História Scared Of Happy - Oito.

O primeiro instinto de Lauren foi virar de frente e cobrir o corpo nu de sua namorada com o seu. Não que necessariamente um sutiã e uma calça de moletom fossem a sua ideia de vestida, mas era melhor do que completamente pelada como Camila estava. 

- Meu Deus... - Ele se virou para a parede, Camila morria de vergonha puxando vários lençóis sobre si. 

- Pai! Que diabos você tá fazendo aqui? Você não disse que só ia me encontrar no local do show? - Lauren vestiu a sua blusa e se encostou na cabeceira da cama. Sua a pele alva estava mais do que vermelha.

- Em primeiro lugar... Eu posso virar? 

- Pode. - Camila disse só com a cabeça para fora do edredom. 

- Então. Eu esqueci minha câmera, por isso voltei. Em segundo lugar, o fato de eu sair não era implícito que vocês tinham que fazer isso. - A latina revirou os olhos. Lauren já não tinha mais onde esconder a porra da cara. 

- Pai, você tinha que ter batido na porta do quarto. Eu não sou mais criança, minha vida sexual é mais ativa que a sua. - O homem ficou com os olhos arregalados, corando. Camila falou aquilo com uma naturalidade como se ela estivesse dizendo que bebeu suco e comeu pão no café. 

- Tá, eu... - Ele foi até a sua mala e pegou a sua câmera. - Eu.... Eu vou deixar vocês sozinhas, vejo vocês no show. 

- Tudo bem.

- Jesus Cristo, isso é pior que balde de água fria. - Camila disse se descobrindo e levantando da cama. - Eu vou tomar um banho, depois a gente desce pra almoçar? 

- Tá bem. 

###

Lauren mal conseguia se mexer, a imagem do sogro encarando as duas a deixava mais que perturbada. Pegou seu celular e mandou uma mensagem pra Ally.

"Seu pai já saiu?" 

Era no mínimo a mensagem mais estranha que já mandou para mulher em todos os anos que se conheciam, mas de maneira alguma conseguiria descer e almoçar tranquilamente com Alejandro na mesma mesa e se os dois iriam sair juntos, se um já tinha ido o outro também. Pegou o aparelho rapidamente quando o sentiu vibrar.

"Não, ele e Ale vão almoçar conosco antes de ir, por quê?" 

Seus olhos se arregalaram lendo a mensagem. Não. Não. Não. Negou passando as mãos pelos cabelos e se levantou, entrando no banheiro para falar com a namorada. 

- Nós temos um problema. - Camila que estava concentrada tirando o sabão da cara se assustou e teve que se apoiar no vidro. 

- Carajo! - Sussurrou em um espanhol perfeito. - Quer me matar?! É isso? - Lauren pôde jurar que quase riu, mas então se lembrou da situação e ficou séria, querendo chorar de vergonha. 

- Temos um problema sério. - Limpou a garganta. - Seu pai e Jerry vão almoçar conosco. Camila, eu não to pronta para encarar seu pai. - Passou as mãos pelos cabelos em sinal de desespero. - Eu não vou conseguir comer, eu nem sei se vou conseguir respirar no mesmo lugar que ele.

- Lauren, é só fingir que é minha mãe. Quantas vezes ela já pegou a gente... - Deixou a palavra morrer enquanto desligava o chuveiro e se esticava para pegar o roupão. - Na verdade, ela já pegou agente em posição pior. Lembra aquela vez que eu estava de quarto e estávamos usando um dildo? - Lauren arregalou os olhos. - Eu mal posso dizer como tenho vontade de voltar pra Austrália só pra isso. - A latina disse sonhadora.

- Acho que você não se lembra da parte que sua mãe perguntou porque usar um dildo se não gostávamos... daquilo! - Disso com as mãos na cintura seguindo a outra para fora do banheiro.

- Ah não, eu me lembro e você se saiu muito bem falando dos desejos peculiares, acho que ela pensa até hoje que você gostaria de ter um pênis.

- Eca. Não. - A hispânica disse com uma cara contorcida pelo nojo. 

- Então... 

- Mas então que é seu pai. - Antes que Lauren surtisse, o que já estava quase acontecendo, Camila a segurou pelos ombros e sorriu grudando seus lábios. 

- Ele não vai falar nada, relaxa. 

(...)

Camila e Lauren saíram do elevador em silêncio e assim foram até o restaurante, algumas pessoas começaram a cochichar e Camila soube na hora que eram fãs. Essa descoberta nada tinha a ver com as blusas que eles usavam porque não indicava tal coisa, era apenas uma intuição. Riu por Lauren estar tão perturbada com o que aconteceu com seu pai que nem percebeu que seus braços estavam entrelaçados. A latina tampouco mudou a posição, sorriu discreta pro grupo e seguiu para a área reservada. Quase caiu quando Lauren parou de andar subitamente, estava pronta pra perguntar o que tinha acontecido quando viu as três meninas e Andrea rindo maliciosas em sua direção comentando entre si e do outro lado Jerry e Alejandro com os rostos tão vermelhos quanto pimentões. Lauren entrou em estado de negação e se virou para subir. 

- Baby. - A latina não percebeu, mas saiu um pouco alto e Lauren se virou negando e apontando pra mesa. 

- Eu não vou. - Para então cruzar os braços e de maneira infantil fez cara de brava. 

- Eu não vou, Camz. Eu vou subir e vou comer por lá. Quando seu pai não estiver mais por perto e manda um SMS. - Camila riu da birra que a mais velha vazia. 

- É melhor você se sentar nessa mesa se não eu vou te dar um beijo digno de filmes de Hollywood se você continuar com esse biquinho irresistível. - Piscou meio sapeca, mas Lauren estava tão concentrada em negar se sentar na mesa que não ouviu o que a latina disse. - Só senta, Michelle. - Disse com a voz firme. 

Lauren obedeceu como a panaca que era, abaixando a cabeça quando recebeu dos mais tipos de olhares: curiosos, divertidos, zombeteiros e envergonhados. 

- Boa tarde. - Camila disse com do jeito mais descarado do mundo, com um sorrisinho. 

- Boa tarde para quem transou. - Dinah disse rindo.

- É o que é que é? - A latina explodiu, falando um pouco alto demais. - Vocês nunca foderam não? Deveriam experimentar ao invés de ficar cuidando da vida dos outros. 

Lauren abaixou a cabeça do máximo que ela conseguiu, corando de uma forma absurda. Ela não tinha vergonha de falar ou ser pega fazendo sexo pelas meninas ou pela mãe de Camila, que já estava até acostumada, mas seu pai era outra coisa.

Queria morrer de vergonha. 

O pai de Camila já não tinha mais cor do outro lado da mesa. A verdade é que uma garotinha sempre é o bebê do papai. E vê-la falar sobre e fazer sexo dessa forma tão aberta, além de constrangedor, era um pouco decepcionante. Ele não era idiota, sabia que ela fazia sexo. Só não precisava ter visto. 

E Jerry. Por Jesus, Jerry não tinha nada a ver com a história. 

