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História Salvatore - Pêssegos


Escrita por: staargirl

Notas do Autor


Playlist da fic nas notas finais
boa leitura!

Capítulo 4 - Pêssegos


Fanfic / Fanfiction Salvatore - Pêssegos

Observei as horas passarem, fitando o relógio, cada movimento do ponteiro do relógio antigo grudado na parede do quarto, pra cá e pra lá, tic tac tic tac, os minutos passando, as horas passando, e eu não dormi, não consegui pregar o olho, me movendo na cama até o lençol cair no chão, tomei banho duas vezes, banho frio, gelado pra cair na real, voltei pra cama, arrumei a cama, deitei de novo, as horas passando e não preguei o olho e se no dia anterior consegui ter a melhor noite de sono da vida, hoje não cheguei nem perto, 24 horas sem dormir.

 

O relógio marcou sete e meia da manhã e eu só conseguia pensar nos ponteiros e na frase que ouvi dos lábios volumosos da garota “te vejo em duas horas no café da manhã”, “te vejo em duas horas”, “te vejo.”

 

Respirei fundo, agoniado por não conseguir tirar aquela frase da cabeça, por não conseguir parar de olhar o relógio e eu nem mais conseguia me enganar, sim, estou pensando nela, sim quero logo vê-la, sim quero que as duas horas acabem para que eu a veja no café da manhã. Rolei na cama, de um lado pro outro, suspirei fundo e afundei o travesseiro na cara, com o rosto dela vivo em minha mente, o cheiro dela, a voz, a proximidade, o corpo dela colado no meu fazendo o sangue ficar quente e circular por todo o meu corpo.

 

Fazendo eu me sentir vivo. Desejo. Ansiedade. Interesse. Sangue quente na cabeça correndo pra todo lugar.

 

E faz muito tempo que não me sinto vivo assim.

 

Faz tanto tempo que não penso em uma garota, 7 anos em um casamento sem amor, 7 anos na estrada enchendo a cara, 7 anos sendo fiel, 7 anos sem qualquer toque quente que te faz perder a cabeça, sem carinho, sem interesse, sem queimar por algo, por alguém e quando o divórcio chegou, 7 anos vivendo por comodidade, arrastando algo, achei que estava morto por dentro, que nunca mais sentiria, pois estou acostumado a não sentir, pois levei um casamento sem amor por comodidade, sem sentimento, sem desejo. 

 

Mas o que eu to sentindo agora está começando a me preocupar de verdade, o rosto da garota grudado na minha mente, pensar nela está fazendo o calor subir a cabeça e a lugares que eu nem ao menos sabia que ainda podiam receber tanto calor pois há tempos não recebe, talvez por isso eu esteja sim, talvez não, não sei, e se Lars soubesse há quanto tempo não durmo com alguém ele é capaz de surtar. Não é só desde o divórcio, é desde muito antes do divórcio, um casamento morto e sem amor certamente não tem desejo ou  vida sexual ativa e ao julgar que sempre fui trouxa fiel e nunca traí na turnê e que minha ex esposa dormia com outro cara, é de se entender porque achei que estava morto por dentro, morto não só no lado sexual, mas no lado do sentir, no peito, no tremor nas pernas, no estômago gelado, no coração rápido, nas mãos trêmulas. O sentir. Desejo, carinho, cuidado, admiração, tudo. Já tem tempo que não sinto nada disso. 

 

Rolei na cama de novo, suspirando fundo, tentando controlar meus pensamentos, afundando um travesseiro na cara para tentar dormir, mas foi impossível, eu não conseguia mais fugir ou disfarçar ou negar os pensamentos. A garota está grudada em minha mente, me deixando louco. Em dois dias.

