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História Sangue Negro - Hábitos Lupinos


Escrita por: Biiimiranda

Notas do Autor


Oi oi oi lindezas!!!

Hoje eu demorei um pouquinho, mas aqui está mais um capítulo lindo para vocês!! <3

Divirtam-se!

- B

Capítulo 17 - Hábitos Lupinos


5 dias para o casamento

 

Snape não dissera uma única palavra sobre o que acontecera. E hoje, quando acordei, ele já não estava mais no quarto. Eu não entendi sua mudança de humor tão repentina na noite anterior. Eu imaginei que ele estivesse disfarçando na frente de Lupin na Sala Precisa, mas manteve a cara fechada o restante da noite. O que o teria incomodado daquele jeito?

– Hermione!

A voz de Harry me despertou dos meus devaneios. Ele estava em pé ao lado da mesa da Grifinória e Rony ainda tentava roubar alguns biscoitos do café da manhã enquanto o moreno me chamava. Eles estavam com pressa para ir até o campo de quadribol para os testes do novo time da Grifinória, liderados por Harry.

– Temos que ir. Vamos! – chamou e Rony concordou com a boca cheia.

Deixei o Salão Principal com os dois e fomos caminhando até o campo. Harry tentava acalmar Rony, quando Lilá Brown e Parvati Patil passaram por nós em direção às arquibancadas. Eu vi Lilá sorrir e dar um breve aceno para Rony, que correspondeu estufando o peito como um pavão. Estranho. Mas ao invés de questionar, desejei boa sorte a Rony e segui o mesmo caminho das meninas.

Metade da Grifinória parecia ter comparecido para os testes. Depois de Harry ser considerado “O Eleito” pelo Profeta Diário, sua fama se espalhou por Hogwarts e todos queriam chamar sua atenção. Era patético.

Harry precisou expulsar alguns corvinos e lufanos infiltrados, antes de iniciar os testes. Como a maioria estava ali para arrecadar atenção, não foi difícil separar os poucos que sabiam ao menos voar bem. Mesmo assim, a seleção levou tempo.

Depois de duas horas, muitas reclamações e vários acessos de raiva, um deles envolvendo uma Comet 260 acidentada e vários dentes partidos, Harry escolhera três artilheiros: Katie Bell, que continuaria no time, Demelza Robins e Gina. Dentre as opções para batedores, nenhum possuía a genialidade dos gêmeos Weasley, mas Harry se satisfizera com sua seleção: Jaquito Peakes, um terceiranista, e Cadu Coote, que possuía boa pontaria.

Agora só faltavam os testes para goleiro. Rony não conseguia esconder seu nervosismo. Eu achava que ele ganhara confiança no ano anterior, quando jogou no gol da Grifinória e fez o time vencer, mas estava enganada. Além de Rony, Córmaco McLaggen tentava ocupar a vaga, assim como cinco outros candidatos.

Quando Harry estava para iniciar o primeiro teste, o time da Sonserina, liderado por Malfoy, invadiu o campo. Da arquibancada eu não conseguiria ouvir o que Draco falaria a Harry e desci para o campo correndo.

–...estamos no meio da seleção do time, Malfoy – ouvi a voz de Harry enquanto me aproximava do amontoado de sonserinos e grifinórios.

– Não importa, Potter – o loiro replicou com a arrogância de sempre. – Temos permissão do diretor da nossa casa para treinar neste horário, então tire esses vermes que chama de time da minha frente.

Claro que Draco arranjaria uma forma de boicotar a seleção da Grifinória. Quanto mais tempo Harry perdesse para escolher o time, menos teria para treinar. E o primeiro jogo contra a Lufa-Lufa era no final de semana seguinte.

– Onde está a autorização, Malfoy? – indaguei ao parar ao lado de Harry.

– Fique fora disso, sangue-ruim – vociferou.

Automaticamente, as varinhas de Harry, Rony e Gina se ergueram na direção do loiro, assim como todos os componentes do time da Sonserina ergueram as suas nas nossas direções. Eu perdera a paciência. Meu sangue era tão puro quanto o dele e mesmo que não fosse, ele pagaria pelo insulto.