- E você? - Ally ria baixinho no outro canto da mesa e arregalou os olhos quando ouviu a voz de Camila direcionada a ela. - Você fica rindo de todo o mundo, até parece que é virgem. De santinha só tem a cara. E para de rir se não eu vou contar todos os seus feitiches sexuais para todo o mundo na mesa, inclusive para o seu pai. - Ally parou de rir na hora, ficando mais séria do que como se ela estivesse em um velório. - E chega dessa porra desse assunto. 

Normani logo tratou de falar alguma coisa sobre o show e os assuntos na mesa se dispersaram. Lauren estava relativamente relaxada se levantando da mesa, até sentir uma mão grande e masculina em seu ombro. 

- Lauren... Me desculpa por mais cedo. - Era Alejandro. Ela quis morrer. 

- T-tudo bem. - Respondeu sem jeito, coçando a nuca, olhando para o chão. - Vamos só esquecer que isso aconteceu? - Ele concordou com a cabeça quase que freneticamente. 

- Sim, vamos. 

Lauren suspirou quando o homem saiu de perto do seu campo de visão e foi até Camila, que conversava alguma coisa com Normani. Ela parecia tão linda dentro de seu moletom branco e jeans de lavagem clara que Lauren só queria abraçar sua cintura e encher seu rosto de beijos. Mas ok. Gente demais. 

Se contentou em se aproximar e pegar a mão da menina, que sorriu esquecendo da conversa e olhando para a namorada. 

Camila claramente não esperava o contato, muito menos Normani, que levou um susto e depois sorriu com ternura para o casal. Era bom ver que elas estavam se acertando, que Lauren não havia pisado na bola até então. 

- Alguém já te disse hoje o quanto você é linda? - Lauren perguntou no ouvido dela, não contendo o seu olhar de percorrer o salão para ver se alguém estava notando. Ninguém em particular parecia olhar para elas e os fãs estavam longe demais para conseguiu capturar alguma coisa com as câmeras. Borrões não provariam que eram elas duas. 

Ela devia se sentir um lixo por ter esse tipo de pensamento, mas pelo menos ela não estava agindo dessa forma estupida. 

Já era um começo.

Não demoraram a seguir para o local do show, enfrentaram um pouco de dificuldade na hora de entrar no estabelecimento, mas nada que alguns seguranças não resolvessem. Já na passagem de som, Dinah conversava animadamente com Lauren, coisa que costumavam fazer o tempo todo e nem parecia que ontem mesmo mal se olhavam, sobre como as bebidas brasileiras eram interessantes e que elas precisavam provar antes de irem embora que nem perceberam no outro canto, Camila e Normani fofocando sobre a situação do almoço.

- Eu não acredito, se fosse meu pai ele começaria a chorar dizendo o quão mulher eu já estava. - Camila gargalhou levando a mão a boca. 

- Eu tive que segurar as pontas, minha namorada já é perturbada de natureza, agora imagina se fica nós três sem saber o que fazer no quarto? - Disse levantando os cabelos para que o microfone lhe fosse colocado. - Ela com certeza iria se jogar da varanda. - Foi a vez da outra levantar os cabelos. - O melhor de tudo é que: Eu que estava toda arreganhada sem nenhuma peça de roupa e ela que estava naquele desespero vergonhoso. - Riram.

- Achei que seu pai estava passando mal quando se sentou na mesa, minha mãe ficou preocupada e perguntou o que foi e então nós deduzimos quando ele disse m’ija, Lauren e deveria ter batido na porta. - Ally se aproximou com uma garrafinha de água. 

- Vamos que a rainha das fadas, raio de sol e baby mamba ainda tem que passar na maquiagem antes do meet! - Camila vincou a sobrancelha pra menor, que apontou para seu pescoço e então seus olhos se arregalaram. 

- Lauren Michelle! - Gritou mais alto que a melodia que já tinha começado, Lauren a encarou com os olhos arregalados. - Vem aqui. - Dinah foi impedida por Normani antes de começar a rir e chamar ela de little puppy quando caminhou energeticamente até a namorada.

- O que foi, baby?

- Ah, o que foi? - Colocou as mãos na cintura. - Olha meu pescoço e me diga o que foi. - Lauren arregalou os olhos com a marca arroxeada na lateral branquinha do pescoço de Camila.

- Ih...- Sussurrou passando os dedos. 

- Eu lhe disse sem marcas. - 

- Me desculpa se eu não controlo meus hormônios. - Camila deu um sorriso irônico segurando seus lábios entre os dedos e a puxou para sussurrar. 

- E também não controla seus fãs, pois tirei fotos quando cheguei e agora finalmente entendi o porquê de tantos olhares maliciosos em minha direção. - E saiu magnificamente rebolando a sua enorme bunda ao som de Work From Home. 

- Sinceramente, achei que vocês tivessem abaixado esse fogo. - A maquiadora comentou, fazendo um visível esforço para cobrir as marcas no pescoço de Camila. 

Lauren ficou vermelha. 

- Lauren? Meu amor, o que tá havendo com você hoje que você tá tão envergonhada? - Camila perguntou achando uma gracinha as bochechas vermelhas de sua namorada.

- Seu pai me pegou te chupando. É motivo suficiente para eu ter vergonha pro resto da minha vida. - A maquiadora arregalou os olhos. 

- Informação demais, gente, informação demais. - Ally concordou. 

- É o que eu tento alertá-las. Ninguém precisa saber da vida sexual delas. 

- Exatamente! - Lauren concordou. - Ninguém precisa saber da nossa vida sexual. 

- Não saberiam se você não me comesse em todo o canto. - Camila piscou e Lauren revirou os olhos, desistindo de discutir. 

- Informação. Demais. - A maquiadora repetiu, terminando de disfarçar as marcas no pescoço da latina. - Isso é tudo o que eu posso fazer por você. - Vestígios de marcas roxas ainda eram possíveis de serem vistos em sua pele. - Joga o cabelo por cima e reza pra milhares de pessoas terem problemas de visão hoje. 

- Obrigada. - Camila levantou abraçando a mulher. - Michelle, hoje eu to de greve. - Disse olhando sério para a namorada.

Dinah foi para a cadeira de maquiagem e Lauren soltou uma gargalhada. 

- Porra de greve, Karla. Hoje cedo eu tava de castigo e magicamente você só faltou sentar na minha cara. - Falou rindo. Foi a vez de Camila corar. 

- Gente, pelo amor de Deus. - Ally disse colocando as mãos na cabeça. - Menos, por favor. 

- Dez minutos. - Um membro da Staff disse na porta, indicando quanto faltava para o meet começar. 

Apesar de tudo, Camila veio da forma mais manhosa possível para perto da namorada, deitando a cabeça em seu ombro. 

- Eu não ganho nem um beijinho antes da gente sair? - Lauren selou os lábios nos da menor de forma rápida. Parecia fofo, mas ela sabia o motivo daquela manha toda. 

