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História Sangue Negro - Minta para mim


Escrita por: Biiimiranda

Notas do Autor


Oi amores! :)

Prontos para mais um pouco do papai Voldie e da mamãe Bella? E mais... Até onde vai a mentira da Hermione?

- B

Capítulo 35 - Minta para mim


Severo Snape

A mesa da sala de jantar, que servia de refúgio para as reuniões dos comensais, nunca esteve com tantos lugares vazios. Depois de informar Voldemort sobre os ataques de Rebastan à Hermione em Hogwarts, o homem de feições ofídicas decidiu convocar seus seguidores para esclarecer alguns pontos.

Hermione, sentada na cadeira de frente à minha, parecia tranquila e segura, o que era estranho. Mais estranho ainda era o olhar evasivo no rosto preocupado de Bellatrix. Hermione viera mais cedo para a mansão dos Malfoy, então eu não sabia exatamente o que ocorrera antes da reunião para deixá-las daquela maneira.

Meus pensamentos foram interrompidos pela voz fria de Voldemort. Finalmente ele daria início ao martírio. Se só o seu silêncio já fazia alguns comensais soarem frio, quando falava então, tornava a tensão e o medo palpáveis.

– Acredito que já saibam o motivo de estarem aqui – começou. – Rebastan Lestrange declarou guerra à Hermione e, consequentemente, a mim. Muitos, que se diziam fiéis, escolheram o lado dele para lutar. Mas, vocês, pelo contrário, escolheram o lado certo. Porque quando eu acabar com essa brincadeira de Rebastan, não haverá misericórdia com traidores.

Alguns comensais se remexeram incomodados em suas cadeiras, enquanto outros engoliam em seco e deixavam o desespero claro em suas feições. Para a minha surpresa e da maioria ali, Hermione se ergueu de sua cadeira.

– Poupe sua saliva, Milorde – pediu. – Permita que eu explique melhor a situação.

Franzi o cenho. Milorde? Hermione realmente o chamou de Milorde?

Voldemort abriu um sorriso satisfeito e fez sinal para que ela prosseguisse. Hermione fez uma leve reverência e sacou a varinha das vestes. Não pude deixar de reparar nas movimentações dos comensais. Hermione os intimidava.

Ela começou a andar ao redor da mesa, batendo a própria varinha em sua palma, enquanto observava de perto o semblante dos afiliados de Voldemort. Um sorriso irônico brotou em seus lábios.

– Estejam à vontade para se unir à Rebastan – comentou e meus olhos se estreitaram  –, se o desejo de vocês for morrer mais cedo. É claro.

Ela parou de andar repentinamente e girou nos calcanhares para encarar um comensal do outro lado da mesa. Anthony Dolohov.

– Vejam bem – prosseguiu –, se eu permitir que todos saiam daqui agora, que garantia terei que nenhum de vocês correrá para contar nossos planos de guerra para Rebastan? Exatamente, nenhuma.

Hermione continuou a caminhar em torno da mesa. Seus passos ecoavam pela sala silenciosa. Voldemort parecia se divertir com o desempenho da filha e eu estava realmente confuso com tudo aquilo.

– Para a nossa sorte, temos um bruxo entre nós, que se ofereceu voluntariamente para ocupar o papel de espião – provocou. – Como sou muito caridosa, darei a oportunidade dele se pronunciar por espontânea vontade.

A tensão era tão palpável que eu poderia cortá-la com uma faca. Os comensais olhavam uns para os outros tentando convencer seus colegas silenciosamente de que estavam do mesmo lado. Hermione alargou o sorriso ao ver o resultado de sua provocação. Por fim, ninguém se manifestou.

Hermione deu de ombros e com um pequeno aceno de varinha, fez um bruxo voar de sua cadeira para o chão aos seus pés. Os olhos arregalados do homem provavam o quão assustado e surpreso ele estava. Por sua vez, todo o divertimento do rosto feminino sumiu.

– Achou que eu estava blefando, Nott? – rosnou. – Achou mesmo que poderia se infiltrar e sair impune?

– Milady, eu jamais... – tentou.

Crucio!

A maldição imperdoável que voou da varinha de Hermione, interrompeu Nott. O homem se contorceu no chão agonizando e gritando de dor. Não havia nada além de satisfação no olhar dela. Ela estava passando tempo demais com Bellatrix.

