Claire quase sofreu uma transformação, mas aguentou firme, por mais que quisesse ir até Derek para quebrar a cara dele, sua fera suplicava por arrebentá-lo, sentia a repulsa dela em ver uma parte de si sendo machucada, ela estava enfurecida, entretanto Claire conseguiu domá-la com um pouco de dificuldade.
Depois de Hale acabar o favor a Scott, o mesmo apagou, e Claire agradeceu por isso, seu braço que antes parecia queimar como o inferno, estava apenas pinicando, ela podia lidar com essa dor. Conforme a dor passou, McCall acordou sobressaltado e todo suado, já comentando que havia dado certo, fazendo Stiles fazer uma breve expressão de desgosto.
Depois de alguns minutos o garoto a chamou:
- Claire, você não pretende fazer uma tatuagem, não é mesmo?! – Scott perguntou receoso.
- Sim, mas não agora. Quero vingar meu pai antes de tudo – respondeu ela com o mesmo tom de determinação.
[...]
- Sabe, eu não estou gostando disso – admitiu Lahey andando de um lado para o outro, demonstrando que estava aflito, enquanto Claire observava escorando-se em um pilar – Parece perigoso – pausou por alguns instantes – Realmente não estou gostando disso... E também não gosto dele – confessou por fim.
- Você se sairá bem – Derek disse o encorajando, mas sem olhar para o loiro já que estava lendo um livro.
- Tem que ser ele? – perguntou na esperança de Derek responder “não”.
- Ele sabe como fazer. Eu não! – Hale esclareceu enquanto Isaac se aproximava – Será mais perigoso se eu mesmo tentar.
- Sabe que Scott não confia nele, certo? – Isaac sem perceber fez uma pergunta retórica – Particularmente... Eu confio no Scott – acrescentou, apoiando-se na mesa.
- E em mim? – Derek questionou, agora fitando o adolescente.
- Confio – respondeu meio hesitante e o mais velho assentiu – Ainda não gosto dele – murmurou.
- Ninguém gosta – afirmou Derek voltando os olhos ao livro, mas Claire gostava de Peter, assim como aquilo dentro de si, que mesmo sentindo que ele não sendo uma das melhores pessoas, sentia sinceridade vinda dele.
A porta foi aberta e Peter não fez questão de fechá-la, então se manifestou enquanto caminhava até eles:
- Rapazes... Só para deixar claro, sim, voltar dos mortos deixou minhas habilidades um pouco prejudicadas, mas a audição ainda funciona – Peter esclareceu e Claire teve que se segurar para não rir da cena, ela sentia seu rosto esquentar de tanto que queria rir – Espero, que sintam-se a vontade para dizerem o que sentem diretamente a mim.
- Não gostamos de você – isso foi o suficiente para Claire, rir, mas a mesma colocou as mãos na boca abafando a risada, respirou fundo algumas vezes para não voltar a rir do que Derek falara.
- Agora cale-se e nos ajude – ordenou Derek levantando-se.
- Justo – Claire podia sentir uma ironia vinda das palavras de Peter com aquele dar de ombros e aquelas garras explodirem para fora.
[...]
- Relaxe, se estiver calmo aproveito mais de você – pediu Peter andando até o lobisomem mais novo enquanto Derek observava sentando na mesinha em frente ao sofá, com as mãos apoiadas nos joelhos, com uma expressão estranha.
- De novo, como sabe fazer isso mesmo? – Isaac perguntou temeroso, novamente.
- É um ritual antigo muito usado por Alfas, já que é uma habilidade que requer um pouco de pratica – respondeu o Hale mais velho examinando as garras e logo depois as levando para perto do pescoço branco de Lahey – Um deslize pode paralisar alguém. Ou matá-lo – Claire percebeu que o mais velho estava tentando por medo em Isaac, e ela percebeu que estava conseguindo.
- Mas já praticou bastante, não é mesmo? – Isaac perguntou se virando para poder encarar Peter.