Camila estava com medo de colocar o pé para fora e Lauren mudar magicamente com todas as pessoas e câmeras. Claro que hoje ela havia se mostrado muito diferente, mas saberia ela lidar com a pressão? 

- Está tudo bem. - Lauren sorriu querendo lhe tranquilizar, passou as mãos em seus cabelos jogando para trás e por fim roçando seu nariz com o da namorada.

- Ok. - Foi a última coisa que disse antes de lhe dar um breve abraço. - Boa sorte. - E então correu em direção a Ally entrelaçando seus braços e esperou que os seguranças a chamassem. Não tinha mais que 100 pessoas no cômodo relativamente grande, mas a gritaria e o barulho excessivo chamou a atenção de quem estava do lado e fora, na fila e consequentemente todos começaram a gritar. Se tinha uma coisa que Lauren achar engraçada era aqui, a reação em cadeia dos fãs, muitas vezes não tinha absolutamente nada, mas eles começavam a gritar e então todos já estavam desesperadamente loucos. Normani tinha um braço em sua cintura e acenava com o outro, assim como todas as meninas. 

- Eles são intensos. - Normani comentou parando na frente do pano preto, Lauren arqueou as sobrancelhas assentindo.

- Oh e como são. - Não era segredo o caso de amor e ódio que a morena tinha com os fãs brasileiros. Camila como sempre sorria para o vento que batia em sua cara acenando para a fila inquieta. Sentiu um dedo em sua costela e virou para o lado vendo Dinah tapando a boca e rindo. 

- Hoje sua namorada se joga da sacada de ciúmes. - Camila arregalou os olhos. 

- Dinah. - Sussurrou de volta. 

- Sério, só dei uma olhada para a fila e já vi umas três com a blusa escrito Lesbian for Camila. - Ally que estava entre as duas começou a rir, não era novidade que Lauren era um bicho ciumento e sim, ela sentia ciúmes do fãs que se aproximavam muito de Camila e que vinham com essas gracinhas em cartazes ou em blusas. A latina olhou para o outro lado e realmente começou a rir, Lauren olhava na direção da menina com uma expressão relativamente enciumada.

- Ela é ótima em disfarçar as coisas. - Dinah sussurrou antes de voltar para seu lugar e receber a primeira garota.

O meet transcorreu completamente tranquilo, as pessoas eram incuravelmente respeitosas quanto a poses. Claro que tinham sempre os mais barrocos que se acham os desbravadores de poses e tentavam coisas mais inapropriadas, mas elas sabiam lidar. Quando um menino tentou discretamente tocar a bunda de Camila, Lauren rapidamente o segurou pela mão e o abraçou, mas sem se preocupar em sorrir para a foto. Quando faltaram apenas mais cinco pessoas a marca no pescoço de Camila já era visível, de tanto atrito a maquiagem era quase nula. Lauren foi a primeira a perceber quando uma fãs sorriu maliciosamente para sua namorada, que na hora não entendeu apenas a abraçou, estava se aproximando quando a menina lhe lançou o mesmo olhar. Estacou onde estava, arregalou os olhos quando percebeu que a menina sussurrou um "well done" e Camila riu, novamente sem entender.

Ninguém notou absolutamente nada, porém, Lauren mal conseguia se mover. O que fez a menina rir, abraçar sua cintura e sorrir para a foto. Quando a mesma se foi, agarrou rapidamente uma garrafinha de água e tomou um grande gole.

“Não começa”, foi o que pensou antes de voltar para as quatro. “É tudo coisa da sua cabeça. As pessoas não têm como adivinhar que esse roxo enorme e monstruoso foi causado pela sua boca. Calma." Era o que Lauren repetia para si mesma sorrindo e cumprimentando as últimas pessoas do meet. 

Quando o evento terminou, todas foram para o camarim. Sua garota estava sorridente conversando com Ally e Lauren mal podia agradecer por finalmente se ver livre de todo aquele drama e não se sentir mais culpada por ter colocado um olhar tão triste no rosto da menina. 

Nem que para isso ela precisasse manter tudo para si mesma, todos os seus medos e as inseguranças que a assolavam há anos e não pareciam ter a mínima intenção de sair, se tudo se mantivesse dentro dela, as coisas iriam dar certo. 

Lauren sentou em um dos sofás, tentando parecer normal enquanto ria de alguma coisa que alguém havia dito. As portas estavam fechadas, então a latina não viu problema em se sentar do lado da namorada e entrelaçar seus dedos. 

O problema era que Lauren podia enganar todo o mundo, menos a razão pela qual ela estava fingindo mexer no celular nesse momento. 

- Ei. - Camila disse baixinho, quando viu que as outras foram começar a se arrumar para o show e ficaram somente as duas sozinhas. - Ei, o que foi? - Perguntou retirando o celular delicadamente da sua mão. Ela havia visto há muito tempo que havia algo de errado com sua namorada, só não perguntou antes porque não queria mais gente se metendo no meio de tudo o tempo todo. - O que há de errado, meu amor? - Lauren negou com a cabeça, ela não ia dizer aquilo, não ia magoar mais a latina por causa dessa história. 

Se contentou em encolher as pernas para cima do sofá e deitar a cabeça no ombro de sua amada, recebendo um carinho gostoso nos fios de cabelos negros. 

- Tudo bem, tá tudo bem. - Camila beijou sua testa e Lauren tentou entender sobre o que a menina estava falando. - Eu sei. - Murmurou apertando mais a hispânica contra seu corpo. - Me desculpa por isso. 

- Não é culpa sua, eu só... Eu não sei o que tá acontecendo comigo. - Camila sentiu vontade de chorar, mas engoliu o choro porque Lauren iria achar que a culpa era dela, mas não era. 

- Ei, Lo, me escuta. Vai ficar tudo bem, hm? - Segurou o rosto de Lauren, encarando seus olhos perdidos. - Eu prometo. 

- Eu amo você. Sabe disso, não sabe? - Camila sorriu fraquinho, secando as lágrimas que escorreram pelo rosto da outra. 

- Sei, sei sim. Shh, deita aqui. - Pegou uma almofada e colocou em seu colo, indicando que sua namorada devia se deitar ali. 

Fechou os olhos e se concentrando no carinho que recebia, dormiu. 

Camila ficou sentada naquele sofá, engolindo o choro até o momento que Ally apareceu. Ela percebeu que a hispânica estava dormindo, por isso sentou do lado do corpo magro da latina e perguntou. 

- Tá tudo bem? - Camila negou com a cabeça. 

Ally suspirou segurando a mão livre de Camila e esperou até que ela estivesse pronta para falar, o que não demorou. 

- E se eu estiver colocando muita pressão nela? - Sussurrou com a voz embargada e tentando segurar as lágrimas para si. - Esses dias foram intensos e me sinto como se em momento algum tivesse parado para pensar nela. - A mais baixa suspirou levando a mão ao rosto da latina e fazendo um carinho calmo. 

