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História Sangue Negro - Os Sentimentos de Hermione


Escrita por: Biiimiranda

Notas do Autor


Oi meus amores!!!

Quero agradecer a todos que estão acompanhando a fic! O último capítulo teve muitos comentários e quero agradecer especialmente a todas essas pessoas lindas que perderam seu tempo para me deixar mais feliz. Hahaha Vocês são maravilhosos!

Sobre o capítulo, eu avisei no anterior que teríamos fortes emoções. Então, peguem os lenços e os desfibriladores, porque teremos muitos ataques do coração!

- B

Capítulo 18 - Os Sentimentos de Hermione


4 dias para o casamento

 

Os lábios finos e quentes passeavam pelo meu colo, subindo pelo meu pescoço, enquanto as mãos grandes e firmes exploravam as minhas costas, me puxando para mais perto do seu corpo. Ele soltou o peso do próprio corpo e encaixou seu quadril no meu, criando uma pressão maravilhosa. Meu baixo ventre se contraiu de excitação e eu contive um gemido.

– Hermione.

A voz rouca sussurrou no meu ouvido e os cabelos da minha nuca eriçaram, enquanto eu soltava um suspiro em resposta. Eu senti seu sorriso contra o meu pescoço e ele tornou a beijar a minha pele, descendo para o meu colo. Conforme suas mãos abriam os botões da camisa negra, que usava de pijama, seus lábios acompanhavam o trajeto. Minha respiração já estava entrecortada e eu gemi baixinho quando ele mordeu levemente a região abaixo do meu umbigo.

Ah Merlin... Eu era tão dele.

Ele afastou o rosto para me observar. Suas mãos brincaram com o elástico da minha calcinha e ele segurou meu quadril com propriedade antes de pressionar mais uma vez sua pélvis na minha. 

– Severo – eu gemi seu nome em puro êxtase e ansiedade.

Joguei a cabeça para trás e a bati com força em algo duro. Automaticamente, meus olhos se abriram e eu vi que tudo não passara de um sonho. Apesar da frustração, o latejar na minha cabeça me fez procurar o que eu tinha atingido. Arregalei os olhos ao constatar que eu dera uma cabeçada no queixo de Snape. Mas para a minha sorte, ele não acordou.

Sono pesado.

Fiquei a observá-lo por um longo tempo. Eu nunca tinha visto Snape dormindo. Geralmente eu dormia antes dele e ele sempre acordava antes de mim. Ele parecia tão relaxado e tranquilo que era até difícil dizer que aquele era o mesmo professor Snape mal humorado.

Deixei meus olhos correrem para o seu peitoral nu. Ele era forte, mas sem o exagero de músculos torneados, e isso o tornava ainda mais aconchegante. Deixei meu rosto se arrastar levemente por sua pele branquinha e macia. Eu ainda estava excitada pelo sonho e queria tocá-lo e beijar sua pele como ele fizera comigo. Porém, minha consciência me impediu.

Um lado meu se sentia constrangido por ter sonhado com Snape daquela forma e eu não compreendia de onde viera aquilo. Talvez fosse pela conversa com Lupin no dia anterior ou por Snape dizer que eu teria o que quisesse dele. Deveria ser todo o conjunto que desencadeou aquele sonho.

– Quanto tempo vai ficar me observando?

A voz rouca que me fazia ter vertigens murmurou e seus olhos se abriram para me encarar. Ora, ele estava acordado?

– Você tem uma cabeça bem dura, sabia? – comentou levando a mão ao próprio queixo.

– Desculpa – pedi tirando a mão dele para avaliar o estrago. – Achei que tivesse sono pesado.

– Hermione, se eu não tivesse acordado com essa pancada, eu estaria morto, não dormindo.

Ele parecia atipicamente bem humorado e eu sorri para ele, tornando a abraçá-lo com força. Snape afagou as minhas costas e eu vi seu olhar se desviar para o relógio. Um suspiro derrotado fugiu de seus lábios e ele fez menção de me tirar de cima do seu corpo.

– É domingo, fique mais um pouco – murmurei me agarrando a ele.

Snape acarinhou meu cabelo e eu olhei para o seu rosto tentando convencê-lo com uma carinha triste.