 

Porra, Kirk…

 

Não consigo dormir só pensando na garota, nos olhos da cor da água cristalina de praias e lagos paradisíacos, lábios carnudos com o superior saltado em comparação ao inferior, lábios rosados e avermelhados sempre brilhosos por gloss de fruta tropical, sorriso grande, olhos grandes, como um espelho, como ver o próprio reflexo numa lagoa e querer mergulhar, tomar banho, se refrescar ali dentro, maçãs do rosto suave, como morder a fruta do éden com vontade, suculenta, crocante, sobrancelhas marcadas em cima dos olhos, deixando o olhar ainda mais marcante, cílios longos e puxados, um sinal em cima dos lábios, ela pegando sol, de biquini, de bruços, as pernas balançando, a bunda empinada naquela calcinha azul royal, como fitar a perfeição, certamente a mulher mais bonita e encantadora que já vi na vida. O cheiro dela, o sotaque dela falando meu nome “kirrrki”, o tom aveludado como o canto de uma sereia afogando um marujo e eu sou o marujo que mergulhou na lagoa dos olhos dela, o cheiro da garota, uma mistura de protetor solar, gloss de frutas e perfume feminino cítrico, de flores, suave, um rastro que te faz se arrastar atrás dela, a seguir, ir para onde ela quer que você vá, como aquela cena típica de desenhos no qual o personagem segue hipnotizado o rastro do cheiro, as pernas longas de coxas bronzeadas e unhas pintadas de vermelho conforme ela anda por aí descalço, com seus longos cabelos escuros e o vestido branco curto deixando as pernas à mostra. Respirei fundo de novo, agora lembrando das costas dela, o vestido de alcinha, a cintura, os sinais na pele, a sensação que foi tocar levemente, de raspão na pele macia da garota quando ela esteve tão perto de mim, respirando no meu rosto, o ar quente fazendo cócegas, me deixando trêmulo, o dedo dela na minha boca, o gosto da pele, a voz dela, o sorriso, o cheiro, ela, o olhar...meu Deus...bati o travesseiro na cara de novo, dessa vez com força, tentando voltar ao mundo real, fitei o relógio, ainda marcando 8 da manhã e eu ainda me movendo de um lado pro outro sem conseguir dormir, os lençóis no chão, dei um pulo da cama, cansado da minha tentativa de parar de pensar, de me acalmar, de dormir e resolvi ficar na varanda, sentindo o vento e brisa da praia e sol italiano no começo da manhã, fiquei lá, andando de um lado pro outro, a cabeça queimando de pensamentos, como uma máquina que produz sem parar, fitei o relógio, finalmente 08h45 a hora do café da manhã, duas horas depois, como ela falou, como saiu dos lábios dela “duas horas”, entrei no banheiro, tomando o terceiro banho para afastar o calor, escovei os dentes, passei colônia e desci correndo, chegando à mesa montada do lado de fora.

 

Caminhei, ansioso, sentindo um bolo no meu estômago que não era de fome e sim, ansiedade, vê-la de novo, a cabeça queimando, andei apressado pelo quintal cheio de uma grama verde e árvores frescas e sentei na mesa toda montada, ao lado da casa e das paredes de tijolo cru e antigas, o cheiro de comida em minhas narinas. Sentei, o primeiro a sentar, ansioso, notei que Lars não estava ali e nem estaria, dormiria o dia todo de hoje ao julgar pela ressaca, olhei ao redor, os dois turistas chegaram, sentaram ao meu lado, sorri os cumprimentando com um “Bongiorno”, 10 minutos se passaram, eu ainda não havia triscado em nenhuma comida, querendo gastar tempo ali, olhando pelas escadas, por cada entrada da casa, do campo, procurando a garota e nada dela aparecer e outra coisa atípica na manhã de hoje, a mãe Manciorinni não aparece para o café da manhã, apenas o pai e o irmão que sentaram longe de mim e comeram calados, mastigando sem vontade e ambos com cara de poucos amigos. 

 

Fiquei ali por quase uma hora e Isabella não apareceu, não cumpriu com o seu “te vejo no café da manhã em duas horas”. Onde está ela? Será que ainda está dormindo? Será que se encrencou pela noite passada? Será que não quer tomar café da manhã comigo? Será que me odeia? Que não quer me ver? 