- Você não fez nada de errado em reclamar o seu relacionamento com sua namorada. É o que você sente. Lauren tem isso dentro dela, esse medo como se todos fossem julga-la o tempo inteiro, se você aceitasse a situação que estava isso não iria ajudá-la. Ela está assim pois está sendo retirada de sua zona de conforto. - Camila abaixou os olhos pro rosto sereno da namorada, acariciou sua bochecha com a ponta dos dedos e subiu para a sobrancelha. 

- Isso é uma coisa boa? - Sussurrou mais uma vez, Ally duvidou que se estivesse um centímetro afastada escutaria.

- Isso está ajudando-a a crescer e se entender. - A loira desceu uma mão para a coxa de Camila e deu um leve aperto. - E a se aceitar. - A latina sabia que Lauren nunca tinha se aceitado nessa condição, seja ela bissexual ou homossexual.

Aquilo era um tabu em sua vida, uma barreira que ela mesmo impôs quando se viu naquela situação. Nem mesmo sua família entendia seu comportamento, uma vez que sempre souberam e aceitavam normalmente seu relacionamento com a latina. Lauren era uma porta trancada quando o assunto era ela, não reclamava mais quando Dinah fazia suas brincadeiras, mas no fundo ficava se perguntando se realmente era aquilo. Por mais claro que tenha deixado pra Camila que independente de tudo, a amava com todo seu coração, a latina também tinha medo e inseguranças, porque, afinal, e se o problema de Lauren fosse com Camila?

- Será que um dia ela será capaz de me deixar? - Sussurrou já com o rosto molhado. - Uma hora nós vamos ter que sair do escuro, não por necessidade de mostrar ao mundo o que somos e o que deixamos de ser, mas porque... porque eu quero ter uma vida com ela, uma família, filhos... - Riu baixinho recebendo um sorriso delicado de Ally. - Eu quero andar com ela na rua e segurar sua mão e demonstrar todo carinho que sinto por ela sem me importar em quem está vendo. Sei que não é sua culpa é muito menos minha, mas...tem horas que realmente me sinto culpada de colocá-la nessa situação.

- Não pense assim. - A tranquilizou. - Pense no quanto ela já evoluiu, de onde vocês estavam quando nem na nossa frente trocavam carinhos e onde estão agora. Isso é importante, vai dar tudo certo. Só prometa que não vai desistir dela porque em um mundo de verdades, a única certeza seria que ela nunca desistiria de você. - Ally era de verdade a mãe do grupo, sempre estava ali para ser boa, carinhosa, dar sermões e isso a fazia o ser humano mais especial de todo o mundo. Camila lhe lançou um sorriso e assentiu.

- Desistir não é nem mesmo uma opção, Ally.

- É bom que não seja. - Deu um sorriso reconfortante para a latina. - Eu vou deixar vocês sozinhas, sim? Qualquer coisa pode me chamar, mas vê se não se atrasa. - Beijou a testa da latina, que agradeceu vendo a pequena sair. 

Camila continuo chorando baixinho, somente deixando aquela agonia sair de seu corpo em forma de lagrimas - ou pelo menos parte dela. 

- Amor? - Lauren perguntou sonolenta. - Você tá chorando? - Camila nunca limpou o rosto de forma mais rápida em toda a sua vida. - Aconteceu algo? 

Tarde demais, a hispânica já tinha se levantando e segurava seu rosto com delicadeza. 

- Não, não, tá tudo bem, eu só... Só tava pensando em umas coisas. - Lauren levantou as sobrancelhas de forma suave, fazendo um carinho em sua bochecha com o polegar.

- Que coisas? 

- Nada demais, meu amor. Não se preocupa. 

- Fala comigo, Camila. - Pediu delicadamente, mas com a voz firme, deixando claro que não iria ignorar sua garota chorando. 

- É só que... - Soltou o ar devagar. Não sabia se Lauren tinha ouvido o que ela disse para Ally. - Eu... Eu só queria que tudo isso passasse logo. - A outra assentiu e colou suas testas.

- Vai passar, tudo bem? Eu prometo. - Disse abraçando o corpo magro de sua amada, fazendo um carinho circular nas suas costas. - Me perdoa por te colocar nessa situação toda. 

- Não, Laur, você não precisa pedir perdão. Eu amo você do jeito que você é, sim? - Camila a afastou brevemente para conseguir ver seu rosto e lhe deu um longo selinho. - Você... Você não precisa exigir tanto de si mesma, sim? Nós vamos passar por isso juntas. 

- Obrigada. - Lauren disse com a voz fraca, a menina sorriu um pouco. 

- Acho que a gente vai se atrasar. - Camila disse receosa, com medo de quebrar o momento, fazendo menção de se levantar. Lauren a apertou. 

- Eu não vou te soltar. 

- Mas a gente tem que se arrumar pro show e eu tenho que passar na maquiagem e... - A latina foi interrompida pela boca da outra na sua. 

Com mil demônios, Camila realmente não queria levantar daquele sofá. 

- Porra. - Dinah entrou no camarim. - As bocas de vocês não ficam murchas de tanto beijar não? Puta que pariu 

Camila revirou os olhos, mas não aguentou e riu quando Lauren a respondeu da maneira mais sapeca que pôde. 

- Antes uma boca murcha de tanto beijar a uma boca murcha quase voltando a ser virgem, não é mesmo, Dinah Jane? - Normani que entrava pelo camarim arrumando seus cabelos não aguentou e começou a gargalhar, Dinah ficou sem reação a olhando imaginando mil formas de lhe dar o troco.

- Podia ter dormido sem essa. - Ally deu-lhe um tapa na bunda, Camila negou saindo para trocar de roupa e encontrar sua maquiadora com os braços cruzados.

- Você vai me dar trabalho. 

Lauren trocou de roupa ali mesmo enquanto limpava o rosto com a pouca maquiagem borrada. 

- Sabe... - Dinah que tinha ficado quieta desde o fora se pronunciou apoiando na porta. -Toda essa energia lésbica perto de mim está afetando minha heterossexualidade, hoje quando fomos tirar aquela foto com a mão uma na bunda da outra eu não pude deixar de reparar em como a bunda daquela menina era macia. - Lauren vincou as sobrancelhas se lembrando de trocar de lugar com a amiga. 

- Mas você está na ponta e a Camila ao... - Parou de falar quando entendeu que bunda em questão era a bunda de sua namorada.

- Ah é, era a bunda de Camila. E eu apertei bem forte. - Normani segurou a risada colocando mais lenha na fogueira.

- Realmente a bunda da Mila é bem gostosa de apertar. 

- Vocês podem parar? - A hispânica murmurou, eram amigas, mas Camila continuava sendo sua exclusivamente namorada. Ally revirou os olhos para as crises de ciúmes momentâneas de Lauren, não faziam sentido uma vez que era uma brincadeira comum entre as cinco. 

- Você me cansa, Michelle. - Dinah revirou os olhos e se sentou para calçar os sapatos. -Mas realmente, teve outra foto então porque eu apertei a bunda de uma fã bem forte, do mesmo jeito que ela fez comigo e, nossa, que sensação boa. - Ally arregalou os olhos encarando a maior que falava como se comentasse que comeu macarrão no almoço. 

