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História Second Mother - Porque você se parece com ela.


Escrita por: Sanrotonina

Notas do Autor


VOCÊS FORAM MUITO BONZINHOS E AQUI ESTÁ COMO PROMETIDO 🛐🛐💖

📍 Como eu costumo dizer, capítulos postados fora de sexta-feira são como bônus. Eles só servem para atualizações, é como uma descontração, então não esperem nada "uau".


🦋 Obrigada por todos os comentários, vocês são MUITO incríveis <3

🦋 Sejam bem-vindos leitores novos <3

🦋 Espero que gostem do capítulo <3

Capítulo 17 - Porque você se parece com ela.


Fanfic / Fanfiction Second Mother - Porque você se parece com ela.



— Que merda você tá fazendo sua velha filha da puta? — desbocado como sempre, Dominic berrou indignado. 



Sally olhou para o menino tentando se recordar de onde havia visto aquele rosto tão familiar, mas não conseguiu pensar em nada pois seu ódio estava fora do controle naquele momento, não era apenas o ódio que dominava seu coração, o medo também estava ali. Cada vez que a mulher de meia-idade observava a jovem à sua frente, era como se voltasse 10 anos no passado, era como ver sua filha novamente. Seus sentimentos estavam confusos, seu coração doía ao se recordar de Charlotte, mesmo que seu coração dissesse a ela "abrace-a", sua mente gritava "é uma impostora". 



— Q-quem é você? — com suas mãos trêmulas ela tentava enxugar as lágrimas. — Responda, menina! — berrou chorosa. 


Adele se manteve calada, ainda tentando assimilar o tapa que levou. Seu cérebro não conseguia raciocinar, mas mesmo paralisada, não deixou que Sally se aproximasse de Thomas. Deu dois passos para trás em uma tentativa de se esquivar. 


— Não briga com a mamãe. — o menininho em seu colo gritou choroso, agarrado ao pescoço da morena. Adele retribuiu o abraço de seu filho para confortá-lo.


As palavras pegaram Sally de surpresa, não acreditava em tamanha ousadia vindo de seu ex genro. Para ela não havia nada mais desrespeitoso do que aquilo. A mulher cambaleou para trás, sentindo uma leve tontura, mas nenhum dos três se preocupou, se dependesse de Dominic, Sally poderia morrer no carpete da sala, o adolescente não dava a mínima. 


— Tá' tudo bem, meu amor. — beijou a testa da criança que soluçava. — A mamãe está bem, ok? — cheirou sua bochecha em forma de carinho, esperando que seu loirinho voltasse a ficar animado depois daquilo. 



— Mamãe? — a palavra saiu com asco da boca de Sally e sua expressão enojada demonstrava que a mulher não havia ficado contente com aquilo. — Quem exatamente você pensa que é pra usar esse termo, menina? 



Antes que ela respondesse ou até mesmo saísse correndo dali, Ryan retornou e ao observar a atmosfera pesada se aprontou para ficar ao lado de Adele. O loiro engoli à seco constantemente, estava mais do que óbvio que a presença da mulher lhe incomodava ou no mínimo o deixava nervoso. 


— Justin chegou e está vindo para cá. — avisou tanto para Sally quanto para a família. — Dominic suba com Thomas, por favor. — pediu educadamente. Justin não os queria perto de Sally e quase teve um colapso quando Butler mencionou que sua ex-sogra estava em sua casa. — São ordens do seu pai. — explicou antes que o adolescente protestasse. 



Dominic cuidadosamente pegou Thomas no colo, mas seu irmão se recusava a ir, agarrou-se na mãe e chorou fazendo birra como uma criança de sua idade. O jovem beber não fazia aquele show todo por capricho, mas sim por medo de que sua mãe se machucasse. Galadriel é tudo para ele. 


— Baby, a mamãe vai ficar bem, hn? — beijou delicadamente o rostinho molhado do garoto. — Não podemos desobedecer o papai duas vezes, seja bonzinho. 


— Thomas tem medo da mamãe se machucar. — coçou os olhinhos, voltando a seu choro excessivo. 


Mesmo que sua preocupação com Adele fosse fofa, a estudante sentia seu coração ficar apertado toda vez que via seu menininho chorando. Demoradamente ela afagou os cabelos loiros de Thomas, enquanto incluía Dominic no abraço. 


— O papai e o tio Ryan vão proteger a mamãe. — sussurrou apenas para o loirinho, como se a revelação que fez fosse um segredo apenas deles. 



