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História Scenery - vhope - O pequeno apartamento de Taehyung


Escrita por: n_honeymoon

Notas do Autor


olá meus queridos! obg pelos novos leitores, estou muito feliz ;3

espero que gostem do capítulo!

<3

Capítulo 5 - O pequeno apartamento de Taehyung


Fanfic / Fanfiction Scenery - vhope - O pequeno apartamento de Taehyung

sexta-feira

 

 

Na volta para casa, Hoseok, como o combinado, primeiro dirigiu até o apartamento onde morava Taehyung. O imóvel ficava no centro da cidade, próximo a comércios e outros prédios.

 

— É uma ótima localização — comentou Hoseok. — Essa é uma das vantagens em se viver na cidade.

 

Taehyung repousou a mão sobre sua barriga, que estava cheia de tanto que havia comido na pizzaria.

 

 

— Verdade, eu dei sorte.

 

 

De repente, uma forte chuva começou a cair, pegando ambos desprevenido.

 

 

— Droga — disse Hoseok, e depois quis se explicar: — Sei que isso vai soar bem como coisa de mãe, mas é que eu tinha deixado roupas no varal.

 

Taehyung riu.

 

— Por que não compra uma secadora?

 

— Porque sou preguiçoso pra essas coisas. E além do mais, eu até que gosto de estender a roupa do modo tradicional. Parece que elas ficam com um cheiro melhor.

 

— Pode ser. Cheiro de sol? — disse Tae.

 

Hoseok o encarou por um momento.

 

— Sim, acho que é cheiro de sol.

 

 

Assim que chegaram ao estacionamento, Hoseok dirigiu o carro até a garagem do prédio, na vaga que era do Taehyung (a qual ele não usava, porque não tinha um carro e muito menos sabia dirigir).

 

Eles saíram do carro.

 

— Na hora de você ir embora, eu desço contigo e abro o portão — avisou Taehyung. — Mas você pode ficar o quanto quiser, claro.

 

 

Hoseok sorriu, mas disse que só queria, de fato, matar a curiosidade, então não ficaria muito tempo.

 

Eles foram até o saguão, que dava diretamente para o elevador ou as escadas. Como não queriam subir uma infinidade de degraus até o décimo andar, eles decidiram pegar o elevador, o que incomodou Hoseok, porque era um espaço um tanto pequeno.

 

— Cabem só umas seis pessoas por vez. Mas geralmente vão menos pessoas, porque ninguém quer ir exprimido. Eu tenho uma vizinha idosa, que conheci hoje, a princípio, que só vai se for sozinha. Ela diz que, com certeza, vai cair o elevador se for mais pessoas junto dela. — Taehyung apertou o botão número 10 (tinha até número 11) e depois apertou o botão para que as portas se fechassem.

 

— Quando eu ficar velho, eu acho que vou ser igual a essa mulher — disse Hoseok, logo depois tirando o casaco, porque sentia calor. — Nossa, você mora, tipo, no penúltimo andar. Que medo.

 

— Eu não tenho medo de altura, nem mesmo de ficar na sacada. Acho que seria mais perigoso pra uma criança ou animal — disse Taehyung.

 

— Entendo.

 

Eles chegaram e a porta se abriu, revelando um corredor curto e largo, com duas portas na parede esquerda e duas na parede direita. Alguma delas levava para o apartamento de Taehyung.

 

— O meu é o último, do lado direito.

 

Taehyung procurou pelas chaves em sua bolsa e Hoseok ficou esperando ao seu lado, enquanto observava uma guirlanda de natal pendurada na porta vizinha à de Taehyung. Faltava pouco para o Natal, e Hoseok não tinha planos para a data, ainda. Provavelmente passaria ao lado dos pais e de alguns tios, como fazia quase todo ano. E também receberia visita do primo Yoongi, que só aparecia em feriados importantes, aniversários e velórios.

 

 

— Onde você vai passar o Natal? — perguntou Hoseok, ao mesmo tempo em que Taehyung girava a porta para abri-la.

 

— Geralmente passo com alguns amigos — respondeu. — Mas esse ano eu não sei, porque já não falo muito com eles.

 

Taehyung abriu a porta por inteiro e entrou. O apartamento era de fato pequeno, pois dali se podia enxergar o pequeno quarto de Taehyung, a pequena cozinha (que era anexa à sala), o pequeno banheiro e a pequena lavanderia. Era tudo muito próximo e apertado, mas também trazia uma sensação de conforto, como se fosse um local bastante apropriado para uma pessoa só. Passava uma sensação de independência e juventude, ao menos para Hoseok.

