A primeira coisa que veio em minha mente após ser colocado - numa caixa bem grande - dentro da casa de Jeon Jungkook foi medo.
Medo de não conseguir sumprir as necessidades do meu dono, e acabar indo embora, era isso que o contrato dizia.
Eu esperei horas para ouvir pelo menos uma alma de Deus chegar e dizer a Jungkook que seu "presente" havia chegado.
Merda.
Estava nervoso, e não era pouco. Isso até ver a reação dele, que não foi nada boa.
- O que é isso, Namjoon? - perguntou.
- Jungkook, nós conversamos e... resolvemos te dar algo que talvez faça a sua vida amorosa não ser um completo desastre.
- Querem me dar um boneco? - revirou os olhos: - E o que vocês esperam com isso?
A voz usada pelo meu possível dono denunciava que não estava tão contente assim, e isso me preocupava, céus, havia alguma coisa de errado comigo?
Eu tenho quinze roupinhas!, não acredito que alguém não me queira.
- Nós esperamos que se apaixone, só isso. - o carinha de fios rosas foi direto, pouco se importando se aquele pirralho ia ficar descontente ou não.
- Perdão? - respondeu, depois de ter aberto a geladeira e pegar uma garrafa de água: - Eu não vou me apaixonar por um boneco.
- Jungkook, estamos em 2050! Isso não é mais um tabu, pense bem. - Namjoon disse, sem paciência.
- Não é todo dia que encontramos um boneco em potencial, e ele é modelo único, feito especialmente pra você. - Jin entrou na conversa pra ajudar o namorado.
- Fique com o Jimin por pelo menos sete dias, se não gostar damos a outro alguém. - Namjoon pediu.
- Tudo bem. Ele pode ficar. - suspirou, quase se arrependendo do que foi dito.
- Não vai ser tão ruim assim, cara. - Deu umas tapinhas no ombro do amigo e saiu com o namorado.
Eu havia vindo de tão longe pra, céus, quase ser mandado de volta e isso só aumentava a minha vontade de chutar as bolas daquele fedelho.
E Deus é testemunha que vontade não faltava.
Continuei na caixa por horas, até Jungkook parar de jogar Overwatch o que me deixava bastante irritado, sim, eu tinha conhecimento sobre o jogo.
A caixa aos poucos foi rasgada e com um aperto no botão de trás, consegui caminhar e falar normalmente, tudo isso pela primeira vez.
Era intenso.
Porque era a minha primeira vez em tudo, e eu sabia perfeitamente disso, mais do que outro alguém.
- Hm, olá. - digo.
- Eu quero que tudo esteja arrumado quando voltar, ouviu bem? - ignorou o meu comprimento, sem dó nem piedade.
- Onde você vai? - perguntei, ansioso pela resposta, ajeitei um fio rebelde do meu cabelo e o vi pegar um casaco.
- Hm? e desde quando isso te interessa agora? - passou por mim, como se não existisse e suspirou de tédio, não surpotava a minha presença e eu sabia bem disso.
- Desde de sempre, Jungkook. Eu cheguei agora e sou seu bonec-
- Exato, Park. - o chamou pelo sobrenome que acabou vindo em seu manual - realmente levavam a fabricação de bonecos a sério - e continuou com um pequeno sorriso quase imperceptível: - E como você é meu, faz o que eu quiser.
- Oh, não é bem assim. Está louco? - a indignação lhe acertou em cheio.
- Acha mesmo que te aceitei aqui pra ficar de enfeite? - rolou os olhos e colocou o casaco, sairia e não queria passar frio.
- Então me aceitou pra ser seu empregado? Não acredito nisso, seu...
- Já acabou? Estou de saída. - vestiu o casaco e abriu a porta para sair, tinha planos para aquela noite.
Por Deus.
Eu me sentia cada vez mais desanimado com a chateação de jungkook comigo, como se eu tivesse alguma culpa relacianada a seus amigos me compararem.
Ele havia pego o celular e saído logo depois, e, não resisti em segui-lo, Jungkook não me manteria naquela casa mofando, não enquanto existisse vida em mim.
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