Convencido de que tudo ficaria bem, Thomas não chorou mais ou fez qualquer birra, ele deixou que o irmão lhe carregasse para o andar de cima mesmo que seu coraçãozinho estivesse angustiado com medo de que sua mãe se machucasse.


Ponto de vista, Adele. 



Não havia situação mais embaraçosa e assustadora que aquela. A cada dia que passa as coisas ruins estão se superando para me atingir. Primeiro de tudo fui eu encontro assustador com Justin, mesmo que esse "trabalho" seja bom, como tudo aconteceu e a forma como meu chefe fez o interrogatório naquela época, aquilo foi uma experiência muito traumática. Após isso eu achei que nunca mais iria passar por nada assim, até conhecer Caleb e seu jeito arrogante, não vou mencionar com detalhes como me senti porque todos perceberam eu que fiquei mal. Foi ilusão minha achar que tudo estaria em paz agora, mas sempre que eu abaixo a guarda, algo ruim acontece. 


Ryan não dizia nada desde que retornou, talvez ele estivesse tão confuso quanto eu, ou só temia muito a mulher à nossa frente, de qualquer forma nada mais importava, os meninos estão seguros e isso é o que de fato importa para mim. 




— Que palhaçada seu chefe acha que está fazendo? Quem é essa garota, e por quê meu neto chama ela de mãe? — exigia uma explicação decente para aquela confusão toda. Sua ignição era algo fora do comum, por que ela estava tão chateada? Afinal de contas quem é exatamente essa senhora? Ryan e eu nos entreolhamos, estávamos de mãos atadas, isso porque Justin era peça principal, nada acontecia sem que ele estivesse por perto, nada poderia ser resolvido sem que ele antes autorizasse. — Ele vai ter que explicar essa história direitinh--...



Quando a palavra "neto" saiu de sua boca, meu choque ficou claramente visível em uma expressão de espanto. Aquela senhora era avó de Thomas, ela é a mãe da falecida esposa de Justin. Ninguém nunca havia mencionado a família de Charlotte antes, pelo menos não para mim, eu sabia muito pouco sobre a mãe biológica de Thomas. Agora eu consegui compreender toda a sua indignação, é claro que ela me odeia, afinal de contas o neto dela me chama de mãe, isso faz parecer que eu estou usurpando o lugar de Charlotte. 



— Eu não tenho que te explicar nada. — com seu jeito arrogante e irritado, meu chefe apareceu na sala com seu avô e o restante dos meninos. Como sempre sua feição não era das melhores, mas diferente da carranca mal humorada de sempre, o Bieber possui uma expressão de ódio tal como a da mulher. — Você não deveria estar na minha casa. Não é bem-vinda aqui. 


Aparentemente assim como a maioria dos parentes do Justin, ele não tinha uma relação boa com a ex-sogra, o atrito entre eles chegava a ser palpável. 


— Já faz muito tempo, não é Drew? — seu tom de voz abaixou significativamente após notar que George também estava ali. Por alguma razão Sally tinha medo de George, ou o respeitava muito. — Eu vim aqui para algo muito importante e espero ser ouvida. — finalmente ela se comportava como uma mulher decente, mas isso não parecia o suficiente para que Justin amenizasse sua expressão aterrorizante. 


Assim como eu todos em volta só observavam, todos concentrados no diálogo dos dois, parecia que a qualquer momento eles iriam se atacar. 


— Eu sei porque está aqui, e assim como no e-mail minha resposta para sua pergunta é não. — curto e grosso. Não sabia exatamente do que se tratava, mas gostei da decisão cirúrgica do meu chefe. Cá entre nós, estou fodida de raiva com essa velha. — Pode ir embora agora, ou eu farei questão de expulsá-la à força daqui. 


A atmosfera ficava cada vez mais densa, e eu já não sentia prazer nenhum em observar aquela "briga". 


— Não pode me negar esse direito, eu sou avó de Thomas e quero passar meu tempo com o garoto, quero conhecê-lo. — insistiu. Bateu seu pé no chão com firmeza. Quem conhece Justin sabe que aquela pose toda não funciona com ele, muito pelo contrário, o deixa ainda mais furioso. — Eu estou a meses tentando me aproximar do menino e você impede nosso contato, mas para sua vadia o meu neto está disponível? E esse nem é o maior dos absurdos, como pode deixá-lo chamar essa mulher de mãe? — novamente despejou as palavras com nojo, sempre que se referia a mim sua expressão era de asco. Queria mentir dizendo que aqui eu não me afetou, mas infelizmente sou uma péssima mentirosa. 