– Só tem coragem de me enfrentar com os seus capangas ao seu lado? – rugi. – Conte a eles como eu te estuporei na outra noite!

Todos ao redor olharam surpresos de mim para Malfoy. O garoto ficou púrpura, mas eu não saberia dizer se era por constrangimento ou raiva. Eu chutaria os dois.

– Você me pegou desprevenido! – defendeu-se e então voltou a sua expressão ferina. – Façamos assim, sangue-ruim, duelamos aqui e agora. Só nós dois. Quem vencer, leva o campo.

Ouvi Harry e Rony cochicharem às minhas costas que aquilo era ridículo e que eu não deveria aceitar. Mas quem tinha que temer algo ali era Draco e não eu. Soltei meus braços, que os meninos seguravam, e saquei minha varinha.

– Vamos logo com isso – murmurei seca.

O sorriso do loiro cresceu. Ele pegou sua vassoura e levantou voo.

– Venha me pegar, Granger! Oh, esqueci que a sangue-ruim tem medo de altura – desdenhou e a risada dos sonserinos ecoou pelo campo.

Uma chama de ódio se acendeu dentro de mim. Eu não pensei duas vezes antes de arrancar a vassoura de Rony de suas mãos e voar na direção de Malfoy. Minha tia que me desculpasse, mas eu quebraria a cara dele e o faria engolir todas as ofensas.

Vi seu rosto se surpreender e ele desviou do meu feitiço estuporante por pouco. Todas as suas tentativas de me atingir foram frustradas pelos meus feitiços de proteção. Para fugir do meu alcance, ele voou para o outro lado do campo, mas eu o acompanhei. Feitiços voavam das nossas varinhas, enquanto Malfoy tentava me derrubar se embrenhando nas travas laterais do campo.

Vendo que seu plano não funcionaria, ele ergueu a vassoura para voltar para o campo. Se ele conseguisse, aquele jogo de gato e rato não acabaria nunca. Estiquei o braço para tentar alcançar sua vassoura, porém, de alguma forma, lancei uma rajada de fogo da mão e o atingi. A vassoura perdeu a potência e parou de responder aos comandos do loiro, que foi lançado de cara contra o gramado do campo.

Os segundos de silêncio acompanharam minha aterrisagem ao lado do corpo do garoto. Virei-o com o pé e vi seu nariz com um rastro de sangue que seguia até seu queixo. Ele ganiu de dor e levou a mão ao rosto para avaliar o estrago.

– Nunca mais me chame de sangue-ruim – vociferei. – Agora retire essas cobras que chama de time da minha frente.

A minha imitação do seu tom arrogante fez seu rosto se contorcer de ódio. Mas eu não liguei, ele merecia e eu estava satisfeita. Dei-lhe as costas para caminhar até Harry e Rony sob os aplausos e gritos dos grifinórios. Parei abruptamente ao notar os olhos de Harry se arregalarem e ele fez menção de erguer a varinha.

– Hermione! – gritou.

Eu virei o corpo para acompanhar o olhar de Harry e vi Malfoy em pé com a varinha apontada para mim. Eu não conseguiria me defender a tempo.

– Cruc...

Ele não conseguiu terminar o feitiço. Sua varinha voou de sua mão para algum lugar bem longe do seu alcance, escondida pela grama. Alguém o desarmou. Olhei para Harry, mas ele parecia tão surpreso quanto eu.

– O que significa isso?

A voz rouca e arrastada ecoou pelo campo e eu senti os cabelos da minha nuca eriçarem. Snape estava parado atrás do grupo de sonserinos e grifinórios, mas sua varinha continuava apontada para Draco. Ele caminhou até o loiro a passos largos, enquanto os cochichos e murmúrios corriam pelas arquibancadas. Quando o alcançou, pegou em suas vestes e o arrastou até onde eu estava parada estática.

– Explique – exigiu e Malfoy tentou contar a sua versão, porém foi cortado pelo professor. – Eu falava com a Srta. Granger.

