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História Sarapintado (ShinKami) - Capítulo 22


Escrita por: rayhxx

Capítulo 23 - Capítulo 22


— Então você veio de Ettarats, é isso? — Denki perguntou mais uma vez para Keigo que só suspirou enquanto mexia em caixas pequenas que tinha dentro do cômodo onde estavam

— Eu já disse pela milésima vez que sim. 

— Mas eu sempre ouvi falar sobre você, tipo, quando eu era bem pequeno.

— Você acha que eu tenho quantos anos? — ele se virou para Kaminari enquanto indagava, curioso pela sua resposta

O loiro menor arqueou as sobrancelhas e o olhou de cima a baixo, pensando no que responder. Mas logo deu de ombros, desistindo e chutando o mais alto que dava para adivinhar pela aparência.

— Trinta e... um?

Takami ficou em silêncio e o mais novo engoliu em seco por isto, pensando que tinha sido alto demais e agora ele estava com raiva por tal coisa. Contudo, o loiro maior só pareceu se divertir quando riu anasalado e com sarcasmo, revirando os olhos, indo até uma mesa cheia de papéis e derrubando todos no chão enquanto ia até uma estante e pegava outro caixote agora um pouco maior e com um papel colado com a palavra frágil, além outras frases pequenas.

— Trinta e seis. — o mais baixo estalou a língua por ter errado e se aproximou do outro — Foi quase, felizmente pareço mais jovial do que sou realmente.

Ou talvez eu só tenha sido gentil ao não falar quarenta, pensou o mais novo com uma cara distraída.

— Sei... Enfim, o que você vai fazer? — demandou, franzindo o cenho meio assustado quando ele abriu a segunda caixa e tinham pequenos potes com um líquido vermelho e espesso dentro, ao qual não demorou ao bater o olho e perceber que aquilo era sangue

— Umas coisas. — disse o mais alto vagamente e logo o encarou com tédio — Por que não fica lá na sala?

— Hein? Por quê?

— Porque você só vai atrapalhar aqui. — falou neutro enquanto tirava um instrumento estranho do primeiro caixote e colocava sobre a mesa com cuidado — Vai lá, quem sabe alguém te seguiu. Faça uma de cão de guarda e vigie a casa. 

Que droga, Denki pensou durante o momento em que saía da sala.

— Fecha a porta! 

— Tá! — respondeu um pouco grosseiro quando fazia o que ele mandou com desagrado

Foi até a sala do local, observando antes de tomar a liberdade de se sentar no sofá que tinha ali com uma pose desleixada e o rosto apoiado em uma das mãos. Bufou descontente, pensando no que aquilo mudaria. Não era mais fácil Eijirou ter contado quem foi que bateu nele e pronto? Por que tinha que ir na casa de Keigo Takami para todo esse show acontecer? Talvez tivesse outra coisa que ele faria que si não pudesse fazer, Keigo era de Ettarats assim como Kirishima, afinal. Ou talvez quisesse algum tipo de prova. Porém, nada mudava na sua concepção.

Kaminari crispou os lábios e ficou a pensar o que já tinha feito até aquele momento. Praticamente nada, ter aquela armadilha para pegar Toru foi pura sorte. Não fazia nada dentro daquela maldita cabana, ficava sossegando enquanto Kirishima se arriscava ao vir na cidade para fazer qualquer coisa, como pegar cartas, suprimentos e coisas do tipo. Aquilo estava começando a o frustrar, gostava de ajudar os outros, principalmente o moreno que estava fazendo tudo por ele e Ochaco, todavia, os dois não estavam recompensando o trabalho dele. Chegava a dar pena de sua própria pessoa por estar sendo tão inútil. Sabia que alguém em seu estado atual realmente não podia fazer muitas coisas, no entanto, poderia ter cortado a última leva de lenha ou cozinhar ou alimentar os cavalos. E Eijirou nem parecia estar cansado! Entretanto, ele estava; tinha conhecimento de que ele estava, e por isso queria ajudá-lo. Talvez agora com os ferimentos que teve, se desse conta de que tudo não poderia cair só nas costas dele.

Kirishima era sempre alguém que gostava de ajudar os outros, mas não de ser ajudado.

Fungou e então, virou o rosto, olhando para a cozinha e passou pela sua cabeça a possibilidade de lá ter uma coisa pra enfiar as mãos. Como já tinha sido dito, não gostaria de passar o cataclismo para ninguém que fosse. 

Se levantou e foi até lá, observando superficialmente o local. A cozinha não tinha nada de especial, era ocupada por um balcão meio sujo, armários sustentados no teto e um pequeno fogão à lenha. Por enquanto nada. Foi até os armários, achando feijão e pão e mais algumas coisas, até abrir a portilha de um e ver produtos de sua maioria de limpeza, lá estavam alguns pares de luva. Pegou-os mesmo sem saber se tinha autorização, era melhor assim do que com nada sobre a pele venenosa.