— Eu não acho prudente ficar gritando e apontando o dedo na cara um do outro, esse tipo de conversa tem que ser feita a sós. — George se intrometeu. Aqueles insultos já estavam ficando ridículos e até mesmo George se incomodou com isso. — Por favor, ajam como humanos civilizados. — pediu pacificamente. 


Minha presença naquele local não era necessária, preferia mil vezes estar consolando meus meninos, ou apenas distraindo eles, do que está aqui escutando bobagens vindas de uma mulher que nem mesmo conheço. Mas infelizmente meu chefe não ordenou que eu me retirasse, então de algum modo minha presença aqui era necessária. 


— Humanos civilizados? — repetiu a frase de seu avô. Observando de perto, Justin fica extremamente sexy quando está com raiva, nunca reparei isso antes porque eu sempre estava no lugar da tal Sally, e não me preocupava em reparar na beleza do meu chefe porque estava ocupada demais rezando internamente para que ele não me matasse. — Uma senhora que não aceita um não como resposta, invade a minha casa, e xinga minha mulher, além de não ser digna de respeito, não parece um ser humano civilizado para mim. — "minha mulher". Jamais irei me acostumar com aquilo, para mim sempre seria estranho a forma carinhosa que Justin precisava ter comigo quando estamos na presença de outras pessoas. Todo esse faz-de-conta, deixa a minha mente tiltada.



— Oh, então você é a moçoila vulgar das fotos nos blogues? — voltou-se para mim. A senhora aparecia curiosa a meu respeito. — Então vocês dois estão de fato juntos? — ria sem vontade. Aquela senhora não estava bem, não era comum mudanças de humor tão repentinamente. — Não acha isso uma falta de respeito, George? Ele é casado! Ouviu menina? — tentou avançar em minha direção mas Justin impediu. O Bieber se colocou em minha frente, e segurou minha mão. Eu precisava ser a melhor atriz possível, mas aquela tarefa era extremamente difícil porque toques como aqueles não eram comuns entre nós dois. 


— Sally, por favor… — George tentou pará-la mas ela continuou. 


— Não é verdade? Ele jurou diante de mim, diante do William que iria amar e ser fiel a nossa filha mesmo depois da morte, e olhe só pra ele agora. — apontou para Justin. Eu não conhecia meu chefe há muito tempo, e não sei como ele costuma reagir quando sua ex-esposa é mencionada em uma conversa, já que nunca falamos dela. Mas o simples ato de desviar o olhar e apertar levemente minha mão, para mim foi como um sinal de que Bieber absorveu as palavras de Sally. — Você jurou e agora está quebrando sua promessa. — chorava como um bebê. 


Eu nunca entenderia a dor de Sally enquanto não passasse pelo mesmo, Imagino que deve ser muito difícil, pelo que me parece a Charlotte era sua única filha. Lidamos com luto de formas diferentes, muitos ignoram mas sofre em silêncio. Outros apenas abandonam suas próprias vidas e se prendem a lembranças do passado, talvez esse seja o luto de Sally. A forma como ela sobrecarregou Justin com seu egoísmo era a prova viva disso. 


— Estar comigo não significa que ele não a ama mais — soltei impulsivamente. Ergui meu olhar a Justin esperando ele me reprovar, mas Bieber nada fez, e eu entendi aquilo como uma forma positiva de dizer "continue". — Mesmo que sua filha tenha morrido, isso não muda o fato de que Justin a amou e a respeitou em vida. — me aproximei hesitante, tinha medo de que ela surtasse e acabasse por me atacar. — É muito egoísmo da sua parte colocar nele responsabilidades como essa, ninguém manda no coração e ele pode sim se apaixonar novamente, tal como sua filha poderia se apaixonar também se estivesse viva e se fosse o contrário. Eu não a conheci, então não posso dizer com tanta propriedade sobre uma pessoa que nem mesmo vi na vida, mas tenho quase certeza de que ela não ficaria contente de ver o homem que ama passar a vida inteira sozinho. Amar é libertar, e acho que se sua filha amava ele, com toda certeza quer vê-lo livre. 



A mulher chorava e negava com a cabeça, seu estado emocional estava bastante debilitado. Atrás dela, George fazia caras e bocas, e me aplaudindo sem fazer som com as mãos, certamente está orgulhoso das palavras de sua "nora". 