Eu continuei petrificada por alguns segundos, tentando encontrar minha própria voz. A adrenalina tinha baixado, assim como a raiva, e eu já sentia os efeitos daquilo. Minhas pernas tremiam por eu ter voado tão rápido e meu estômago se revirava só de lembrar da altura. Tentei me controlar da melhor forma para conseguir contar a Snape o ocorrido. Ainda assim, minha voz saiu falha.

– O time da Sonserina invadiu a seleção do time da Grifinória, senhor – comecei tentando não olhar em seus olhos. – Malfoy disse que tinha sua permissão para usar o campo e quis que todos saíssem. Então, eu pedi para ver a autorização, mas ao invés disso ele me chamou de sangue-ruim e me desafiou em um duelo para decidir com quem o campo ficaria.

Tomei coragem para olhá-lo e ele estava com uma sobrancelha erguida e o rosto sério. Snape chacoalhou Malfoy e o puxou para mais perto de mim.

– Sr. Marfoy, o senhor chamou a Srta. Granger por esse nome horrível? – questionou seco.

– Eu disse a verdade! Ela é e sempre será uma sangue-ruim inferior – rugiu descontrolado. – Merece ser punida por ter a ousadia de apontar essa varinha imunda na minha direção. Olhe o que ela fez comigo, professor!

– Cale-se! – vociferou. – Teremos uma conversa muito séria, Draco. E se eu souber de mais alguma ofensa sua direcionada à Srta. Granger, o deixarei em detenção até a sua formatura!

– O senhor vai defendê-la? – gritou, mas Snape o ignorou.

– Claramente a senhorita o derrotou e o campo é do time da Grifinória – murmurou formalmente e puxou o loiro em direção à saída do campo. – Vamos, antes que eu o faça pedir desculpas.

Quando todos os sonserinos se retiraram do campo, a arquibancada voltou a se agitar. Gritos animados e aplausos cobriram todo o gramado. Porém, minhas pernas estavam moles demais e eu tinha a impressão que cairia no chão se tentasse dar um passo. Percebendo que eu continuaria estática, Harry e Rony me alcançaram.

– Brilhante, Mione! – Rony me saudou. – Não sabia que você voava tão bem!

– Você não se machucou, não é? Foi muita sorte Snape ter aparecido – Harry comentou interrompendo a euforia do amigo. – Não acredito que Malfoy tentou cruciá-la. Na verdade, acredito, sim. Ele está aprontando algo.

– Deixem isso para lá – murmurei. – O importante é que agora podem usar o campo à vontade. Vou voltar para a arquibancada.

Devolvi a vassoura para Rony e forcei minhas pernas a funcionarem. Quando finalmente sentei nos bancos de madeira, Luna se juntou a mim para me parabenizar. Já Lilá me lançou um olhar feio antes de se concentrar no teste dos goleiros que recomeçara.

Os cinco primeiros aspirantes a goleiro só defenderam dois lances cada, Córmaco defendeu quatro e eu usei um feitiço de confusão para evitar que Rony perdesse suas chances e ele defendesse o quinto gol. Rony, em uma demonstração de bravura e agilidade, defendeu os cinco lances e assumiu o cargo de goleiro do time.

Depois de dar umas últimas instruções para o time, Harry dispensou todos. Esperei pelos garotos na saída do campo e fomos juntos à cabana de Hagrid. Tínhamos combinado de visitar o meio-gigante depois dos testes. Não o víamos desde o início do ano letivo e ele deveria estar chateado por nenhum de nós ter continuado o nível N.I.E.M da sua matéria.

Como esperado, ele bateu a porta nas nossas caras e se recusou a nos receber. Após muita insistência e pedidos de desculpas, ele finalmente nos deixou entrar. Poucos minutos depois, ele já conversava naturalmente conosco e contou que estava abalado por sua aranha gigante, Aragogue, estar morrendo.

Ao anoitecer, nos despedimos de Hagrid e voltamos para o castelo. Os meninos estavam famintos e desesperados pelo banquete do jantar. Comer qualquer coisa na casa de Hagrid era meio arriscado, então sempre nos contentávamos apenas com uma xícara de chá.

