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História Say that you Love me - Café amargo


Escrita por: Jourle-san

Notas do Autor


Obrigada pelos 'views' no último cap :3 s2s2s2s2
trago mais um cap que fiz com love ahshsuss
me diverti mt :3
espero que gostem assim como eu gostei
enfim, boa leitura!

Capítulo 16 - Café amargo


Fanfic / Fanfiction Say that you Love me - Café amargo

- Você bebeu antes de vir para a escola, Miguel? - o asiático inquiriu, olhando para o rosto do amigo. Ele fez que não com a cabeça, e Hiro suspirou pesadamente, fazendo a franja lisa subir. - Talvez você esteja com febre, e por isso está delirando. Sim, só pode ser isso.

- Eu não estou com febre. - afirmou Miguel, sentando-se em uma cadeira.

O vice-representante estava surpreso com a reação do colega. Perguntava-se o por quê dele estar agindo daquela forma. Era realmente difícil de acreditar que ele amava a sua querida prima? Miguel tinha que concordar que estava bêbado e delirando, mas era de amor pela miúda.

- Tem certeza? - Hiro colocou a mão na testa dele e depois na bochecha. Estava aparentemente normal.

- Você está medindo da forma errada. - Miguel colocou uma mão em sua testa e a outra na testa dele. Sentiu calor, mas confirmou que suas suspeitas estavam corretas. - Parece que a minha temperatura está normal. - ele sorriu e abaixou a mão logo em seguida.

- Então, você deve estar enfeitiçad...

- Não, eu não estou enfeitiçado. - ele interrompeu-o com uma careta de desdém. O vice-representante ficou surpreso depois de Henry ter explicado o motivo do garoto achar que ele estava enfeitiçado. - É tão difícil acreditar que eu amo a Anne?

- Sim. - falou Henry, que soltou um risinho logo em seguida.

- Eu não sei o que é pior: a Anne ser sua prima ou você gostar dela. - falou Hiroshi em um tom natural.

- Não seja tão malvado comigo, Hiro. Sei que é difícil acreditar nisso, mas estou dizendo a verdade. Eu gosto dela. - ele esboçou um sorriso bobo. - Anne é uma garota diferente das outras. Ela é especial.

- Por que você gosta tanto assim dela? - Hiro questionou, tombando a cabeça para o lado. - Semana passada, ouvi ela te xingar de micróbio.

- Eu sei que Anne me xingou, mas é assim que ela demonstra carinho. Ela não é incrível? - Miguel sorriu. O sorriso meio largo, meio bobo e sincero.

"Ele é um masoquista." - pensou Hiro, que balançou a cabeça negativamente. Realmente não estava acreditando naquilo. O asiático tinha quase certeza que o seu amigo estava enfeitiçado, mas quando olhou para ele, sentado na pequena cadeira, sorrindo como uma criancinha apaixonada, teve a mais plena certeza disso.

Miguel era alto, tinha cabelos castanhos escuros. Dava para notar que ele era um rapaz sério e amigável. Seus olhos eram escuros e fixavam-se nos olhos de todas as pessoas que ele conversava. Era um exímio líder respeitado por todos. E um completo bobo, quando se tratava de sua amada prima.

- Você deve gostar muito dela, não é mesmo? - Henry disse.

- Sim. - sorriu mais uma vez. - Anne e eu crescemos juntos. Ela sempre foi tão destemida e inteligente, enquanto eu não sabia de nada. Às vezes ela me explicava algo e seus olhos brilhavam de alegria, eu fingia que entendia e ficava admirando-a. Resumindo, eu estava completamente apaixonado e não sabia o que fazer, muito menos falar. Os anos foram passando e meu amor por ela cresceu cada vez mais. Sempre estávamos juntos, mas nunca tive coragem de declarar-me. Quando Anne mudou-se para Ninelie com os meus tios, passei a sonhar todas as noites com ela.