– Não posso – respondeu com pesar. – Tenho que levar algumas poções para Pomfrey antes do café da manhã.

– Ela não pode pedir para o professor Slughorn? – questionei frustrada.

Ele ergueu uma sobrancelha e abriu um pequeno sorriso.

– Papoula não confia muito nele. Acha que ele vai acabar esquecendo das poções – explicou.

Bufei e rolei do seu peito para o outro lado da cama. Era injusto roubarem o tempo que eu tinha ao lado dele sendo que em poucos dias eu receberia uma sentença de morte junto com os votos matrimoniais.

Ele se esticou na cama e me deu um beijo na bochecha antes de levantar. Quando ele já tinha me dado às costas, eu me ajoelhei no colchão e o chamei. Seu cenho se franziu levemente, mas ele voltou a se aproximar. Abracei seu pescoço e lhe dei um beijo no queixo. A curiosidade e a surpresa dividiam suas feições e eu ri baixinho.

– Agora seu queixo vai parar de doer.

Snape abriu um pequeno sorriso e acarinhou meu rosto antes de tornar a se afastar.

 

Severo Snape

Hermione estava carente desde a noite anterior e isso me levava a crer que ela e Lupin tinham se desentendido. Ela falou que estava pensando no casamento, mas eu não acreditei. Como poderia? Durante o dia ela estava bem a ponto de quebrar o nariz do primo e justamente depois de se encontrar com o lobo, aparece murcha e quieta. Claro que aconteceu algo entre eles e ela não queria contar. Ainda assim, tentei ser o mais compassivo possível.

Infelizmente, eu tive que deixá-la para levar as poções de Pomfrey até a Ala Hospitalar. No entanto, assim que entreguei os frascos para a medibruxa, decidi voltar para o quarto. Eu não gostava da ideia de Hermione sozinha e amargurada. Se ela tinha um relacionamento com Lupin, certamente seus amigos cabeças-ocas não sabiam e isso era mais uma coisa que ela guardava para si mesma. Ela explodiria daquele jeito e eu preferia estar por perto para evitar.

Cheguei à minha sala e assim que fechei a porta, ouvi um sussurro de Hermione. Franzi o cenho. Ela estava falando sozinha? Continuei a caminhar e novamente sua voz soou do quarto, parecia levemente sufocada. Mas dessa vez, eu entendi o conteúdo.

Severo

Por Salazar, ela estava me chamando! 

Apressei o passo para saber o que estava acontecendo e quando abri a porta, fiquei petrificado.

Hermione se contorcia na cama e agarrava os lençóis, enquanto sua outra mão se escondia entre as suas pernas.

Ah, não. Ela não estava fazendo aquilo...

Por algum motivo que eu desconhecia, eu não conseguia tirar meus olhos dela. Eu deveria sair dali logo, antes que ela percebesse a minha presença e nos constrangesse de vez. Quando eu dei um passo para trás, ela soltou um gemido sôfrego que reverberou pelo quarto e chamou o meu nome.

O meu nome.

Mas que diabos? Ela era apaixonada por Lupin... Ah, não. 

Eu achava aquilo porque nunca me considerei uma opção. Eu não era uma opção!

Estava em choque demais para me mover e meus olhos continuavam fixos na garota extasiada a minha frente. Hermione não podia nutrir sentimentos por mim. Não podia. Salazar, dê um jeito nessa sua descendente! 

Eu tinha que ir embora.

Severo

Novamente meu nome escapou de forma arrebatada de seus lábios. Os cabelos da minha nuca eriçaram e meus músculos enrijeceram. Decidido a deixar o quarto, dei mais um passo para trás e acabei por esbarrar na porta. O barulho fez Hermione abrir os olhos e me encarar. 

Seu rosto ficou tão vermelho quanto um tomate. Ela parecia incrédula e constrangida, enquanto tentava se recompor. Sua boca abriu e fechou várias vezes, mas ela não parecia encontrar a própria voz.

Eu não precisava que ela me explicasse o que estava fazendo, nem os motivos de fazê-lo. Então, dei as costas a ela e saí do cômodo. Precisava ir para longe dela e colocar as ideias no lugar. Andei tão rápido que logo ultrapassei os portões de Hogwarts e aparatei para a minha casa na rua da fiação.