Mal sentamos na mesa da Grifinória, Rony atacou a comida como se ela fosse fugir. Enquanto me servia, senti uma mão no meu ombro. Antes que eu pudesse virar, os garotos já cumprimentavam a pessoa com acenos e sorrisos. Era Lupin.

Remo apertou a mão dos dois e eles lhe contaram sobre a seleção do time, incluindo meu duelo com Malfoy. Ele pareceu dividido entre o divertimento e a preocupação. Pegou minha mão e segurou entre as suas.

– Lembre-me de nunca deixá-la insatisfeita – murmurou bem humorado.

Enquanto os meninos riam, eu senti um pedaço de pergaminho ser pressionado contra a minha palma. Fechei o punho ao redor do bilhete e ele soltou minha mão. Lupin piscou disfarçadamente para mim e se despediu para ir para a mesa dos professores.

Como Harry e Rony voltaram a se concentrar em seus pratos, eu consegui abrir o pergaminho sem que eles percebessem. Havia apenas uma frase escrita com uma caligrafia rebuscada.

Verei a senhorita hoje?”

Nunca tínhamos combinado de nos encontrar aos finais de semana. Então achei muito prudente da parte dele perguntar se nos veríamos. Ergui a cabeça para olhar a mesa dos professores e encarei Lupin, na expectativa que ele me olhasse de volta, o que não demorou para acontecer. Quando nossos olhares se cruzaram, eu assenti levemente com a cabeça. Ele sorriu e eu voltei a minha atenção para os garotos.

 

Entrei na Sala Precisa e encontrei Remo sentado no tapete em frente à lareira. Ao me aproximar, notei que ele estava compenetrado lendo. Estava tão tranquilo que eu me perguntava se fora de Hogwarts ele tinha a oportunidade de fazer aquilo.

– Você pode se juntar a mim quando quiser – murmurou.

Ele nem tinha olhado para a minha direção e eu fizera pouco barulho ao entrar.

– Como...?

– Benefícios da proximidade da lua cheia – explicou. – Senti seu perfume assim que você abriu a porta.

Impressionante.

Caminhei até o tapete e sentei ao lado de Lupin. Ele fechou o livro e o deixou sobre a poltrona às suas costas, para me dar atenção.

– O que mais muda? – indaguei. – Imagino que seja bom eu estar a par disso, não é?

– Espero que não precise usar esse conhecimento, mas pode ser útil – comentou gentilmente. – Bem, perto da lua cheia, os sentidos e instintos básicos ficam mais fortes. Eu ouço melhor, vejo mais longe, sinto mais forte os cheiros, os sabores são mais intensos, tenho um apetite maior e mais sono, e... – ele parou abruptamente e eu percebi o constrangimento perpassar por sua face.

– E? – incentivei.

– Nada – mentiu. – São só essas coisas mesmo.

Franzi o cenho. O que ele não queria me contar?

– Remo – chamei frustrada –, conte, por favor. Você é a única pessoa com quem eu posso conversar sobre isso.

Ele desviou o olhar do meu para encarar as chamas da lareira. Estava travando uma luta interna entre me contar ou não. Por fim, suspirou derrotado. Mas manteve seus olhos longe dos meus.

– Sexo, Hermione. A vontade e a necessidade aumentam – sussurrou.

Eu senti minhas bochechas esquentarem. Agora eu entedia sua inquietação. Por mais embaraçoso que fosse falar sobre o assunto, eu queria falar sobre aquilo com ele. Eu morria de medo de como seria quando eu casasse com Greyback. Só não sabia como abordar a questão.

– Posso te fazer uma pergunta... hã... Sobre isso? – questionei insegura, mas ele concordou com um meneio de cabeça. – Como é? É que eu estou preocupada com a minha situação pós-casamento, sabe? Na verdade, eu estou apavorada com isso. Eu não quero que ele me... toque.

Lupin ainda não me encarava e eu percebi um leve rubor em sua face. Ele estava tão constrangido com a minha questão quanto eu.