- Você deve ter sofrido bastante. - disse o loiro, notando o olhar tristonho do grandalhão. - Na verdade, você ainda deve sofrer por esconder isso dela. - concluiu, e Miguel afirmou com um gesto de cabeça.

- Obrigado por me ouvirem. - ele falou em um tom baixo. - Mas não é apenas isso, eu também quero contar o sonho que tive ontem com ela.

- Eu definitivamente não quero ouvir o sonho pervertido que teve com Anne. - o asiático rebateu.

- N-não é nada pervertido. - retrucou, e Henry interrompeu dizendo: "Conte logo, agora fiquei curioso." Miguel estava um pouco hesitante, mas prosseguiu. - N-nós nos beijamos como de costume. - suas bochechas coraram como se acabasse de levar um tapa em cada uma delas. E os seus colegas de classe ouviam atentamente cada palavra que ele proferia. - Tudo estava perfeito, porém um garoto apareceu de repente e a roubou dos meus braços. Ele a beijou e disse que eu não a merecia, e logo em seguida acordei desse sonho que tornou-se um pesadelo. Aquele desgraçado de uma figa. Se eu encontrá-lo, sou capaz de matá-lo com as minhas próprias mãos. - ele cerrou os punhos com tanta força que os dedos se tornaram vermelhos.

Henry riu baixinho da reação do rapaz. Não acreditava que Miguel estava com ciúmes de alguém que nunca viu e provavelmente nunca verá.

- Isso foi apenas um sonho. - afirmou Hiroshi. - Além do mais, ninguém seria louco de gostar da Anne, apenas você.

- Veja pelo lado bom, Miguel, você não terá concorrentes. - disse o loiro.

Hiro e Henry se entreolharam e riram.

- Acho que isso é bom. - disse o vice-representante. E foi quando os garotos pararam de rir e olharam para Miguel que estava sério. - Vocês não a conhecem como eu conheço. Anne se esconde atrás dessa personalidade difícil de lidar, mas no fundo é uma garota gentil e doce. - seus olhos brilharam e suas bochechas coraram mais uma vez. - Depois daquele pesadelo horrível que tive, eu tomei uma decisão e quero que vocês me ajudem.

- É por isso que você nos chamou? - inquiriu Henry, e o colega balançou a cabeça, fazendo que sim. - Deixe-me adivinhar. Você quer que a gente te ajude a declarar-se para ela?

- Eu sei que estou sendo egoísta, e o que fiz ontem não tem perdão, mas vocês são os únicos que podem me ajudar nisso.

- Não há nada para se perdoar, Miguel. - disse Henry. - Você ficou ao lado da pessoa que ama, então está tudo bem. - sorriu gentilmente, e o grandalhão retribuiu.

Miguel olhou bem nos olhos de Hiro, e perguntou:

- Hiro, você poderia me perdoar? Você me perdoa por ter insistido com aquela limpeza coletiva e que, certamente, deve ter te chateado e por ter sido um traidor? Você pode me perdoar?

O asiático soltou um suspiro resignado, e respondeu: 

- Sim, Miguel, eu posso. - falou, e o rapaz rapidamente levantou-se da cadeira e lhe deu um abraço de urso. Hiroshi recuou, sorrindo. - Calma aí Sr. apressado, eu posso perdoá-lo, mas com uma condição.

- Qual? - arqueou as sobrancelhas, fitando-o.

- Você é vice-representante de classe, e com certeza deve ter acesso a todos os lugares desta escola. - falou, e Miguel balançou a cabeça, fazendo que sim. - Para ser mais claro, quero que você dê-me a chave da sala dos professores.

- O que você vai fazer com isso? - Miguel perguntou, fitando-o com certo receio.

- Cuide dos seus assuntos, caro amigo. E eu cuido dos meus. - ele exibiu um sorriso e seus olhinhos ficaram fechadinhos como de costume. - Então, você tem a chave? - questionou, e Miguel rapidamente tirou o objeto metálico do bolso e entregou para o garoto que sorriu de uma forma um tanto diabólica. - Eu sempre soube que você era um garoto esperto, Miguel. - ele deu-lhe um abraço apertado e o garoto animou-se.

