História Scorpions - Im JaeBum - JB and his fantastic quartet

Ariane estava mais calma, ao meu ponto de vista. Falei que poderia a ajudar, mas que a mesma teria que ser um tanto discreta. É estranho pedir isso a ela, a pessoa mais escandalosa que eu conheço. 

─ E então, conseguiu fazer os exercícios que o sr. Jong passou? Eu consegui, estavam muito fáceis. ─ Isso foi um pouco aleatório da parte dela, então me lembrei que só os  copiei, minha mente estava em outro lugar naquele momento. Hospital.

BamBam ainda estava lá, eu ainda estava aqui, preocupada com ele. Talvez ele esteja se tornando uma pessoa importante em minha vida. Talvez. Ele me ajudou, arranjou um trabalho pra mim. Vamos combinar que não é o melhor trabalho, mas dá pra ganhar algum dinheiro e sair daqui. É só oque eu preciso no momento.

─ Soon, você não fez, né? Aposto que você nem entendeu a matéria. ─ Pos a mão esquerda no rosto e riu.

─ Fazer oque se a nerd é você. ─ Ri também. 

Logo vi JaeBum e o quarteto fantástico se aproximarem, acompanhados de um outro garoto, aparentemente mais novo. Se sentaram no banco a nossa frente, Jackson se pronunciou.

─ Olha a estresaadinha. ─ Rindo se referiu a Ariane.

─ Você realmente quer morrer, né jovem? ─ Ariane disse séria. 

─ Você fica mais linda que já é quando tá brava, sabia? ─ Soltou uma piscadela para a garota.

Já estava ficando frustada com aquela discussão chata sobre stress e beleza. Eu vou chutar todo mundo, não vai demorar. Pude perceber que eu não era a única, a expressão de JaeBum estava transmitindo aquela cara de tacho com linhas perfeitamente desenhadas para ele. Legal, anatomia humana agora, Soon? 

─ Beleza, já dá pra calar a boca agora. ─ A voz soou autoritária e grossa. Vinha de um rapaz sentado ao lado de JaeBum.

─ Eu já tô quieto. ─ Jackson se recostou no banco.

─ Então permaneça assim, utilidade pública. ─ O de cabelos ruivo se manifestou. Jackson revirou os olhos. ─ Qual seu nome, cabelinho roxo? ─ Se referiu a mim. 

─ Hwa Soon, e o seu? ─ Por mais que tenha achado inesperado da parte dele esta pergunta, respondi.

─ Sou o YugYeom, estou uma série abaixo de vocês. ─ Ele estendeu sua mão e eu a segurei, foi um toque rápido.

─ Olha lá, o senhor simpatia. ─ O mesmo que mandou todos ficarem quietos falou, fazendo Yug rir soprado.

O recesso ao lado dos garotos passou devagar, deu pra me enturmar bem. O barulho irritante do sinal toma posse de meus ouvidos, indicando que o recesso acabou. Tirei do bolso o papel com os meus horários, minha próxima aula é biologia. 

Por azar - ou sorte - do nosso amado e querido destino, meu horário não bateu com o de Ariane. Caímos em aulas diferentes para o turno vespertino. 

─ Droga! ─ Resmunguei.

─ Quero ver você passar nas provas agora. ─ Riu.

─ Não ri não, sua vaca! ─ Retruquei. ─ Vou nessa, até. 

Acenei e segui com meus passos até o armário, pegando o livro de biologia e com a ajuda das coordenadas do papel, cheguei na sala onde ocorreria a aula. Haviam várias carteiras duplas na sala, ótimo, vou ter que aguentar algum serzinho irritante até o fim do ano letivo. Me sentei na última carteira da sala, próxima a parede. Encarei a capa do livro, patética cor azulada.

Não acredito que eu estou parecendo uma velha ranzinza.

─ Merda, merda, merda... ─ Resmunguei algumas vezes.

Eu tenho apenas dezessete anos, mas minha mente já é igual aquelas velhas chatas que fazem crochê o dia inteiro enquanto cuidam da vida alheia. 

─ Você? ─ Uma voz bem conhecida soou ao meu lado. 

Aos poucos, guiei meus olhos ao ser humano ao meu lado. 

─ Meu Deus, oque você tá fazendo aqui?! ─ Gritei ao ver JaeBum.

Isso foi um pouco estranho da minha parte? Sim, mas fazer oque se eu convivo com Ariane todos os dias? 