Entrei na sala de estar, coberta por livros, e procurei por uma garrafa de firewhisky. Precisava tirar aquelas cenas da minha cabeça para pensar racionalmente. A voz de Hermione chamando meu nome ainda reverberava pela minha mente quando entornei a primeira dose. E algo me dizia que eu precisaria de muito mais para esquecê-la.

 

Hermione Granger

Já era noite e Snape ainda não aparecera. Ele não estava no Salão Principal durante o almoço e nem no jantar. Passei o dia em sua sala, esperando que ele voltasse de onde quer que tivesse ido, para conversarmos. Mas não havia rastros dele em lugar algum de Hogwarts.

Por volta da meia-noite, eu decidi ir me deitar e tentar dormir. Ele apareceria na manhã seguinte por causa das aulas e então, teríamos a oportunidade de acertar as coisas.

Dormir era uma tarefa difícil sem Snape ali, o quarto parecia mais frio, escuro e amedrontador. E eu não conseguia não pensar que algo pudesse ter acontecido com ele para que demorasse tanto para voltar. Achei que depois da visita de Narcisa, ele não me deixaria mais sozinha. Mas estava enganada.

E quem poderia culpá-lo? Snape descobriu da pior forma – a mais constrangedora, certamente – que eu nutria sentimentos românticos por ele. Eu sabia que ele não tinha malícia quando se tratava de mim, em grande parte, por culpa da convivência que tivemos na minha infância. Eu sempre seria uma criança para ele e isso me irritava. Eu queria que ele aceitasse os meus sentimentos.

Quando já estava me rendendo ao sono, ouvi um barulho na sala e tornei a abrir os olhos. Ele finalmente chegara. A porta se abriu e Snape caminhou pelo quarto, sem olhar na minha direção. Ele retirou a capa e sem trocar de roupa, deitou no espaço vazio ao meu lado, me dando as costas. Um cheiro forte de álcool invadiu minhas narinas e exalava dele. Ele bebeu?

– Você está bem?

Toquei seu ombro para chamar sua atenção, mas ele deu um tapa na minha mão.

– Não encoste em mim – vociferou.

– Mas Severo...

Ele virou abruptamente na minha direção e segurou meu pulso, que ainda estava no ar depois do seu tapa, e o apertou com força.

– Cale a boca – urrou. – Durma.

Snape soltou meu pulso e tornou a me dar as costas. Eu estava tão espantada com sua atitude que simplesmente acatei sua ordem e lhe dei as costas.

Meus olhos estavam marejados e não era só pela dor. Era pela grosseria, pelo descaso, pelo medo que eu senti e por ter partido o meu coração. Se aquela era a resposta dele aos meus sentimentos, eu tinha todos os motivos do mundo para me debulhar em lágrimas. Sua rejeição doía mais do que o meu pulso.

Chorei silenciosamente a noite inteira ou o que restava dela. Quando o sol nasceu, Snape levantou da cama e foi se arrumar, como sempre. Enrolei meu corpo ainda mais nas cobertas, estava morrendo de frio e mal via a hora dele sair do quarto para poder acender a lareira. Poucos minutos depois, Snape saiu dos aposentos, sem sequer olhar na minha direção.

Estiquei meu corpo e peguei minha varinha na mesa de cabeceira. Estava tão exausta da noite anterior que aquele mínimo esforço me cansou. Apontei a varinha para a lareira e murmurei o feitiço, mas nada aconteceu. O que eu fiz de errado?

Agarrei-me ainda mais ao cobertor e esfreguei os braços para me aquecer. Porém, isso não estava ajudando a diminuir o frio que eu sentia. Olhei para o relógio de Snape e me assustei ao constatar que já precisava levantar. Tomando coragem para deixar a coberta e enfrentar o dementador que deveria estar escondido no quarto, eu sai da cama.

Minhas pernas falharam e eu precisei me escorar na mesa de cabeceira para não cair. Estranhei a súbita fraqueza, mas tentei manter o equilíbrio para ir até o banheiro. O frio só aumentava e eu senti minha vista nublar. Esbarrei nos pés da cama e quando tentei voltar ao meu curso, eu já não via mais nada. Senti os sentidos me abandonarem aos poucos e por fim, meu corpo cedeu, indo de encontro ao chão.