 

Respirei fundo, com ódio de mim mesmo, ódio pelos meus pensamentos e desisti daquilo. Levantei da mesa sem comer e subi as escadas para o quarto, me joguei de novo na cama, respirando pesado, sem sono, sem conseguir dormir, me perguntando onde ela está, desesperado para vê-la e tentei forçar minha cabeça se acalmar, meus pensamentos se acalmarem, parar de pensar nela, focar na paz que vim procurar aqui, mas foi impossível, a garota de pele macia e cheirando a fruta não sai da minha cabeça, não sai, até quando estou tentando não pensar nela, eu penso nela, penso no sorriso dela, nela pedalando, virando os olhos em minha direção, perto de mim….merda, Hammett...não deixe o desejo subir a cabeça, foque na paz, só isso, você só veio aqui atrás de paz. 

 

Me obriguei a fechar os olhos e quando o relógio chegou em meio dia, me dei pelo cansaço de não dormir há mais de 24 horas e finalmente dormi, ainda pensando na garota. 

 

POV ISABELLA

Revirei os olhos pela quinta vez sem minha mãe perceber, meia hora depois que entrei no quarto, me troquei e fingi que estava dormindo, quase cochilando, ela me acordou e por pouco não fui pega, e me acordou para me carregar até a igreja, como sempre fazia duas vezes por mês, a pedido do meu pai, falando que eu estava me desvirtuando e preciso me confessar e aqui estou, mais uma vez com um vestido horroroso e longo até os pés, um chapéu igual o de minha mãe e das outras velhas amigas dela enquanto ela rezava um terço, sussurrando e olhando pra mim, pedindo juízo pra mim. 

 

Quando a missa acabou percebi que já passava das nove da manhã e que perdi o café da manhã com o americano de cabelos cacheados. Sorri baixo, percebendo que estava pecando ao fazer isso dentro da igreja. Respirei fundo quando vi minha mãe conversando com as velhas amigas dela e suas filhas pacatas que aceitaram o machismo de Pandino, pacatas e sem escolha, ficariam nesse vilarejo maldito para sempre sem estudar, apenas sendo dona de casa e mãe de família, o futuro guardado pra mim e só de pensar nisso, um desespero tamanho me percorria.

 

Afastei esses pensamentos quando minha mãe me enfiou dentro da cabine do padre, uma cabine claustrofóbica de madeira na qual eu me confessaria só para o padre, ele do outro lado da madeira e eu ajoelhada e sozinha no outro - Em que posso ajudar, filha?

 

- Me perdoe, padre, porque eu pequei - sussurrei, sentindo meus joelhos doendo na madeira - Pequei na semana passada quando escapei para ir a uma festa e menti para meus pais. Pequei ontem quando fui a outra festa, pequei porque quero liberdade e ir embora desse lugar e nunca mais ver meus pais e não consigo tirar esses pensamentos da cabeça e também venho pecando há dois dias - sussurrei baixo, torcendo para o padre não ouvir essa última parte - Porque não consigo parar de pensar no hóspede americano desde que o vi pegando sol na espreguiçadeira da piscina com um calção de banho e pequei hoje de madrugada enquanto cochilava rapidamente e só tinha o americano em meus pensamentos, não consigo parar de pensar nele. Ele é diferente de todos os caras chatos de Pandino, diferente de tudo que já vi e conheci, ele é interessante, ele é sensível e vivido e maduro - suspirei - E fiel - suspirei de novo - E mais velho. E com um cheiro delicioso de perfume. E tenho vontade de conversar mais com ele, ficar sozinha com ele. Me perdoe, padre, porque não consegui tirar os olhos da camisa dele aberta, não consigo parar de sentir vontade de ter ele me tocando, me perdoe, padre porque eu pequei e sinto vontade de pecar mais. 

