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História Sassy Girl - The Girl


Escrita por: mambabeyo

Notas do Autor


Com amor p/ Raíssa e Valéria.

Capítulo 1 - The Girl


Lauren's point of view

Passaram-se cinquenta e três minutos após o horário combinado com as meninas para elas me encontrarem, eu já estava impaciente, liguei várias e várias vezes, mas não obtive retorno, sequer uma mensagem justificando o atraso. Não nos víamos há meses e eu estava enlouquecendo de saudades daquelas idiotas. Tentei ligar mais uma vez, mas desisti assim que as vi cruzando a porta de entrada do restaurante.

- Chickens! - Gritei antes de alcança-las, atraindo a atenção delas e de mais alguns clientes do local.

- Projeto de unicórnio. - Veronica gritou antes de me envolver em um abraço esmagador.

- Ridícula. - Disse entre risos enquanto me afastava dela e direcionava a minha atenção à outra garota. - Pequena. - Apertei a menor em um abraço.

- Que abraço violentamente gostoso. - A menor disse enquanto era sufocada pelo meu abraço.

- Não me culpe! Vocês demoraram a vir me ver e eu nem estou me referindo ao atraso de vocês. - Soltei a menor e as puxei para a mesa onde estava antes esperando por elas.

- Esse lugar não mudou absolutamente nada. - Veronica observou antes de sentar-se.

- Por isso sempre nos encontramos aqui. - Ally disse já acomodada em seu lugar ao meu lado.

- Aposto que aquela mesa ainda tem as marcas dos seus saltos Ally. - Disse apontando para uma mesa próxima a entrada onde em uma noite insana para nós, a pequena dançou como se não houvesse amanhã em cima daquela mesa. Logo recebi um beliscão da menor me repreendendo, mas não dei atenção à dor, deixando-me levar pela gargalhada de Veronica.

- Não é só a Vero que é ridícula, você também é Jauregui. - Allyson resmungou.

Passamos quase três horas ali conversando sobre os mínimos detalhes de tudo o que aconteceu em nossas vidas desde a última vez que havíamos nos encontrado. Já passava da meia-noite e como elas ficariam mais alguns dias na cidade, optamos por sairmos outras noites para matarmos mais a saudade. Mas, honestamente, não creio que apenas alguns dias me confortariam da falta constante que aquelas duas fazem na minha vida.

Veronica e Allyson são minhas melhores amigas desde que eu sei que existo. Elas sempre estiveram ao meu lado, foram elas que me incentivaram a vir para Nova Iorque cursar administração, mesmo eu não acreditando que seria aceita. Foi Allyson quem me consolou quando eu tive a minha primeira decepção amorosa ao descobrir que o meu primeiro namorado me traia e foi Veronica quem acertou um belo soco de direita nele, o que rendeu a ela uma mão inchada, mas um nariz quebrado nele. Foram elas que me deram forças para assumir a minha sexualidade quando eu tive medo, inclusive foi a idiota da Veronica quem me roubou o meu primeiro beijo lésbico. Ridícula.

Estava saindo da lanchonete com um sorriso idiota no rosto enquanto me lembrava dos momentos que passei ao lado das duas, pouco me importando com os olhares curiosos direcionados a mim que provavelmente pensavam que eu estava bêbada. Sai de meus devaneios quando vi uma garota cantando e dançando na calçada ao meu lado esperando o sinal para pedestres abrir e definitivamente, pela sua falta de equilíbrio, ela estava bêbada. A garota deu um passo desengonçado a frente, pisando na faixa de pedestres, e eu automaticamente olhei para o sinal que permanecia vermelho, a garota deu mais um passo e eu corri em sua direção, agarrando seu braço que balançava no ar em uma dança esquisita, puxando-a para trás o mais rápido que pude antes que um carro cinza que passava por ali em alta velocidade a atropelasse. A garota bateu de frente comigo e quase caímos na calçada, ela olhou em meus olhos e por alguns segundos eu senti o ar faltar e tudo parecer estar em câmera lenta.

Não importa quantas vezes você já se apaixonou ou se você nunca se apaixonou. Vai existir um momento na vida em que outras paixões não vão valer e por mais gelado que seja o seu coração, a ponto de você dizer que nunca irá se apaixonar, alguém vai chegar assim, batendo de frente com você, fazendo tudo ao seu redor ser insignificante, fazendo a sua história se dividir em antes e depois de conhecê-la.

- Lua. – Fui atraída pela voz embargada da garota que desmaiou em meus braços. Com certeza ela era um problema, mas a sensação que olhar em seus olhos me causou me fez querer me envolver naquele problema.

- Certo. Você já pode acordar e dizer que isso é uma piada. - Após alguns minutos balançando a garota e até dando uns tapinhas em seu rosto para que ela despertasse, nada aconteceu, ela permaneceu em sono profundo, até verifiquei se ela estava respirando, vai que...