 

Severo Snape

Deixei Hermione dormindo no quarto. A ressaca estava me matando e eu precisei de uma poção revigorante para começar o dia. Eu sabia que tinha extrapolado todos os limites na noite anterior e teria que conversar com Hermione para me desculpar. Mas faria isso depois das aulas.

Ela não apareceu no café da manhã, não foi na minha aula e não a vi nem mesmo no almoço e no jantar. Não podia culpá-la por não querer me ver. Só esperava que ela tivesse ido até a cozinha para comer com os elfos.

– Severo, tem notícias de Hermione?

A voz de Alvo me arrancou dos meus pensamentos. Claro que o velho perceberia a ausência dela e jogaria a culpa em mim. De fato, ele não estaria errado.

– Não a vi o dia inteiro – respondi já esperando suas alfinetas. – Ela estava dormindo quando eu saí pela manhã.

O diretor franziu o cenho e levantou da sua cadeira, pronto para sair do salão.

– Venha comigo – exigiu.

Seu tom sério me fez obedecê-lo imediatamente. Saímos pelos corredores em direção às masmorras. O que ele pretendia?

– Horácio e Vector estranharam a ausência de Hermione em suas aulas hoje e me avisaram. Como você também não tem notícias dela, devo supor que ela não foi a nenhuma aula hoje – explicou enquanto andávamos pelos corredores de pedra. – E nós sabemos que isso não é do feitio de Hermione. Então vamos ao último lugar em que ela foi vista, os seus aposentos.

Realmente era estranho. Hermione poderia querer me evitar, mas não era de cabular aula por nenhum motivo.

Chegamos à minha sala e eu a atravessei rapidamente para alcançar o quarto. Abri a porta e encontrei a cama vazia, mas logo avistei o corpo de Hermione caído em frente à lareira. Corri até ela e a puxei para os meus braços. Ela estava fria como gelo. Engoli em seco e peguei seu pulso para sentir seus batimentos. Respirei aliviado ao constatar que ela ainda estava viva.

Carreguei-a até a cama e a enrolei nos cobertores. Precisava levá-la até Pomfrey urgentemente. Mas Alvo colocou a mão no meu braço para que eu me afastasse dela e ele pudesse olhá-la. Ele tocou o rosto de Hermione e suspirou.

– O que houve ontem, Severo? – o velho indagou sério. – Não tente mentir. O núcleo mágico dela se desestabilizou completamente. E como a magia dela é ligada ao emocional, só posso supor que vocês discutiram. – Eu tentei reclamar, mas ele me impediu. – Você é o único que conseguiria fazer um estrago tão grande nessa menina.

Naquele momento eu percebi que Alvo já sabia dos sentimentos que Hermione nutria por mim. Por isso ele ridicularizava a minha teoria do namoro dela com Lupin. Ele não poderia ter me avisado?

– Eu passei dos limites – murmurei.

Hermione se remexeu e Alvo indicou a porta em um pedido mudo para conversarmos na sala. Eu assenti e segui para o cômodo adjacente. O velho acendeu a lareira e conjurou mais um cobertor para envolver o corpo adormecido na cama, antes de me alcançar.

– Conte-me o que aconteceu.

Não adiantaria mentir para o velho. De alguma forma, era como se ele já soubesse de tudo e só quisesse uma confirmação. Suspirei derrotado diante do olhar inquisidor dele e pensei cuidadosamente nas palavras que usaria para explicar a situação.

– Ontem, eu a flagrei em um momento íntimo e acabei descobrindo que ela nutre sentimentos por mim. Eu não lidei bem com isso. Acabei exagerando no álcool e fui grosseiro com ela quando voltei. – resumi. – Será que agora podemos levá-la até Pomfrey, por favor?

– Papoula não pode resolver isso e você sabe – replicou. – Diga-me, Severo, por que os sentimentos de Hermione o perturbaram tanto?

