frente e o maldito sorriso estampa em seu rosto fazendo com que eu perca todos os meus sentidos.

― Shawn Mendes, Crazy:

Acho que não preciso de um relógio para saber a hora

Acho que não preciso do sol para me ajudar a brilhar

Acho que não preciso de uma garota para ficar bem

Acho que não sabia

A cada palavra sua voz tinha uma intensidade diferente assim como cada vez que nossos olhares se encontravam.

Achei que não precisava de sapatos nos meus pés

Achei que não precisava de uma cama para dormir

Achei que não precisava de amor para ser completo

Acho que não sabia

Seu olhar só desviava de mim quando o ritmo se intensificava e ele tinha de se concentrar mais no violão.

Que eu tive esse sentimento maluco

De que estou fazendo alguém esperar por mim

Por mim

Eu só penso em você quando estou acordado

Partes de todas as noites e todos os dias

E tudo é uma bagunça quando você está longe

E agora eu sei

Tudo isso é bom e muito antigo

Estou com problemas para dormir sozinho

Isso parece uma casa, mas não é um lar

Eu quero que você saiba

Tudo isso é bom e muito antigo

Estou com problemas para dormir sozinho

Isso parece uma casa, mas não é um lar

Eu quero que você saiba

Que eu tive esse sentimento maluco

De que estou fazendo alguém esperar por mim

Por mim

Acho que preciso de um relógio para saber a hora

Acho que preciso do sol para me ajudar a brilhar

E eu realmente preciso de você em minha vida

E agora eu sei

Que você me dá esse sentimento maluco

E não precisa mais esperar por mim

Por mim

E eu acabei de ter esse sentimento maluco

De que estou fazendo alguém esperar por mim

― Você acabou de se declarar pra mim, Shawn Mendes!? ― pergunto rindo

― Talvez ― ele ri ― Uma mistura de sentimentos, para falar a verdade.

― Uau. Shawn Mendes você está partindo meu coração! ― forço meu melhor tom de indignação e ele ri alto

― Você já parou pra pensar? ― ele pergunta ― Em como você chegou aqui, como nos conhecemos!?

― Penso nisso todos os dias ― digo sorrindo e ele faz o mesmo ― Eu só queria que tudo isso fosse diferente, sem Will sem Ashley. Sem ninguém.

― Sem mim? Estou me sentindo ofendido! ― ele diz e coloca a mão no peito ― Pobre mortal.

― Estou com sono ― murmurei. Jogo meu corpo para trás e Shawn faz o mesmo ― Ei, tira esse pé gelado de cima de mim!

E assim ficamos, ele me provocando com o pé bem gelado até finalmente pegarmos no sono.

Flashback Off

― Katherine?

Arregalo os olhos com o susto e me deparo com a cara de Bryan me olhando preocupado. Quase cai pra trás quando dei de cara com ele, eu estava muito distraída até me esqueci de onde estava e com quem estava. Meu coração estava batendo a mais de dez mil por hora.

― Que susto, Bryan! ― grito colocando a mão no peito.

Ele ri e para o carro, olho em volta e o lugar que estávamos estava coberto por neve só consegui enxergar os trilhos de trem. Meu Deus! Neve? Por quanto tempo eu fiquei pensando em Shawn que eu nem vi que estava nevando. E isso me lembra que as festas de fim de ano estão próximos, e de como minha irmã adorava os feriados de natal e ano novo e me lembra também que ela não vai poder estar aqui dessa vez e nunca mais poderá.

Bryan é o primeiro a sair, fico o encarando esperando que o mesmo diga que é uma piada e que nós não vamos sair pra fora nesse frio, sinceramente ele só pode ter retardo.

― Vai ficar aí fora nesse frio? ― pergunto abrindo a janela

Ele destrava o carro e abre a porta para que eu desça mais nem mesmo morta eu faria isso. Só se eu tivesse algum retardo sairia desse carro com o aquecedor ligado.

― Tem coisa mais bonita do que isso? ― pergunta chutando a neve que por pouco não me atingiu ― Vem, vamos andar por aí.

― Sem chances. ― digo cruzando os braços.

O ouço suspirar e em seguida ele se encurva para me encar melhor e quando percebo me tira do carro.