- Prometo que nunca mais irei trair a sua confiança. - ele afastou-se, e ambos sorriram como crianças.

- Não se preocupe com isso, meu chapa. - afirmou Hiroshi. - Se eu estivesse no seu lugar, faria o mesmo.

Henry riu.

- Você acha que eu tenho chance com a Anne? - ele baixou o olhar, sentindo-se envergonhado e inseguro. - Para ser sincero, eu não sou tão bonito. Acho que ela não se interessaria por mim.

- Não seja tão pessimista, Miguel. - o asiático deu-lhe uma palmadinha no ombro.

- Só de imaginar que ela poderia ficar com outra pessoa, o meu coração dói. - ele afirmou com seu rosto tomado pela tristeza. - Eu não posso viver sem ela, Hiro.

- E nem precisa, Miguel. - retorquiu Hiroshi. - Eu conheço um pouco sobre as garotas, e tenho certeza que ela está pensando em você. Talvez esteja até te procurando nesse exato momento.

- Você acha mesmo? - Miguel encolheu os ombros, sorrindo tímido.

- Vamos lá, seja mais seguro de si. - disse Henry, olhando-o. O acastanhado sorriu sem jeito e ficou feliz pelo apoio que os seus amigos estavam lhe dando.

- E se Anne te rejeitar, quem vai sair perdendo será ela. - afirmou o asiático, e o vice-representante o encarou como se estivesse dizendo: "Então, há uma probabilidade dela me rejeitar?" - Porém isso não irá acontecer, porque eu tenho um plano infalível.

- Sério? Qual? - os olhos de Miguel brilharam por um segundo.

- Não é necessariamente um plano, e sim uma cantada. - ele falou com animação na voz, e fitou o grandalhão que parecia estar apreensivo. Hiro aproximou-se dele, sussurrou algo em seu ouvido e certificou-se de que ninguém mais ouvisse. Enquanto isso, Henry estava morrendo de curiosidade para saber o que era. - O meu tataravô conquistou a minha tataravó com essa cantada. É passada de geração em geração. - afirmou ele, afastando-se do acastanhado.

- Você acha mesmo que vai funcionar? - questionou Miguel, fitando-o.

- O meu pai usou essa cantada com a minha mãe, e foi por isso que eu nasci. - ele exibiu um sorriso. - É claro que vai funcionar.

- Tudo bem. - ele sorriu minimamente. - Eu posso enviar isso por mensagem e...

- Negativo. - ele o interrompeu.

- Tens razão. Seria melhor escrever uma carta. É mais romântico.

- Você deve declarar-se pessoalmente e não através de torpedos ou uma carta clichê, Miguel. - retrucou ele.

- Hiro tem toda razão. - disse o loiro, e os dois garotos o encararam. Henry estava em pé em frente à janela, olhando para fora. - E acho que este é o momento perfeito, Miguel. - falou ele, mirando a polegarzinha parada em frente de uma máquina automática.

Hiroshi aproximou-se da janela, e avistou Anne distraidamente escolhendo alguma bebida.

- Ali está a sua prima, Miguel. - ele apontou para a garota. - Chegou a hora, vamos colocar o plano em prática. - ele virou-se para o rapaz e sorriu.

- Mas eu não estou preparado psicologicamente e nem emocionalmente.

- Apenas diga o que sente, e se não funcionar, use a cantada. - Hiroshi fez “joinha” com os dedos e sorriu.

Miguel engoliu seco. Sentia-se tão nervoso como uma criança no seu primeiro dia de aula. Na verdade, muito mais. Há alguns anos atrás, teria sabido como lidar com sua prima ou, pelo menos, deveria ter tentado. Borboletas começaram a surgir no seu estômago e as suas mãos estavam suando. Era a primeira vez que iria declarar-se para uma garota, mas não era uma simples moça. Era a doce, 'gentil' e fascinante Anne. Não se podia negar que tinha coragem e audácia.