 

(...)

 

POV KIRK 

 

Acordei num pulo assustado quando ouvi a porta bater, fitei o relógio marcando 15 da tarde e o suor escorrendo em minha pele pelo calor de 40 graus e porque dormi com as janelas da varanda fechadas e não tem ventilador aqui. 

 

Respirei fundo amenizando o susto porém ainda reclamando quando vi Lars parado de frente para mim, os olhos curiosos, agitado e sentado no sofá ao lado da cama - Eu posso ter enchido a cara, mas lembro bem de você sumindo com a Bella, e aí, o que aconteceu? - perguntou, quase num grito - Onde vocês estavam? Molhou o biscoito?

 

Deitei de novo e passei a mão no rosto, respirando fundo e pesado, não conseguindo parar de pensar na garota e Lars só piorando a situação - Vai se ferrar, Ulrich. Não aconteceu nada, eu só fui pegar um ar porque estava farto daquela festa lotada e a garota veio conversar comigo, só isso.

 

- Eu vi o jeito que olha pra ela, na mesa, na bicicleta, na festa, você tá de quatro, Hammett, se move, eu já to com vergonha de ver sua baba escorrendo e seus olhos vidrados no par de perna italiano - Lars gargalhou. 

 

- Para de inventar coisa, me deixa em paz, eu vim aqui atrás de paz, só isso.

 

- E se ela for a paz? Porque já tá óbvio que você tá louco por ela.

 

- Ela é a paz? - sorri irônico - Uma garota italiana de 22 anos com pais conversadores e com aquele rosto ali...é a paz? Ela com certeza não é a paz, é confusão, sinto o cheiro de confusão daqui.

 

- Ótimo, você precisa de um pouco de aventura nessa sua vida pacata, qual é, Hammett, ela já é adulta e zero inocente, e todo mundo vê o jeito que você olha pra ela, pelo menos a garota trouxe alguma coisa pra essa sua cabeça de vento, melhor tesão do que tristeza, vamos lá, se liberta, cara, eu fico com pena de você, de verdade. Casou cedo, perdeu o nosso auge com um milhão de groupies se jogando em cima da gente e você preso num casamento horrível com abstinência sexual com aquela louca manipuladora e traidora da Rebecca que tirou tudo de você, você é um trouxa pra caralho, mas você merece se divertir, ser feliz, viver de novo, curtir, se apaixonar, por Deus, Hammett, estamos na Italia, aproveita.

 

- Não tenho cabeça pra isso.

 

- E tem cabeça pra que? Pra ficar sofrendo? Será que não percebe o quão incrível sua vida está no momento? Você tem o mundo nas mãos e está solteiro, é sua chance de aproveitar, voltar a viver, ser feliz, sair desse mar de...depreciação, sério, Kirk, olhar pra você me deprime, aproveita a vida que você tem. Você precisa se permitir, ceder aos desejos, você pode e deve, me diz aí há quanto tempo você não dá uma molhada no biscoito?

 

- Argh, Lars, me deixa em paz. Eu não to triste com o divórcio, só tô perdido, querendo descansar antes de recomeçar minha vida. O que vou fazer quando voltar para San Francisco, esqueceu que nem casa eu tenho mais? Vou começar do zero e preciso de paz e organizar meus pensamentos. Nem tudo é sobre sexo.

 

- Eu sei. Mas você também não era feliz e nem amava mais a Rebecca há anos, você merece alguém, se interessar por alguém de novo. Sério, eu sei que você tinha suas transas sem sal com a Rebecca uma vez por ano estilo papai e mamãe, mas já tem um mês que se divorciou e nada? Não pegou ninguém? Como você aguenta, responde aí, há quanto tempo não dá uma trepada?

 

- 5 meses.