― BRYAN? ME PÕE NO CHÃO! ― grito me debatendo em seus braços mas como era de se esperar ele não se moveu

Continuo gritando pra ele me soltar mais somente tranca novamente seu carro e me põe com cuidado no chão em cima da neve gelada.

― E-estou congelando! ― digo

Sinto uma coisa ser jogada na minha cara e noto que é uma peça de roupa bem quentinha. Me levanto com a peça nas mãos vendo que é um moletom parecido com o dele só que tem uma cor um pouco mais clara só que não chega a ser um branco.

― Você é um idiota. ― digo e ele ri.

― Ah, esqueci uma coisa. ― diz e se vira indo em direção ao carro. Ele volta com comida de Mcdonalds. Como ele comprou isso? ― Comprei enquanto você dormia. Não quis te acordar.

Espera... eu dormi? Mas eu não percebi.

― Estranho, não me lembro de ter pego no sono. ― tento me esforçar para lembrar mais nada vem a minha mente.

― Acho que você estava muito cansada. ― ele diz.

― É. Eu acho que sim.

Ele dá de ombros e começa andar em meio a neve e eu como sou muito medrosa comecei a segui-lo. De vez em quando nossos pés afundavam na neve e era um pouco complicado de tirar e sempre precisávamos um do outro, era realmente muito engraçado por mais que o Bryan se mostrasse um cara "de todas" ele era muito tímido e toda vez que eu o tocava seu rosto ganhava uma coloração avermelhada. Existe coisa mais bonitinha do que isso?

Paramos em frente a um banco e limpamos a neve que o cobria. Eu estava morrendo de fome então não precisei de muitos segundos para cair matando em cima do hambúrguer. Sinceramente, existe coisa melhor do que comer? E ainda mais um hambúrguer? Pois é, não existe não.

― Minha nossa, você come muito. ― ele diz rindo, o olho com desgosto e volto a apreciar meu hambúrguer

Bryan põe seu celular no banco bem do meu lado e eu não pude deixar de notar sua foto de fundo; haviam muitos garotos nessa foto e eu só sabia quem era ele, o Jeon. O resto eu nunca nem tinha visto na vida e provavelmente não iria nunca ver.

― São seus irmãos? ― pergunto ainda olhando o celular e ele rapidamente o pega

― Posso dizer que sim ― diz encarando o visor de seu aparelho com os olhos brilhando ― São a única família que eu tenho.

― Agora, me fale sobre você. Eu quero saber mais sobre você, porque creio que saiba muitas coisas sobre mim e sobre o meu pai. ― digo arqueando a sobrancelha e ele confirma ― Pois então, diga-me tudo sobre você, Bryan Wu.

― Eu nasci em Pequim, China. Meu era mestre em Kung Fu, e eu fui treinado por ele, até que ele foi assassinado. Por muito tempo eu procurei o assassino. Eu queria vinhaça... ― pausa e engole em seco ― Até que eu conheci um homem que prometeu me ajudar a encontrar o assassino e em troca eu fiz alguns favores pra ele ― ele suspira e continua ― Mas ele me enganou. Ele matou meu pai para que eu me juntasse a ele. É como dizem, um grande trauma na infância torna um adolescente mais forte. ― morde seu hambúrguer com uma calma e volta a falar sobre sua vida ― Desde então estou atrás dele.

Fico em silêncio, apenas digerindo. Não sei o que dizer. Não sei se devo acreditar. 

― Eu sinto muito por você. ― digo e ele sorri em consentimento ― Mas... como você conheceu o meu pai?

― Eu quase o matei. ― diz e eu engasgo com meu hambúrguer ― Até descobrir que Barry havia armado para parecer que seu pai assassinou o meu

― Quem é Barry? ― pergunto confusa

― Tem uma coisa que você precisa saber Kat―

Ele é impedido de terminar pelo toque do meu celular e eu xingo mentalmente quem está me ligando agora. Pego o celular do bolso traseiro e leio Karen no visor.

― Oi. ― digo olhando para o cara ao meu lado, ele estava encarando os próprios pés.

― Querida, você pode vir pra casa agora? É importante. ― diz e meu coração acelera ― É sobre seu pai.

Me levanto rapidamente e por precaução Bryan faz o mesmo.

― O q-que houve com meu pai? ― pergunto e Bryan me olha com seus olhos arregalados

― Conversaremos sobre isso aqui, estou lhe esperando.