- Tudo bem. - disse o vice-representante. - Eu vou.

Miguel saiu com os seus colegas da biblioteca ainda sem saber exatamente o que iria falar para a baixinha. Na saída da escola, ele parou e respirou fundo.

- Henry e eu estaremos escondidos, dando apoio moral para você. - disse Hiro, que deu um sorrisinho gentil.

- Obrigado. - sorriu para ambos. - Você não tem nenhuma dica para me dar, Henry? - perguntou, encarando o loiro.

- Desculpe, eu não sou muito bom com esse tipo de coisa. - admitiu e soltou um riso anasalado. Henry estava de mãos atadas. Não poderia ajudar o colega, sendo que estava na mesma situação.

Depois de alguns segundos tentando criar mais um pouco de coragem, Miguel foi ao encontro da polegarzinha. Enquanto Hiro e Henry se esconderam atrás de uma moita, a certa distância dos representantes de sua classe.

- Fico feliz que você e Miguel tenham se reconciliado. - comentou, e Hiro respondeu: "Eu também" e sorriu. - Ele está transparecendo nervosismo.

- De fato. - disse o asiático, olhando para o acastanhado andando meio atrapalhado. - Eu ainda não estou acreditando que ele realmente vai se declarar para ela. - Hiroshi soltou um risinho de deboche.

- Miguel está indo porque você deu bastante confiança para ele. - retorquiu Henry.

- É isso que os verdadeiros amigos fazem. - completou Hiro. - Para ser sincero, eu acho que Anne vai dar um belo fora nele.

- Então, você levou ele para a forca. - retrucou, e de repente o loiro viu Hiro sorrir de uma maneira estranha. - Tens uma mente perversa, sabia? -  ele meneou a cabeça negativamente em desaprovação. No fundo, ele sabia que isso iria acontecer. A polegarzinha iria rejeitar o rapaz sem mais nem menos. E Henry começara a pensar que Lyan poderia fazer o mesmo consigo.

- Eu apenas instiguei o seu desejo de se declarar para a anã de jardim e nada mais. - rebateu ele. - Como eu havia dito, é isso que os amigos fazem. Ele está morrendo de medo e nervosismo, mas acho que tudo vai dar certo. E se ela rejeitá-lo, estaremos aqui para consolar o coração partido dele. - Hiroshi deu um leve sorriso de lado.

- Eu sei, mas e se...

- Shh... - sussurrou. - Eu quero ouvir o que eles vão falar.

Henry virou o rosto e viu Miguel aproximando-se de Anne. O acastanhado não hesitou. Sentiu as pernas trémulas a cada passo dado, e era por um motivo especial. Parou à frente dela e abaixou o olhar para encará-la.

- Anne, - ele esboçou um sorriso. - como você está?

- Que tipo de pergunta é essa? - inquiriu, enquanto procurava dinheiro para comprar uma bebida na máquina. - Onde esteve todo esse tempo? - disse, sem olhá-lo no rosto.

- Você está bonita hoje. - ele passou os olhos pelo corpo dela. - Quer dizer, você sempre está bonita.

- Que diabos você está falando, Miguel? - ela fez uma careta achando tudo aquilo estranho. - Você bebeu antes de vir para a escola?

De longe, Hiro deu uma risadinha.

- Claro que não. - retrucou.

- Eu estava pensando em você. Na verdade, estive te procurando por toda a escola. - disse Anne, que colocou o dinheiro na máquina automática e depois de alguns segundos, retirou a sua bebida preferida. - Onde esteve? - voltou a perguntar.

- Eu estava na biblioteca. V-você estava pensando em mim? - suas bochechas ficaram rosadas.

- Sim. - Anne deu um pequeno gole na bebida e fez uma careta. Miguel achou tão lindo e fofo. - Eu estou precisando da sua ajuda para controlar a vice-presidenta do nosso clube de jornalismo. - disse ela, olhando para ele.