— Garoto! — levou um susto e bateu a cabeça sem querer na portilha, contudo, logo virou o rosto acariciando o próprio couro cabeludo. Takami o olhava com olhos levemente entusiasmados e sobrancelhas arqueadas — O que diabos está a fazer aí?

— N-nada, eu só peguei essas luvas aqui.

— Hum, sei. Enfim, eu sei quem foi que deu uma surra em Eijirou. 

— Sério? — quis abrir um leve sorriso por aquilo ser rápido (até demais), porém, seria estranho por ser algo ruim, então permaneceu com a expressão neutra — Vamos, diga quem é.

Ele revirou os olhos e abriu a boca, pondo a mão na cintura e falando o nome como se não estivesse nada surpreso para uma revelação.

×××


O grito que saiu de sua boca provavelmente só si próprio ouviu, pois foi baixo e agoniante assim como sua voz levemente rouca e esganiçada por acordar. Quando Eijirou, respirando ofegante, observou melhor o local, soube que estava no próprio quarto da cabana e isso o tranquilizou. Kirishima pôs as mãos nas laterais de sua cabeça e suspirou fundo, mas sua calma se foi no momento em que todas as manchas latejaram de uma vez e quase não se passou um segundo para a dor latente vir de novo, fazendo-o resmungar alto e abaixar a cabeça até que sentisse a dor passar. 

Tinha sonhado com Katsuki, e não era um de seus melhores sonhos. No começo estava tudo claro, ele e Bakugou estavam balançando os pés dentro d'água de um dos lagos enfeitados que existia no jardim de seu pai. O jardim era magnífico, era tudo tão lindo e bem cuidado que tinha vontade de cheirar todas as flores — quase exclusivamente vermelhas — do local. Quando o loiro estava vivo, gostavam de passar algumas tardes apreciando o lugar. Sua mão estava apoiada sobre a do príncipe e o mesmo estava com a cabeça sobre seu ombro. O moreno cantarolava uma canção qualquer quando o maior o chamou. A cabeça se virou para vê-lo, contudo, nada mais estava ao seu lado, somente o vazio, e este mesmo se fazia presente no lago de peixes mortos. E então, só sobrou ele e as flores vermelhas.

— Eijirou? 

Abriu os olhos e na mesma velocidade ergueu a face somente para ver quem o chamava; Denki estava tão pálido quanto um fantasma, porém, sua face era decidida, mesmo que nervosa. franziu as sobrancelhas vendo ele com um inchaço avermelhado em sua bochecha esquerda, e além quando ele deu um pequeno passo em sua direção parecia mancar.

— Eu fiz o que você pediu. — disse Kaminari.

E então as memórias vieram, e com elas, mais claridade para sua mente. A expressão relaxou enquanto se levantava devagar e o loiro vinha lhe ajudar.

— Você foi até-

— Eu fui, mas eu só quero saber uma coisa. — o maior assentiu enquanto fazia silêncio ainda se apoiando — Você sabia que era ele?

Tinha conhecimento de quem ele estava falando, e somente fez uma breve careta ao responder.

— Sabia.

— Então por que me fez ir até Keigo? Eu poderia muito bem ir só atrás de-

— Denki. — o chamou, o acalmando — Olha, me desculpa, eu precisava que fosse lá para tirar uma dúvida minha.

— Que dúvida?

— A de que Keigo ainda estaria nos apoiando de alguma forma. — ele fez uma expressão confusa então explicou — Keigo Takami era um colega meu de quando estávamos em Ettarats, trabalhamos juntos muitas vezes, mas nunca fizemos nenhum tipo de amizade. Quando ele partiu em sua primeira missão depois de mim, nunca mais voltou ao nosso reino natal e só depois de alguns meses descobrimos que ele estava aqui. Acontece que ele nunca está só de um lado, é um vira-casaca. Uma hora defende um reino, outra hora outro. Uma vez defendeu até mesmo Lork. — soltou um suspiro cansado ao falar a última frase — Ele às vezes trabalha para dois reinos ao mesmo tempo, às vezes somente para um, mas o problema é que eu precisava saber se no momento ele está do nosso lado. — engoliu em seco — Sei que estão com dores, pois eu também estou, por isso, se ele está do nosso lado, arriscarei pedir medicamentos para aliviar nossos sintomas, mas nada se pode esperar dele. Enfim, me diga logo qual nome ele deu.

O menor pareceu precisar de alguns minutos para processar tudo o que havia dito, e por isso ficou em silêncio, esperando por uma resposta. Quando ele pareceu compreender ao todo, Denki mostrou um sorriso sarcástico, todavia, que não disfarçava a tristeza óbvia em sua expressão.