Então ela desliga e eu fico sem reação, começo a andar depressa e Bryan apenas me segue sem questionamentos ou qualquer coisa. Eu estava quase morrendo de ansiedade para saber sobre meu pai, havia se passado praticamente uma ou duas semanas que ele sequer dava um sinal de vida e aquilo estava acabando comigo. Estava andando tão depressa que acabei deslizando na neve, Jeon tentou me segurar mais foi em vão e não deu outra; caímos os dois no chão. E o pior era que o garoto estava por cima de mim, meu corpo inteiro doeu com o impacto e eu estava completamente molhada pelo gelo.

― Que droga...

Abro meus olhos que permaneciam fechados e dou de cara com Bryan, ele estava me encarando, senti todos os pelos do meu corpo se arrepiarem. Podia sentir sua respiração fria contra meu rosto, estávamos próximos, muito próximos. Eu queria beijá-lo? Acho que sim. Sem esperar mais nada o beijo, e no começo ele ficou completamente sem reação mais logo me correspondeu. Seu beijo era uma coisa completamente indecifrável, quase podia ser comparado ao beijo de Shawn... porque estou pensando nele? Que droga. Paramos por falta de ar e também por necessidade.

Ele se levantou e limpou sua roupa e logo depois me ajudou a levantar, seu rosto estava avermelhado.

― Você é muito fofo corado, sabia? ― pergunto beijando sua bochecha, ele cora ainda mais. ― Está corando...

― Droga! ― murmura cobrindo as bochechas

Que fofo!

― Vamos logo, precisamos ir. ― diz desviando do assunto

Ri e passei a segui-lo, algumas vezes eu o via olhando pra mim e quando era pego na maioria das vezes suas bochechas coravam. Ele é um garoto muito lindo, mais eu não sinto nada por ele. Não quero parecer ingrata, eu já o considero um grande amigo na verdade mais não o enxergo muito além disso. Talvez possamos ser amigos com benefícios pois depois da minha grande decepção com Shawn, namorar está completamente fora de cogitação. Só estudos e vida social, e apenas disso que preciso para ser feliz.

Chegamos ao local onde estava o carro e e nenhum dos dois falou nada. Fomos o caminho inteiro nos encarando e rindo de alguma coisa, pareciamos dois fugitivos de hospícios. Sinceramente acho que essas horas com ele não me fizeram nada bem, parece que esse garoto tem retardo mais acho que eu já disse isso muitas vezes. O silêncio entre nós estava me matando, e além do mais a preocupação com meu pai também. Eu estava com medo do que poderia estar acontecendo com ele agora e se era também por minha culpa.

― Não é culpa sua. ― diz cortando o gelo sem tirar os olhos da estrada.

Ri com seu comentário. ― Até parece, Bryan . Eu jamais me perdoarei se algo acontecer ao meu pai.

― Mas você não tem culpa, sabe muito bem disso.

― Parece fácil pra quem vê tudo de longe mais somente eu sei o que estou passando. ― comento jogando minha cabeça pra trás

Ele não tinha realmente o que argumentar em relação à isso. Ninguém jamais poderia sentir isso que estou sentindo.

― Ele é um idiota. ― diz e desvia o olhar pra mim. Ele quem? ― O cara que te fez chorar.

Ah.

― Não tem cara. ― menti olhando para a paisagem através da janela

― Não há motivos para mentir. ― ri e balança negativamente a cabeça ― Sabe, eu também amo uma pessoa mais não podemos ficar juntos.

― Por que não? ― pergunto na mesma hora, e ele se assusta um pouco com minha rapidez

Bryan estava visivelmente desconfortável com aquela situação mas eu queria muito saber.

― Somos primos, a Lisa é minha prima. ― suspira ― Sou apaixonado por ela desde que consigo me lembrar mas...

― Sua família não é?

― Também... mas por ela eu enfrentaria todos. E aí é que está o problema, ele disse na minha cara que não enfrentaria nem uma metade deles por mim. ― uau. Não conheço essa garota e quero bater nela até sangrar ― Ela está noiva, não nos falamos mais. O que sinto por ela ainda existe e é muito forte.

Nem sei o que dizer. Fiquei o encarando tentando não sentir pena, ele na verdade estava passando por uma situação igual a minha. Sabia o que estava sentindo pelo menos em relação a isso.