Não obtive sucesso em tentar acorda-la, mexi em seus bolsos a procura de algum documento ou celular, alguma pista de para onde eu deveria leva-la, mas pelo visto ela não andava com identificação e estava sem celular. Então tomei a atitude mais estupida que poderia ter tomado, decidi leva-la ao meu apartamento, que por sorte não ficava longe dali. Pelo menos lá eu poderia deixa-la dormindo no sofá e quando ela acordasse, eu contaria o incidente a ela e ela iria embora agradecida pela gentileza. Talvez até me desse o seu telefone. Repreendi-me mentalmente pelo último pensamento. Talvez a garota tivesse alguém e talvez nem fosse lésbica. Mais uma vez eu estava fantasiando.

- Quinze com a onze, por favor. - Disse ao entrar em um táxi arrastando a garota comigo.

- Ela está bem? - O motorista me questionou quando a garota quase caiu do banco.

- Sim, sim, ela só está muito bêbada, sabe. É a minha colega de quarto, brigou com o namorado e exagerou. - Respondi o homem, nervosa, nunca passei por uma situação parecida, nunca carreguei alguém porre pra casa, então não fazia ideia do que poderiam pensar caso eu dissesse que na verdade não fazia ideia de quem era a garota estirada em meu colo.

- Certo. - O senhor, ainda meio desconfiado voltou a sua atenção para frente e seguiu o caminho indicado, suspirei aliviada. Menos de dez minutos depois estávamos à frente do alojamento dos alunos da Vanderweil University. Por sorte, o que é raro acontecer - eu ter um momento de sorte - o porteiro não estava em seu posto, então pude subir sem questionamentos. Envolvi o braço da garota em meu pescoço e envolvi os meus braços em sua cintura, subindo com ela pelas escadas, já que o elevador achou de quebrar a alguns dias atrás.

- Nossa! Você é pesada. - Disse ao chegarmos no terceiro andar. Caminhei um pouco mais até chegar ao apartamento e com certa dificuldade - por ter alguém pendurado em mim - consegui pegar as chaves no bolso do casaco e abrir a porta. Arrastei a garota até o sofá e a deitei lá, arrumando o seu casaco para que ela não sentisse frio.

- Quem é? - A voz desconfiada da minha colega de quarto, Dinah, soou atrás de mim.

- É... - Pensei um pouco procurando as palavras certas para dizer a minha colega que havia trazido uma completa desconhecida para o nosso apartamento.

- Quem é essa aí, Jauregui? - Engoli em seco. O tom de desconfiança de Dinah aumentou ao perceber a minha demora em respondê-la.

- É uma garota que eu conheci. - Não menti, não completamente.

- Hum, sério? - Disse sarcástica. - Aí ela não quis nada com você e então você decidiu dopa-la e sequestra-la? - A ideia me deixou em pânico. Virei de frente para Dinah e estou certa de que os meus olhos estavam maiores que o meu rosto tamanho era o meu espanto pela hipótese. Dinah gargalhou assim que viu a minha expressão, por um lado fiquei irritada por ela se aproveitar de qualquer mínima oportunidade para tirar sarro de mim e por outro, aliviada por ela não estar irritada pela situação, não aparentemente.

- Fala sério, Dinah. Não é nada disso. - Sentei-me na poltrona ao lado do sofá e Dinah permaneceu de pé, de braços cruzados me encarando. Suspirei derrotada e contei todo o acontecido a ela.

- VOCÊ ESTÁ ME DIZENDO QUE TROUXE UMA COMPLETA ESTRANHA PARA O NOSSO APARTAMENTO? - Dinah disse alto, quase gritando.

- Fala baixo, sua louca.

- Louca é você, Jauregui. E se ela for uma serial killer? Hum? Espero que ela mate você primeiro. - Me afundei mais ainda no sofá e levei as mãos às têmporas, massageando-as.

- Não exagere Dinah. Eu não podia deixar a garota bêbada no meio da rua. Ela seria atropelada se eu não estivesse lá e eu não sabia pra onde leva-la, já que pelo visto ela não anda com documentos, tampouco com celular.

- Tudo bem. - Dinah relaxou os ombros em um ato de rendição. - Mas assim que ela acordar é melhor que procure o caminho de casa. - Decretou e foi para o seu quarto.

Já passavam das duas da manhã e a garota nada de acordar, decidi me acomodar ali mesmo na poltrona para que assim que ela acordasse eu pudesse falar com ela. Não lembro ao certo em que momento eu dormi, acordei completamente dolorida por dormir naquela poltrona horrível. Esfreguei os olhos antes de abri-los definitivamente e automaticamente procurei pela garota. Mas para a minha surpresa ela não estava mais no sofá, pulei da poltrona e procurei pelo apartamento um sinal dela. Estava quase saindo do apartamento quando Dinah surge no pequeno corredor.

- A sua garota já foi. - Disse simplesmente e saiu. Tentei alcançar Dinah, mas ela já estava descendo as escadas e por mais que eu quisesse saber mais sobre o estado da garota ao acordar, a minha indisposição matinal era maior, questionaria a minha colega de quarto quando ela voltasse.