— Minha briga não é com você, mas … — a mulher veio em minha direção. — Você não pode roubar o meu neto dessa forma, não podem enganá-lo assim. — Mesmo que doesse em meu peito, Sally tinha razão, Thomas precisaria saber a verdade uma hora ou outra, acho que Justin só dirá a ele quando o contrato acabar. — Acha que esse homem te ama? — Nós duas olhamos para Justin. Se eu estivesse em um relacionamento com Justin a essa altura estaria em prantos com suas palavras. — Ele só te quer porque você é uma cópia malfeita da minha Charlotte, e talvez seja por isso que meu neto te chama de mãe, porque você se parece com ela. — podia me dizer o que for sobre o Justin, isso não me magoa porque na realidade não temos nada, mas quando apelam para Thomas, aí sim conseguem me atingir. Justin disse inúmeras vezes para eu não aprofundar meus laços com Tommy, mas infelizmente era tarde demais, acho que já não estou fazendo isso pelo dinheiro. — Mas ouça bem, você nunca será ela. — fez questão de dizer lentamente a última frase, apenas para que eu pudesse compreender. 


— Nunca serei e nem quero, estou bem sendo quem eu sou senhora. — oh céus, é tão frustrante engolir um "vai se foder", minha garganta coça para berrar na cara dessa velha o quanto ela é estúpida e idiota de achar que um homem, UM HOMEM, seria fiel e legal a uma mulher mesmo depois de sua morte. Que a finada me perdoe, mas só uma idiota o faria jurar algo tão estúpido. — Não preciso ser igual a sua filha para fazer Justin se apaixonar por mim. — Meu Deus! O que eu estou falando? Por que essa mulher tá mexendo comigo dessa forma? Olha a vergonha que estou sendo obrigada a passar apenas para que meu relacionamento com Justin seja convincente, vou pedir um aumento por essa humilhação. — Ele me ama por quem eu sou, lide com isso. — Foi difícil concluir a frase, mas eu consegui dizer sem que fizesse careta. 


Ok, agora eu sairia de mansinho porque isso foi tão ridículo, preciso enterrar minha cabeça no travesseiro e gritar até ficar sem voz. Meu corpo foi levemente empurrado para o lado, quando virei-me de rompante para trás notei que Bieber segurava o braço da ex-sogra impedindo seu braço de me tocar. 


— Não pense que pode vir na minha casa me dizer merda e ainda tocar na minha mulher. — rosnou com ódio. O Bieber chacoalhou a mulher e isso quase me fez ter dó da pobre coitada, as jóias dela estavam quase caindo do corpo pela força do sacolejo.— Você negou o Thomas quando ele nasceu e disse a Charlotte que ele era o maior erro de nossas vidas, agora três anos depois você acha que tem qualquer direito de voltar atrás com suas palavras só porque é a avó? — praticamente cuspiu as palavras contra a mulher. Eu não sabia daquele fato, e talvez ele fosse a peça fundamental para o ódio entre esses dois. Sally não queria que Charlotte tivesse Thomas, ela era contra a gravidez da filha. — Ouça bem, Sally… Thomas é meu e agora também pertence a Adele, somos nós quem decidimos o que é melhor para ele porque somos nós quem cuidamos dele. — Justin é um filha da puta mentiroso, de manhã quase me engoliu porque sai com os meninos sem avisar e agora vem com esse discurso de "somos nós quem decidimos o que é melhor pra ele" falso, porém gostei dessa fala. — Nunca mais volte aqui. — empurrou a senhora contra o sofá de uma forma nada delicada, não vou mentir, eu amei ver ela caindo como uma jaca no sofá.


— Eu tinha razão em desconfiar de você, todas as vez que minha menina chegava em casa machucada ou chorando, você é um monstro.


Todos na sala ficaram de olhos arregalados com toda certeza aquela era uma pauta sensível, tanto que alguns dos meninos se afastaram. Por ser lerda eu não compreendi muito bem, mas de forma indireta, a forma como Sally falou sobre Justin, deixava subentendido que Bieber batia na própria esposa. 