― Bom, eu o amo. Mas ele está namorando uma vadia e ela está esperando um filho dele. ― digo tentando segurar minha vontade de chorar

― E por que não diz o que sente?

― Eu já havia dito antes, eu o amo tanto que chega a doer. ― digo o encarando, acho que ele me entendia perfeitamente bem ― Mas apesar de tudo, não posso atrapalhar a vida dele. Não quero que essa criança nasça sem um pai presente por minha culpa, o bebê não tem culpa da minha vida ser essa merda que é.

― Entendo... ― murmura ― Acho que nós estamos com azar no amor. ― ri concordando ― Eu queria encontrar alguém, sabe? Quando vejo meus amigos com suas namoradas eu sinto inveja. Nunca tive esse sentimento de inveja antes mais é algo que eu quero muito, ser feliz com alguém que goste de mim.

― Eu não sei não, por mais que eu tentasse acho que ele será a única felicidade da minha vida ― digo e ela arqueou sua sobrancelha da maneira mais sexy possível ― Não que eu não posso ser feliz com outra pessoa, só que não será uma felicidade completa. Aish, é complicado... entende?

― Entendi, só estou dizendo que qualquer felicidade é melhor do que ficar sofrendo por alguém que não pode ter.

Ele tinha razão, eu tentarei procurar alguém que eu goste e que goste de mim também. Uma pessoa legal, divertida e que me faça sorrir. Nunca esquecerei Shawn mais eu vou ficar afastada dele, não quero causar confusão em sua vida ainda mais agora que terá um filho. Eu o amo, e como disse, o amo tanto que chega a doer dizer isso só que me dói ainda mais saber que a qualquer momento ele pode estar morto por minha causa e jamais iria me perdoar.

Encostei minha cabeça na janela e adormeci por alguns minutos, fui acordada por Bryan dizendo que já havíamos chegado em minha casa, eu estava muito sonolenta e estava falando coisas desconexas. Senti meu corpo ser retirado do carro e senti o cheiro dele, eu nem sei o que estava fazendo, simplesmente deitei minha cabeça em seu peito e voltei a fechar os olhos. Eu poderia dormir o dia inteiro.

― Olá.

Abro os olhos na mesma hora assim que ouço a voz de Karen. Bryan me põe no chão e eu agarro o braço do mesmo pra não espatifar minha cara no chão por culpa do maldito sono. Minha madrasta está com olheiras profundas, seu cabelo está completamente bagunçado e ela não tinha uma expressão de contentamento ao me ver com Bryan. 

Mas eu não devo nada a ninguém.

Não é? 

― Eu estou indo. ― Bryan diz me olhando. Será que nunca mais o verei? Só de pensar nisso, não gostei. ― Te vejo amanhã?

― Sim. ― respondo dando um beijo em sua bochecha

― Vou te levar a um lugar para comermos.

Esse está tentando me conquistar pelo estômago.

Ri beijando sua outra bochecha ― Contanto que você pague é só me chamar.

Ele ri e o observo se afastar da casa, acena pra mim antes de partir com seu carro e sumir pelo condomínio. Ele é legal, o conheci ontem e sinto que somos amigos a séculos, talvez somos amigos de outras vidas.

― Ele é bem bonito. ― Karen diz e eu concordo sorrindo.

Entro na casa dando de cara com Ashley deitada no sofá com a cabeça em cima das pernas do Shawn. Além deles todos os meus amigos estavam ali ― novidade, esse povo parece que não tem nem casa ― e olharam pra mim em perfeita sincronia. Acho que estavam com pena de mim, e eu não queria isso. Abri meu melhor sorriso e fui primeiramente abraçar minha melhor amiga que só faltava soltar fumaça pelas orelhas.

― Katherine! ― ela diz enquanto me esmaga no abraço ― Você cortou o cabelo...Eita, essas roupas são dele?

― Sim.

Todos olham pra Shawn em perfeita sincronia e depois para Ashley que estava vermelha de raiva e não só ela como o namorado dela também. Mas o que posso fazer, não tenho culpa, nem falei nada ainda.

― Como ele é? ― Nash perguntou intrometido

Se fosse em outras circunstâncias eu até o mandaria para o inferno mais eu estava até gostando da situação. Shawn merecia uma surra por me ter feito acreditar em seus "sentimentos" por mim.

