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História Scared Of Happy - Dezesseis.


Escrita por: bmt5hh e camilacinica

Notas do Autor


BOA NOITE É O CARALHO, EU TO REVOLTADA

TO REFLEXIVA, SÃO 3H E POUCA, A HORA DO DEMÔNIO E EU TO EDITANDO FANFIC??????????????????????????????????????????????????????????????????? GENT O QUE EU TO FAZENDO COM A MINHA VIDA EU DEVIA ESTAR FAZENDO ALGO MELHOR TIPO TRANSANDO

ACHO QUE VOU APROVEITAR QUE É A HORA DO DEMÔNIO E VOU FAZER UNS PACTOS

NINGUÉM MERECE SER POBRE E SOLTEIRA AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA

MAS ENFIM, OITO MIL PALAVRAS, O I T O M I L P A L A V R A S (7920 PRA SER MAIS EXATA) E EU MEREÇO UM ORAL POR TER PASSADO A MINHA MADRUGADA DE SEXTA FEIRA FAZENDO ESSA BOCETA ARREGANHADA E MURCHA

QUERIA DIZER TAMBÉM QUE TO INDO SOLO, EU VOU FAZER A CAMILA, EU NÃO QUERO NEM SABER, EU QUERO CARREIRA SOLO DESSE DUO COM A BRUNA EU SOU A SAMANTHA DA MARIAN HILL LARGANDO O MENINO LÁ CABEÇUDO SOZINHO EU NÃO QUERO SABER EU VOU SOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOLO EU SOU A CAMILA DESSE CAMREN EU TO RALANDO PEITO BEIJOS BRUNA VOU MANDAR MEUS REPRESENTANTES TE INFORMAREM QUERO NEM OLHAR PRA ESSA TUA CARA DE BATATA

EU

VOU

S

O

L

O

TO CANSADA DE CARREGAR ESSE GRUPO NAS COSTAS STREAM BAD THINGS EU ESTOU INDO SOLOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

eu sou doente, desculpem

BOA LEITURA SÓ PRAS OT5 SE NÃO FOR OT5 RALA CALA A BOCA VAI TOMA NO CU FILHA DA PUTA SAI DA INTERNET

Capítulo 16 - Dezesseis.


- Meu anjo, porque não saímos desse quarto um pouco, hum? - Alejandro se sentou ao lado da filha que parecia emburrada e irritada com alguma coisa, ainda tinha uma expressão cansada e triste e isso estava o preocupando. - Drea me disse que eles têm um cardápio maravilhoso. - Sorriu colocando a mão em seu ombro. Camila tirou os olhos da TV onde fingia prestar atenção, uma vez que não estava entendendo quase nada da fala corrida do apresentador, encarou o pai e assentiu. O homem deu um sorriso e se levantou.

 

- Só vou... - Foi interrompida quando ia em direção a sua mala.

 

- Não, está linda assim. Vamos. - Abriu os braços e pegou os celulares colocando em seu bolso.

 

Camila se afundou ali e saíram, graças a Deus o ambiente estava vazio e foi tranquilo para chegar até o saguão. Acenou rapidamente quando escutou os gritos histéricos do lado de fora e seguiram para o restaurante, não estava muito cheio e tinha uma mesa mais afastada que parecia estar esperando os dois. Se sentaram e a latina continuava em silêncio.

 

- O que vamos comer? - Perguntou vendo o pai encarando o menu como se estivesse realmente o lendo.

 

- As fotos são lindas. - Deu uma pequena risada fazendo o homem sorrir. Pegou o menu e falou o pouco que entendeu e assim fizeram seu pedido quando o garçom veio atendê-los. Sentiu as mãos grandes e macias do homem lhe segurando as mãos e o encarou.

 

- Como está se sentindo? - Suspirou engolindo o nó em sua garganta.

 

- Eu mal posso dizer. - Negou se encostando na cadeira. - Eu achei que iria me sentir leve, livre e bem depois de tanto tempo nessa bagunça, mas... - Teve que controlar para não começar a chorar. - Mas tudo que eu sinto é um vazio imenso. - Recebeu um sorriso do pai.

 

- Eu queria lembrá-la de como consegui a mão de sua mãe, acho que já lhe contamos essa história umas mil vezes, não é? - A latina sorriu assentindo. - Me lembro de todas as vezes que ela me mandou embora. - Riu baixo pelo nariz. - De toda dificuldade que passamos, tinha dia que não conseguíamos olhar um para a cara do outro, eu também estava muito cansado. E quando vocês foram embora você foram para Miami eu achei que me sentia aliviado, além de necessário, seria um tempo bom para nós, mas eu me via a cada dia mais saudoso de sua mãe. Claro que de você também, mas não vem ao caso. - Brincou e ficou feliz ao ver a filha sorrir, mesmo que seus olhos estivessem cheios de água. - Sinu sempre foi, é e sempre será um caos na minha vida, uma completa bagunça, mas ela também é a parte boa. Uma vida com ela, mesmo que com nossas brigas, vale mais do que uma vida vazia.

 

- Papa... - Camila já estava começando a chorar.

 

- Filha, escute, não estou dizendo que Lauren está certa e nem que você deve se sacrificar tanto, mas olhe pra vocês duas. - Esticou a mão e acariciou seu rosto. - Você disse que era algo que fazia mal a você, isso faz bem? Toda essa situação? - A latina já não sabia mais o que pensar e nem como segurar as lágrimas grossas que desciam pelo seu rosto. - Lauren precisa de ajuda.

 

- Eu não sou a mãe dela. - Disse com um bico.

 

- Mas é a pessoa que ela mais ama no mundo e que a ama de volta. - Alejandro deu a volta e abaixou na sua frente limpando seu rosto.

 

- Você não entende. - Disse baixo entrecortado pelo choro.

 

- Entendo que você esteja vendo um relacionamento onde está doando tudo de si e a outra pessoa não. Concordo se achar que eu estou errado, mas todos nós sabemos que não vai passar. - Beijou sua testa e voltou pra seu lugar. Camila suspirou encarando suas mãos. A pior parte era que seu pai tinha um pouco de razão, ao invés de melhorar, a situação ficava pior a cada segundo e ela não tinha mais ideia do que fazer.

 

Os pedidos chegaram e Camila só queria aliviar um pouco a cabeça de todo aquele assunto.

 

- Você está gostando de turistar no Brasil, pai? - Indagou vendo o homem dar um sorriso.

 

- Estou adorando. Fiquei tão triste por não poder vir da primeira vez.