 

- 5 MESES???-  gritou - Você tá brincando, né? Porra, você é virgem de novo, que merda, Kirk eu to com pena de você, pena de imaginar o quão doido você deve estar com o rabo de saia da filha do dono da pousada - gargalhou batendo na mesa e apontando para minhas calças, revirei os olhos, já devia estar acostumado com a falta de pudor de Lars, mas ele sempre conseguia me surpreender - Como ficou tanto tempo casado vivendo assim? Meu Deus, eu preciso te levar num clube de strip, você precisa de umas gostosas rodopiando no seu pau, mas no nível que você tá, capaz de não aguentar nem dois segundos, anda, levanta, vamos dar um jeito nisso.

 

- Não inventa, Lars. Não to com cabeça pra nada nisso, eu vim pra cá atrás de paz, relaxar, esqueceu? - revirei os olhos e deitei de novo, só querendo que ele saísse logo e me deixasse sozinho, preferi conviver com meus pensamentos me deixando louco do que Lars comprovando meus pensamentos em voz alta - E me deixa em paz.

 

- Tá bom - Lars deu de ombros gargalhando - Só pensa no que eu te disse - escutei a voz e os passos dele perto da porta de saída do quarto - Você merece se divertir e viver um pouco. Seja com essa garota ou com outra, acorda pro lado bom da vida, Hammett - e saiu, me deixando sozinho e enfiando outro travesseiro na minha cara, tentando parar de pensar na garota e...obviamente não conseguindo tirar ela dos meus pensamentos. 

 

Suspirei fundo, revirando de um lado pro outro e xingando baixo, sem conseguir parar de pensar nela. 

 

(...)

 

17h da tarde

 

Levantei da cama e tomei o quarto banho do dia, incomodado com o calor italiano e ainda mais incomodado com meus pensamentos, a agonia de tentar parar de pensar em algo e não conseguir. 

 

Saí do banho gelado, respirando aliviado ao tirar todo aquele calor de cima de mim e fui até a varanda de pedras dentro do meu quarto pegar um vento, apenas de calça e sem camisa, a toalha úmida no ombro para tentar levar aquele calor embora.

 

A vista era de tirar o fôlego, adorava ficar naquela varanda, poder fitar o mar de frente para a pousada, o cheiro do verão e das ondas, da areia, a brisa das árvores em todo aquele verde ao redor da pousada em tijolos crus. Escorei na grade da varanda, fitando o quão bonito estava o céu, o sol começando a abaixar, o barulho de pássaros. A vista era de tirar o fôlego.

 

Tirar o fôlego, perder o ar, não respirar.

 

E eu perdi o fôlego na hora que escutei o som de uma gargalhada suave, aveludada, escapando da garganta numa tonalidade feminina, a risada dos anjos, como um chamado do céu e eu olhei para baixo e perdi o fôlego, a vista é de tirar o fôlego...Isabella, Isabella sorrindo, Isabella no andar de baixo, no gramado com o casal de meia idade de turistas, ela estava ajoelhada no chão, outro vestido curto rodado de verão, esse azul pastel, deixando as coxas dobradas expostas, os joelhos na grama, os pés descalços, uma cesta na mão, ela colhia pêssegos com os turistas e sorria. A fitei, ela não percebeu que eu estava a olhando, tentei entrar e fechar a varanda, parar de olhar pra ela, mas não consegui, foi impossível, como um feitiço, como magia me puxando, me prendendo, não me deixando parar de olhar pra ela, ela e os cabelos presos num rabo de cavalo baixo, dois fios no lado de frente do rosto avermelhado pelo calor, o sorriso grande, os olhos claros, as mãos puxando pêssegos, o sorriso, ela de joelhos no chão e levantou, devagar, erguendo as pernas bronzeadas, pisando descalça no chão de grama, o vestido revelando mais do que deveria quando ela levantou e se pôs em pé, caminhando com os turistas, os fios soltos dos cabelos longos balançando no rosto conforme ela caminhava, uma perna na frente, a outra atrás, os dedos na grama, unhas pintadas de vermelho, pernas bronzeadas, o vestido curto no meio da coxa e deixando os ombros a mostra.