― Ele é bem legal e fofo. ― digo sorrindo ao me lembrar que estou com o moletom dele e nunca mais irei devolver.

― Você conheceu o cara ontem. ― Shawn diz de forma grosseira e todos o olham menos eu, o ignoro

― Ele é um amor, vamos sair amanhã também. ― digo me lembrando do convite

― Você é mesmo muito ingênua, ele só quer te comer e jogar fora. ― Shawn diz e todos arregalam os olhos

Senti muita raiva dele e sempre que estou com raiva eu choro. Mas a raiva era tão grande que nenhuma lágrima caia. Me levantei com um sorriso no rosto e o olhei com deboche.

― Estarei de pernas abertas esperando por ele. ― digo e todos arregalam ainda mais seus olhos

Subo as escadas e vou para o meu quarto chorar. Ele estava sendo completamente ridículo comigo, eu que fui muito ingênua em acreditar nas suas palavras, eu quero mais é que ele morra e da forma mais cruel possível.

Ouço batidas na porta e murmuro um "entra" e acho que essa pessoa sequer escutou, mas dane-se. Arregalo os olhos vendo Shawn Mendes entrar no meu quarto, ele estava de cabeça baixa, aparentemente estava de consciência pesada mais eu não iria ceder dessa vez. O que ele fez foi péssimo, e não tem desculpa.

― Temos que conversar.

Sua voz estava estranha e como sempre causou arrepios na idiota aqui. Ele parecia estar preocupado, ou algo do gênero. Pouco importa.

― Não temos o que conversar. ― fui rápida na minha resposta.

Me levanto da cama para expulsá-lo mais sua cara de arrependimento meu comoveu.

― Diga.

― Olha eu nunca quis magoar voc-

― Tá, quer mesmo que eu acredite? Você adorou me fazer de trouxa eu sei muito bem. ― digo um pouco alto mais não estou nem ai ― Fala sério, não me venha com esse papo de "eu nunca quis te magoar, eu gosto mesmo de você". ― solto uma risada irônica ― Será que aquele "eu te amo" que você me disse era verdadeiro? Sinceramente eu acho que não.

― Não namoramos, lembra? Posso falar o que eu quiser. Somos amigos, eu namoro outras pessoas e você pode sair com outras pessoas. Eu não sei o que você estava pensando mais não é porque eu te disse um "eu te amo" que eu vou deixar de sair com outras pessoas. ― diz de forma fria, aquelas palavras congelaram meu coração ― Eu estava completamente indefeso, frágil. Saia com outros caras. Quer saber? Acho melhor pararmos isso por aqui, não podemos ser amigos. Estávamos muito melhor quando nos odiavamos.

Eu estava muito magoada para sentir alguma coisa. Nem vontade de chorar eu tinha mais, só queria matar ele da forma mais cruel possível.

― E-estou com ela agora, amor. ― como ele tem coragem de me dizer isso? Como ele tem coragem de me chamar assim? ― Então vamos fazer isso, cada um cuidar da sua vida.

Apenas assenti da forma mais fria possível e o mandei ir embora. Eu não estava conseguindo sentir nada, parecia um diálogo comum entre nós. Queria me levantar e perguntar a Karen sobre meu pai mais eu estava exausta. As palavras de Shawn estavam começando a me atingir aos poucos. Ecoavam por minha cabeça como gritos de um filme de terror.

"Estávamos muito melhores quando nos odiavamos"

"Eu estou com ela agora"

Mas agora vou parar de ser a trouxa, irei em busca da minha felicidade custe o que custar pois como meu amigo me disse, qualquer felicidade é melhor do que sofrer por alguém que não pode ter.


Notas Finais


Gente, lembram do que nós dissemos? Que a fic só teria 30 capítulos? Pois é, decidimos adicionar mais. Não temos idéia de quantos capítulos terá, mais provavelmente não passará dos quarenta pra baixo HEJKFKKGDKMX
Agora a história irá tomar um rumo completamente diferente, só romance e drama sem ação e os djfjmvmnn sabem o que é né
TENTAREMOS SER RÁPIDAS
NÉ FÁCIL NÃO VIU
?!!!!
Hhhhdkhfff
Até o próximo
Kissus


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...