 

- Bom, da primeira vez eu acho que você não teria tanto tempo. - Disse antes de colocar uma garfada na boca.

 

- Queria que você viesse comigo.

 

- Quem me dera. Qualquer dia desses eu vou vir pra cá escondida nas minhas férias e só Jesus vai me segurar. - Murmurou com um sorrisinho.

 

- Eu vou vir junto.

 

- A mama iria adorar. - Comentou a latina, enfiando mais uma garfada de comida na boca.

 

- Eu te contei que a Sofi tirou nota alta em matemática? - Camila largou o garfo.

 

- Que?

 

- Sim. Tirou um B+.

 

- Meu Deus. - Camila pegou o celular no mesmo momento e foi abrir o aplicativo de mensagens para felicitar a irmã, que sempre foi péssima na matéria.

 

Depois da mensagem devidamente enviada, ela voltou a guardar o aparelho, se concentrando naquela comida maravilhosa. Seu pai parecia estar gostando igualmente.

 

- Quer ir na piscina?

 

- Que?

 

- Quer ir na piscina? Piscina, sabe, aquele buraco grande no chão cheio de água...

 

- Eu sei o que é uma piscina. - Camila riu. - Acho que não, só quero ficar quietinha debaixo das cobertas e ver um filme, talvez. Amanhã já começa a loucura de show e pegar avião de novo e eu só quero ficar um pouco sossegada.

 

- Você quer dizer a loucura de ser obrigada a ver Lauren, né? - Camila deu de ombros.

 

- Também. Eu só queria ficar longe dela um pouco para poder me organizar melhor, mas isso não vai acontecer tão cedo e é sufocante que eu esteja no meu quarto de hotel tentando esquecer isso tudo e saiba que ela está há menos de 50 metros de distância, que estamos apenas separadas por paredes e que eu posso ser obrigada a vê-la a qualquer momento. O que eu estou sentindo não é saudável, eu não gosto de me sentir assim. - Camila soltou o ar devagar. - Na hora parecia uma boa ideia.

 

Alejandro soltou uma risadinha enquanto negava e começava a comer.

 

- Dê tempo ao tempo, m’ija. - Camila suspirou assentindo e finalmente começando a comer.

 

Não conseguia tirar os olhos verdes da mente, mas fez o possível para aproveitar a noite que estava tendo na companhia do pai. Quando estavam se levantando para sair encontraram com Jerry e Mike, que conversavam e riam e acabaram chamando o homem pra estender mais um pouco a noite no bar. Depois de Camila insistir pra que ele aproveitasse, subiu sozinha almejando uma cama quentinha pra dormir já que tinha começado a chover pesadamente.

 

Entrou no quarto e foi correndo até a janela olhando seus fãs que dividiam os guarda-chuvas e alguns continuavam mesmo na chuva, riu baixinho e se perguntou se realmente merecia receber todo aquele amor e dedicação uma vez que sabia que nunca conseguiria retribuir a todos. Quando a notaram na janela se animaram e começaram a gritar, depois de acenar por alguns minutos, foi em direção a cama e se jogou pegando o celular e olhando seu twitter. Deu atenção da forma que podia pela rede social, mas depois de um tempo pareceu fica tedioso. Os programas de TV seriam interessantes se ela entendesse alguma coisa. O teto do quarto pareceria mais interessante que qualquer coisa ali.

 

Desejou não estar sozinha e...droga, ter a morena ali em seus braços.

 

Quase caiu da cama quando alguém bateu em sua porta, levantou vagarosamente para abrir e quando o fez, seu coração deu pulos descompassados e sua garganta ficou seca.

 

Lauren vestia um moletom seu e seus cabelos estavam desgrenhados da maneira sexy que gostava. Tudo estava a deixando adorável junto a carinha de sono que quase, bom, quase a fez suspirar. Nas suas mãos ela tinha seu notebook com uma capinha de unicórnios.

 

- Eu... - Coçou a nuca. - Eu fui pegar meu livro e achei isso. - Lauren limpou a garganta sem jeito de como falar e de como reagir ao olhar de Camila. - Camila...

 

- Obrigada. - A latina disse tentando pegar a pequena bolsa antes que Lauren continuasse, mas a morena tinha um ponto positivo e se afastou. - Me dê meu notebook.

 

- Eu vou te dar, calma.

 

- Agora, Lauren, eu não estou com paciência.

 

- Eu quero falar...

 

- E eu não quero ouvir! - Camila estava exaltada, nervosa por finalmente estar trocando palavras com Lauren depois do término. O pior de tudo eram os homens de preto as encarando de forma curiosa e Lauren parecia não dar a mínima enquanto a latina só queria ou que ela fosse embora ou que ela entrasse pra falar, sem saber como iria administrar nenhuma das duas ações. - Só me dá a porcaria desse notebook.

 

- Foda-se o seu notebook! - Lauren disse em um tom tão irritado que parecia que ela iria jogar o aparelho na parede e tacar fogo nele a qualquer momento. Se Camila conhecia bem a peça, ela tinha demorado muito tempo pra criar coragem e vir aqui fazer isso e estava fora do sério pela forma com a qual as coisas estavam indo. - Eu vou deixar ele aqui. - Lauren colocou o aparelho encostado na parede do lado de fora, bem ao lado da porta. - Você pode bater à porta na minha cara agora e pega-lo depois ou pode me ouvir e depois você entra com a porra do seu computador e vai ser feliz. - Camila coçou a nuca com a ironia do "vai ser feliz" e passou a mão no rosto de forma confusa, deixando os ombros caírem e encarando sua ex. Era difícil aceitar isso. - Eu sinto muito pela forma com a qual as coisas acabaram.

 

- Você que terminou comigo, Lauren.

 

- Você tá dizendo que não queria terminar? - Lauren deu um sorriso irônico. - Por favor, Camila, não venha com essa.

 

- Eu não disse que não queria terminar e sim que você vem aqui me dizer isso como se você não tivesse posto um fim nisso. - Lauren deixou os braços caírem do lado do corpo de forma cansada.