Confesso que eu sempre esperei de tudo vindo do Justin, assistir muitos filmes sobre tráfico e a máfia, e geralmente os homens dessas organizações são cruéis e sanguinários, não parecem seres humanos, claro que esse pensamento foi deixado de lado quando eu conheci os meninos, isso porque eu deixei que minha visão sobre eles afetasse em como suas personalidades realmente eram, mesmo Chaz sendo bobo e engraçado, eu sei que ele já matou e torturou pessoas mesmo que não pareça. Por isso eu digo que sempre esperei de tudo de Justin, mas aquilo me pegou de surpresa, ele não parecia ser o tipo de pessoa que agride a esposa – mesmo sabendo que esse tipo de gente não tem um "perfil" específico – sempre achei meu chefe muito devoto da falecida. Agora meu coração estava em dúvida, como eu poderia trabalhar e morar com alguém assim? A visão que eu tinha dele está completamente arruinada. 



— Fique com os meninos, isso não vai acabar tão cedo. — Com suas mãos segurando meu rosto, Justin falou baixinho apenas para que eu escutasse. Eu podia notar que o mafioso estava se controlando para não matar Sally, mesmo que ela merecesse. Por alguma razão, Justin parecia querer esconder algo de mim, podia ser loucura mas sua feição era de alguém assustado ou envergonhado. — Não desça enquanto eu não ordenar, tudo bem? — Mesmo que estivéssemos na presença de outras pessoas, não havia motivos para o Bieber me tratar tão bem, já que ninguém podia nos ouvir. Apenas assenti com a cabeça e sai do local o mais rápido possível. 


— Ser você nunca será o suficiente, você não é nada menina, — parei de andar alguns instantes. Aquela frase, eu já escutei ela antes, muitas e muitas vezes. — Eu desejo toda a infelicidade do mundo a vocês, desejo que você nunca consiga gerar um filho, que você sempre busque a felicidade mas que ela se afaste de vocês, eu desejo que você morra, morra. — não fiquei para escutar o resto, só o começo me faria ter pesadelos por semanas. Sai correndo para o quarto, longe de todos, precisava de um tempo sozinha. 




Ponto de vista, Justin Bieber. 



Quando finalmente Adele sumiu do meu campo de visão, voltei até onde a filha da puta que um dia chamei de sogra, estava e acertei seu rosto sem remorso algum. Aquela era a primeira vez que eu de fato batia em uma mulher e mesmo possuído pelo ódio, não me orgulhava daquilo. 



— Justin, fique calmo. — Ryan se colocou na frente, meu amigo praticamente implorar com o olhar para que eu não fizesse nenhuma besteira. Ridículo, aquela mulher merecia morrer por dizer tanta merda. — Ela quer te destabilizar. 



E conseguiu. Sally sabia como me atingir e ela usava a própria filha pra isso. A três anos atrás, quando cortamos o contato que tínhamos, jurei a mim mesmo que jamais me deixaria levar pelas palavras de ódio dessa víbora, eu só não sabia que ela desceria tão baixo ao ponto usar a Char pra me atingir. Insinuar que eu maltratava e batia na minha mulher, aquilo foi a gota d'água. Ver como Adele perdeu a face diante da revelação, provavelmente ela me acha um grande babaca agora, isso é se já não achava antes. 



— Farei da vida da sua vagabunda um inferno se isso significar que você será afetado. — revelou sem culpa. Só agora eu posso ver no quanto Sally e Charlotte são parecidas, nesse quesito de estupidez elas eram iguais. — Enquanto não deixar eu ver meu neto, farei questão de perseguir aquela vagabunda até o inferno se necessário. — admitiu como uma psicopata. Depois de se afundar em remédios para dormir e festas sociais que não tinha a menor vontade de ir, o cérebro de Sally foi afetado, transformando ela nessa mulher instável com constantes variações de humor com picos excessivos de ódio. 


Eu nunca gostei de injustiça, na verdade minha maior qualidade é o senso de justiça. Eu arrastei Adele para o meu mundo e sem escolhas ela está dentro dele agora, então era minha responsabilidade cuidar dela o máximo possível. 


Cedi aos caprichos de Thomas por puro impulso, não pensei com clareza e agora uma inocente está "pagando" pelos meus erros. Logo na primeira semana que Adele ficou em minha casa, recebi inúmeras ligações de informantes, havia pessoas suspeitando de que eu tinha alguém novo em minha casa, logo esses rumores se espalharam e disseram que eu estava com o novo "affair", foi então que Genevieve entrou na jogada. Para afastar qualquer boato de que eu estivesse com Adele, sai com uma velha conhecida – sem saber que essa merda me daria dor de cabeça futuramente –.