 

 

— Pequeno, mas legal. — Hoseok viu que no chão haviam duas caixas com livros. — Você é bem leitor, hein?

 

— Ah, pois é… eu gosto de ler quando tô entediado ou quando não tô com vontade de sair. Mas também, metade dos livros são só sobre fotografia e coisas do tipo — disse Taehyung.

 

— Bom, leitura é leitura.

 

Ali onde estavam havia um pequeno sofá e uma estantezinha de TV, mas em vez de ter uma TV, havia um notebook branco fechado.

 

Taehyung começou a andar e Hoseok o seguiu.

 

— Aqui é meu quarto. Bem pequeno, mas dá pro gasto.

 

Ali havia uma cama de solteiro e um puff marrom, que ficava no canto do cômodo, no encontro entre duas paredes. Em cima do puff tinha uma pilha de roupas dobradas.

 

— Parece confortável — disse Hoseok. — E quentinho.

 

— É, pro inverno é realmente a melhor opção.

 

Todas as paredes da casa eram brancas, mas ao menos a pintura parecia nova e bem-feita.

 

— Quer ver a sacada? — perguntou Taehyung.

 

— Pode ser. Mas acho que não vou ficar lá, só olhar, sabe? Tenho medo.

 

 

— Sei… você que sabe.

 

Eles voltaram para sala, onde ficava a porta de vidro que levava à sacada.

 

— Hum, parece… seguro — disse Hoseok, ignorando o fato de suas mãos tremerem à medida que chegava perto do local.

 

Taehyung abriu a porta de vidro e caminhou até a sacada, que era pequena, mas, ao mesmo tempo, segura; havia um muro alto para se apoiar, que batia na altura de seu peito.

 

A chuva agora já não era tão forte, contudo, ainda fazia parte da paisagem.

 

— Uau, que vista bonita — disse Hoseok, aproximando-se do muro de concreto. A única coisa que ele não conseguia fazer direito era olhar diretamente para baixo, porque era onde provavelmente pararia se caísse daquela altura. — Posso ver tanta coisa.

 

— Gosto de vir aqui de noite, tomar um café e ficar olhando. Como agora é perto do Natal, tem vários lugares e casas com luzes bonitas e enfeites grandes.

 

— Ah, parece legal. — Hoseok cruzou os braços sobre o muro e apoiou sua cabeça ali. Com aquela vista (que incluía prédios, parques, casas, comércios luminosos e pessoas do tamanho de formigas) seus pensamentos iam longe.

 

 

— Hoseok — chamou Taehyung. — Posso te fazer uma pergunta?

 

 

— Pode sim, só não garanto que vou te responder.

 

— Você pretende publicar outro livro de romance?

 

Hoseok pensou por um momento. Nem ele sabia ao certo a resposta.

 

 

— Depois que eu terminar esse projeto, acho que sim.

 

— Mas você não tem nenhuma história em mente?

 

— Hum… Mais ou menos. É que eu procuro por inspiração. Quando eu leio outros livros, vejo novos filmes e tenho notas experiências, tipo com novas pessoas e novos lugares, eu ganho mais inspiração para escrever. No momento eu não tô muito ativo, mas a inspiração vem do nada, e eu to esperando ela vir.

 

 

Taehyung concordou, porque ele também sempre procurava novas inspirações.

 

 

— Hoseok?

 

—Hum?

 

— Um dia eu posso te fotografar?

 

 

Hoseok virou a cabeça para o lado, na direção de Taehyung.

 

— Fotografar como? Eu não sei ser um modelo ou algo do gênero.

 

— Mas eu acho você bonito, e acho que seria legal tirar alguma foto sua.

 

— Sei não… — Hoseok estava ligeiramente envergonhado, tanto que nem tirava o sorriso da cara. Taehyung achava ele bonito? Legal. — Eu não sou bom com poses e tudo mais.

 

— Não faz mal, eu gosto de capturar a beleza dos distraídos. Tipo uma foto de você distraído, pode ser?

 

— Tá bem, se você encontrar uma boa oportunidade e se a foto ficar bonita, pode sim.

 

— Okay. Aliás, se você for aparecer na capa do livro, precisa de uma foto sua. Eu também poderia tirar essa foto — sugeriu Taehyung, empolgado com a ideia.

 

— O que você está querendo? Um aumento de salário? — indagou Hoseok, desconfiado.

 

— Nada a ver, faria até de graça. — Taehyung riu consigo mesmo.

 

— Sei… Bom, já tá ficando tarde, né? Acho que já vou indo.