 

- Eu só fiz isso porque não queria mais te ver nessa situação. Porque eu não posso te arrastar para o meio das minhas paranóias e simplesmente cont... - Camila puxou Lauren rapidamente pelo braço e fechou a porta quando escutou o barulho do elevador parando no andar delas. Não que houvesse problema em alguém ver Lauren na porta de seu quarto, o problema era ver as duas tendo uma dr pós termino ou seja lá que porra que fosse aquilo. - Continuar achando que está tudo bem porque não estava. - Lauren seguiu com a fala vendo Camila fechar a porta do quarto. - Eu queria fazer você feliz e houve um tempo em que eu conseguia, mas não ultimamente. Eu percebi que eu não era mais suficiente para colocar um sorriso no seu rosto. Você só me olhava com cansaço, magoa, tristeza ou até mesmo pena. Não era pra ser desse jeito. - A latina estava pensando em dar uma resposta realmente grossa e expulsar ela do quarto, mas se ela era a pessoa madura que se considerava, não iria fazer isso.

 

- É, não era. Tem sempre aquele momento que parece que os momentos ruins são maiores que os bons, não? - Indagou encarando o chão, sem coragem para levantar os olhos.

 

- Eu tava conversando com meus pais... - Lauren disse voltando a brincar com os dedos, Camila não sabia o que fazer com a morena ali dentro de seu quarto parecendo um bichinho acuado. - Eles falaram sobre um tratamento psicológico. Eles não disseram, mas eu sei que vocês também conversaram com eles. Acham que eu estou louca? - Lauren tinha uma feição preocupada e triste. - Você não me acha...

 

- Lauren... - Camila a cortou pensando no que diria.

 

Por um momento se tocou que a morena tinha deixado seu notebook do lado de fora, por mais que estivesse cheio de seguranças, era perigoso. Fez um sinal para que esperasse e caminhou até a porta a abrindo rapidamente torcendo para que o eletrônico ainda estivesse lá. Respirou aliviada quando o viu na mesma posição de antes, voltou a fechar a porta e o colocou sobre a cama. Se sentou e chamou a outra que continuava acanhada do outro lado. Demorou pra entender que Camila a chamava para sentar ao seu lado, mas quando o fez, quase pulou na cama. Sentiu seus dedos serem tocados pelos da outra, mal podia acreditar que Camila tinha segurado sua mão depois de tudo.

 

- Em momento nenhum eu disse que você era louca nesse sentido. - Esclareceu. - Mas você vai ver como isso é bom, vai mudar sua vida, Lo. - A latina se auto xingou pelo apelido, mas ficou com dó de voltar a trás quando viu algo que a bastante tempo não via nos olhos verdes, um brilho lindo. - Você vai entender o que acontece com você, ela vai te ajudar a enxergar as coisas de outra forma. Todo esse seu medo, você não consegue superar, nós não conseguimos te ajudar e alguma coisa tem que ser feito. Como é que você vai viver assim para o resto da sua vida? - Lauren abaixou a cabeça assentindo, focou em suas mãos juntas e apertou ainda mais a mão magrinha da latina. Camila chegou a ficar com dor, mas deixou a ter seu momento reflexivo.

 

- Me acha louca em outros sentidos? - A latina sorriu fraquinho e estava prestes a responder quando viu um reflexo de sorriso de lado na face da hispânica. Abriu a boca em choque e se levantou a afastando.

 

- Espera... - Camila negou. - Você acabou de flertar comigo? - Lauren vincou as sobrancelhas da maneira mais sonsa que alguém poderia fazer. - Você é ridícula! Sai do meu quarto!

 

- Camila! - Gritou quando sentiu um empurrão. - Eu...

 

- Sua cafajeste. - Gritou dando pequenos tapas na morena e a empurrando em direção a porta.

 

- Camila, eu não estava...

 

- Sai do meu quarto! Você não pode aparecer aqui com essa carinha de neném e depois desgraçar a minha cabeça desta forma, eu não te dei esse direito, porra. - Camila continuava empurrando Lauren, que levantou os braços e desistiu de resistir, caminhando mesmo para a saída do quarto.

 

- Você quer pelo menos ficar c... - Lauren foi interrompida.

 

- Cala a porra da boca e sai da merda do meu quarto.

 

- Eu só estava agradecendo p...

 

- Agradece por mensagem. - Camila bateu à porta na cara de Lauren, que coçou a nuca sem entender absolutamente nada.

 

- Tá tudo bem? - Era Normani.

 

- Eu acho que sim. - Se virou com um sorrisinho.

 

- O que houve?

 

- Vim devolver o notebook dela e aproveitei pra conversar um pouco, estava tudo indo bem até eu sorrir e ela pirar dizendo que eu estava flertando quando eu só estava agradecendo. - Lauren suspirou. - Então eu fui expulsa.

 

- Jauregui, isso não aconteceria se você fosse um pouquinho feia. - Lauren sorriu e deu de ombros.

 

- Eu não posso evitar, posso?

 

- SAI DA PORTA DO MEU QUARTO! - Os gritos de Camila eram audíveis do lado de fora e Lauren se afastou um pouco.

 

- Ela está louca.

 

Normani arregalou os olhos quando a porta abriu novamente e uma Camila nervosa sair de lá com o dedo apontado para Lauren.

 

- O QUE VOCÊ DISSE? - A morena viu sua vida diante seus olhos, mas Normani foi mais rápida e segurou a cintura da amiga que já esperneava e gritava várias coisas em um espanhol tão rápido que, pelo olhar de Lauren, nem ela estava entendendo.

 

- Calma, Mila. - Disse controlando a amiga que ainda tentava ir pra cima da hispânica que continuava parada com os olhos arregalados. - E você tá esperando o que pra entrar naquele quarto?... - Apertou a cintura daquela máquina de espanhol.

 

- Eu consigo lidar com ela. - Lauren disse se aproximando, Normani arqueou uma sobrancelha com a audácia da outra.

 

- Okay. - Largou a cintura de Camila e na mesma hora os olhos da hispânica quando  saltaram quando viu a latina dando passos rápidos até seu corpo.

 

- Normani! - Disse antes de correr e entrar em seu quarto. Escutou dois murros sendo dados na sua porta por Camila até que uma voz mais grossa a fez parar, parecia ser um segurança. Não aguentou e riu de um palavrão que a latina soltou antes de entrar e bater sua porta.

 

A morena sabia que não deveria ter provocado Camila daquele jeito, mas valeu a pena escutar ela falando sobre sua carinha de bebê e como isso ainda mexia com ela. Era um alívio, na verdade.

 

Normani encarava a amiga andando de um lado para o outro querendo rir, mas sabia que pioraria a situação. As palavras continuavam a sair rápido de sua boca em um espanhol um pouco mais calmo, mas pra outra não fazia diferença, ela não entenderia sem que falassem uma palavra por hora.

 

- Vai furar o chão.

