Escrita por: Pinkypink
Jungkook(?)’s P.O.V
Minhas pernas estavam bambas, minhas estavam mãos suadas e geladas, meu corpo e meu mundo inteiro estavam para desabar. Algo estava errado demais, a dor no meu peito era a prova disso. Não era uma dor física, entretanto tão desagradável quanto. Mais uma vez, eu precisava ser salvo.
- Você acabou de ferrar com a minha noite. - O homem de barba mal feita disse cuspindo gotículas de saliva para todos os lados, fazendo um sinal com a mão para que a moça que o acompanhava saísse dali e ela logo voltou para dentro da boate.
- Quem é você? - Jimin se pôs na minha frente, puxando-me para trás de si pelo meu braço.
- Não é da sua conta, baixinho. - Respondeu o homem, visivelmente mais alto e mais velho. Enquanto isso eu agarrava os ombros de Jimin para que eu pudesse me sustentar de pé.
- Desculpa, você pode repetir o que você acabou de dizer? - Jimin perguntou com um sorriso realmente assustador, um arrepio gelado percorreu minha espinha como um aviso e me afastei, apoiando-me na parede.
- Não me diga, além de ser um baixinho metido à besta você também surdo. - O homem disse olhando de cima para Jimin, eles estavam próximos o suficiente um do outro para que se beijassem. - Sai da minha frente, baix…
Jimin o interrompeu com um belo soco, o cara mais velho tombou para trás com o nariz escorrendo sangue. Eu não imaginei que depois de um soco daqueles o homem revidaria, porém ele o fez, desferindo um soco ligeiro contra Jimin, que fez parecer ridiculamente fácil esquivar-se. Com uma surpreendente agilidade, Jimin devolveu o ataque com uma joelhada no estômago daquela pessoa que até o momento eu ainda não sabia quem era. O homem encolheu-se em resposta do golpe, cobrindo a barriga com as duas mãos e contorcendo o próprio rosto em uma careta de dor.
- Você não parece tão alto agora. - Insatisfeito, Jimin agarrou os cabelos do homem á sua frente com uma das mãos e empurrou sua cabeça mais para baixo, forçando-o a curvar-se ainda mais. - Assim está melhor.
Vendo toda aquela cena, o chão manchado de sangue, a confusão pairando no ar e aquele som alto de música vindo da boate me traziam uma nostalgia cruel. Quando dei por mim eu estava vomitando uma segunda vez.
- Jungkook, volta pro carro agora, você não está bem. Me espera lá. - Jimin pôs as chaves na minha mão e me encarou de forma que deixava bem claro que aquilo era uma ordem.
- Aqui parece perigoso, não quero te deixar sozinho. - Insisti, mesmo sabendo que era bobo da minha parte.
Jimin, não me respondeu diretamente, apenas deu um chute bem dado no homem encolhido o qual era dono do sangue que sujava o chão derrubando-o sem jeito no asfalto, então lançou-me um olhar que sugeria “eu pareço indefeso para você?”. Hesitei, porém acabei obedecendo e voltando pro carro estacionado na rua antes do local onde a boate ficava.
Tranquei a porta, suspirei pesadamente, fechei os olhos, mordi meu lábio inferior, escondi minha cabeça entre meus joelhos e desejei com todas as minhas forças para que aquela noite acabasse bem.
Narrador P.O.V
- Parece que somos só eu você. - Jimin falou agarrando a gola da camisa do cara mais velho por trás, arrastando-o como um saco de lixo para um canto ainda mais escuro daquele beco mal iluminado. - Escuta aqui, eu vou te fazer algumas perguntas,para cada uma mal respondida é um chute nas suas bolas e se você não quiser ser castrado eu te aconselho cooperar.
Park Jimin nunca foi uma boa pessoa, seja lá o que isso queira dizer. Ele era rude, egoísta, impaciente, possessivo, arrogante e agressivo. Sim, Park Jimin estava tendo um dia ruim, o que para alguém como ele significava encarnar o papel do diabo em si.
- O rapaz que estava aqui comigo, porque você o chamou de Min Yoongi? - Perguntou largando o homem de qualquer forma no canto daquela parede imunda, atrás da lixeira.
- É, é o nome d-dele. - Respondeu gaguejando, tinha certas dificuldades para falar.
- De onde o conhece? - O interrogatório continuou, assim que percebeu que o homem mais velho demorava a responder Jimin o cutucou na cara com a ponta dos sapatos chiques. - De onde o conhece?