Mas tudo piorou relativamente quando fomos vistos juntos na festa de meu avô, aquele dia não tinha escolha alguma a não ser admitir que eu tinha alguém – mesmo não sendo verdade –. Caleb foi o primeiro filho da puta a se tornar uma ameaça, e seria o primeiro a morrer por tentar algo com ela se meu avô não tivesse intervido. Depois desse dia não tenho ficado em paz, seja por e-mail ou por fotos, Galadriel vem sendo constantemente ameaçada, a quantidade de filhos da puta que precisei matar dava pra abastecer um posto de sangue, mas ainda não era o suficiente. A pior culpa que podemos carregar é a da morte de alguém, eu já tenho uma dessa em meu histórico, e estou lutando dia após dia para não ter outra. 


— Charlotte nunca faria isso com você. 



Quando ela fechou sua maldita boca, eu ri. Ri porque todos ali sabiam que aquilo não era verdade. 


— Charlotte te respeitaria e seria fie--...



— Ela não me respeitou em vida, quem dirá em morte. — neguei, sentindo o ódio sair por cada poro de meu corpo. — Eu amo sua filha até hoje e mesmo amando ela, eu sei que Charlotte jamais faria por mim o que eu fiz e faço por ela. — Era ridículo ter que admitir isso para tantas pessoas ouvir, mas eu já estava no meu limite. 


Não sou uma pessoa calma e tão pouco resolvo meus problemas no diálogo, as coisas acontecem porque eu quero e quando eu quero, nesse momento tudo que eu mais quero é matar minha ex-sogra, mas com toda certeza eu seria impedido por George e os meninos. Por essa razão, por essa única razão, decidi sair dali. 


— Você tem 3 minutos para sair daqui, ou eu mato você e ninguém aqui vai poder me impedir. — tanto meu avô quanto o restante da gangue assentiram. Todos eles sabiam que eu tinha motivo suficiente para tal. 


Cada dia que passa eu estou mais afundado no trabalho ou em problemas, não tenho sequer um único dia de paz. Até tentando acertar eu erro, errar me deixava frustrado. Thomas era o mais afetado por isso, já que quase nunca eu tinha tempo para ele. É nesses momentos que a presença de Galadriel é útil, querendo ou não ela quem distrai meu filho. 


Já no fundo da casa, do lado de fora, vasculhei meu bolso a procura do meu cigarro, fumar depois de alguns meses me faria bem, acendi e deixei a porra da nicotina fazer seu trabalho. 




Ponto de vista da autora.



— Como pai, eu posso imaginar que você ainda sofre pela sua filha, eu ainda sofro pelo meu menino. — George começou. — Mas isso não te dá o direito de vir aqui e insultar minha nora. Lembre-se de que eu estendi minha mão para a sua família quando vocês não eram nada, e eu posso muito bem tirar tudo que vocês tem, fácil, fácil. — George era do tipo que dialogava antes, infelizmente Justin não herdou isso dele e sem paciência alguma acaba seus assuntos com mortes. 


— Podemos muito bem nos virarmos sem seu dinheiro, somos uma grande companh--... 


— Duas ligações e sua empresa vai à falência. — respondeu simplista. — Tudo que a família Gugino tem é graças a mim, e eu posso acabar com vocês em um piscar de olhos, então, Sally não ameace meu neto e muito menos minha nora, sabe bem do que eu sou capaz, não costumo avisar duas vezes. 


Sally não disse mais nada depois daquilo, não havia mais nada para ser feito, Justin bateu seu martelo e decretou que ela nunca ficaria perto do menino, mesmo que fizesse um show ali, mesmo que chorasse pedindo por perdão, o Bieber jamais aceitaria. Era uma batalha perdida por enquanto, e tudo que precisava fazer com a dignidade que ainda lhe restava era sair pela porta da frente, e assim ela foi embora sendo acompanhada por seguranças. 


— Não devia ter permitido a entrada dela aqui, Sally toma remédio controlado, e se por alguma razão ela surtasse e atacasse minha nora ou meus netos? — Questionou irritado. Toda aquela situação foi desgastante para ele, não queria nem imaginar como é que está a Adele naquele momento. 


— Me desculpe senhor. — Ryan pediu verdadeiramente. 


— Não deixe que isso se repita Ryan. — o loiro assentiu. — Sally não vai desistir fácil, mas eu cuidarei dela, nada vai acontecer com Adele. — respondeu convicto. O homem se colocou na responsabilidade de cuidar de sua nora e agora ninguém pode tocá-la. 