 

 

Hoseok afastou-se do muro e arrumou a blusa, puxando-a para baixo. Uma luz alaranjada iluminava parte de seu rosto, o que Taehyung achou bonito e fotogênico.

 

— Você que sabe. Não esquece do seu casaco, acho que deixou em cima do sofá — disse Taehyung.

 

— Ah! E em falar nisso, tem um casaco seu na minha casa. Você tinha esquecido no carro quando te dei carona, e agora tá lá no meu guarda-roupas — avisou Hoseok.

 

Taehyung fez uma expressão estranha, que Hoseok não conseguiu decifrar tão bem. Parecia que ele estava com vontade de dizer alguma coisa, ao mesmo tempo que segurava o riso.

 

— O que foi? — perguntou Hoseok, confuso. De repente se sentiu estranho, talvez um pouco inseguro. — Foi você quem esqueceu…

 

— Eu sei, e obrigado por cuidar dele. Mas posso te fazer uma pergunta? — Ele não esperou Hoseok concordar. — Eu posso estar viajando, mas mesmo assim… O meu casaco estava na sua cestinha do mercado? Tipo…

 

— Ah! — Hoseok riu, todo envergonhado. — Eu sei que é estranho, mas eu posso explicar — disse e ergueu as mãos, bem como um ladrão faz quando aceita ser preso pela polícia.

 

— Sim, sem problemas, é só que eu vi na sua cesta e fingi que não vi porque simplesmente achei super estranho. — Taehyung deu de ombros, e depois inflou uma das bochechas.

 

— É que naquele dia eu tava morrendo de frio e o único casaco que eu tinha era o seu, que tava no meu carro. Aí eu vesti pra entrar no mercado, mas quando vi que você tava lá, eu tirei com tudo e tentei esconder em algum lugar. — Hoseok parou de explicar para poder respirar. — Eu achei que tinha sido um gênio com o esconderijo, não achei que você tivesse notado, puxa vida…

 

— Nada demais, só estranhei que você colocou dois pacotes de açúcar em cima de um pano. Em cima de um pano idêntico ao meu casaco. Eu enxerguei aquele botão laranja de longe — disse e começou a gargalhar.

 

Hoseok passou a mão no rosto, constrangido.

 

— Tudo bem, foi só um mal entendido, eu tava com frio naquele dia — explicou ele novamente. — Mas quando você for lá em casa, você pega. Ou, enfim, um dia eu te entrego, sem problemas.

 

— É, nem precisa esquentar com isso — disse Taehyung. — Vamos? Eu te acompanho até lá embaixo.

 

— Vamos.

 

 

Ambos saíram da sacada e Taehyung fechou a porta de vidro, trancando-a com a chave. Hoseok pegou seu casaco em cima do sofá, o vestindo novamente, e então eles foram até o elevador.

 

Enquanto desciam para o térreo, o clima tornou-se silencioso. Mesmo assim, não era algo incômodo, apenas indicava que já estavam cansados e até com sono. Principalmente Hoseok, que sempre se sentia assim depois de comer fora de casa.

 

 

— Depois eu compartilho meu Drive de fotos com você — disse Taehyung, segundos antes da porta do elevador abrir. — As fotos que tirei na floresta.

 

Eles começaram a caminhar na direção da garagem.

 

— Claro, melhor ainda. Aliás, a gente já começa a fotografar a partir de segunda-feira. Eu também vou fazer algumas entrevistas com alguns moradores e com alguns conhecidos meus — avisou Hoseok.

 

— Beleza.

 

— Como a gente vai pros mesmos lugares juntos, na hora de trabalhar, eu te busco de carro e a gente vai e volta juntos também. Combinado?

 

— Combinado — disse Taehyung, assentindo em seguida.

 

— Então… acho que eu já vou indo. Aliás, foi muito legal passar o dia com você.

 

Taehyung deu um passo para frente, porque queria falar com Hoseok frente a frente.

 

— Hoseok… Eu que tenho que te agradecer, de verdade. Essa é uma grande oportunidade pra mim, e você tá me ajudando muito, com relação ao transporte e tudo mais… Você não sabe o quanto tá facilitando minha vida nesses dias. — Ele olhou no fundo dos olhos de Hoseok, causando calafrios ao outro.

 

— Ah, não é nada…

 

— Não, e tem mais. Se um dia você se cansar, se um dia eu te deixar cansado, se um dia me ajudar não estiver mais te ajudando, eu quero que conte pra mim. Entende? Eu não quero ser um fardo.

 

— Por que você fala assim? Você não vai ser um fardo. — Hoseok franziu a testa.