— Não era de se esperar nada mais de Toru, mas aparentemente o irmãozinho dela queria ajudar. — e então, fez uma careta, baixando o olhar e diminuindo o tom — Não é mesmo, Yuga?

×××


— Eu esperava que o irmão de Toru fosse... um pouco mais novo, da forma como ela descreveu.

Denki suspirou, roçando os dedos sobre os machucados que ele fez quando o tentava capturar.

— Pelo menos agora estamos bem. — disse Eijirou acalmando um pouco a situação e pondo ambas as mãos sobre os ombros de Ochaco e Kaminari — Conseguimos pegar a maioria deles, senão todos. E agora sabemos que podemos contar com Hawks para nos ajudar.

— Hawks?

— Não sei se ele ainda usa o apelido da época em que estava em Ettarats, ele usa?

— Vocês por acaso estão brincando conosco?!

Uraraka arqueou a sobrancelha para o homem desconhecido que gritou, amarrado no chão, assim como os outros dois. Depois encarou o provável líder deles, um grande conhecido e agora, ex-amigo: Yuga Aoyama — que o loiro se lembrava vagamente da irmã o chamando por outro nome, o qual deveria ser verdadeiro. E por fim, olhou de soslaio para a outra garota que permanecia em silêncio. 

— Estamos em uma conversa, será que dá pra calar a boca? — perguntou rudemente a morena

— Calma, Ochaco. — sussurrou Denki perto de seu ouvido, mesmo fitando-os de forma igual a ela

A sala ficou em silêncio por um tempo, os três observando o grupo inimigo com claro desdém. Quando Kaminari capturou Yuga, e indagou-lhe e obrigou a falar sobre prováveis cúmplices da briga com Kirishima. Aoyama que já não tinha nada a perder, desabou em lágrimas e contou sobre eles e uma grande maioria de informações que Toru — que descobriu ser sua irmã mais velha — já tinha revelado à eles. Ele ainda chorava até agora, aos prantos em silêncio, um olhar perdido e culpado por algo que não sabia se era o fato de ter entregado os companheiros ou os ter traído desta forma tão asquerosa. 

— Isso é uma merda. — ouviram os murmúrios da garota que antes estava em silêncio completo, aos poucos elevando a voz — Isto é uma merda, vocês são uma merda! Não servem pra nada, são uns imprestáveis!

Ochaco e o loiro olhavam para aquilo meio alarmados, olhando a mulher estérica tentando bater nos outros dois com as pernas que estavam soltas. Já o moreno escarava tal cena como se já estivesse acostumado. 

— Você é um líder de merda, Kiichi! Amane era bem melhor que você, que nos arrastou junto contigo para o fundo do poço. Ela sim era alguém que eu seguiria até se ela mandasse eu morrer porque ela sabia o que fazia, diferente do pirralho chorão que ela chama de irmão!

Aparentemente a tal Amane deveria ser Toru, já que a mulher se referiu a ela como a irmã de Kiichi, ou Yuga. O homem que já estava quase desmaiando de quase chorar desviava com dificuldade dos chutes que aquela mulher tentava acertar em suas pernas enquanto o outro cara estava em silêncio servindo de apoio para Kiichi não ser acertado. 

— Que porra...? — Uraraka estava até que bem surpresa em como a relação deles era complicada.

— Meu Deus do céu! PAREM! — Eijirou gritou ao se levantar com a paciência normalmente longa esgotada, fazendo finalmente os três traidores pararem de berrar e gritar. Ele grunhiu ao se direcionar para o próprio quarto, no entanto, antes de adentrar mais a dentro na cabana, se virou para os colegas — Vou enviar uma nova carta para Ettarats para eles virem buscá-los. Aparentemente, devido a boca furada de Yuga, sabemos que Toru já nos contou tudo que precisávamos. Ah! E se eles começarem a brigar novamente, mijem na cara deles. 


Notas Finais


Tô demorando muito pra lançar né amores, me desculpem, vou tentar fazer isso de uma forma mais rápida.

Mas vejam pelo lado bom! Acho que isto está finalmente terminando, arriscaria dizer que agora só tem para fazer no máximo coco capítulos!

Estou com preguiça de revisar, então caso tenha algum erro ou não tenha entendido, pergunte nos comentários que eu responderei.

Vou explicar a situação de como Hawks solucionou com aquilo já que não ficou explícito. O objeto estranho era um microscópio, e ele o utilizou junto de outras coisas até perceber que o sangue tinha o mesmo DNA. 

"Ah, mas como ele tinha aquilo tudo de sangue?"

Nas noites em que todo mundo dormia, no começo, Kirishima recolheu um pouco de sangue de todo mundo quando perceberam que havia um ou mais traidores, então aquilo poderia o ajudar, além de outras coisas.

É isso, beijos pra vocês anjos!


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