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História Savior angel - The angel is you


Escrita por: Joisilly

Capítulo 4 - The angel is you


Law caminhava pela casa observando os objetos estranhos mais uma vez. Luffy já havia explicado sobre eles, mas ele não havia assimilado tudo, porém os achava interessante.

Era estranho estar ali, apesar de confortável. Luffy disse que ele poderia ficar o tempo que quisesse e ele não tinha muitas opções no momento, se não aceitar. Ainda mais que, mesmo se encontrasse um meio de voltar ao seu mundo, ele acabaria morto.

Seus olhos percorreram por um livro que havia lido a pouco. Falava sobre anjos, criaturas puras e divinas, cheias de bondade, uma imensa capacidade de perdão, e uma aura áurea. O que não passava de mentiras. Anjos não são criaturas majestosas provindas de uma divindade, são apenas uma raça, como todos os místicos, apesar que a primícias de suas existências fosse que possuíssem – ou devessem possuir – alma pura capaz de ajudar a curar todos os seres e se conectar à natureza.

Pensar nisso era triste e doloroso, pois ele não possuía mais nenhuma dessas capacidades, não havia mais nada que o tornasse um anjo, nem os verdadeiros ou os contados nas histórias daquele livro. Tudo havia sido arrancado de si e agora ele nem sabia o que era, ele estava perdido e sem rumo.

– Ah, Tral! Que bom que você já está conseguindo andar melhor. - Se assustou com a voz de Luffy, estava tão distraído que não o ouviu chegar.

– Sim, talvez seja porque o tempo aqui passa consideravelmente mais rápido. - Novamente viu aquele brilho incomum de curiosidade no olhar do outro. Sempre que ele citava sobre as diferenças entre os dois mundos via Luffy ficar curioso, mas não perguntava nada, era estranho visto que ele já fizera perguntas bastantes pessoais e comprometedoras, como se ele fazia cocô, por exemplo, porém ele não perguntava nada sobre o assunto e julgava que ele entendesse que aquele não era um assunto ao qual estava confortável para falar, ao menos não ainda. Ele admirava a empatia e compreensão do garoto. – Você chegou mais cedo que o habitual.

– Ah, sim. Hoje eu só preciso fazer uma revisão rápida e estou livre, ainda bem que a semana de provas acabou. - Jogou os pertences sobre o sofá retirando a camisa, se encaminhando para o quarto para um banho.

Law desviou os olhos do garoto. Por mais que já estivesse há mais de duas semanas em sua companhia, por alguma razão, ainda se sentia desconfortável com a ausência de vestimentas do menor. Alguns místicos andavam nus, mas ele nunca se importou, Luffy também o vira assim no dia que guardou suas asas pela primeira vez, porém sentia algo estranho ao observar ele daquela forma, se sentia a profanar algo e seu rosto esquentava enquanto seu interior se agitava.

Após alguns minutos ouviu o som da água e esperou pela volta do menor no sofá. Ele não tardou em chegar com alguns livros e uma careta desgostosa na face. Era bem evidente a falta de interesse que ele tinha, mas por alguma razão estava se empenhando em fazer aquilo. Law se perguntava qual seria, porém não iria ser invasivo, afinal não era da sua conta.

– O que você faz é tão difícil assim? - Perguntou observando alguns livros que estavam abertos.

– Não, na verdade é até que de boa, a parte prática pelo menos. Essa parte é chata, mas está mais complicado porque eu acumulei muita coisa. - Law tentava entender o que o outro queria dizer, mas ainda não compreendia totalmente como as coisas funcionavam naquele mundo. – Eu destranquei minha matrícula, mas eu estive afastado por dois anos, então estou tendo que rever tudo que já estudei mais os novos conteúdos.

– Você está tentando retomar sua rotina antiga. - Law constatou. Era por isso que ele estava fazendo algo que claramente não gostava, porém ele estava forçando aquilo. Não era voltando a fazer algo que ele praticava antes que as coisas, necessariamente, voltariam a ser como eram antes. Seja lá o que mudou e o fez se afastar, causou alguma mudança nele, mas as coisas não seriam como antes apenas por retomar uma rotina. – Sabe que isso não vai fazer as coisas serem como era, certo?

– Mas não custa tentar, certo? - Rebateu com um sorriso fraco e cansado. Ele precisava ao menos tentar fazer com que sua vida funcionasse como antes, ele precisava se sentir como antes.

Não era do feitio de Law se intrometer na vida dos outros, além de que ele mesmo não havia dito sobre o seu passado, então não tinha o direito e nem iria se interpor sobre a vida dele, mesmo que, curiosamente, estivesse interessado.