– É natural que pense na situação. É terrível mesmo – murmurou. – Mas estamos treinando para que isso não aconteça. Então não tem com o que se preocupar.

– Eu sei que estamos treinando. É só que eu não consigo não pensar na possibilidade de falhar e tudo dar errado – soltei toda a minha frustração de uma vez.

– Se está pensando hipoteticamente nessa situação, que eu duvido que aconteça, devo alertá-la que a vida sexual dos lobisomens é assídua.

Por mais que a notícia fosse ruim, eu não conseguia não tentar encaixar Lupin naquilo e eu não o via como um compulsivo por sexo. Ele sempre foi tão comportado.

– Eu me controlo – respondeu minha questão mental. – Não irei atacá-la, se estiver com medo disso.

O quê?

– Não tenho medo de você – repliquei puxando seu rosto para me encarar. – Sei que não me faria mal. Você que deveria ter medo de mim. Eu que te ataco sempre.

Ele abriu um sorriso carinhoso e passou o braço pelos meus ombros para me abraçar de lado. Aquela velha sensação das pernas bambas e o baixo ventre formigando se fez presente. Talvez fosse pelo assunto. Ou por saber que Remo estava “atacado”.

– Você é muito gentil – murmurou.

Sua mão acariciou levemente meu rosto e eu senti os cabelos da minha nuca eriçarem. Eu deveria estar vermelha como um tomate, mas não conseguia tirar os meus olhos dos dele. Então, como se tivesse levado um choque, ele se afastou.

– Voltando a sua pergunta, os lobisomens podem controlar os seus instintos. Não durante a lua cheia e sem a poção mata-cão, mas nesse período de resguardo, é possível refrear essas vontades – explicou. – Infelizmente estamos falando de Greyback e, como ambos sabemos, ao invés de minimizar os efeitos da licantropia, ele prefere potencializá-los.

– Isso significa que ele vai acabar comigo – sussurrei frustrada.

Joguei minha cabeça para trás e acabei por deitá-la no braço de Lupin que ainda me envolvia. Ele não pareceu se importar.

– É claro que não vai. Aposto que Dumbledore resolverá tudo isso e a senhorita nem precisará usar o que aprendeu nos nossos treinos – replicou afetuosamente. – Não sofra por antecipação, Hermione. Tenho certeza que depois que toda essa tempestade passar, você encontrará alguém que cuide de você como merece.

Eu sorri e ele retribuiu. Ficamos nos encarando por longos segundos e eu vi a distância entre os nossos rostos diminuir. O meu estômago revirou de ansiedade e eu senti a minha respiração se alterar. Remo estava tão próximo e era tão gentil. Então por que não?

Um par de olhos ônix surgiu na minha mente e toda a euforia sumiu.

Afastei-me de Lupin e ele pareceu perceber que se empolgara demais. Tirei seu braço do meu ombro com cuidado e lhe dei um beijo no rosto antes de levantar do tapete.

– Está tarde, tenho que ir – murmurei meio perdida. – Nos vemos depois.

Eu lhe dei as costas, mas o ouvi se erguer do chão também.

– Espere, eu te acompanho até a torre da Grifinória – ofereceu.

– Não precisa se preocupar. Posso ir sozinha. Obrigada.

Sem me prolongar mais, eu saí da sala e fui para as masmorras, me censurando o caminho inteiro por quase ter beijado Lupin. Por Merlin! Não importava o quão frustrada eu estivesse pela possibilidade de nunca poder ficar com o homem que eu amava, eu não podia sair por aí beijando os outros. Ele não era Snape.

Por falar nele, entrei em sua sala e ele ergueu a cabeça de alguns pergaminhos sobre sua mesa. Eu não queria olhar para ele e lhe dar a chance de entrar na minha mente para ver o que estava me incomodando, então fui direto para o quarto. Felizmente, ele não me seguiu.

Após me arrumar para dormir, peguei um livro da estante e sentei na cama para lê-lo. Ler sempre me acalmava e desanuviava a minha mente. E eu precisava de qualquer coisa que me distraísse.

