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História Sanatório St. Valentine Interativa (Em revisão) - 1.0


Escrita por: Zer_0_Chan e dvnharvey

Notas do Autor


1.0 por que sim. Não sei se vou apagar os outros capítulos. Provavelmente não, buuuuut

Capítulo 15 - 1.0


Ah, terapia. O pior lugar do mundo para estar, na opinião de Amani Komoi. Ainda mais se fosse terapia de choque, com direito a torturas incessantes e picadas de agulhas. Para ela, aquilo já havia se tornado uma coisa rotineira desde que foi mandada para St. Valentine. Ela não culpava a família. De fato, seus pais acharam que era o melhor para a filha, só não sabiam que ela enfrentaria o Inferno.

A garota voltava de sua longa sessão de tortura; trêmula e desnorteada. Mal diferenciava uma figura de um borrão. Das outras celas, podia ouvir outros enfermos. Em sua cabeça, as vozes. Para os médicos era um caso claro de esquizofrenia, para ela, eram seus pensamentos, gritando, implorando para serem ouvidos. E quanto mais desnorteada ela estava, mais fortes as vozes ficavam.

Amani era carregada por dois guardas, ambos brutamontes, que logo chegaram no quarto da moça e a jogaram para dentro. O quarto cheirava a mofo, poeira e livros velhos - se você parasse e respirasse fundo, conseguiria sentir o cheiro de sangue bem fraco -, não era completamente mobilhado: continha dois beliches, duas cômodas grandes com oito gavetas cada e uma pequena janela gradeada. As paredes eram amareladas devido à falta de pintura e os beliches, enferrujadas. Em cima de uma das cômodas, residia um pequeno relógio despertador que tiquetaqueava lentamente. Perto de um dos beliches, tinha a porta que levava ao banheiro anexado ao quarto. Este por sua vez, tinha azulejos branco-amarelados, uma pia, privada, um espelho e um box.

Já era noite e a luz do quarto estava apagada. Os guardas, tão competentes como eram, a deixaram lá, largada no chão e no escuro. Voltava aos sentidos aos poucos. Amani se senta e esfrega a lateral dolorida da cabeça, então esfrega os olhos e lentamente se levanta, buscando o apoio da parede quase que imediatamente. Por um triz, não caiu novamente no chão.

- Joguem com mais força da próxima, primatas trogloditas. – Resmunga ela. – Com sorte, talvez eu desmaie e não tenha que ficar com a cabeça explodindo.

- Ahn... está tudo bem com você? Você...foi jogada com muita violência no chão. – Pergunta uma voz feminina e tímida, que vinha de trás dela. – Podemos... ir para a enfermaria, se quiser.

- Só volto naquele lugar abandonado por Deus quando os porcos voarem. – Responde a morena, apertando o botão do interruptor de luz. – Você é minha nova colega de quarto que falaram mais cedo?

- S-se... com “mais cedo”, quer dizer hoje de manhã, então sim, sou eu. – Murmurou a menor.

- Foi o que suspeitei. Devia ter outro com você, não devia? – Indaga a mais velha. – Um garoto, creio eu.

- A-ah. Bem... eu ainda não o vi. Acho que ainda não chegou...ou não veio para o quarto ainda. – Sussurrou a menor. – Q-qual seu nome?

- Komoi. Amani Komoi. – Respondeu. – O seu deve ser Angel, certo? Li seu nome na ficha médica. Parece que somos colegas de quarto agora, então... bem-vinda ao Inferno.

- Ahn...obrigada, eu acho. – Murmurou Angel.

- Está preocupada se eu li sua ficha? – Amani pergunta, abrindo um sorriso travesso.  – Não se preocupe, não li. Respeito a privacidade dos outros assim como gostaria que respeitassem a minha. Teve sorte de acabar comigo e não com a chantagista da Skayla. Já não posso dizer muito sobre a ficha do outro enfermo. Acho que é nosso outro colega. Amanhã vai chegar um, se bem me lembro...

Antes que Angel pudesse responder, a porta se abre, revelando um garoto moreno, com olhos opacos e vazios. Encara-lo era como encarar uma concha vazia.

- Chegou atrasado, as apresentações já passaram. – Diz Amani, encarando o intruso.

- Tsc, cala a boca. – Responde ele.

- Só porque pisaram na sua cauda, gato escaldado, não quer dizer que tem que ser grosso com os outros. – A morena responde. – E vem me fazer calar, se é tão machão quanto parece.

- A-Amani, esqueça isso... – resmunga Angel.

- Esquecer? Esse pirralho acha que pode entrar no meu território e sair dominando tudo como se fosse um macho alfa?! – A mais velha aumenta o tom de voz a cada palavra. – Nem morta que isso vai acontecer, seu piromaníaco paranoico do caralho! – Segurou a gola da camisa do rapaz e o puxou para perto. – Eu sou a única alfa aqui, babaca!