- Horóscopo?

- Sim. - ela não apenas fez careta novamente em seu segundo gole, como também ofereceu para o vice-representante. - Ela insiste em colocar aquele maldito horóscopo nos artigos. Quem diabos iria querer saber sobre signos?

Miguel riu baixinho, deu um gole na bebida e depois cuspiu no chão.

- Que gosto horrível. - falou, e Anne rapidamente tomou a lata de sua mão. - É café amargo.

- Quer dizer que na sua opinião, a minha bebida favorita é ruim? - a baixinha deu outro gole e fez uma careta para Miguel.

O rapaz se perguntava como era possível alguém na face da terra gostar da tal bebida. Céus, como era horrível.

- Tem um gosto muito amargo. - disse o acastanhado.

- Isso é bom. - ela deu o último gole, e saboreou o gosto azedo. Depois, jogou a lata no cesto de lixo, que ficava ao lado da máquina. - Vamos para o clube, afinal, eu preciso da sua ajuda para resolver esse problema.

- Anne, eu preciso te dizer algo importante.

O clima em Ninelie estava agradável, mas para Miguel fazia muito calor. Ou talvez fosse ele que estivesse nervoso, pensou consigo.

- Quando chegarmos lá, você poderá me contar.

Naquele momento, ele abaixou o olhar e os seus olhos encontraram-se, o brilho que viu reflectido no seu olhar fez com que ela se sentisse estranha, mas também sentiu uma adrenalina repentina surgir no seu corpo.

- Eu preciso te dizer algo aqui e agora, Anne. Não posso me segurar mais.

- Você quer ir ao banheiro?

- N-não é isso.

- Você tem certeza que não bebeu? - Anne parecia preocupada, com aqueles olhos castanhos olhando para ela. - Você está dizendo coisas sem sentido algum, Miguel.

- E-eu gost...

- Você está suando frio. - ela estendeu a mão e tocou-lhe o rosto, olhando para os seus olhos escuros. - Acho que o clima de Ninelie não está te fazendo bem. - disse, e quando afastou sua mão, Miguel rapidamente segurou-lhe o pulso. A baixinha o encarou, tentando entender o que ele acabara de fazer.

- Você sabe que eu não gosto do clima desta cidade. - afirmou Miguel, olhando-a. - Eu me mudei para cá por sua causa.

- Sempre pensei que você tinha se mudado para Ninelie por causa da escola.

- Nesta cidade há várias instituições e eu escolhi estudar justo nessa por você, Anne. - disse o vice-representante seriamente.

- É uma escolha óbvia. - a polegarzinha continuou. - Eu sou sua única parente nesta cidade, a única pessoa que você conhece há anos. Então, obviamente estudaríamos na mesma escola e por acaso até na mesma sala. És o vice-representante da nossa classe e eu a representante. Que incrível coincidência, não acha?

- Sabes perfeitamente que eu não gosto de ser vice-representante de classe.

- Então, por que se candidatou? - perguntou ela, perdendo a paciência.

- Porque eu queria ficar mais ao seu lado.

Anne abriu a boca, respirou fundo e tentou entender o que estava acontecendo. Não era comum a representante ficar sem palavras, mas estava agora. Ela queria ignorá-lo e voltar para o clube, mas sabia que não serviria de nada porque ele não a deixaria ir. Além do mais, a sua paciência já estava esgotando.

- Diga o que você quer e deixe-me ir embora.

- Eu quero o seu amor.

Ela corou perante tal confissão e ele sentiu um nó no estômago. Não se lembrara da última vez que a tinha visto ficar vermelha. Talvez tal acontecimento, tenha sido no décimo aniversário dela, na qual Miguel deu-lhe um urso de pelúcia como presente. Se recordara que a miúda havia ficado tão feliz naquele dia.