Tomei um banho para despertar de uma vez já que o dia seria longo na universidade. Quando estava terminando de calçar os meus coturnos ouço batidas fortes na porta do apartamento, o que me faz saltar assustada da cama e me dirigir até a porta. Um pouco mais calma abro a porta e dou de cara com os seguranças do prédio.

- Senhorita Jauregui? - Diz o mais ato e assustador.

- S-sim. - Respondo um pouco assustada.

- Queira nos acompanhar até a sala de detenção, por favor. - Eu não estava com um bom pressentimento sobre aquilo. O meu coração saiu batendo descontrolado em meu peito. Será que eu havia feito algo errado? Não, sem chance.

- Por q-que? - Me praguejei por estar gaguejando. Certamente se eles estavam suspeitando de algum deslize meu contra as regras do campus, eu estava me saindo uma excelente culpada.

- Apenas nos acompanhe senhorita. O supervisor explicara a situação quando estivermos lá. - Não ousei mais questionar, apenas sai e tranquei o apartamento. Os dois brutamontes se posicionaram um de cada lado e me acompanharam pelas escadas até o térreo.

Eu sempre segui a risca as regras da universidade. Dinah até implicava comigo por ser tão correta. Nunca fui chamada para comparecer a detenção, o que me apavorou, nem no colégio eu fui parar na diretoria, sempre fui uma aluna exemplar e pra piorar a situação eu tinha aqueles dois projetos de policiais me acompanhando como se eu fosse alguma criminosa no corredor da morte. Eu posso estar sendo um pouco exagerada, mas situações assim me deixam completamente nervosa.

- Senhorita Jauregui, sente-se, por favor. - Jordan, o supervisor do prédio C disse assim que atravessei a porta de entrada de sua sala.

- Olá supervisor Jordan. - Sentei.

- Lauren querida, o que você fez ontem a noite? - Disse tirando os seus óculos de grau e limpando os seus olhos em um sinal claro de cansaço.

- E-eu saí com algumas amigas. - Respondi simplesmente. Estava tentando me concentrar em qualquer coisa que pudesse me acalmar.

- Eu não vou enrolar sobre este assunto. - Colocou os seus óculos de volta. - Hoje de manhã uma jovem foi até a recepção do prédio e alegou que a senhorita a drogou e a sequestrou. - Eu não consegui expressar qualquer outra reação senão deixar o meu queixo cair. Isso só podia ser alguma piada de mal gosto. - Eu sei que você não é disso, eu realmente confio em você. Então não irei notificar essas acusações à direção. Mas se me permite dar-lhe um conselho, escolha bem as pessoas com quem você irá se envolver. - Soltei a respiração que nem notei que estava segurando desde que ele falou sobre as acusações. - Mas por ter permitido alguém de fora da universidade e ainda por cima alcoolizada, permanecer em seu dormitório, você ficará em observação até às 15h e realizará alguns serviços junto a equipe de limpeza no fim de semana. - A "observação" era uma sala fechada com uma grande janela de vidro ao lado da sala do supervisor, com um único sofá, muito bem cuidado até, mas não deixava de ser basicamente uma cela de prisão dentro do prédio.

- M-mas... - Tentei contestar, mas um dos grandalhões entrou e me pediu para segui-lo. Eram 13h17min quando entrei na sala de observação. Deitei no sofá e fiquei encarando o teto, nos filmes em que eu assisto é assim que os detentos ficam deitados em suas camas para passar o tempo, não é mesmo?

Eu estava quase cochilando quando a porta foi destrancada e Rob, um dos seguranças entrou e me devolveu os meus pertences. Celular e chaves do apartamento. Eram 15h em ponto quando saí daquela sala e fiz meu caminho para voltar ao apartamento quando o meu celular tocou. Eu não conhecia o número que estava me ligando.

- Alô. - Disse desconfiada.

- Quem é você? - Uma voz feminina disse do outro lado da linha. Eu acho que conhecia aquela voz.

- Quem é você? - Questionei já que não tinha certeza de quem era.

- Quem é você? - Insistiu do outro lado da linha.

- Quem é você? - Perguntei agora um pouco mais impaciente e já entendendo de quem se tratava do outro lado da linha.

- Sou a garota que você sequestrou ontem. - Disse com certa diversão em seu tom de voz. Aquela garota com certeza estava brincando comigo.

- Como conseguiu o meu número? - Cheguei a meu apartamento.

- O segurança foi muito gentil e eu sei tudo sobre você. - A sua diversão pareceu aumentar.

- Então porque está perguntando quem eu sou? - Questionei confusa enquanto me jogava no sofá.

- Eu não perguntei quem é você, mas quem você PENSA que é. - Deu ênfase no final da frase.

- Quer saber, eu não deveria sequer estar falando com você já que foi tão mal agradecida a ponto de me difa...

- Me encontre na Kordei Gallery hoje na seis com a quatro. - Disse me interrompendo.

- Não. - Respondi com a pouca prática de ironia que eu portava.

- Porque não? - Questionou.

- Porque eu tenho um projeto muito importante para apresentar em algumas semanas e...

- Esteja lá às 19h30min. - Me cortou mais uma vez e finalizou a ligação. Definitivamente, essa garota era um problema.



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