 

Ela parou no meio do caminho, conversando e sorrindo com os turistas, abrindo os lábios volumosos e mostrando o sorriso enorme, entregou a cesta de pêssegos para um deles e então retornou para onde estava antes, segui cada passo dela com o olhar, ela chegou até a árvore que ventava e levava o calor embora, ergueu o corpo, o braço, ficando na ponta dos pés, esticando as pernas longas e bronzeadas, macias, provavelmente com gosto de protetor solar e hidratante, o vestido subindo, subindo, o tecido escapando por entre as coxas conforme ela se erguia mais, revelando mais do que deveria, chegando até o início das coxas, a polpa da bunda e eu só consegui pensar em como a pele dela deve ser macia, agradável ao toque, as panturrilhas, o interior das coxas, como a pele de um pêssego, macio, suave ao toque, na palma da mão e então ela abaixou de novo e percebi que ela caminhava com mais dois pêssegos nas mãos, correu, sorridente, o vestido e os cabelos voando até ela parar ao lado dos turistas de novo, sentaram nas cadeiras perto da mesa de jantar, ela sorrindo, pegando na fruta e explicando algo e em seguida a mordeu, levou até os lábios, encaixando o fruto macio no meio da boca, provavelmente sentindo a maciez e o gosto doce com a língua e mordeu, a água escorreu pelo queixo, pingando nas coxas que deve estar com gosto doce agora, ela limpou com o dorso da mão, as pernas cruzadas, sorrindo e conversando.

 

Meu coração acelerou, rápido, batendo como um martelo num prego, batendo forte dentro do meu peito, ecoando em minha cabeça, nos meus pensamentos quando a garota olhou para cima, pensei que ela estivesse fitando o céu ou o topo das árvores com os belos olhos, mas ela estava olhando em minha direção, os olhos na varanda onde eu estou a observando.

 

Isabella sorriu em minha direção, inclinou o pescoço e acenou com a mão. 

 

Pensei que fosse ter um ataque cardíaco na hora, com a rapidez com a qual meu coração bateu, eu podia senti-lo se chocando no meu peito.

 

Retribuí o aceno, a mão tremendo, provavelmente meu rosto com uma expressão de pânico, ela sorriu de novo, deu outra mordida na furta, olhando pra mim, engoli em seco e virei, desnorteado, entrei no quarto e fechei as portas da varanda, puxei as cortinas e me joguei na cama de novo...o coração batendo rápido, o sangue correndo quente pelo corpo todo...a imagem dela na minha cabeça, continuava em meus pensamentos mas agora com uma imagem nova além das quais eu já tinha e pensei o dia todo, ela com um vestido azul e comendo a porra de um pêssego.

 

Levantei, fui até o banheiro, joguei um punhado de água gelada no rosto, fitei minha imagem conturbada no espelho - Se controla, você não pode, ela não, ela é confusão, você veio atrás de paz, ela não - sussurrei para mim mesmo, diversas vezes, apoiando os braços na pia, jogando mais água gelada para ver se o calor ia embora, mas não foi, porque o calor não era externo e sim interno, pegando fogo - Paz, você precisa de paz, só paz - sussurrei de novo, desesperado, a imagem da garota na cabeça.

 

- Tá falando com quem? 

 

Dei um pulo, assustado e encontrei Lars atrás de mim - PORRA! - gritei - Será que você não vai aprender nunca a bater na porta?

 

- Ficou louco? Se controlar com o que? - gargalhou ao ver que eu estava falando sozinho - Vamos jantar, estão chamando a gente. 

 

- Eu não vou - joguei mais água - Não vou jantar, estou sem fome - mentira, estou com fome, mas não vou descer, não vou ficar no mesmo lugar que Bella de novo, a garota está me deixando louco, vou me manter longe dela, o mais longe dela…

 


Notas Finais




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