– Eu estou com fome, acho que vou preparar algo para comermos. Eu até que tenho gostado de cozinhar. ‐ Law sentiu o desespero lhe invadir com aquela frase. Ele acreditava que as comidas humanas só eram ruins mesmo, mas teve uma agradável surpresa ao descobrir que não quando Luffy comprou algumas comidas preparadas por outras pessoas – apesar de haver alguns alimentos mais horríveis que os preparados por Luffy.

– Espera! - Law se levantou rapidamente ainda sentindo uma dor em suas costas. – Porra... Espera aí, Luffy-ya.

– Hm? - Luffy perguntou ao ver o outro atrás de si.

– Você não disse que ia trazer outras coisas para eu experimentar?

– Ah, é verdade! Eu vou pedir pizza! Você vai ver o quanto é gostoso, só não é melhor que carne, mas eu vou pedir de carne seca, calabresa, frango... ‐ Law suspirou aliviado, a comida de Luffy era comestível, até porque ele tinha que sobreviver de alguma forma morando sozinho, porém o gosto não era dos melhores e se havia outras alternativas, ele com certeza optaria por elas.

Luffy fez o pedido por telefone e voltou a se sentar em um dos sofás, enquanto Law sentava no outro.

– Eu soube que eles nem estão investigando a morte daquele cara. Qual era o nome mesmo? - O Monkey tentou se lembrar do que ouvira falar pela vizinhança. – Acho que era Vesgo ou algo assim.

– Vergo. - Corrigiu. – Mas por que não estão investigando?

– Parece que ele tinha diversas passagens por roubo, porte ilegal de armas e era suspeito de assassinatos. A polícia não liga realmente para quando pessoas que atrapalhavam seus serviços são mortos. Além do mais, há uma máfia que age pela região, as mortes desses caras "pequenos" no meio disso tudo são recorrentes.

– Como você sabe disso?

– Qualquer um que vive por aqui sabe, Tral. Eles nem fazem questão de esconder sobre isso.

– Entendi. - Por algum motivo parecia que ele sabia mais do que estava dizendo, mas ele falaria se quisesse.

– O que você esteve fazendo o dia todo? - Perguntou espreguiçando-se.

– Li alguns livros e observei alguns dos objetos que você mostrou. - Apoiou a cabeça em uma das mãos que estava sobre o encosto do sofá.

– Que chato, você não fez nada de legal o dia todo. - Luffy fez uma careta.

– Não há muito que eu possa fazer aqui. - Luffy se sentiu estranho sobre aquilo. Law era de outro mundo e estava ali agora, mas não conhecia praticamente nada, só vivia dentro daqueles cômodos sem nada para fazer. Ele definitivamente não gostava daquilo, ele já havia guardado suas asas – algo que incomodou muito Luffy – e agora apenas vivia em alguns cômodos pequenos.

Aquilo parecia algo sufocante. Ele estava sendo privado e se privando da liberdade. Luffy sempre acreditou que a liberdade era a melhor coisa do mundo e que todos devessem possuía-la sempre, alguém como Law, que Luffy imaginava gozar da mais pura liberdade com aquelas asas, deveria estar se sentindo muito mais aprisionado.

Mas ainda assim, ele não queria voltar a frequentar certos lugares. Sua mente insistia em lhe dizer que ele não aguentaria e voltaria a colapsar.

Olhou novamente para Law mordendo o lábio inferior e se viu no lugar dele, não queria se sentir daquela forma. Talvez ele pudesse tentar, ir com calma e em algum lugar que não fosse tão torturante ou lhe causasse um gatilho.

– Quando você estiver se recuperado nós vamos sair para um passeio. Vou te mostrar a cidade. ‐ Decidiu com um sorriso animado. Já fazia mesmo um tempo que ele não saia apenas para a faculdade, suas consultas com Rayleigh ou comprar comida. Poderia mostrar seus lugares favoritos para Law e quem sabe ele também não compartilhava sobre o lugar de onde ele era? – Eu posso te apresentar para os meus amigos também, tenho certeza que o pessoal vai gostar de te conhecer e saber o que você é.

– Não precisa se preocupar comigo, não quero te atrapalhar. ‐ Law estranhou a animação repetida do menor, às vezes ele tinha uma virada de humor bastante peculiar. De toda forma, Luffy não tinha o costume de sair para muitos lugares e independente dos motivos que ele tinha para isso, não queria que ele fizesse algo que o incomodaria por si. – E eu ainda não quero que outros humanos saibam sobre mim, ainda não, pelo menos.