Ele realmente estava me perguntando aquilo? Como não me incomodaria sabendo que a menina de três anos que eu conheci e cuidei nos últimos tempos nutria sentimentos por mim? É claro que eu tinha uma enorme afeição por ela, mas nunca me passou pela cabeça que ela poderia gostar de mim.

– Ora, eu cuidei dela quando criança e por mais que eu a adore, não poderia retribuir os sentimentos dela. É incabível – expliquei como se fosse óbvio.

– Ah, entendo – murmurou indiferente. – Como você se sentiu ao flagrá-la nesse momento íntimo?

Mais uma questão idiota. Mas como eu diria a Alvo que eu ficara petrificado assistindo a cena, enquanto meu corpo se tencionava e correspondia ao estímulo visual de forma a me deixar desconfortável

– Constrangido, é claro.

– Se é somente isso, por que reluta tanto em ir até o quarto e reestabelecer o núcleo mágico de Hermione? – inquiriu.

– O quê?

– Você sabe o que tem que fazer. Mas está aqui comigo, adiando o inevitável e até tentou levá-la para Pomfrey. Por que não quer ficar perto dela? Do que tem medo, Severo?

Eu não queria ficar perto dela além do estritamente necessário agora que eu sabia dos seus sentimentos. Mas nunca me renegaria a ajudá-la, se era isso que Alvo queria dizer.

– O que está insinuando? – indaguei com os olhos reduzidos a fendas.

– Que você se sentiu atraído por ela e isso te fez beber feito um idiota. Porque ficou constrangido com os próprios sentimentos, não pelos dela. Você se acha velho e paternal demais para gostar de Hermione. É incabível, você disse. Mas tem medo de ir lá dentro restabelecer o núcleo mágico dela e não resistir a tentação.

– Você perdeu o juízo!

É claro que esse não era o motivo. Eu tinha adoração por Hermione, é verdade. Meu corpo só correspondeu ao estímulo visual, apenas isso. Não eram sentimentos. Eu não a desejava... Certo?

– Deixe seus preconceitos de lado, meu filho. Ela te ama. Você realmente quer perder a chance de ficar com ela de novo? – Eu me mantive em silêncio, era claro que eu não queria perder Hermione novamente, e ele aproveitou para prosseguir. – Severo, você entende exatamente o motivo dela estar naquele estado? O porquê do núcleo dela ter se desestabilizado? Sabe porquê seu núcleo mágico restaura o dela?

– Porque eu o restaurei quando ela era pequena – respondi.

– Não é tão simples – murmurou e eu franzi o cenho. – Pomfrey deve ter lhe dito sobre o vínculo afetivo, não? Bem, a questão não é meramente essa, é preciso haver semelhança entre os núcleos. Por isso que pais conseguem ajudar seus filhos quando crianças, porque são descendentes de seus núcleos.

– Certo, então você quer dizer que eu e Hermione temos núcleos semelhantes?

Outra vez aquela história de núcleos mágicos. Por Salazar... Eu não aguentava mais.

– Nós bruxos somos como nossas varinhas. Possuímos um núcleo mágico que pode ser constituído de várias formas. Alguns têm os mesmos tipos de núcleo. – Concordei. – Enquanto outros, raros, possuem núcleos gêmeos. Eles se reconhecem e se atraem. É o seu caso e o de Hermione.

– Núcleos gêmeos? – indaguei estupefato.

– Não fique tão surpreso. Vai me dizer que nunca percebeu que sabia exatamente onde Hermione estava mesmo sem vê-la? Vocês se atraem – explicou. – Infelizmente, a magia emocional dela pode acabar por matá-la se você não estiver por perto. Como é o caso. Nos últimos anos, a magia do colar te substituiu. No entanto, agora ela só tem você.

Eu sempre soube onde Hermione estava, só nunca parei para me questionar o motivo. Quando Greyback a atacou na torre da Grifinória e eu recebi seu patrono, eu simplesmente sabia que deveria ir até o salão comunal. E no dia do incidente no campo de quadribol, eu fui impulsionado a ir até lá sem nenhum motivo aparente e encontrei Hermione.

– Severo, sei que está confuso. Mas entenda, ela precisa de você e se você se negar, só acelerará a morte dela. Se os sentimentos dela e os seus não forem o suficiente para te fazer aceitar a realidade, espero que a vida dela em risco seja. – Eu concordei ainda surpreso com as informações. – Bem, deixarei que você cuide de Hermione. Com licença.