Justin se levantou do banco e jogou a bituca de cigarro no chão, após longas horas fumando praticamente um maço de cigarro, ele dedicou entrar para dentro de casa, sentia-se mais calmo e tudo que seu corpo necessitava naquele momento era de um banho e longas horas de sono. Colocou em mente que iria dormir e estava muito concentrado em concluir essa tarefa, seu corpo pedia por descanso, fazia dias que não dormia direito é isso afetava sua saúde, mas seus planos foram por água abaixo quando ao passar pela brecha da porta do quarto de Adele, encontrou a morena sentada no chão, abraçada ao próprio joelho e o olhar perdido. 


A cena na qual Justin presenciava era a de mais pura vulnerabilidade, Galadriel chorava colocando para fora tudo aquilo que lhe afligia. Sua mente dava replay na fala em que Sally lhe disse, mas mesmo que escutasse sua voz daquela horrível mulher, só consegui ver seu pai, quando Sally lhe disse todas aquelas coisas foi como um dejavu, foi como ter seu pai bem ali dizendo todas aquelas coisas. 


"— Nunca será um terço da mulher que Amanda é, nunca chegará aos pés da minha mulher" 


Seu pai sempre defendeu sua madrasta, era comum que em novos casamentos, os filhos fossem deixados de lado, ela só não esperava que fosse ser tão rápido e tão doloroso. Seu pai nunca ficou do seu lado em nenhuma das brigas que Galadriel e Amanda tiveram. Com o passar do tempo as coisas foram ficando mais difíceis, e o que o mais velho decidiu foi que em sua vida não havia espaço para sua própria filha, e assim ele a mandou embora. 


Ela havia superado isso há muito tempo, mas ainda havia aqueles dias, aqueles bem terríveis onde nossa própria mente nos sabota. Odiava martirizar sobre o passado, mas vira e mexe ele acabava voltando. A prova disso foi seu relacionamento com Chad, desde que superou o fato de que seu pai não lhe amava, Galadriel não chorava por coisas bobas, era muito forte e pé no chão, mas então ela se apaixonou, seu lado racional foi para o ralo e com isso sua sanidade mental também. O homem que dizia lhe amar e que jurou lhe proteger, foi o mesmo homem que acabou com tudo, e quase destruiu sua vida por completo. Chad possuía uma boa fama pelo campus, bonito e educado sempre dava as melhores festas e os professores gostavam muito de sua presença, basicamente o modelo exemplar que todas as menininhas iludidas gostariam de namorar, ela foi uma dessas meninas. 


"— Você deveria me agradecer, porra! As pessoas só te conhecem por minha causa. — berrou contra o rosto da jovem que se encolheu. — Eu não sei onde eu estava com a cabeça quando terminei com a Jena para ficar com você". 


Aquela foi uma das suas primeiras discussões, estavam no início do relacionamento. Foi a primeira vez que Chad lhe causou inseguranças, dizendo o quanto ela é insuficiente para ele. 


"— Jena não agia como você, por que você age assim? — irritou-se com o modo que Adele apresentava o trabalho. — Será que você não sabe fazer nada direito?" 


Estava farta de ser comparada com a tal Jena, mas nunca reclamou ou demonstrou que estivesse incomodada, ela não sabia o porquê de aguentar aquilo, não entendia porque tinha que deixar as palavras entaladas em sua garganta e ficar quieta. Ela não entendia até levar o primeiro empurrão, o primeiro tapa, até o dia em que levou um soco, foi aí que ela soube que nunca deveria retratar o que Chad diz. 


Então seus pensamentos foram para outro lugar, eles voltaram até o momento exato em que Sally deixou implícito que Justin batia em sua própria mulher. Não gostava de tomar decisões precipitadas, tão pouco julgar alguém por algo, mas era muito desconfortável saber que Justin pode ser como Chad. 


Outra questão importante que também incomodava naquele momento frágil de choro, era o fato de que em poucos meses teria que se afastar dessa família, estava tão acostumada com Thomas e Dominic que de fato parecia ser mãe deles. Só de pensar na cruel possibilidade em se afastar dos meninos seu coração doía. Foi tola em acreditar que conseguiria separar o trabalho e sua vida pessoal, mas com o passar dos dias virou tudo uma coisa só. Olhe só para ela agora, 22 anos sem um lar fixo, sem emprego registrado, um amontoado de inseguranças, e dependente emocional de um adolescente e uma criança. 