- Dinah!-  Ralhou. 

- O que? - Lauren não conseguiu segurar a risada e a cutucou com os ombros. 

- A menina de camiseta verde. - Comentou baixinho para que só a maior escutasse, lhe lançou uma piscadela.

- Camila que te crie. - Riram antes de voltar para a latina que entrava já completamente maquiada.

- Yas mama! - Gritou sorrindo na direção da namorada que levou um susto mas riu lhe dando um selinho rápido. 

- Falou “yas mama!” quando apertou a bunda da fã mais cedo também, Michelle? - Normani gritou fazendo Camila semicerrar os olhos na direção dos olhos verdes, que agora se encontravam arregalados. Não teve tempo de desviar do tapa que recebeu no braço.

- Eu cuido de você mais tarde. 

- Porque agora é hora do show. - Ally gritou batendo palmas. 

O show foi tranquilo - alguma coisa tinha que ser. Correu tudo bem e no final das contas elas estavam de volta ao hotel antes mesmo que esperassem. 

- Porra. - Lauren xingou baixinho quando saiu do elevador acompanhada de Ally, Normani e alguns seguranças e viu que Alejandro saia do outro. Nem viu com quem o homem estava acompanhando. 

- Oi. - Ele disse um pouco sem graça para a nora. 

- Oi. - Lauren abriu o sorriso amarelo mais sem graça que ela já abriu em toda a sua vida. 

- E aí família! - Camila apareceu gritando sabe Jesus de onde, colocando um braço no pescoço do pai e o outro no pescoço da namorada com um sorriso muito maior que a cara no rosto. - Preparados para dormir quatro horas antes do voo? 

- Eu queria mesmo era jantar. - Lauren disse passando a mão no estômago. 

- A gente pede pra subirem com alguma coisa daqui a pouco. - A hispânica se trancou toda ao ouvir o barulho do elevador. Se fosse algum fã e visse Camila pendurada nela desse jeito... Em nome de Jesus. 

Por sorte era apenas um pessoal do Staff. 

- Pai, vai entrar no quarto? - Camila perguntou vendo o homem tirar o cartão do bolso. Ele assentiu. - Traz minha mala? Vou dormir no quarto da Lauren. - Ele coçou a nuca de forma constrangida. 

- Tudo bem. 

O homem entrou no quarto, lhe entregou a mala e sua bolsa e beijou sua testa desejando boa noite. 

Lauren queria morrer de vergonha de novo. Não que Camila nunca tivesse ficado no seu quarto, mas acontece que depois de hoje era complicado ela não imaginar o que se passava na cabeça do seu sogro. 

- Camz, vem cá. - Lauren chamou sentada na cama enquanto Camila procurava algumas roupas mais confortáveis em sua mala para jantar e dormir. 

Foi até a namorada, com um sorrisinho por ter ouvido seu apelido. 

- Oi. - Sentou-se do lado da mulher, que tinha um punho fechado de forma tão cuidadosa que parecia que ela estava segurando algo vivo. 

- Me dá a sua mão. 

- Pra quê?

- Só me dá. - Camila estendeu a mão direita para Lauren, que parecia concentrada na tarefa de devolver-lhe o seu anel, colocando-o no dedo. 

- Você não precisa fazer isso. O que disse mais cedo ainda vale, meu amor. - A morena balançou a cabeça de um lado para o outro e em seguida a encarou.

- Eu quero fazer isso. - Camila engoliu um bolo de choro na garganta. 

- Você não vai mais falar para eu tirar? - Lauren se sentiu a maior idiota do mundo. 

- Nunca mais, hm? - Selou seus lábios delicadamente, tirando o anel igualzinho que ela tinha do bolso e ensaiando colocar em seu próprio dedo. 

- Deixa que eu faço isso. - Camila pegou o anel da mão de sua amada e o deslizou pelo seu dedo, sorrindo junto com a outra. 

- Eu te amo. - Lauren disse para finalizar, pegando a mão da menina e dando um beijo bem em cima do anel.

- Você é muito linda, sabia? - Camila disse com a voz mansa. - Quando tivermos filhos quero que eles tenham seus olhos. - Lauren abaixou a cabeça para entrelaçar suas mãos.

- Eu gosto dos seus olhos. - Murmurou colocando uma mexa do cabelo de Camila atrás de sua orelha. 

- Até porque olhos castanhos são bem, mas bem raros. - Revirou os olhos rindo. 

- As pessoas acham olhos claros maravilhosos, mas não percebem a intensidade dos olhos escuros. - A latina suspirou, se levantando pegando suas roupas para o banho. 

- Eu vou escolher um doador com olhos transparentes, vamos pegar seus óvulos e então temos 99% de chances de ter um principezinho de olhos claros. - Lauren parecia uma banana enquanto escutava sua namorada falar de sua família com tanta certeza. Sabia que não tinha errado depositar tudo o que tinha de si nas mãos da latina.

- Então teremos um menino? - Cruzou os braços achando adorável a forma cm que suas bochecham coravam quando falava desse tão esperado filho, o desejo de Camila ter sua própria família estava quase escrito em sua testa é explícito para qualquer um que conversasse com a mesma por poucos minutos. 

- Eu quero. - Passou no portal do banheiro. - Mas se vier uma menina, a amarei mesmo assim. - Levou as mãos sonhadoras até a barriga, Lauren chegou a engasgar. 

- Parece até que está grávida. - Brincou se levantando para pegar a própria roupa, quando se virou encontrou uma latina com as mãos na barriga e um sorrisinho lindo no rosto, podia até jurar que seus olhos estavam brilhando ou úmidos. Lauren arregalou os olhos abrindo a boca.

- Lo... - Sussurrou.

A hispânica perdeu o ar.

Como assim?!

- Camila... - Assustada era pouco pro que Lauren estava. Só quis morrer quando a gargalhada de Camila soou alto demais preenchendo o quarto. 

- Deveria ter visto sua cara. - Tacou sua blusa na mais velha que queria se bater por ser tão lerda.

- Você é escrota. - Murmurou entrando também no banheiro e começando a tirar suas roupas, Camila cruzou os braços com a sobrancelha arqueada, limpou a garganta e ganhou a atenção da outra. - O que? 

- Eu vou tomar banho. - Avisou apontando pras roupas. 

- Bom, estamos no meu quarto... - Começou a falar apenas de sutiã e calcinha, se aproximou soltando os cabelos. - Ou vai tomar banho comigo ou vai me esperar.

E quem é que tinha coragem de não entrar naquele box com aquela deusa? 

- Michelle, hoje você está muito cheia de gracinha. - Disse retirando a blusa. Lauren levantou as sobrancelhas, abrindo a água da banheira. 

- Por me despir e vir tomar um banho? - Indagou divertida, se sentando na beirada da banheira para esperar o objeto encher.

- Desde cedo. 

- Quer me colocar de castigo de novo? Beleza, mas então vai pro quarto com o seu pai ou eu vou acabar sendo presa. - Falou dando uma secada em Camila que ela perdeu uns cinco quilos enquanto jogava a sua calça em qualquer canto. 