Alvo colocou a mão no meu ombro em um gesto de incentivo e me deu as costas para sair da sala.

Odiava admitir aquilo, mas talvez o velho tivesse razão. Eu não queria enxergar que a atração por Hermione era mais que simples afeto. Não era apropriado, eu pensava. E como Alvo disse, era tudo preconceito da minha parte. Eu nunca me achei digno de Hermione, nunca pensei que poderia fazê-la feliz. Era velho demais, complicado demais, mal humorado demais, amargo demais... No entanto, ela não se importava com isso. Aliás, ela conseguia gostar de mim mesmo com tudo aquilo. E... ela precisava de mim.

Voltei para o quarto e encontrei Hermione ainda inconsciente na cama. Sentei ao seu lado e segurei sua pequena mão fria entre as minhas. Seu pulso tinha uma marca avermelhada e fui tomado pelo remorso por saber que eu era o causador daquilo.

Seus olhos se abriram lentamente e quando ela me encarou, eu vi a mágoa transbordar deles.

– Eu sinto muito, Hermione – murmurei. – Não esperava que você gostasse de mim dessa forma e acho que me assustei por sentir o mesmo tipo de atração por você. Acabei passando dos limites e te machuquei. Isso é imperdoável, eu sei. Eu relutei muito e ainda não me sinto completamente confortável por te querer. Você sabe que eu sempre tive um carinho enorme por você, mas entendia isso como um amor fraternal. Por isso é tão difícil para mim. Mas se você tiver paciência comigo, eu gostaria de tentar fazer isso dar certo.

Hermione me encarava com os olhos marejados e logo as lágrimas começaram a manchar sua pele. Ela se esforçou para sentar na cama e eu a ajudei. Então ela segurou meu rosto carinhosamente e beijou meus lábios.

A princípio, eu não me mexi. Apenas permaneci estático sentindo os lábios macios de Hermione junto aos meus. Mas logo uma inquietação tomou meu corpo e eu quis mais dela. Segurei seu rosto entre as mãos para mantê-la próxima a mim e me apossei de sua boca para aprofundar o beijo. Hermione acompanhou minha súbita mudança e se agarrou à minha nuca.

Segurei em sua cintura e a puxei para mais perto. Em retribuição, ela deixou as mãos correrem para os meus cabelos e pediu por mais. Era um beijo calmo em sua essência. Como eu disse, ainda não estava completamente confortável, mas eu não podia negar que era bom.

Hermione se livrou das cobertas e apoiou as mãos nos meus ombros, para passar uma das pernas por cima das minhas, sentando no meu colo. Coloquei uma das mãos em seu rosto e o afastei carinhosamente.

– Calma, Hermione – pedi e ela deu um sorriso feliz, com as bochechas coradas. – Você ainda não se recuperou completamente.

Ela fez uma carinha de súplica e eu lhe dei um beijo casto nos lábios. Então, tornei a deitá-la na cama e me afastei para tirar a capa, o casaco e a camisa. Deslizei sob os cobertores para ocupar o espaço ao seu lado na cama e ela se jogou sobre o meu peito, se aconchegando como uma gata. Eu abracei sua cintura ainda pensando sobre o que Alvo dissera. Hermione precisava de mim e poderia morrer se eu me afastasse. Puxei-a para mais perto só de lembrar disso. Eu não perderia Hermione de novo.


Notas Finais


FINALMENTE!!!! ❤️

Sev flagrou a Hermione, bebeu, fez besteira, tomou um esporro do Dumbledore e finalmente se rendeu à Hermione.

Dumbledore destruidor jogando a verdade na cara do Snape! Aplausos para o velho enxerido que perdeu a paciência e falou tudo o que queríamos falar. Hahaha

Hermione está realizada, mesmo sem saber como o Snape decidiu assumir seus sentimentos depois da explosão, mas isso não importa realmente, não é? Hahaha

E agora, Sev? Não quer perder a Mione, mas o casamento está chegando...

Preparem-se para o que vem pela frente!!!

Até o próximo amores!

- B


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