 

- Eu vou é furar a cara dela com a minha unha. - Finalmente algo que ela entendia. - Ela não podia ter feito isso, é uma canalha! Veio com aquela carinha... de criança abandonada, aqueles olhinhos e.... e aquele... aquele sorrisinho lindo junto aquela cara maravilhosa que ela tem. NÃO DÁ, NORMANI! - A amiga não aguentou e começou a gargalhar de maneira compulsiva, deixando Camila ainda mais irritada. - Ahhh! - Pegou uma almofada e tacou na amiga antes de se jogar na cama e enfiar o rosto no colchão querendo sumir.

 

Lauren encostou-se a porta do seu quarto sem saber o que sentir direito. Estava "bem" - na medida que uma pessoa podia ficar bem depois de terminar um relacionamento de quatro malditos anos, mas havia algo a mais dentro de seu peito.

 

Estava nervosa sobre a história do tratamento. Ela sempre se julgou forte o suficiente para não precisar dessas coisas, mas agora ela se via como em um beco sem saída. Havia perdido sua namorada por ter medo e não podia arriscar perder o apoio que ela estava lhe mostrando pelo mesmo estupido motivo. Além do mais, ela não era obrigada a aceitar e ficar no tratamento, apenas se gostasse e visse resultado. E, bom, adiantou muito com as crises de Camila - há um ano parecia que aquela garota nunca mais iria ter sossego na vida - agora estava tudo bem. Quer dizer, às vezes ela ainda se sentia meio mal, mas nada comparado a quantidade de crises nervosas que ela tinha, Lauren presenciou a maioria ou se não todas elas e sabia que era tão ou pior do que parecia.

 

Mas elas diminuíram com o tempo, agora aconteciam raramente, somente quando parecia que Camila não iria mais ter para onde fugir. E apesar de Lauren não ter acompanhado-a sobre o que ela andou fazendo nas horas que se sucederam o término, a hispânica precisava admitir que admirava e muito a força de Camila para não ter uma crise nervosa novamente com tudo isso jogado na cabeça dela. Como ela mesma disse, não sabia se Camila havia ou não tido surtos, mas podia perceber porque não parecia que a menina tinha chorado mais do que o normal para o fim de um namoro de 4 anos.

 

- Mila. - Normani tocou seu ombro e a menina a olhou depois de desenterrar a cabeça do colchão. - Você se escutou? - Percebeu que a latina concordava mesmo não respondendo. - Vocês mal aguentam ficar longe uma da outra. Olha isso. - Apontou para o seu corpo estirado na cama. - Isso é autotortura. - Camila se sentou.

 

- Todo mundo fala isso, mas ninguém passa pelo que eu passo. - Disse emburrada com os braços cruzados olhando pra frente.

 

- Como não? - Mani disse, divertida. - Não existe camren a dois, querida, camren são as cinco. É claro que só vocês duas transam e...

 

- Transávamos. - Camila pontuou fazendo a amiga revirar os olhos.

 

- Enfim, você pode achar que não, mas nós também estamos dentro desse relacionamento, sabemos como é. - Se aproximou abraçando os ombros da latina. – Não é só vocês que passam por esses problemas. - Camila vincou as sobrancelhas para aquela fala, mas nada comentou.

 

Realmente, vendo por um lado, elas acabavam namorando as meninas pois todo momento fofo elas estavam lá, flertes elas estavam lá, brigas...elas estavam lá. Suspirou antes de pegar meu celular, abrir a galeria e por em sua foto favorita. Lauren a abraçava por trás com sua roupa de unicórnio enquanto ela usava um moletom verde de dragão deitadas na cama de um hotel em NY. Nunca contariam aos fãs que as presentearam, mas guardavam com carinho e usavam quando estavam juntas.

 

- Eu deixo essa foto aqui para quando eu puder postar. - Divagou vendo o sorriso adorável da namorada que tinha o rosto levantado afim de olhar a câmera, mas ao mesmo tempo tinha seus cabelos pretos e a touca na cara. Normani arqueou uma sobrancelha pelo uso temporal que Camila falou, sabia que ela ainda tinha esperanças nela, mas decidiu não esticar o assunto.

 

- Então... - A morena começou. - Será que ela me dá uma chance? - Camila arregalou os olhos encarando a morena.

 

- Dinah?

 

- O QUE? Não! Lauren... - O olhar assustado de Camila se fechou em algo mortal junto a um tapa em seu braço. - Camila!

 

- Normani Kordei, você não me chegue perto da Lauren Michelle.

 

- Ué, ela não está solteira agora?

 

- Não! - Se levantou. - Ela acha que está, mas olha aqui... - Se virou procurando alguma coisa na mochila, achou o papel que estava meio amassado e abriu mostrando pra morena que vincou as sobrancelhas. - Tá em português... - Apontou pra palavra pequena do meio. - Mas isso aqui quer dizer “Camz de Lolo”. Eu sou Team Taylor e você não vai querer cantar Bad blood comigo. - A texana levantou com a mão na cintura e as sobrancelhas arqueadas.

 

- Tá me ameaçando? - Camila ficou na mesma posição, a encarando intimidadora por alguns momentos com a placa na mão, até desistir e fazer manha.

 

- Ah não Normani, vai pegar a Dinah. Olha só a minha situação com a Lo e nem tem outra mulher envolvida e se for você... Você é muito gostosa e eu não conseguiria competir contigo. - Se sentou na cama olhando por chão. - Eu te odeio. - A outra não aguentou e começou a gargalhar.

 

Normani vincou as sobrancelhas.

 

- Espera, você quer dizer então que pretende voltar com a palmita? - Camila deu um suspiro tão fundo que por um momento parecia que ela sugou para dentro de si todo o ar do quarto de hotel. E depois expirou a forma mais lenta possível, esperando que isso pudesse a colocar em ordem. Bem, não pôde.

 

- Não necessariamente. Apesar de eu tentar fazer isso sobre mim estar cansada de tudo isso, não é inteiramente isso. A Lo precisa de um tempo pra ela mesma, sem mim. Porque por mais que me doa dizer isso, eu atrapalho. Eu ajudo esse medo dela crescer, e no momento tudo o que eu quero é que ele vá embora, não para que fiquemos juntas somente, mas por ela, deve ser horrível viver dessa forma. Estando com ela eu a faço se sentir com medo, vulnerável de qualquer pessoa descobrir a qualquer momento e eu acho que isso não é saudável pra ela, que continua com medo e muito menos pra mim, que me canso de vê-la nessa situação e mais ainda de não conseguir ajudar. Não é alguma coisa que pode ser resolvida com um abraço e um sussurro de "vai ficar tudo bem". - Engoli o choro. - Deus sabe que eu queria que fosse.