– Não vai ser problema, Tral. Se eu ofereci é porque eu quero fazer isso. - Fez um pequeno bico nos lábios. Law apreciou o gesto do garoto de se importar mais consigo do que com ele mesmo, mas ele já estava fazendo muito por si. – Sobre o pessoal tudo bem, mesmo que eu quisesse que eles soubessem.

Antes que Law pudesse responder o som da campainha ecoou fazendo o menor rapidamente levantar animado. Voltou com cinco caixas de pizzas e as colocou sobre a mesa de centro na sala. Law observou a felicidade genuína e o brilho nos olhos do garoto ao falar de cada sabor do alimento.

– Vai dizer que você não gostou também? - Perguntou exasperado enquanto o outro fazia uma careta.

– Essa massa me lembra àquela outra.

– Massa de pizza não tem nada a ver com pão, Tral! - Observou indignado o outro, tudo bem não gostar de pão, agora de pizza? De carne ainda por cima!? – Se você não for comer me dê então que eu como com muito prazer.

– Eu não disse que não ia comer. - Se afastou do outro quando ele avançou sobre si no sofá. – Você parece um dragão místico, eu diria que come até mais que um, pelo seu tamanho.

– Espera, dragões existem mesmo? Você já viu um? - Luffy parou de tentar roubar o pedaço de pizza das mãos tatuadas e sentou direito no sofá.

– Sim. - Observou mais uma vez aquele brilho curioso nos grandes ônix. Talvez não fosse mal contar um pouco para ele. – Eles existem.

– Incrível! E eles soltam fogos? - Law riu nasalado com a animação do outro, ele parecia uma criança descobrindo sobre o mundo.

– Alguns. Eles podem ser elementais, cada um com um elemento da natureza, assim como os magos elementais, eles costumam serem amigos também.

A cada pequeno detalhe que Law contava Luffy vibrava ainda mais em animação. A conversa seguiu tão leve que ambos nem viram o tempo passar.

– Acho melhor guardamos todas essas coisas, não acha, Luffy-ya...? - Se voltou ao pequeno, mas ele estava adormecido com a face encostado no sofá.

Law suspirou arrumando o corpo dele para ficar mais confortável e se pôs a guardar os objetos espalhados. Juntou os materiais e livros os devolvendo à mochila do garoto e levou as caixas vazias para a cozinha, limpando como pôde a sala onde estavam.

Se aproximou do garoto adormecido para levá-lo ao quarto, porém parou observando a face adormecida. Fechou seus olhos se concentrando e quando os abriu suas orbes douradas brilhavam.

Law sentiu mais uma vez aquele aura pura envolta do garoto e a apreciou nostálgico. Em toda sua vida só sentira aura como aquela nas duas pessoas que mais amou em sua vida, e por mais que as lembranças fossem dolorosas, ainda eram belas. Mas havia algo mais em Luffy, ela era muito mais brilhante e intensa que todas as outras, sem dúvidas era a mais bela e cativante que já vira em toda sua existência.

Seus olhos percorreram não só pela aura, mas também pelo rosto adorável do garoto. Ele possuía uma feição tão doce e inocente, com traços delicados e bonitos que era quase hipnotizante. Aproximou sua mão hesitante da bela face e a acariciou levemente ouvindo a respiração pesada.

Ele havia ficado confuso e receoso quando acordou naquele dia, pois não podia se deixar levar pela emoção que aquela aura o causou no dia que o viu pela primeira vez, no entanto era inegável que ele era uma pessoa incomum. Não havia maldade ou malícia em seu olhar ou suas ações, apenas inocência, mesmo com um brilho triste e sombrio pairando ao seu redor algumas vezes.

Talvez fosse pouco tempo para o menor, mas o tempo corria de outra maneira para Law, era muito mais rápido. Ele sabia observar os mínimos detalhes de alguém e ele só podia concluir que Luffy era uma pessoa bondosa. Ele não buscava enxergar o mau nas pessoas, ele buscava o bem e o via quando ninguém via, ele não julgava, ele aceitava, mesmo que pudesse estar errado ou se colocando em perigo. Ele não via problema algum em confiar, ele era puro.

Seus olhos observaram encantados aquele brilho reluzente ao redor dele, ele era repleto de luz. Como nos livros que havia lido mais cedo. Ele já havia perdido a esperança na bondade das pessoas, mas Luffy estava indo contra todas as suas expectativas.

– Para mim, o anjo é você.

Eu sei que você acha que o seu fogo está queimando

Mas eu ainda te vejo brilhando

Você tem isso em você


Notas Finais


Eles estão bem boiolinhas, não? Kkkk eu amo deixar eles assim um pelo outro

Eu esqueci antes, mas o nome da música é "Got it in you"

Obrigada por ler 💕


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