─ Algum problema senhorita Soon? ─ A voz fina e irritante da professora chamou minha atenção. 

─ N-não... tá tudo ótimo. ─  Forcei um sorriso.

A aula correu bem, consegui entender poucas coisas, mas já é um avanço. JaeBum ficou em silêncio, eu também - ou tentei -. Eu mal conhecia aquele garoto, mas aquele silêncio era incômodo. Eu morro de medo do silêncio, por isso vivo resmungando. 

[Quebra de tempo; Noite]

─ Tá, mas se você não vai, eu não vou também! ─ Ariane disse cruzando os braços, enquanto batia o pé inúmeras vezes no chão do meu quarto.

─ Mas é só hoje, cabeça de anta! ─ Pigareei.

─ Mas eu não vou, não v-o-u! ─ Insistia. Teimosa essa guria! 

Suspirei, me sentando na cama com perninhas de borboleta. Ariane se encostou próxima ao guarda-roupa, encarando o nada. Ficamos assim por dez minutos até cairmos em um ataque de riso. 

─ Soon... ─ Me chamou séria. 

─ Hm? ─ Grunhi, ainda me recuperando dos risos.

─ Você ainda não me disse como chegou até aqui. ─ Me olhou com um olhar de: "me conta agora ou eu passo a faca no teu bucho".

Suspirei, e então fiz sinal para que ela se sentasse ao meu lado. Assim que o fez, comecei a contar oque aconteceu desde o dia que ela saiu da minha casa no Brasil. Foi um tempo até Ariane absorver todas as informações. 

─ Eu acho que você tá assistindo muita série. ─ Disse, então a olhei com cara de tacho. 

─ Não acredita em mim? ─ Perguntei incrédula.

─ Claro que não. ─ Disse plenamente calma.

─ Então vamos na porra do hospital. ─ Levantei e a puxei pela mão.

Parei um táxi livre qualquer na rua, abri a porta e fiz ela entrar. Embarquei junto a ela, e pedi que o motorista nos levasse ao hospital do centro.

Não demorou muito até chegarmos no local, assim que o carro parou, o motorista nos olhou.

─ Vai Ariane, paga. ─ Era óbvio que eu não tinha trazido dinheiro, então ela teria que pagar.

A garota bufou, mas tirou uma quantia em dinheiro do bolso e entregou ao motorista. Sai do carro, seguida de Ariane. Comecei a andar com passos curtos e rápidos até o interior do hospital, eu estava começando a me estressar. 

Parei em frente a recepção, logo, a mulher que estava do outro lado do balcão me olha por cima dos óculos redondos, que realçam seu olho castanho. 

─ Gostaria de fazer uma visista ao Kunpimook Bhuwakul. ─ Me debrucei sobre o grande balcão de carvalho.

A recepcionista me encarou com uma cara de bunda, e então eu encarei de volta, com uma cara pior ainda. Eu só coneguia ouvir os barulhos das teclas, enquanto a mulher digitava rapidamente. 

─ Qual a idade de vocês? ─ Sua voz soou séria, porém ela ainda mantinha a cara de bunda.

─ Não interessa, só entrega a merda do cartão! ─ Ariane disse sem paciência. 

A mulher suspirou pesado, voltando a digitar. Pegou dois cartões e entregou-me.

─ Aqui, quarto 435 a direita. ─ Fez sinal com a mão, apontando para o lado do quarto. 

─ Olha, ela é o Google maps. ─ Ariane disse com um sorriso cínico. 

Segurei o riso e revirei os olhos. Segurei Ariane mais uma vez e comecei a andar pelos corredores, virei a direita e dei de cara com o quarto 435. Empurrei a porta devagar, BamBam estava entretido com algo na TV. Olhei para o lado, Ariane estava com as mãos sobre a boca. 

─ Eaí Soon... ─ Disse ao perceber minha presença no quarto. 

─ Esse aí é o... Bambu? ─ Ouvi a voz de Ariane, então ri com aquilo.

─ É B-a-m-B-a-m, cabeça de uva! ─ Retrucou. Ariane o fuzilou com o olhar, pondo a mão sobre os cabelos roxeados.

─ Você, seu morango! ─BamBam se fingiu de indignado.

─ Como ousa sua laranja doce! ─ Ariane riu.

Passamos um bom tempo conversando sobre frutas, ou melhor, eles passaram.