- O que você está dizendo? - ela riu. Mas, por dentro, estava tremendo. Ninguém jamais lhe dissera algo assim. Francamente, ninguém se atrevera, exceto o seu primo. - Solte-me, seu micróbio. - exigiu, olhando-o.

Miguel sorriu, como se ela tivesse dito alguma jura de amor.

- Você se lembra de quando éramos pequenos e sempre corríamos juntos? Éramos nós mesmos, Anne. - sorriu ao recordar-se. - Lembro que ríamos juntos e de vez em quando brigávamos por motivos bobos, mas depois nós nos reconciliávamos. - continuava ele. - Depois da sua partida, aquela cidade ficou sem graça. As coisas nunca mais foram as mesmas. Honestamente, não gosto de nenhum lugar, que seja o seu lado. Um dia tu disseste que quando estivéssemos separados, era para mim pensar em você, dormir e sonhar. Eu sonho com você todas as noites desde aquele dia. Sou feliz por ficar perto de você, sinceramente, podes ver isso no meu rosto.

- Miguel, não percebes o que está dizendo? - questionou. - Solte-me agora. - Anne tentou livrar-se, mas ele impediu-a. O grandalhão era muito mais forte, mais alto e estava "estranho".

  - Quero que escute-me. - retorquiu, olhando-a. Era óbvio que não tencionava deixá-la escapar enquanto não confessasse tudo o que sentia. - Sempre foi tão espirituosa e doce, sempre sorria para tudo e todos. Eu prometi para mim mesmo que faria de tudo para proteger o seu sorriso. Nunca conheci uma garota tão incrível como você. Para mim és única. - o acastanhado sorriu e o coração da garota bateu com força. - Não me importo se somos primos. Eu amo você, Anne.

A garota desejou saber o que ele estava a pensar nesse momento. Quando a paixão obscurecia aqueles olhos castanhos, ela concluiu que aquilo era a gota d'água. Queria dar-lhe o que merecia desde o começo, portanto chutou-o bem no meio das pernas, derrubando-o no chão e o grandalhão sentiu fortes dores.

- Anne, por que fez isso? - perguntou Miguel, protegendo a parte atingida.

- Você mereceu. Está estranho hoje. - ela se limitou a responder.

De longe, Hiro observava tudo aquilo sem saber o que fazer. Henry ficou olhando para o rapaz caído no chão. Ele até cogitou em ligar para a polícia, mas parou quando Miguel falou:

- Você quer ser a mãe dos meus filhos, Anne? - ele falou com sofrimento, por conta da dor.

- Mas que diabos você está falando? - perguntou, olhando para o garoto no chão. - Por acaso, está brincando comigo?

- Eu nunca iria brincar com algo tão sério. - afirmou o garoto, com toda a certeza do mundo. - Realmente amo você.

A polegarzinha estava pensando em dar-lhe um soco no abdômen, para tirar-lhe o fôlego e não dizer tantas bobagens. Irritada o suficiente, ela cruzou os braços para não estrangulá-lo.

- Levante-se, Miguel. - disse ela, com raiva. - Levanta do chão antes que eu mesma o esbofeteie.

Miguel rolou e conseguiu ficar de joelhos, com as pernas latejando de dor. A miúda olhava-o sem expressão. Honestamente, o vice-representante adorava quando ela o xingava, e sentiu prazer quando ela chutou-lhe, e aquele olhar frio vindo dela era terrivelmente sexy para ele. Estava achando uma loucura, mas estava gostando.

- Você não acredita no que eu disse? - Miguel questionou.

- É claro que eu acredito.

- Você soube o tempo todo, não é mesmo? - ele a encarou. - Sim, você soube o tempo todo. Eu fui tão idiota e ingênuo. Por que nunca disse nada? Você não gosta de mim? - o seu coração palpitava como uma metralhadora e a sua boca estava mais seca do que o deserto. Ele olhava-a fixamente, desejando que ela dissesse que o amava mais do que tudo.