- Você que está citando o castigo, ele já foi suspendido há muito tempo. - Colocou as mãos nos quadris. - Quer voltar pra ele? 

- Eu já disse o que vai acontecer se eu voltar. A culpa será toda sua. - Lauren desligou a água, tirando a sua lingerie para finalmente entrar na banheira. Isso só não aconteceu porque um corpo completamente nu e atrevido se colou ao seu por trás, braços magros passando em volta de sua cintura e unhas arranhando a pele clarinha de sua barriga, deixando um rasto vermelho por onde passavam. 

- Cabello, você não me provoca porque dessa vez não tem Alejandro que te salve. 

- Quem ouve pensa que você aguenta, Jauregui. - Lauren ergueu um canto da boca em um sorriso mais do que diabólico e se virou em um movimento rápido, tirando a outra do chão e a sustentando com seus braços por alguns segundos, até que suas costas se encontrassem com o azulejo frio do banheiro. As pernas de Camila se envolveram em sua cintura e a hispânica levantou uma sobrancelha, sentindo a umidade da outra contra a sua barriga. 

Lauren levou a boca até o seu ouvido, causando de forma proposital um atrito entre a intimidade da latina e a sua barriga, arrancando um gemido sôfrego dela. 

- Já, Karla? - Perguntou com a voz rouca. 

- Cala a boca, pelo amor de Deus. - Camila disse com os olhos fechados e a boca entreaberta tentando controlar a respiração enquanto Lauren cometia estragos em seu pescoço. 

- Desculpa, mas acho que você terá que passar muita maquiagem amanhã. - A latina nem teve tempo de responder pois sentiu dentes lhe mordendo e então chupando, foi impossível conter o gemido relativamente alto que escapou de sua garganta, trouxe uma das mãos a sua nuca e apertou com força. Lauren se remexeu como uma cobra de forma que sua barriga estimulasse ainda mais o sexo molhado da outra. 

- Se apressa um pouquinho. - Camila pediu certamente fora de órbita uma vez que só sabia gemer e esfregar-se de alguma forma na outra. A hispânica soltou uma risada rouca quando sentiu os músculos de Camila relaxando e então contraírem quando tirou uma das mãos de sua coxa e apertou sua bunda com toda força. 

- Eu vou levar o tempo que eu quiser. - Desencostou o corpo da parede e caminhou na direção da bandeira, entrou com cuidado para não cair e com uma pequena ajuda da namorada conseguiriam se deitar. Não era a primeira vez que faziam sexo na banheira, era o preferido de Camila pois ajudava a relaxar de uma forma mágica. Lauren separou suas coxas e levando a mão finalmente até seu clitóris, o estimulando. Sorriu quando Camila lhe segurou pelo ombro e jogou a cabeça para trás. 

- Mais... - Sussurrou levantando os quadris para ter mais contato, Lauren não perdeu tempo e se aproximou rodeando a entrada com dois dedos, apoiou na borda e encaixou sua própria intimidade nas costas de sua mão empurrando lentamente para frente dando prazer as duas de uma vez só. A latina apertou os olhos quando sentiu ser invadida daquela forma lenta e dolorosa, quis matar Lauren pela demora e paciência. Ela estava em chamas e precisava de sexo duro. 

- Lauren... - Gemeu sentindo os movimentos da namorada dentro de si. Ela também escutava os gemidos breves da maior, que só a instigavam ainda mais. - Mais forte...

- Como é que se diz? 

- Por favor. - Camila implorou de forma decadente, pouco se importando se ela parecia desesperada. Com mil demônios, ela estava. 

Lauren sorriu com o canto da boca ao ver o estado catatônico em que deixava a sua namorada e se inclinou sobre ela, sempre segurando na beira da banheira para não deixar todo o seu peso em cima da outra. Ela quase não conseguia se concentrar por conta de seu próprio prazer, mas ao mesmo tempo queria marcar a pele da outra. Sentia a necessidade de mostrar para todo o mundo, mesmo sem dizer com palavras, que a latina pertencia a ela. 

Arrastou a boca pelo seu colo, dando diversas mordidas e chupões, sentindo as mãos de Camila alternarem entre deixar suas costas ardendo ou apertá-la conta ela.

A latina estava perto de seu orgasmo e Lauren sabia disso, foi por isso que ela parou, mesmo que aquilo atrapalhasse o seu próprio orgasmo. 

- De quatro. Agora. - Ordenou com a voz rouca antes da outra protestar. 

Se afastou um pouco, dando espaço para Camila se apoiar nas beiradas da banheira e dobrar seus joelhos, empinando aquela enorme bunda para ela. 

A primeira coisa que a latina sentiu foi um tapa na sua nádega esquerda, que só a instigou mais. Ela sabia o quanto Lauren gostava de bater e apertar a região, além de se inclinar e distribuir beijos e mordidas nos lugares que ela estava maltratando alguns segundos atrás. 

A mão da morena se esticou e agarrou os cabelos da nuca da menor, forçando seu rosto contra a beirada da banheira. Suas mãos estavam apoiadas do lado da região onde sua bochecha repousava, a deixando completamente empinada para sua namorada. 

Camila fechou os olhos sentindo outro tapa e a acústica do banheiro fez questão de enfatizar o eco no gemido que a menor deu quando Lauren introduziu três dedos dentro dela com força e sem aviso prévio, dando a mais nova uma mistura perfeita entre dor e prazer. 

A latina apertou os olhos ao mesmo tempo em que apertava os dedos contra a borda. Os lábios grossos estavam esmagados entre os dentes apenas dando espaço pra que gemidos esganiçados saíssem daqui. Lauren mantinha se no posto de penetrar-lhe cada vez mais forte, arranhando suas costas e agora dando pequenos tapas em suas nádegas. 

- É assim que você gosta, não é? - A hispânica sorriu quando viu a namorada impossibilitada de falar, lhe respondendo com um simples aceno de cabeça. - É eu sei. - Sussurrou se abaixando para deixar uma mordida em sua nádega direita, já avermelhada por conta dos tapas. 

- Lo...- Foi a única coisa que conseguiu falar antes de gemer alto mais uma vez. Lauren sorriu mantendo o ritmo lento, mas forte e negou. 

- Não estou lhe ouvindo. - Lhe deu mais um tapa, agora na coxa. Passou a mão pela sua cintura e alcançou o clitóris da mesma, fazendo a menor pular. Percebendo que não iria mais ter nenhuma resposta que não fosse seus gemidos, decidiu aceitar e continuar seu trabalho. Inclinou o corpo para frente e, consequentemente, retirou sua mão da parte da frente para se apoiar na borda e chegou até a nuca da namorada, que tinha os olhos fechados e agora gemia mais baixo. - Você é uma putinha excelente, sabia?- Disse com um riso abafado em seus cabelos, não movimentava mais a mão apenas estimulava seu nervo duro. Camila gemeu quando escutou o xingamento, Lauren quase nunca fazia isso com ela, ela geralmente era muito carinhosa na hora do sexo. Quando fazia, a menor gostava de aproveitar cada segundo. - Você até diz por favor.