 

Normani se sentou ao lado de Camila e abraçou seus ombros.

 

- Eu acho que vocês vão ficar bem. Do fundo do meu coração. Esse término foi difícil, mas foi uma das provas de amor mais lindas que eu já vi na minha vida. Amor é sacrifício, mas também é paciência. Eu espero e acho que vai ficar tudo bem com vocês.

 

- Tem que ficar, Mani. Eu não aguento ficar sem ela não.- Camila se afastou encarando o rosto da amiga. -Tá sendo horrível. Eu não tô acostumada a ficar longe dela.- Fez um bico adorável olhando suas mãos. Por um reflexo ficou brincando com sua aliança, que já tinha voltado pro lugar mesmo sem a outra perceber. Normani foi para seu quarto não muito tempo depois, elas tinham um show no dia seguinte e precisavam descansar. Se já era ruim ficar sozinha, ficar sozinha sabendo que Lauren não apareceria ali no meio da noite era ainda pior.

 

Dormiu e seu pai nem tinha chegado ainda, como estava exausta só acordou no dia seguinte com o homem sacudindo seu ombro e chamando por seu apelido.

 

- Kaki. Vamos acorde. - Abriu os olhos com dificuldade e a primeira coisa que viu foi o sorriso de seu pai. - Vamos, isso. - Ajudou a se sentar. Camila olhou ao redor estranhando o fato de ainda parecer escuro do lado de fora.

 

- Pai... - Procurou um relógio e consultou as horas no seu celular, eram quatro e alguma coisa. - Eu só tenho que levantar daqui a algumas horas. - Alejandro assentiu lhe entregando um copo de água.

 

- Eu sei, mas você não parecia estar dormindo muito bem. - Tudo bem que Camila não tinha o sono mais tranquilo do mundo, mas não era pra tanto. - E posso apostar que se eu não acordasse você, Lauren escutaria você chamando o nome dela. - A latina ficou sem reação.

 

- Eu não... estava?! - O homem assentiu voltando a se deitar.

 

- Você está preocupada demais e está me deixando preocupado. - Disse.

 

- Não, está tudo bem pai. - Se levantou abraçando o corpo com o frio no local. - Eu só preciso de um tempo. - Entrou no banheiro com seu celular e foi direto a pia lavar o rosto. Suspirou negando, não era possível que aquela cara de pau a impediria de dormir agora. Estava no meio de uma decisão sobre tomar um remédio pra dormir ou desistir de fechar os olhos quando se assustou com o barulho que o celular fez. Quase derrubou o aparelho.

 

Vincou as sobrancelhas quando viu uma notificação do twitter de Lauren, mais que depressa abriu o mesmo e suspirou pesadamente vendo o que o mesmo dizia.  "I miss you when i can't sleep", era a mesma maldita música que ela não conseguia parar de ouvir.

 

Seria cara de pau demais responder aquela indireta?

 

Deu de ombros já abrindo a caixa de texto do aplicativo, não seria a primeira e nem última que faria aquilo.

 

Lauren estava rolando na cama, tentando dormir depois de ter postado aquela indireta, mas pulou na cama logo depois de ver um Tweet novo de Camila.

 

"Don't waste your time on me you're already the voice inside my head, I miss you". Música antiga, tiro certeiro.

 

Lauren queria jogar o celular da janela e morrer, mas ela não podia, então se levantou e resolveu que iria tomar um remédio, ela não iria aguentar o tranco amanhã se não dormisse.

 

A hispânica encheu um copo de água e enfiou um comprimido na boca, encarando a tela do celular como se ele fosse a reprimir pelo que ela tinha vontade de fazer. Era engraçado como ela tinha tantas pessoas para conversar, mas só tinha uma que realmente iria lhe interessar no momento.

 

Após engolir o remédio e acabar de beber o copo de água, Lauren se jogou na cama com o aparelho na mão, não realmente acreditando no que ela iria fazer em seguida. Abriu o aplicativo de mensagens e as lágrimas subiram com tudo pela sua garganta quando viu as mensagens que ela tinha com Camila, momentos que ela havia perdido onde elas se mandavam mensagem quando não podiam estar perto ou até mesmo quando estavam uma do lado da outra, por pura brincadeira.

 

"Insônia?"

 

Apertou o botão de enviar a mensagem para sua ex.

 

Camila estava pronta pra dormir quando o celular vibrou ao seu lado. Ficou feliz por Lauren ter lhe passado a mania de não deixa-lo com som e se assustar toda vez que uma notificação chegar. 

 

Agarrou o aparelho e sorriu involuntariamente vendo o "Lern��" acompanhado de apenas uma palavra. Ignorou sua mente lhe mandando não responder e digitou rapidamente esperando que a outra não dormisse, odiava quando a hispânica fazia isso.

 

"Não sei se essa é a palavra certa pra usar" enviou enquanto se jogava na cama de qualquer jeito e mordeu os lábios nervosa. Sentiu o coração bater forte quando viu que ela tinha visualizado e já estava lhe respondendo. Pelo menos ela não tinha dormido.

 

"Então o que é?"

 

Por que ela parecia tão linda perguntando aquelas coisas e sendo atenciosa? Por que ela se sentia como uma adolescente estúpida? Estava só falando com a morena.

 

Parou por alguns segundos e pensou em mentir, falando que estava com cólica ou qualquer outra coisa, mas desistiu quando se lembrou de que toda aquela briga estava sendo construída em cima de mentiras, mesmo que indiretas.

 

"não gosto de dormir sozinha"

 

Fez o mesmo processo nervoso e feliz vendo que a resposta viria bem rápido.

 

"Eu estou bem pertinho."

 

Se a latina queria que ela estivesse ainda mais perto? Se possível em sua cama acariciando seus cabelos enquanto dormia.

 

"e ao mesmo tempo tão longe."

 

Dessa vez, a resposta não foi muito bem a que esperava.

 

"É só duas portas de distância"

 

Camila se arrependeu de ter respondido a primeira mensagem.

 

"Lauren, você não pode me mandar mensagem no meio da madrugada me falando pra eu ir dormir com você."

 

"Posso sim, eu tenho internet ué."

 

"Lauren. Isso não é certo."

 

"De acordo com quem?"

 

"A gente acabou de terminar."

 

Digitou com tristeza e enviou.