Anne inclinou-se e acariciou sua bochecha com o polegar. Miguel ficou estático e observou cada movimento dela com os olhos. Ela inclinou-se mais para perto dele, olhando nos seus olhos e disse:

- Eu te odeio mais do que tudo, Miguel. O que eu sinto por você é ódio, rancor, mágoa, desprezo e inveja. Você destruiu o meu bem mais precioso. Não sei como atreveu-se a se declarar para mim depois de todo o mal que me causou.

- Do que está falando, Anne? - perguntou ele. - Eu não estou compreendendo.

- Além de ser energúmeno, finge não lembrar-se do que fez. - afirmou ela, fitando-o. - Eu não preciso da sua proteção, foi por isso que aprendi a lutar judô. Agora suma da minha frente antes que eu mude de ideia e te chute novamente.

O mau humor de Anne. Aquilo sim era familiar para Miguel. 

- Não entendo o motivo de você me odiar. Diz isso por que somos primos?

- Eu disse para você sumir, por que ainda está aqui? Não consegue nem fazer isso direito? Ou você prefere apanhar novamente?

Nesse momento, Hiro surgiu de trás da moita. O loiro rapidamente aproximou-se deles e passou a olhar para o colega que não parecia nada bem.

- Se quiser bater em alguém, Anne, que seja uma pessoa do seu tamanho. - disse Hiro.

- Ei, você está bem? - perguntou Henry, olhando para o vice-representante.

- Eu sabia que vocês estavam envolvidos nisso. Estavam querendo me fazer de idiota e brincar comigo, não é mesmo? - indagou ela.

- Não, Anne. - disse o acastanhado. - Eles apenas me ajudaram a dizer tudo o que eu sinto para você. - disse ele, com um olhar triste. - Eu realmente te amo.

Henry olhou na direção de Anne, que o fitava. 

- Miguel está dizendo a verdade. - falou. - Ele disse que gosta de você há muito tempo, e eu tenho certeza que irá te amar até o último dia de sua vida. Apesar de ter apanhado e ter sido xingado várias vezes, ele continuará te amando. Ele sabe que precisou acreditar em si mesmo para declarar-se depois de tantos anos. Falando honestamente, eu também tenho inveja dele por ter sido corajoso e ter se confessado para a pessoa que tanto ama. - Henry sorriu minimamente. - E se o seu ódio for maior que o amor que ele sente por você, sugiro que repense sobre isso.

Anne o encarou por alguns instantes em silêncio e então retirou-se do local sem dizer mais nada. À medida que a miúda se distanciava, Miguel sentiu uma dor invadir-lhe o peito e ao mesmo tempo uma alegria imensa, por ter dito tudo o que sentia. Era realmente um sentimento libertador.

- Obrigado pelo discurso, Henry. - disse ele, sorrindo minimamente. - E obrigado por me defender, Hiro.

- Não creio que você deixou ela te bater, Miguel. - disse Hiro, meneando a cabeça. - Ela é tão baixa.

O acastanhado jogou-se no chão. Olhou para o céu, sentindo muita dor nas suas partes íntimas e nos membros. Aos poucos, ele pode perceber que a garota, apesar de ser pequenina, era extremamente forte. Ela é mesmo demais, era o que ele pensara.

Henry deu um passo na direção dele e olhou para baixo.

- Você quer ajuda para levantar-se?

- Não. - ele respondeu. - Eu estou preocupado com outra coisa nesse momento.

- O que te aflige? - indagou o asiático, olhando para Miguel.

- Anne deu-me um chute tão forte, que corro o risco de não ter filhos futuramente com ela. - afirmou o acastanhado, e os garotos sorriram pare ele.


Notas Finais


"vc quer ser a mãe dos meus filhos?" - era a cantada que o Hiro falou para o Miguel.
ele usou com a Anne e blá blá blá
espero que tenham gostado :3
Muito obrigada por ler e esperar pelos cap's...
prometo que serei mais rápida ;-;
enfim, mt obrigada por acompanhar e até a próxima!
S2


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