Alguns minutos depois, ela finalizou o feitiço. Só o que se ouvia era a respiração ofegante e desesperada do homem. Ele estava completamente imóvel. Para humilhar mais Nott, Hermione pisou em sua cabeça e então deu um leve chute que virou seu rosto para o lado oposto. Pela pouca claridade que a lareira nos proporcionava, era possível ver algumas lágrimas escorrendo pela sua face.

– Como sou muito misericordiosa, permitirei que sobreviva – murmurou com desprezo. – E que sirva de exemplo aos que não escolherem o lado do Lorde das Trevas nessa guerra.

Hermione lhe deu as costas e percorreu alguns passos, sendo acompanhada pelos olhares assustados dos comensais. Ela parou de caminhar abruptamente e levou uma das mãos ao queixo, como se pensasse em algo. Deu de ombros e tornou a se virar na direção do corpo do homem.

– Mudei de ideia. – Um sorriso sádico enfeitou seus lábios. – Avada Kedavra!

A luz verde que saiu de sua varinha atingiu Nott em cheio. Prontamente suas lamúrias baixas desapareceram, da mesma forma que seu corpo parou de se mexer.

Como se não tivesse feito nada de mais. Hermione tornou a assumir seu lugar entre os pais. Voldemort ainda sorria satisfeito e cumprimentou a filha pela performance.

– Acho que isso sanou suas possíveis dúvidas – o homem de olhos vermelhos direcionou seu comentário ao comensais. – Logo discutiremos nossas estratégias para nos livrarmos de Rebastan. Agora retirem-se.

Sem precisar de mais, todos se levantaram de seus lugares e fizeram reverências à Voldemort, antes de se dirigirem à saída. Observei Hermione acariciar as costas de Bellatrix que estava pálida como as paredes da mansão. Franzi o cenho para a cena. Desde quando Bellatrix se impressionava com uma tortura? Ela adorava!

Logo a sala estava vazia com exceção das duas mulheres, Voldemort e eu. Hermione levantou da cadeira e puxou Bellatrix para que ela também levantasse, mas suas pernas tremiam.

Mas que diabos?

– Você já fez isso antes. Por que está tão impressionada? – Hermione questionou.

– Isso foi totalmente diferente, mãe! – Bellatrix replicou.

Mãe?

Ah, não me diga que... Aquela família fazia um estoque de poção Polissuco?

Pelo menos agora tudo fazia sentido. Bellatrix e Hermione trocaram de lugar para transformar Hermione em uma figura altiva e digna de respeito e medo diante dos comensais. Certamente funcionou. Mas eu adoraria ter sido avisado disso.

– Ora, não exagere – pediu.

– Vamos, Hermione – chamei. – Destroque logo com Bellatrix, temos que voltar para Hogwarts.

Bellatrix soltou a filha para me encarar com a sobrancelha erguida e um semblante provocativo.

– O que foi, Snape? – dissimulou. – Algo está te incomodando?

Finite Incantatem – murmurei acabando com sua alegria.

Ela tornou a assumir sua forma com o meu feitiço e fechou a cara.

– Estraga prazeres – reclamou revirando os olhos.

 

Hermione Granger

Já deixara a forma de Bellatrix, para voltar ao normal. Severo parecia apressado para sair da Mansão dos Malfoy e eu imaginei que tivesse a ver com o motivo de seu atraso para a reunião de Voldemort. Sabia que Dumbledore o chamara para uma conversa, mas o assunto tratado pelos dois ainda era um mistério para mim.

– Eu só quero falar com minha mãe por um instante antes de irmos. Tudo bem? – pedi.

Ele assentiu. Eu e Bellatrix saímos da sala e ela me guiou até o escritório em que eu e Draco conversamos dias antes. Assim que ela fechou a porta, cruzou os braços sobre o peito e fez sinal para que eu dissesse o que queria. Respirei fundo criando coragem.

– Queria saber se poderia mentir para Severo, caso ele te pergunte se eu passei a noite aqui há alguns dias – quase juntei as palavras de tão rápido que falei.

Seus olhos se arregalaram e ela quase sorriu com divertimento.

– E eu posso saber onde a senhorita realmente estava? – questionou e então soltou uma risada alta. – Não me diga que estava com outro homem! Hermione, achei que fosse certinha, mas está se mostrando mais divertida do que eu poderia imaginar.

– Não é nada disso! – tentei consertar. – Eu e Severo discutimos e eu...

– ...se arrastou para a cama de outro. Compreensível.

– Estou falando sério! Eu jamais o trairia! – avisei e ela suspirou derrotada. – Eu só não dormi com Severo porque estava chateada. Mas não quero dizer a ele onde eu realmente estava, porque ele ficaria bravo.