 

"Não pedi pra gente voltar, só pra dormirmos juntas. A gente fez isso quinhentas mil vezes antes de namorar."

 

Era verdade.

 

As lembranças invadiram Camila em cheio, assim como a saudade das noites que ela dormia tão cheia de esperança de ter alguma coisa com Lauren, acreditando fielmente que a outra nunca iria querer nada com ela, ainda que sempre acordassem abraçadas de alguma forma.

 

Camila quis chorar com aquilo, mas engoliu as lágrimas e se preparou para digitar uma resposta. Ela queria simplesmente digitar um "não" e largar o celular de lado, mas ela não conseguiria dormir do mesmo jeito. Parecia uma boa conversar com Lauren para matar o tempo, desde que ela não se lembrasse que Lauren era sua ex.

 

Ex.

 

"Foi você que terminou." Enviou se sentindo uma covarde.

 

"O que isso tem a ver com o que eu acabei de falar?"

 

"Nada."

 

Lauren visualizou a mensagem e não respondeu.

 

"Lauren, você não vai me largar falando sozinha não né, porra?"

 

Enviou a mensagem irritada, mas novamente não obteve resposta, apesar da mensagem ter sido visualizada.

 

Então ela teve certeza de que ou Lauren dormiu ou ela estava aprontando alguma coisa.

 

Camila tacou o celular irritada na cama e afundou a cara no colchão querendo gritar e gritar até aquilo tudo passar.

 

- Filha da puta. - Murmurou mordendo o lençol com os dentes, mas levantou a cabeça assim que alguém bateu em sua porta.

 

Se levantou rapidamente arrumando o cabelo imaginando ser seu pai e a última coisa que ela queria era interrogatório sobre aquela expressão. Destrancou a porta e quase caiu dura quando viu que não, não era Alejandro.

 

- Você não vem até mim então eu vim até você, e com bônus. - Lauren disse como se fosse a coisa mais normal do mundo estar ali. Em um braço estava Nalla e no outro pacotes de chocolates e um pote com brigadeiro.

 

- Lauren...

 

- Ah não Camila, eu tive que usar quinhentos aplicativos só pra pedir isso aqui pra moça da recepção porque ela não entendia nem espanhol. Eu tô com sono e não consigo dormir e eu sei que você também está. Então ou você me deixa entrar ou eu vou comer tudo isso aqui sozinha. - A latina não estava acreditando que a hispânica estava realmente fazendo manha na porta de seu quarto. Parecia um absurdo que depois de toda a situação que passaram, ela estava lá com chocolates e um bichinho de pelúcia. Revirou os olhos a puxando para dentro e fechando a porta.

 

- Mas só porque eu...

 

- Só porque quer dormir comigo. - Abriu um sorriso se jogando na cama e abrindo os braços esperando receber a latina ali, que depois de alguns segundos lutando com sua mente e coração, xingou baixinho diminuindo a luz e subindo na cama.

 

Camila desviou do corpo abusado em cima de sua cama e engatinhou até o chocolate que estava no criado mudo, sentando de pernas cruzadas ao lado de Lauren, abrindo o pacote do doce.

 

- Você me prometeu chocolate, eu acho um absurdo que não cumpra. - Lauren levantou uma sobrancelha.

 

- Não entendi, tem chocolate na sua mão.

 

- Na minha mão. Não na sua mão trazendo na minha boca. - Naquele momento era difícil descobrir quem é que fazia mais manha naquele ex casal.

 

Lauren se sentou na cama sem dizer nada, se esticou na direção do pote de brigadeiro e tirou um doce de lá de dentro, levando na boca da garota sentada ao seu lado, que acabou sorrindo enquanto mastigava.

 

- Bem melhor. - Disse depois de engolir.

 

- Abusadinha você, não? - Camila quebrou um tablete do chocolate aberto em sua mão e levou até a boca de sua ex namorada.

 

- Eu? Abusada? - Camila levantou uma sobrancelha. - Você acabou de invadir o meu quarto com Nalla e chocolates dizendo que não vai sair da porta enquanto não comer e não dormir comigo e eu que sou a abusada? - Lauren riu. - Devo acrescentar o fato de que você é minha ex.

 

- Por que insiste em repetir isso? Está com medo que eu te ataque? - Perguntou com um sorriso fraco, porém, triste.

 

- Não. Sou eu que não posso atacar você, por isso temos que manter isso em mente. - Respondeu pegando ela mesma um brigadeiro do pote. Lauren encarou o teto um pouco antes de receber um pedaço de chocolate na boca.

 

- Isso é estranho.

 

- O que?

 

- A gente não pode fazer algo que queremos muito.

 

- E o que nós queremos muito Lauren? - Camila perguntou com a boca cheia brincando com o rabo de Nalla.

 

- Eu quero muito beijar você. - Se fosse os planos de Deus Camila morrer engasgada tinha chegado a sua hora. Os olhos verdes se arregalaram e começaram a dar tapinhas nas costas da latina. - Calma.

 

- Olha... - Disse limpando a garganta. - Nós temos que estabelecer limites ok? - Afastou Lauren com muita força de vontade. - É respeito a espaço pessoal. - Murmurou.

 

- Como é? - Se aproximou novamente ficando bem próxima ao seu rosto e a outra voltou a se afastar sem nem menos olhar para aquela maravilha.

 

- Espaço pessoal, Lauren. e esse aqui... - Apontou pra sua frente. - É meu e esse... - Apontou pro outro lado. - É seu.

 

- Discordo. Seu corpo não pode ocupar dois espaços ao mesmo tempo, logo só é seu o que você está ocupando então... - Se aproximou como da última vez, fica do cara a cara com a ex namorada. Seus narizes estavam se tocando assim como quase seus lábios e nenhuma das duas conseguia se afastar. - Esse espaço é meu. - Lauren sussurrou encarando os olhos castanhos maravilhosos a sua frente. Mas graças a Deus, ou não, Camila escutou seu celular tremendo no centro da cama e fez um esforço pra pegá-lo.

 

- Só... cala a boca não quero que ninguém saiba que está aqui. - Atendeu rapidamente.

 

"Camila?" A latina arregalou os olhos se afastando de verdade da morena, limpou a garganta e respondeu.

 

"Ah...Olá Clara, como vai?" Lauren vincou as sobrancelhas.

 

"Oh sim, tudo bem querida. Com você?"

 

"Melhor impossível..." Porque sua ex sogra estava ligando? Três pessoas confusas e um silêncio constrangedor entre elas.