- Me... larga. – Segurou o pulso dela com força e tentou se soltar, conseguindo depois de algumas tentativas. – Os médicos sabem que uma psicótica lê as fichas de outros pacientes?

- Eles sabem de tudo, eles ouvem tudo, eles veem tudo. Então...sim. – Responde Amani, se sentando em uma das camas. – Sabem sim. Aqui não é um hotelzinho cinco estrelas, supere isso, meu bem. Kayo Saito, essa é a Angel. – Apontou para a garota mais nova. – E eu sou Amani. Espero que possamos nos dar bem como colegas de quarto.

-Prazer. – Resmunga Kayo.

- P-prazer. – Murmura Angel.

- Bom, agora que já foram apresentados, calem as bocas. Johnny e eu queremos dormir. – Resmunga a mais velha. – E minha cabeça vai explodir, então...façam esse favor para a adulta aqui. – Olhou para o relógio da cômoda, se levantou e foi até a mesma. Pegou algumas cartelas de remédio e colocou algumas cápsulas em uma das mãos. Engoliu todos de uma vez e se deitou. – Boa noite.

- Eu...devia perguntar quem é Johnny ou...deixo isso para amanhã? – Pergunta Angel.

- Não sei e não me importo. – Responde ele, subindo na cama acima da de Amani.

Angel ficou quieta. Apenas se dirigiu para o outro beliche e se deitou.

[...]

Por mais clichê e idiota que parecesse, Amani se levantou pouco antes do sol nascer com seu despertador. Bocejou e se levantou, então desligou o despertador. Dirigiu-se para o banheiro e tomou um banho rápido. Assim que saiu do banheiro, vestiu seu ‘uniforme’ do sanatório – que consistia de uma camisa de manga comprida e calças de moletom, ambas na cor preta – e foi acordar seus colegas. Quando sua missão foi bem-sucedida, rumou com os outros dois pelo sanatório.

- Bem, essas são as áreas dos quartos. Esses são para os casos menos... “extremos”, como os médicos fajutos os chamam. Temos as alas leste e norte para os casos mais extremos e as alas sul e oeste para os menos extremos. – Explicou ela.

- Por que nos acordou às cinco e meia da manhã? – Pergunta Kayo. – Podia ter nos acordado às sete.

- Ah, desculpe, Vossa Alteza. Mas esse inferno é enorme, eu tenho cerca de cinco andares e cerca de cem ou mais salas e quartos para mostrar. – respondeu Amani. – Além disso, tenho que explicar as regras daqui, por onde andar e não andar, em quem confiar e várias outras coisas. E também... o café da manhã é só às nove horas. Ainda temos muito chão até lá.

- Isso... é mesmo necessário? Quer dizer... podemos aprender tudo por conta... – Angel para de falar para soltar um bocejo. – Própria, Amani.

- Quer morrer nesses corredores? Presumo que não. Então cala a boca e continua andando. – Resmunga a mais velha.

Os três saem da ala dos quartos e vagueiam pelos corredores. Amani cantarolava e cumprimentava os médicos e enfermos que passavam por eles.

- Bem, por aqui nós temos... – Antes que sua frase fosse concluída enquanto virava um corredor, um corpo esbarra em Amani, fazendo-a recuar e trombar em Kayo, que estava logo atrás dela. Por pouco, os dois não caem, mas foi o bastante para que o garoto se irritasse e erguesse o punho, prestes a socar Amani, que consegue evitar ser atingida. – Wow, piromaníaco, calminha aí. Aprenda a canalizar sua raiva.

Amani ajeita sua postura e encara o ser com quem trombou.

- E você, ser desprezível que merece ser devorado pelos escravos de Lúcifer, quem é? – indaga Amani, arqueando a sobrancelha.

- Me fala seu nome que eu falo o meu. – Responde o rapaz.

- Responde ou te deixo de bolas roxas. – Retruca Amani, cruzando os braços. – E seja rápido, não temos a manhã toda.

- Ren. A propósito, seu namorado é bem pavio curto, não é? – pergunta ele.

- Não somos namorados. Nunca me envolveria com um piromaníaco como ele. – Amani responde seca. – Eu sou Amani. Essa é a Angel e... – Apontou para a menor sonolenta – e o Kayo você já conheceu. Ren, não é? Acho que você é nosso outro colega... O Anatidaefóbico, não é?

- Tenho até medo de perguntar como descobriu isso. – diz Ren.

- A psicótica lê as fichas dos recém-chegados. – Responde Kayo.

- Não acho que Amani seja psicótica... ela só vê as coisas de um jeito diferente do nosso. – murmura Angel.

- Bem, alguém está do meu lado. Continuemos o tour antes que dê o horário do café. – diz Amani, passando por Ren. – É bem-vindo para se juntar a nós, carne nova. Vocês têm muito a aprender.

Os quatro seguiram Amani por todos os corredores de todos os andares do sanatório, atentos as suas explicações e, exatamente às oito e quinze, se dirigiram para o refeitório. 



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