- Vai se ferrar! Por acaso ele é a sua vadia? Pergunta pra ele!
Jimin lambeu os lábios e assentiu com a cabeça como se dissesse “então vai ser assim?”. Sem um pingo de misericórdia que pudesse ser vista a olhos nús, pisou com a força que podia entre as pernas do cara, arrancando do mesmo um grito rosnado.
- Pensei melhor, eu vou continuar esmagando o seu pau até você me dar as respostas que eu quero. - Jimin empinou o nariz e um sádico sorriso surgiu desenhado em seu rosto, em seguida pisando com mais força.
- PORRA! - Gritou o homem sem poder fazer nada, agora chorando feito um bebê. - O pirralho filho da puta roubou do meu chefe uma vez.
- Roubou o quê? - Perguntou ainda sem aliviar sequer um pouco a pressão entre as pernas do homem contorcendo-se de dor.
- D-dinheiro, d-drogas. - Respondeu com a respiração pesada e forte. - Acho que até uns frascos shampoo ele roubou, sei lá, meu chefe estava puto.
- Mas que caralho, você não fala nada com nada. - Jimin suspirou frustrado, então se afastou, deixando que o homem respirasse. - Explique melhor.
- Não entendo porque você não interroga o seu amiguinho ao invés de ficar me enchendo. - O ser humano ainda teve a coragem de dizer isso à Jimin.
- Ele não se lembra de nada. - Respondeu semicerrando os olhos, parecia querer tentar ler os pensamentos do cara.
Para a surpresa de Jimin, o vagabundo começou a rir baixo e contidamente, por causa da dor em seu abdômen não poderia rir alto demais nem se quisesse.
- Por que não estou surpreso com isso? - O homem disse sarcástico. - A gente deixou ele tão drogado que era pra ele ter morrido de overdose. A verdadeira surpresa é que ele está vivo.
- Seu desgraçado. - Os olhos de Jimin acenderam com uma chama, seu peito apertou em ouvir aquelas palavras e a raiva lhe consumiu.
Chutou e chutou aquele homem caído no chão até não poder mais entre um xingamento e outro. Tinha tanto ódio, tanto medo, tanta agonia ocultada em seu coração, Jimin não aguentava mais aquilo. Desde que conheceu Jungkook, Min Yoongi ou o que seja, ele conheceu um novo lado bom da vida que nunca tinha de fato experimentado antes, só que tudo isso poderia ir por água abaixo e se isso acontecesse, Jimin não tinha certeza o que lhe aconteceria. Não tinha certeza se seu coração sobreviveria à uma verdade indesejada. Portanto somente parou de agredir aquele homem nojento quando sentiu-se demasiadamente cansado para continuar chutando-lhe.
Quando acalmou-se, percebeu que o cara já estava desacordado. No susto apressou-se para checar seu pulso e respiração, felizmente ou infelizmente o homem não estava morto, porém poderia logo estar se não fosse atendido por uma ambulância.
- Droga. - Praguejou Jimin, atrapalhando-se um pouco, procurando nos bolsos do homem o celular dele. Logo que encontrou o telefone no bolso esquerdo da calça do cara, usou-o para chamar a emergência, logo depois jogando de volta o aparelho para o cara jogado no chão.
Assim que Jimin se virou para retirar-se daquele lugar imundo e retornar ao carro congelou-se por completo, Jungkook estava parado bem ali na sua frente, tremendo, um tanto quanto encolhido e assustado.
- Pensei ter mandado você esperar no carro. - Disse o mais velho depois de se recuperar do choque, tentou agir normalmente, na esperança que o rapaz não tivesse visto o que tinha acontecido há poucos segundo atrás.
- Eu esperei, só que você estava demorando e eu… - O garoto não conseguiu finalizar a frase.
- Quando vai aprender a ser mais obediente? - Jimin passou os dedos pelos cabelos e se aproximou do mais novo, que em resposta recuou um pouco para trás. - Você viu, não viu? - Jimin perguntou engolindo em seco, fitando os próprios sapatos sujos de sangue ainda não coagulado.
O garoto com receio, demorou um pouco para falar alguma coisa, esperou o silêncio se tornar ainda mais constrangedor antes de responder ao mais velho.
- Do que você está falando? Eu acabei de chegar. - Disse mentindo, logo coçou a nuca, aproximando-se devagarinho de Jimin. - Vamos para casa agora, por favor? - Enlaçou os braços no pescoço do mais velho com carinho.
- Sim, vamos.
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