 

"Então, posso falar com Lauren?" A latina arregalou mais ainda os olhos.

 

"O que?! Ah não ela não está aqui, está no quanto dela...Eu acho...não está conseguindo falar?" Lauren arqueou uma sobrancelha e pegou mais um chocolate quando finalmente entendeu o que estava acontecendo.

 

"Ah...Então não está com ela?" O mulher perguntou claramente divertida com a confusão da latina.

 

"Claro que não...ah não...nós, não mesmo. Porque?" Enfiou as mãos nos cabelos nervosamente.

 

"Bom, porque esse é o celular dela querida."

 

Lauren entendeu que Camila finalmente havia descoberto que atendeu o seu celular e riu da sua cara de espanto, terminando de engolir o doce. Recebeu um tapa no braço e esfregou o local, sem conseguir parar de rir de Camila que gaguejava desesperadamente no telefone pela vergonha que havia acabado de passar.

 

"Minha querida, eu só queria falar com a Lauren. Não tem problema vocês estarem juntas." Clara ria do outro lado da linha.

 

"Nós e-e-estamos, m-m-ma-m-mas é q-que e-el...."

 

"Mila, não precisa se explicar pra mim, ok? Só passe o telefone para a minha filha e pare de gaguejar."

 

Era uma boa ideia.

 

Camila entregou o aparelho para Lauren e se esparramou na cama, comendo mais chocolate e ouvindo a voz rouca de Lauren por conta do sono conversando com a mãe. Largou o pacote de chocolate de lado e se encolheu, vendo a hispânica desligar o celular e olhar para a garota deitada na cama.

 

- Por acaso eu vou estar invadindo o seu espaço se eu deitar? - Indagou levantando uma sobrancelha. Camila negou com a cabeça. - Cansou de comer chocolate? - Perguntou se ajeitando debaixo do edredom.

 

- Cansei. Tecnicamente nós estamos de dieta né... - Deu um sorriso sem graça e Lauren apagou o abajur de fez, ficando completamente no escuro.

 

- Bom, eu acho que só me resta te desejar bo... - Lauren engoliu o resto da frase quando sentiu o corpo magro da latina se aproximando, sua cabeça se aconchegando no seu pescoço, as duas se encaixavam de forma tão perfeita que parecia um pecado que não estivessem mais juntas. - Acho que você que tá invadindo o meu espaço. - Comentou rindo e ajeitando a menina em seus braços.

 

- Cala a boca.

 

Aquela tinha sido a primeira noite depois de toda confusão bosta que tiveram que finalmente descansaram e realmente dormiram a noite toda. Camila nem percebeu quando enfiou uma de suas pernas no meio da de Lauren, que também não percebeu quando uma de suas mãos se colocaram por debaixo do moletom e acariciando a pele macia de suas costas em uma carícia mais que conhecida. Aquela era a posição que elas normalmente dormiam.

 

Na manhã seguinte a primeira a acordar foi Lauren, que passou bons minutos apenas sentindo o cheirinho gostoso do cabelo moreno e a respiração calma em seu pescoço.

 

- Ah Camila... - Sussurrou apertando-a mais ainda contra seu peito. A latina automaticamente se aconchegou mais ali.

 

Lauren sabia que tinha que levantar e que aquele momento estava chegando ao fim. O resto do dia seria corrido demais e solitário, sabia que era Camila quem manteria distância agora. Decidiu fechar os olhos e aproveitar aquilo mais um pouquinho, mas não conseguiu dormir.

 

Camila estava em seus braços e parecia tão serena que tudo que Lauren podia fazer era ficar velando seu sono. O despertador não demorou a fazer barulho.

 

- Droga. - A latina sussurrou depois de jogar o celular no colchão e voltou para o lugar que estava, no peito de Lauren. - Cala a boca.  

 

- Eu não falei nada. - A hispânica disse voltando a lhe abraçar e beijou lentamente seus cabelos.

 

- Mas pensou. Fica quieta. - Ainda emburrada se remexeu na cama pegando o braço da morena e levando de volta para suas costas deixando claro que queria mais carinho.

 

Camila suspirou e fechou os olhos novamente, aproveitando a posição que estava para ver se conseguia dormir de novo, nem que fosse cinco minutos. Ela não queria levantar da cama e, ainda que soubesse que aquilo era "errado", não pôde evitar de desejar que continuasse sendo assim todos os dias.

 

- Posso te dar bom dia? - Camila quase desmaiou ao ouvir aquela voz rouca novamente.

 

- Não.

 

- Ok, você está de mau humor. Eu posso lidar com isso.

 

- Eu só estou com sono, Lauren.

 

- Não sabia que existia uma nomenclatura nova para mau humor, mas gostei. - Camila trincou os dentes.

 

- Cala a boca, por favor. Eu tô com muito sono.

 

- Mas a gente precisa levantar, você sabe disso. Daqui a pouco tem alguém aqui batendo na porta, se é que já não estão batendo na minha. - Camila passou um braço firmemente em torno do corpo da outra, impossibilitando que ela levantasse.

 

- Não podemos levantar.

 

- Por que não?

 

- Quando levantarmos... a gente vai ter que fingir que nada aconteceu. Eu não quero viver esse dia, eu só quero ficar aqui com você.

 

- Quem disse que vamos ter que fingir alguma coisa? - Camila revirou os olhos.

 

- A gente vai, Lauren. A gente sempre tem de fingir algo, não importa o que seja. - Uma lágrima teimosa escorreu pelo seu rosto e Lauren tratou logo de limpar.

 

- Não precisa mais ser assim...

 

- Você sempre diz isso e nunca é o que acontece. - Camila se afastou da hispânica, sentando na cama. - Então só não diz. Eu tô cansada disso.

 

Lauren se sentou na cama e ficou bem atrás de Camila, colocando os braços em torno da sua cintura e o queixo no seu ombro. Ela não sabia o que dizer então apenas permaneceu ali, não entendendo o que ela podia fazer para uma situação que ela mesma criou. Camila deixava algumas lágrimas silenciosas caírem, acariciando as mãos da hispânica que estavam pousadas em sua barriga.

 

- Não chora, você é preciosa demais pra chorar. - Camila não respondeu, mas as lágrimas diminuíram um pouco a frequência. Lauren acabou por secar o resto com a manga de sua própria blusa. - Vou pedir alguma coisa pra você comer, hm? - Disse se afastando um pouco para alcançar o telefone.

 

- Pede pra nós duas. - A latina segurou a mão de Lauren.