 

— Eu sei, e eu também não quero me fazer de coitado, nada disso. Eu só quero que você seja sincero sobre eu estar fazendo um bom trabalho ou não, porque não quero estragar algo que é muito importante pra você. Isso tá sendo importante pra mim, então quero que você fique satisfeito também.

 

Taehyung falava sério, ele parecia preocupado, tanto com relação à situação quanto em demonstrar seus reais sentimentos e pensamentos. Ele queria que Hoseok o entendesse.

 

— Não se preocupe, eu vou ser sincero com você, prometo.

 

— Obrigado. — Taehyung abaixou a cabeça, estava pensativo.

 

— E sendo sincero com você agora, eu gosto do seu trabalho. E eu sei que vamos trabalhar bem juntos — disse, dando uma ênfase animada à última parte.

 

Taeyung sorriu.

 

— Agora eu vou indo. Tá com a chave do portão aí?

 

— Tô sim — disse Tae. — E… eu quero te dizer uma última coisa.

 

— Pode falar. — Hoseok soou natural, mas na realidade seu coração quase pulava pela boca.

 

— Eu tenho um amigo que leu seu outro livro, o “Incolor”, e a gente conversou sobre ele.

 

— Sério? — indagou surpreso. — Mas falaram sobre o quê? — Hoseok não era exatamente o tipo de pessoa que conseguia encobertar sua curiosidade.

 

— Bom, eu disse que não tinha lido, mas ele me contou um pouco sobre o livro, e ele disse que se sentia agradecido por você representar os gays de uma forma tão natural e boa. E de certa forma, isso me deixou feliz também… Tipo…

 

Hoseok sentia-se quente, como se de repente fosse verão e ele estivesse debaixo do sol escaldantes. Além de tudo, ele conseguia sentir as batidas do coração na palma da mão e na superfície do peito. É que falar sobre esses assuntos tocava diretamente em sua alma.

 

— Você é gay, Taehyung? — perguntou Hoseok, não de modo curioso, mas sim preocupado. Preocupado porque Taehyung parecia guardar um grande segredo, parecia que carregava o mundo sobre as costas quando tocava no assunto, mesmo que sutilmente. Era como se ele quisesse que Hoseok soubesse, mas que descobrisse por si só. Taehuyng não queria ser mal interpretado, não queria ser óbvio demais, aberto demais ou chato demais.

 

— Sim, eu sou. — Pelo peso das palavras, era notável o quão difícil foi falar em voz alta. — Desculpa, eu sei que isso não tem nada a ver com você, mas eu queria te dizer o que sinto porque ninguém entende o quanto é importante pra mim que eu me identifique com algo. Eu quero ver coisas, ler coisas e encontrar coisas que tenham pessoas como eu lá, e que isso não seja um problema. Por isso eu fico tão feliz em ter te conhecido… Mesmo. — Ele suspirou, provavelmente surpreso com o próprio desabafo, mas também aliviado.

 

 

Hoseok estava sem palavras; ele fez Taehyung sentir-se importante. E apesar de não gostar de expor sua vida pessoal, Hoseok não conseguia deixar de expor as coisas que sentia em seu interior quando escrevia os livros.

 

 

— Posso te dar um abraço? — perguntou Hoseok, porque ele simplesmente sentiu uma grande necessidade de o fazer.

 

Taehyung não respondeu, apenas o abraçou, podendo sentir o perfume do amaciante no casaco de Hoseok. Este, por sua vez, estava feliz pelo abraço ter encaixado tão perfeitamente e por não ter sido algo embaraçoso.

 

O porquê de um abraço ser tão bom era algo que Hoseok não sabia responder, apenas sentir. Talvez aquilo fosse um pouco de cura para sua solidão.

 

Eles se separaram, e sorriram, pareciam felizes e renovados.

 

— É, hoje foi um ótimo dia — afirmou Hoseok. — Infelizmente eu sou muito dorminhoco, então é melhor eu ir pra casa.

 

— Tudo bem, eu abro o portão pra você.

 

 

— Uhum. Até segunda, Taehyung.

 

— Até segunda. — O fotógrafo acenou, e Hoseok sorriu, virando-se de costas. Apesar de transparecer serenidade, seu corpo todo reagia de uma forma estranha. Ele estava arrepiado, agitado, eufórico por dentro. Era como se Taehyug tivesse aberto a portinha de baú dos sentimentos de Hoseok, que agora circulavam por seu estômago e seu peito num ritmo frenético.

 

É, eu gosto de homens, e isso na verdade é tão óbvio, pensou Hoseok.



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