– Bravo, é? Curioso – sussurrou. – E onde você dormiu?

Eu senti meu rosto queimar.

– Não importa. Só estou te pedindo para mentir se ele perguntar. Por favor.

Meu tom desesperado foi o suficiente para ela suspirar e concordar. Um alívio me tomou. Eu odiava mentir para Severo, mas não queria magoá-lo com aquela história.

 

Severo Snape

Depois que Hermione e Bellatrix saíram, Voldemort engatou uma conversa sobre seus planos para a guerra, enquanto acariciava a cabeça de Nagini.

– Hermione é jovem e poderosa – continuou e eu senti o orgulho em sua voz. – Poderia fazer pior do que a demonstração de Bellatrix, se quisesse. Mas é boa demais. – Franzi o cenho. – Se passasse mais tempo conosco, quem sabe não aprenderia a arte do sangue frio? Porém, ela está sempre em Hogwarts. Se eu não a tivesse chamado, ela ficaria sem aparecer por mais sabe-se-lá quanto tempo. Hermione não nos visitava desde o bilhete com a ameaça de Rebastan...

Mas Hermione não dormira ali há alguns dias, depois da nossa briga? Talvez Voldemort não a tivesse visto na casa. Logo descartei a ideia. Ele sempre saberia se ela passasse por ali.

Nossa conversa foi interrompida pela volta das duas mulheres. Fiz uma reverência à Voldemort, peguei Hermione pela mão e a puxei pelos portões para aparatar para Hogwarts. Nós precisávamos conversar.

 

– Como foi com Dumbledore?

Hermione indagou assim que chegamos ao nosso quarto. Eu ainda estava pensando em uma maneira de abordar o assunto que me perturbava, então resolvi ganhar tempo respondendo sua questão.

– Ele quer que eu e Lupin te treinemos depois das aulas – expliquei.

Ela franziu o cenho e eu percebi seu nítido incomodo.

– Você e Lupin?

– Eu disse a Alvo que não era necessário, posso muito bem treiná-la sozinho – murmurei irritado. – Mas como você não tem dificuldades em duelar com um único adversário, ele quer que nós criemos situações que envolvam mais de um bruxo ao seu redor. Você tem que se preparar para o pior.

– Entendo – sussurrou. – E quando começaremos?

– Amanhã – respondi dando de ombros.

Hermione apenas assentiu em concordância. Não era como se ela tivesse opção. Alheia ao turbilhão de questões que rondavam a minha mente, ela caminhou pelo quarto para pegar a minha camisa que usava de pijama. Ela realmente abandonara a ideia de comprar um novo, não que eu me importasse. Hermione passava mais noites nua, do que com a camisa, de qualquer forma.

Quando ela se preparava para atravessar a porta do banheiro, eu ouvi minha voz escapar da minha garganta sem que eu pudesse evitar.

– Hermione – chamei e ela prontamente me atendeu. – Voldemort comentou que fazia tempo que você não ia até a mansão.

Eu vi seu sorriso murchar e seu rosto empalidecer. Sua boca se abriu e fechou várias vezes sem que sua voz saísse. Ela abraçou o próprio corpo com os braços e mordeu o lábio inferior. Por fim, suspirou e fechou os olhos com força para não me encarar. Suas reações foram o suficiente para que eu pudesse tirar minhas conclusões.

– Por que mentiu para mim? – questionei calmo.

– Severo... – ela começou, mas perdeu a coragem.

Meu coração já martelava no peito. O que ela estava escondendo? Por que não queria me dizer?

– Onde você dormiu àquela noite, Hermione? – tornei a perguntar com o máximo de seriedade. – E não minta dessa vez.

Seus olhos se encheram de lágrimas e ela abaixou a cabeça para evitar meus olhos. Aquilo só piorava tudo. Ela não teria... Não, Hermione jamais...

– Depois que nós discutimos – ela começou com a voz embargada –, eu andei a esmo pelo castelo. Sabia que se ficasse em um único lugar você me encontraria e eu estava magoada demais para te encarar. Até que eu já não aguentava mais e parei em um dos corredores. Então, Lupin apareceu.

Ela fez uma pausa que deve ter durado algo próximo de três segundos, mas pareceram horas para mim.

– Lupin? – grunhi com desdém.

– Era por isso que eu não queria te contar – ela se defendeu com as lágrimas marcando seu rosto. – Sabia que ficaria bravo!

Meu rosto endureceu.

– Continue a história, Hermione – exigi.