 

A hispânica sorriu largando o telefone para se aproximar e beijar a testa de Camila lentamente, que se encontrava ainda no meio de suas pernas, relaxada em seu peito. Quando se afastou, pareceu lembrar de alguma coisa e olhou para a latina com um biquinho.

 

- Eu preciso de ajuda. - A latina juntou as sobrancelhas. - Me ensina a falar o que eu quero. - Aquele deveria ser o pedido mais normal que Lauren já fez na vida, mas por algum motivo foi tão fofo que ela não conseguiu negar. Pegou seu celular e colocou algumas frases básicas e algumas coisas do cardápio.

 

- Não, Lo. - Camila riu da forma engraçada que a hispânica pronunciava ovo. Depois de uma meia hora, o pedido já estava feito e Lauren tinha um grande sorriso orgulhoso em seus lábios, Camila se recusava a lhe deixar e continuava sentada entre suas pernas segurando suas mãos entrelaçadas em cima de sua barriga.

 

- Eu sou quase fluente em português. - Divagou apoiando o queixo no ombro da latina, que não achou ruim, simplesmente inclinou o rosto para o outro lado e suspirou.

 

- Claro que é. - Disse com certa ironia. - Fala aí “cuidado”.

 

- Camila, vamos com calma. Palavras difíceis eu...  

 

- Difícil? Você faz o mais complicado enrolando essa língua onde não precisa.

 

- E onde você quer minha língua enrolada? - Sim.

 

Ela tinha feito.

 

Lauren era uma cadela e o pior, Camila não conseguia respirar depois de ouvir aquilo. Estava prestas a responder quando a porta abrindo lhe salvou...ou não.

 

- Provavelmente está, eu dormi no...Oh. - Alejandro parou já quase no meio do quarto olhando a cena sobre a cama.

 

Atrás dele estavam Will e Ally, que arregalaram os olhos.

 

Elas tinham terminado, não tinham?

 

- Éér.... ela está claramente acordada, como podem ver. - Coçou a cabeça, confuso. - Kaki, nós já vamos tomar café.

 

Não adiantava uma jogar a outra na puta que pariu, a cena já havia sido vista.

 

- Nós já pedimos... - Lauren começou a formular algo, mas não conseguiu concluir a frase porque não sabia como.

 

- Vamos tomar café por aqui mesmo, se não se importam. Nos encontramos na van. - Camila disse de forma simpática, fazendo a maior cara de cínica que ela conseguia. Alejandro e Will saíram depois de se despedir, Ally ficou para trás.

 

- Não faz essa pergunta. - Lauren advertiu antes que Ally abrisse a boca.

 

- Eu... eu vou tomar café. - Ally ergueu um dedo como se estivesse falando consigo mesma e fechou a porta atrás de si.

 

- Ok, isso foi estranho. - Lauren comentou quase como se estivesse falando sozinha e Camila não respondeu, ela não queria ser racional naquele momento, ela só queria aproveitar o que estava acontecendo até que ela tivesse que acordar para a sua vida que não era tão boa quanto os braços de sua ex.

 

Ficaram sentadas conversando até que o café chegou, Lauren abriu a porta e ignorou os olhares da camareira, voltaram para a mesma posição enquanto comiam. A morena procurava guardar cada gargalhada que proporcionava a Camila enquanto tentava falar o nome dos alimentos em português.

 

- Você é péssima. - A latina concluiu limpando os lábios com o guardanapo.

 

- Eu posso entrar em um curso. - A hispânica disse apertando os braços na cintura a sua frente.

 

- Não, você não pode. - A morena murmurou fechando os olhos ficando em silêncio.

 

- Quando eu for pra faculdade... - Parou quando escutou a morena gargalhando. - O que?

 

- Nada!

 

- Camila! - Se afastou apenas um pouco pra olhar a expressão divertida da latina. - Qual o problema?

 

- Lauren, você não existe. - Disse suspirando antes de começar a soltar suas mãos da outra.

 

- O que tá fazendo? – Perguntou quando a viu se levantar e morder o lábio inferior.

 

- Eu preciso tomar banho. - Disse com a expressão mas nem tão divertida. - E...

 

- É! - Lauren disse apoiando as mãos nas coxas e olhando pro chão. Tinha acabado. Elas tinham que voltar pra realidade


Notas Finais


JÁ ME SINTO MAIS LIVRE VOU POSTAR UMAS FOTOS DO MEU CASAMENTO COM A LAUREN EM CANCUN ESSA TATUAGEM É IGUAL UMA ALIANÇA VEM GENTE EU SOU A CAMILA EU VOU SOLOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO BEIJO BRUNA FICA AI COM A LUCY

gente é brincadeira eu sou abestad

TELL ME PRETTY LIES LOOK ME IN THE FACE TELL ME THAT YOU LOVE ME EVEN IF ITS FAKE CAUSE I DONT FUCKING CAAAARE AT ALL

ODEIO ESCREVER NOTA AQUI PORQUE NINGUÉM ME RESPONDE, EU FICO FALANDO SOZINHA, NO MEU PROJETO SOLO ME RESPONDEM E É POR ISSO QUE EU TO INDO SOLO EU QUERO MINHA LIBERDADE BAD THINGS TÁ EM 1# EM Telefone Removido8 PLANETAS EU NÃO PRECISO DISSO EU SOU CAMILA CABELO MEU AMOR

tá parei

ESPERO QUE TENHAM GOSTADO (eu não ligo porque vou solo) DESTA BOCETA MOLHADINHA

QUALQUER COISA MEU TT É @ COICEDALAUREN E O DA BRUNA É @ CAMILACINICA MAS NÃO MARCA NÓS DUAS SE NÃO EU VOU FAZER CARTINHA DE TEXTÃO NÃO QUERO CONTATO COM ELA PORQUE VOU SOLOOOOOOOOOO DIVULGA AI A NOVA FORMAÇÃO

espero que vocês saibam que eu to brincando e também não faria diferença se fosse porque a fanfic já tá toda escrita, é só editar e liberar (demora muito pra editar porque a Bruna parece analfabeta escrevendo, um dia vou mostrar o original pra vocês verem o que eu passo)

acordei com ódio da bruna

ATÉ A PRÓXIMA

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QUALQUER COISA SE VOCÊS QUISEREM A GENTE TEM UM GRUPO NO WPP PRA FANFIC, SÓ MANDAR O NÚMERO SAPATÕES

BEIJOS DE LUZ NO MAMILO ENTUMESCIDO


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