— Thomas já foi dormir? — A voz grave ecoou pelo cômodo vazio. Assustada com a voz repentina de seu chefe, virou-se para trás espantada. — Aqui não tem quarto para ele, pensei que ele fosse dormir com você. 


O Bieber se aproximou. Adele levantou-se do chão e ajeitou sua camisola, estava de mal jeito com os cabelos molhados, não era uma de suas melhores aparência. 


— Ele foi brincar com Dominic, os dois acharam um jogo bobo de xadrez e desde então não desgrudam do tabuleiro. — explicou e Bieber assentiu. A morena fez uma careta estranha quando notou que Justin olhava para ela, mas não olhava diretamente em seus olhos. O homem aproximou-se lentamente, em um toque gélido acariciou o rosto inchado dela, o choque térmico espalhou pelo seu corpo e Galadriel quase arfou com esse ato. — S-se quiser pode levá-lo para o seu quarto. — sugeriu em um fio de voz, estava praticamente colapsando com aquela proximidade toda. 


— O que aconteceu com seu rosto? — Ele fez a pergunta que Adele mais temia. Por ser muito branca, qualquer impacto era suficiente para que a pele ficasse marcada, e aquele tapa não foi diferente. Graças a mão pesada de Sally seu rosto ficou marcado mesmo depois de horas, e por usar um maldito anel parte estava roxa. Bieber semicerrou os olhos, e logo eles foram suavizados quando entendeu o que havia acontecido. — Diga...


— N-nada, ela só… 


— Ela bateu em você? — A indignação e a raiva voltaram a tomar conta de sua voz. O mafioso fez um leve carinho na bochecha marcada, e se afastou. — Por que não me disse isso antes? Por que deixou que ela fizesse isso com você? — Bieber parecia estar mais irritado com Adele do que com Sally. 


— Eu fui pega de surpresa, não havia o que dizer ou o que fazer. — deu os ombros. 



Discutir com Adele não valeria a pena, aquilo só traria desgaste emocional e mais frustrações para aquele dia. Se pudesse voltar no tempo agora, com toda certeza teria dado o tapa com mais força na cara de sua ex-sogra. Sem dizer qualquer coisa, nem mesmo boa noite, Bieber se afastou com um olhar perdido. A morena que estava tão confusa quanto ele também não disse uma só palavra, só voltou a se aproximar da janela e a observar o jardim iluminado pela lua. 


Com passos apressados para o em frente ao quarto de Dominic, abriu a porta e viu seus dois filhos brincando juntos. Seu primogênito notou a presença do mafioso e sem esperar por qualquer palavra vinda dele, caminhou até seu pai. Thomas seguiu o irmão e também notou a presença do pai, animado como sempre correu até o mais velho. 


— O que foi? — Dom perguntou ainda sem jeito. A presença de Justin ainda lhe causava temor, não sabia como reagir diante do próprio pai. 


— Se arrume e peço para que Adele faça o mesmo com ela e Thomas. — respondeu simplista. Não havia expulsado expressão de pavor ou medo, muito diferente da madrugada onde Bieber estava atordoado quando retirou a família do fogo cruzado. 



— Tá tudo bem? Vamos fugir outra vez? — Mesmo incomodado com as inúmeras perguntas, Justin não repreendeu o adolescente, somente balançou a cabeça negativamente deixando Dominic mais aliviado. — Então o que--...


— Vou sair com vocês. — Foi difícil para que Dominic pudesse assimilar o que o pai estava dizendo, mas então entendeu e sua expressão confusa deu lugar a uma expressão surpresa, muito surpresa. — Não demore, eu posso mudar de idéia. 



Enquanto vestia suas roupas o adolescente tentava pensar quais eram as atrações que haviam naquela cidade para se fazer aquela hora da noite, até se dar conta de que a principal diversão ali perto era um parque de diversões. Era surreal acreditar que o Bieber faria algo assim por eles, ainda mais depois de deixá-los de castigo pelo fato de saírem para se divertir, ele não fazia ideia do que tinha mudado a opinião do pai, mas seja lá o que for agradecia muito.



Notas Finais


Próximo capítulo: Justin sendo arrastado para todos os lados no parque kkkkkkkkkkkkkkkkk


🦋 Muito obrigada por ler até aqui <3

🦋 Trailer da fanfic: https://youtu.be/p1CqRYtcObo

🦋 Não esqueça de deixar seu comentário isso ajuda muito.

🦋 Até o próximo <3


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