Ela mordeu o lábio inferior novamente e secou os olhos com as mangas das vestes.

– Ele perguntou se eu não queria conversar e tomar um chá para me acalmar, e... eu acabei aceitando – prosseguiu. – Nós conversamos um pouco e eu acabei dormindo. Foi apenas isso, eu juro.

A súplica em seu tom era tão clara que chegava a doer. Ela se aproximou para tocar nos meus braços, mas eu me afastei.

– Você dormiu com Lupin?

O medo pela sua resposta me assombrou como a muito tempo algo não fazia. Eu não sabia o que faria se ela confirmasse. Por Salazar, eu a amava. Ela não podia ter me traído daquele jeito.

– Não! Merlin, claro que não! – negou em desespero. – Eu jamais te trairia, Severo!

Meu interior se remexia com puro incomodo.

– Então por que mentiu? – eu praticamente urrei. – Se não tivesse dormido com ele, não precisaria mentir!

Mais lágrimas lavavam seu rosto e eu vi a mágoa em seus traços. Quem estava magoado era eu!

– Eu não queria mentir! Mas sabia que se te contasse a verdade, isso – Ela apontou para nós dois discutindo – aconteceria. E nós finalmente tínhamos feito as pazes...

– Se você não tivesse mentido, eu acreditaria em você. Eu entenderia! – informei. – Mas você acabou de jogar fora toda a confiança que eu tinha em você!

Hermione negava com a cabeça aflita, chorando mais do que nunca a vi chorar.

– Sei que você está magoado, como eu estava naquela noite, mas por favor, acredite em mim! – suplicou. – Eu amo você, Severo!

– Não, Hermione. Mágoa nem começa a descrever o que eu estou sentindo – murmurei amargurado. – Você pode não ter dormido com Lupin, mas eu nunca me senti tão traído em toda a minha vida.

Eu estava no meu limite e tinha plena consciência disso. Odiava ver Hermione chorar, me matava por dentro. Ao mesmo tempo que eu já estava em frangalhos por saber que ela correra para os braços de Lupin depois do nosso desentendimento. Ela sabia do interesse dele, da mesma forma que sabia como eu me sentia ao vê-la perto dele! Então, por que fazer isso?

Não podia continuar ali com ela. Precisava de espaço para pensar. Sem dizer mais nenhuma palavra, eu lhe dei as costas e segui para a sala. Para não correr o risco de ser seguido, fechei a porta e a tranquei com um feitiço. Como imaginado, ouvi a maçaneta se mexer sem parar logo em seguida. Mas foi inútil. Então, em uma medida desesperada,Hermione começou a bater na porta com força.

– Severo! Abra, por favor! – ela gritava e esmurrava a superfície de madeira. – Severo!

Precisei reunir controle para me afastar da porta e ir para o sofá, caso contrário, cederia aos seus pedidos. Os socos de Hermione foram diminuindo aos poucos, sendo substituídos pelo som do seu pranto. Um baque alto contra a porta chamou minha atenção e supus que Hermione tivesse lançado o próprio corpo na madeira. Ela continuou chorando contra a porta por um longo tempo até que desistiu e se afastou.

Eu queria me afogar em uma garrafa de firewhisky. Porém, contive meus impulsos ao lembrar da última vez em que bebi para esquecer uma situação. Eu acabara machucando Hermione e isso quase a matou. Eu me recusava a causar outra cena como aquela, não importando o quão magoado estivesse. Então, me contentei em ficar olhando para o teto em busca de controle.

Não preciso dizer que dormir foi impossível. Eu já tinha esfriado a cabeça e constatado que Hermione não tinha realmente transado com Lupin. Mas não podia negar que sua mentira tinha me acertado em um ponto sensível.

Como eu a amava, estava mais suscetível do que nunca a me chatear por suas ações impensadas. Ainda assim, ouvi-la chorar a noite inteira através das paredes, me fazia querer jogar meu orgulho e amor próprio para o alto e ir sossegá-la. No entanto, eu ainda precisava de tempo para organizar a minha mente.


Notas Finais


E quem diria que Voldemort daria com a língua nos dentes? Severo ficou magoado e como eu avisei, a Hermione se arrependeu de não ter contado a verdade quando teve chance.

Lado positivo, Bellatrix iria ajudar a encobrir sua mentira... Mas nem será necessário. Aliás, quem achou que, de repente, a Hermione tinha encarnado a Comensal da Morte ou a própria mamãe querida? hahaha

Até a próxima pessoal!

- B

PS. Parabéns para a Hermione!


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