- Por favor...continua. - Engoliu em seco quando ganhou outro tapa na bunda. 

- Não mandei você falar, mandei? - Perguntou baixo entre dentes.

- Não. - mais um tapa que dessa vez veio acompanhado de uma apertão delicioso. Camila então entendeu e apenas negou. 

- É, aprende rapidinho. - A hispânica agarrou a cintura fina e a virou fazendo com que um pouco de água vazasse, pegou um roupão e se esticou sobre o corpo da morena para colocar na borda, impedindo Camila que se machucasse quando deitasse ali. Já a latina tinha a visão perfeita dos seios médios da namorada e não perdeu tempo antes de levantar um pouco o rosto e abocanha-los fazendo a outra perder até o equilíbrio, rindo um pouco em seguida. - Deite ali, vamos.- E assim a outra fez tendo, surpreendentemente, suas pernas erguidas e suas coxas apoiadas nos ombros de Lauren, ficando em um posição diferente das outras vezes, não era tão confortável, mas sabia que valeria cada segundo, ainda mais quando viu Lauren lambendo os lábios e se aproximando cada vez se sua intimidade, como uma fera se aproxima da presa.

Camila gemeu sem pudor algum quando a boca de Lauren alcançou sua intimidade, lambendo-a desde a entrada até o clitóris. Seus lábios se fecharam em torno do feixe de nervos e a hispânica começou a sugá-lo, fazendo a outra levantar os quadris quase que inconscientemente, rebolando e pedindo mais contato do que ela tinha, embora fosse meio difícil. 

A posição se tornou ainda mais desconfortável quando Camila precisou se apoiar nos braços para continuar levantando os quadris sem cair. Lauren segurava com força em suas coxas que já estavam doloridas de tantos tapas e apertões, e com os olhos fechados aceitava tudo o que a namorada tinha para lhe dar, se deliciando com o som dos seus gemidos cada vez menos controlados, parecendo que a qualquer momento alguém de outro quarto podia escutar. 

Não que elas dessem a mínima. 

Camila normalmente seguraria um pouco mais o seu orgasmo para aproveitar os movimentos que a língua de Lauren fazia nela, mas a latina não aguentava mais. Arqueou o corpo quando a sensação passou sobre ele, fazendo seus braços tremerem e seu quadril cair novamente onde ela estava sentada, tudo sem Lauren largar as suas coxas nem parar de lambê-la. 

Ela disse algo que não conseguia se recordar, de olhos fechados, somente fazendo força o suficiente para não cair. Queria se largar e deixar o corpo aproveitar aquele orgasmo incrível que ainda percorria seu corpo, o que foi possível quando ela sentiu os braços da namorada a sua volta, a trazendo para dentro da banheira com delicadeza, distribuindo beijos carinhosos pelo seu maxilar. 

Camila duvidava se ela preferia a forma rude com a qual Lauren a tratava durante essas transas ou o carinho que ela tinha com ela depois. 

A latina abriu os olhos quando sentiu a boca de Lauren novamente em seu pescoço, dessa vez dando beijos muito mais delicados que antes. Puxou sua namorada pelos cabelos da nuca ao se recordar que ela ainda não tinha gozado e provavelmente estava explodindo pelo que ela pode sentir quando levantou uma coxa propositalmente e percebeu o quão quente o meio das suas pernas estavam. 

Empurrou-a pelos ombros de forma não muito delicada, até que ela estivesse com as costas na outra extremidade da banheira, sentando sobre o seu quadril e começando a rebolar, fazendo questão de roçar suas intimidades, piorando consideravelmente o estado de sua namorada. 

- Camila... - Lauren pronunciou arrastando a última sílaba com uma rouquidão na voz que a latina achou que devia ser proibido. 

- Shh. - Disse se aproximando com um sorriso quase diabólico. - Vou cuidar muito bem de você, não se preocupe. 

Lauren suspirou com os olhos fechados e tentando respirar corretamente sentindo Camila rebolar cada vez mais tensamente em seu colo.

- Isso. - Sussurrou mordendo os lábios pondo sua uma mão em sua coxa e apertando sua cintura pressionando para si.

Camila sorriu subindo as mãos pelo pescoço pálido e enfiou os dedos entre seus cabelos negros, apertando os fios e fazendo a hispânica arrepiar. Sentia seu próprio corpo se preparando para mais um orgasmo ainda mais olhando a forma com que a mulher embaixo de si tremia e parecia inconsciente de si, murmurando palavras que não podiam ser entendidas. A latina engoliu em seco se preparando para fazer uma coisa que nunca tinha feito muito menos comentado com Lauren, ela poderia não gostar e então estragar todo o momento, mas mesmo assim não deu meia volta. Se inclinou sobre o peito branco sentindo as carícias agora em sua bunda e outra em sua coxa, passou seus dedos pelos seios excitados e chegou próximo a sua orelha, mordendo o lóbulo antes de sussurrar da forma mais sexy que conseguiu:

- Goza pra mim, daddy.

Sentiu o corpo da mulher tremer ainda mais forte, se levantou rapidamente procurando alguém sinal de que havia feito coisa errada, porém, tudo que encontrou foram seus olhos abertos e sua respiração mais pesada, intensificou a rebolada quando as duas mãos de Lauren agarram sua cintura com força e seus olhos pareciam pegar fogo. Foi o momento pra Camila sorrir, claramente não foi um erro. Permaneceram em silêncio pelos por mais alguns minutos e então gemidos sôfregos escaparam das duas bocas simultaneamente, a latina não conseguia controlar seu corpo, caindo por cima de Lauren e sentindo a respiração ofegante da namorada depois daquele orgasmo intenso. 

Lauren começou a distribuir beijos delicados pelo ombro da menor, que ainda se encontrava ofegante pelo orgasmo recente. Lentamente ela ajeitou a sua garota, abrindo as pernas e a encaixando entre elas, com as costas contra o seu tronco. Se esticou um pouco para pegar um sabonete, que ela começou a passar pela pele bronzeada de seus ombros, descendo suavemente pelas costas.

- Hm... - Camila murmurou gemendo e tombando a cabeça para o lado, deixando o local exposto para Lauren ensaboar. 

- Parece que o chupão que tinha aqui ganhou alguns irmãos. - Lauren comentou com uma risadinha, fazendo espuma em sua mão com o sabonete e colocando-o de lado, passando as mãos de forma delicada no pescoço da menina, que estava a ponto de começar a ronronar que nem um gato, completamente entregue aos seus toques. 

- Vou ter que chegar duas horas antes somente para passar maquiagem. - Disse sem parecer se importar muito com aquilo. 

Depois de gozar daquele jeito realmente não, mas amanhã... Deus, Lauren já previa o escândalo. 

- Isso se eu não resolver dar mais irmãos para eles. - Comentou ensaboando o outro lado do pescoço da latina, que tinha apenas algumas marcas vermelhas. 