Quando já estava no meio do livro, Snape entrou no quarto. Ele não me perguntou nada, apenas pegou seu pijama e se trancou no banheiro. Eu tentei voltar a me concentrar nas palavras impressas, mas eu só pensava no homem a poucos metros de mim. Por mais que Snape e eu tivéssemos uma história em comum, ele não parecia nutrir sentimentos românticos por mim. Mesmo assim, eu queria que ele ficasse por perto. E despejar essa carência em Remo foi errado. Muito errado.

Snape logo voltou ao quarto e deitou ao meu lado na cama. Ele dissera na noite anterior que se eu insistia em dormir com ele, que fosse na cama e não acabando com a sua coluna no sofá. Usou um feitiço convocatório para pegar um livro e também ficou lendo por um longo tempo. Já eu não conseguia mais ler nada, só ficava mergulhada na minha culpa.

– Está muito pensativa, Hermione – sussurrou a voz arrastada que eu amava. – Quer compartilhar algo?

Eu ainda me aquecia por dentro ao ouvi-lo me chamar pelo primeiro nome. Mas não conseguia evitar os gritos que a minha mente dava: Fluidos, querido. Eu quero compartilhar fluidos com você.

– Não é nada.

Tentei fingir indiferença, mas minhas bochechas coradas deveriam me denunciar. Ele suspirou, fechou o próprio livro e o colocou sobre a mesa de cabeceira.

– Você está na mesma página há vinte minutos. Então eu não diria que não é nada – replicou sagaz. – Conte-me, o que aconteceu?

Não podia contar a verdade e nem queria. Então optei por um assunto seguro.

– Só estava pensando no meu casamento.

Suas feições suavizaram e ele tirou o livro do meu colo, colocando-o sobre o seu próprio livro. Então, passou o braço pelo meu ombro, como Lupin fizera antes, e me puxou para si.

– Não pense nisso, está bem? Daremos um jeito – murmurou.

Eu o abracei e encostei a cabeça no seu peito. Ele se afastou um pouco para pegar sua varinha e apagar as velas que iluminavam o quarto, mas logo voltou a deitar comigo grudada a ele.

Eu acariciei seu tórax por cima da camisa do seu pijama, enquanto ele afagava o meu cabelo. Então, uma ideia louca surgiu na minha mente e por mais que a minha consciência a reprovasse, a excitação me incentivava.

Meus dedos correram até o primeiro botão da camisa dele e o abriram. Segui o trajeto pelo seu peito, fazendo o mesmo com os demais botões, até que Snape segurou as minhas mãos.

– O que está fazendo?

Seu tom não era raivoso ou inconformado, apenas curioso.

– Eu preciso – murmurei. – Só preciso de um pouco mais de você.

Ele suspirou e, ao invés de me afastar e abotoar os botões, me ajudou a tirar a sua camisa. Apesar da surpresa com a sua generosidade, eu aproveitei para sentir sua pele quente sob meus dedos. Era macia e lisa, com algumas cicatrizes salientes, mas nada que afetasse a sua beleza. Snape não reclamou, apenas voltou a me abraçar.

– Você sempre terá o que quiser de mim, Hermione – sussurrou com aquela voz rouca que me enlouquecia e o conteúdo da sua sentença quase me fez gemer. – Agora descanse.

Eu tentei resistir ao sono que se aproximava para aproveitar ao máximo aquele momento. Mas Snape era confortável demais e eu me deixei levar, adormecendo em poucos instantes.


Notas Finais


Draco, Draco... Não pode atacar a priminha.

Minhas leitoras lindas que estão descontentes com os avanços do Lupin, espero que não queiram me bater depois desse capítulo. Hahaha

O Snape fofo como sempre, defendeu a Hermione e ainda a deixou despi-lo... Hum, Hermione colocando as manguinhas de fora. Sev que se cuide!!! ;)

O próximo capítulo promete grandes emoções... Aguardem!!!

- B

PS. Sei que o Snape tá lerdo, mas lembrem que os capítulos representam dias, então seria muito irreal eles se envolverem tão rápido e sem os devidos acontecimentos. Então peço um pouco de paciência a vocês.


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