- Faz a porra de um desenho no meu pescoço, eu não ligo. - Sua cabeça tombou para trás e Lauren se aproximou, ensaboando seu colo e seu peito dessa vez. - Faz tanto tempo que a gente não fica bem assim... - A hispânica se aproximou, pegando o sabonete de novo e trazendo a outra mais para perto, passando-o em sua barriga. - Sem brigar, sem discutir. Parece até que a gente tá de férias em Miami de novo. Me sinto tão bem que não me importo com a cor do meu pescoço. - Lauren sorriu beijando seus cabelos úmidos. 

- Verdade... eu não quero brigar com você nunca mais. - Pegou o braço da mais nova, passando o sabonete levemente por ele. - Quando você bateu aqui ontem à noite... Eu nunca tive uma sensação tão ruim em toda a minha vida. Não quero perder você por nada desse mundo, não importa o que eu tenha que fazer. - Camila abriu os olhos e olhou para cima para encarar Lauren, aproveitando a sensação de sua namorada passando sabão de forma cuidadosa pelos dedos das suas mãos. 

- Shh, tá tudo bem. Você também não precisa se forçar muito, eu sei que hoje foi difícil pra você. Um dia de cada vez, sim? 

- Estou feliz que você me aceitou de volta. - Lauren disse beijando lentamente sua cabeça, Camila riu baixinho subindo as mãos para seu rosto. 

- Eu não sou doida de deixar vice solteira por aí. - A morena revirou os olhos. 

- Como se eu fosse sair namorando todo mundo na minha frente. - A latina arqueou as sobrancelhas com um sorriso brincalhão nos lábios. - Olha...eu não faço isso. 

- Ah sim, você faz. - Beliscou sua barriga rindo. - Basta uma menção no Twitter e você adora flertar. - A hispânica riu porque realmente fazia isso antes. 

- Tudo bem, mas foi a muito tempo atrás. - Deu de ombros começando a jogar água nas costas de Camila e tirar o sabonete. 

- Vamos esperar até o Matt te mencionar. 

- Ah, aí sim eu largo tudo e vou namorar ele. - Camila se virou encarando as orbes verdes.

- Vai lá ser o macho dele? - A hispânica abriu a boca em descrença com as palavras retas da outra. - O que?! Não é segredo que ele é tão gay quanto o Troye... - Camila colocou o dedo sobre o queixo, pensativa. -Acho que vou apresentar os dois...- Divagou. 

- Camila, já é a segunda vez em menos de uma hora que você me chama de algo relacionado a homem. Devo me preocupar? - A maior arqueou as sobrancelhas encarando a namorada. - Isso afeta minha feminilidade. - Murmurou empurrando seus ombros para virar pra frente e tirando a espuma, Camila gargalhou. 

- Você não pareceu reclamar quando lhe chamei de daddy. - Sussurrou no pé de seu ouvido fazendo a arrepiar. Ao ver aquilo a latina sorriu satisfeita. Lauren não teve resposta apenas mordeu a língua e apertou os olhos quando sentiu a bunda da outra rebolar sobre seu sexo. 

- Eu vou fazer um tweetlonger. - Murmurou brincando. 

- Isso, reclama lá em como você odiou quando lhe chamei de daddy enquanto estávamos transando na banheira. Em como você se sentiu tão não feminina que gozou na hora. - Lauren levantou as mãos em recuou.

- Você ainda está bêbada? Porque assim não sei o que está acontecendo, sua língua está pegando fogo. - Camila riu se virando e lhe beijando rapidamente, desceu a mão por seu peito e alcançou o seio de Lauren, dando uma apertada no mamilo. 

- Você adora minha língua pegando fogo, não é? - Definitivamente Camila estava sem limites. Quase um pecado, mas Lauren a segurou e a virou para terminarem o banho, se ficasse ali mais alguns minutos não iriam dormir e elas precisavam bastante disso. 

- Credo, Lauren, três anos atrás você não negava fogo. - Lauren riu lavando o pescoço da menina. 

- Três anos atrás a gente não transava e se transasse eu iria negar do mesmo jeito porque temos que ir para um voo daqui a 3h e não dormimos nada. - Camila soltou um muxoxo. 

- Tecnicamente a gente só vai dormir duas horas porque temos que arrumar as coisas antes de ir e não faz diferença meia hora a mais ou a menos. 

- Meia hora? - Lauren ergueu uma sobrancelha. - Se eu te pegar agora, vamos ter que perder aquele voo. - A latina deu um sorriso safado. 

- Vou cobrar isso quando a gente chegar em Curitiba. - Um alívio saiu do peito de Lauren quando ela percebeu que não seria usada de escrava sexual e poderia dormir pelas próximas duas horas. 

- Vem. - Disse quando acabou de lavar seu tronco, saindo de dentro da banheira.

- Eu to com preguiça, amor. Não posso dormir aqui dentro? - Lauren riu, vestindo um roupão. 

- Creio que não. Tenho que entregar uma Camz cheirosinha e com a pele esticadinha para as meninas e não uma uva passa. - A gargalhada da mais nova ecoou por todo o banheiro e Lauren se derreteu com aquele som, pegando uma toalha e secando a menina quando ela saiu. 

- Que frio do caralho, credo. Ainda dizem que no Brasil é quente. Quente onde? - Camila perguntou quase falando sozinha enquanto a mais velha pegava uma roupa confortável na mala para a menor dormir. 

É muito óbvio que ela poderia fazer tudo isso ela mesma, mas era ótimo ser mimada por Lauren e como a mais velha era trouxa, fazia tudo e ainda com um sorriso no rosto. 

- Acho que depende da cidade né. - Respondeu entregando uma muda de roupas para a outra e indo se vestir ela mesma. 

Camila terminou de colocar a blusa e foi para a cama, se esparramando sobre a mesma e começando a sentir seu corpo dolorido. Ela fechou os olhos e queria dormir, mas ficava difícil se Lauren não apagava a luz e ficava fazendo quinhentos mil barulhos. 

- Porra Lauren, o que você tá fazendo? Vem deitar, pelo amor de Deus. 

- Espera, caralho. Estou arrumando nossas malas. De nada. - Camila abriu os olhos e sorriu. 

- Você é um amor, sabia?

Lauren até tentou esconder o sorriso que estava dando com uma revirada teatral e dramática dos olhos, Camila riu se virando para analisar enquanto a namorada deixava suas malas enfileiradas para a porta e voltava lentamente para a cama, parecendo querer desmaiar. Abriu os braços e levantou a coberta pra que a outra se aconchegasse em seu corpo como uma bolinha branca. 

- Você é a melhor parte do meu dia, sabe? - Camila sussurrou beijando sua cabeça, a hispânica virou em sua direção bocejando e coçando os olhos de uma maneira infantil, a deixando ainda mais adorável. Apenas assentiu cansada demais para dar corda a Camila, que mesmo cansada poderia passar uma vida falando e falando. - Boa noite, amor. 

- Boa noite, babe.