- Bem, nunca paralisei ninguém – afirmou respondendo a pergunta dele, fora a distração suficiente para ele virar para frente e Derek franziu o cenho, assim como Claire, logo entendendo o que Peter havia acabado de confessar, só que ocultamente.
- Espere, isso significa que você... – Isaac fora interrompido pelas garras do outro penetrando em sua nuca. Com isso Lahey dobrou um de seus braços para trás, segurando o braço de Peter que estava em sua nuca e a outra segurou no que estava sobre seu peito e Derek levantou a cabeça rapidamente prestando atenção sem desgrudar os olhos dos dois.
Peter jogou a cabeça para trás quando seus olhos ficaram azuis, e Isaac tentou lutar inutilmente com ele para arrancar as mãos dali e Derek levantou em um pulo, mas antes que ele pudesse falar para ele solta-lo, Peter se pronunciou – Espere, estou vendo eles.
Peter parecia estar sofrendo um ataque epilético ou algo do tipo, Claire estranhou aquilo, mas continuou observando para ver no que ia dar. Segundos depois Peter arrancou as garras do pescoço de Isaac e se jogou contra a mesa, respirando irregularmente, enquanto Isaac se debruçava para frente, com os cotovelos sobre os joelhos.
- O que você viu? – Derek indagou sem tirar os orbes claros e penetrantes de Peter.
- Estava confuso – ele confessou perto da parede quebrada do loft – Imagens... Formas vagas – falou hesitante esticando os dedos.
- Mas você viu algo – Derek afirmou.
- Isaac os achou.
- Erica e Boyd? – o sobrinho perguntou sobre seus outros betas.
- Mal os vi. Digo vultos – confessou o tio novamente.
- Mas você os viu – Derek já estava se irritando.
- Pior – Derek engoliu a seco e respondeu pelo tio.
- Deucalion.
- Ele falava algo sobre o tempo estar acabando.
- O que isso significa? – Isaac perguntou preocupado e logo engoliu o nó em sua garganta.
- Ele irá matá-los – Derek respondeu já sentando, do mesmo jeito eu estava antes, só que agora esfregava as mãos, demonstrando nervosismo.
- Não, não. Ele não disse isso – discordou Peter – Ele prometeu a eles que na lua cheia estariam mortos.
- A próxima lua cheia? – perguntou dois decibéis acima do normal.
- Amanhã à noite – Peter concluiu o obvio fazendo um movimento com a cabeça.
[...]
- Sabem, eu não gosto nem um pouco daqui – revelou Claire – Todos me olham como se eu fosse um alien – murmurou fazendo ambas garotas ao seu lado rirem.
- Você se acostuma – Allison disse divertida – Vamos agora Scott e os outros estão nos esperando – comentou apressando o passo até a sala aleatória escolhida por eles.
Ao chegarem Claire se sentou em cima de uma das mesas, ao lado de Stiles e Lydia e Allison estenderam os braços para que Derek pudesse olhar.
- Não vejo nada – afirmou ele.
- Olhe novamente – pediu Scott.
- Como um hematoma me dirá onde Boyd e Erica estão? – perguntou como se aquilo não tivesse sentido.
- É a mesma nos dois lados. Exatamente igual – Scott insistiu.
- Não é nada – Derek continuou.
- Pareidolia – cantarolou Lydia – Ver padrões inexistentes – disse e todos a olharam estranho – É uma vertente da Apofenia – explicou e Hale olhou para McCall como se pedisse um explicação.
- Elas estão tentando ajudar – o adolescente disse e Derek cruzou os braços sobre o peito.
- Essas duas? – perguntou com um tom de incredulidade – Essa aqui, me usou para ressuscitar meu Tio louco. Obrigada – falou sarcástico apontando para ruiva e logo para morena – E essa, disparou 30 flechas em mim e meu bando.
- Tudo bem, qual é. Ninguém morreu certo? – Stiles falou antes do mal humorado – Talvez um pouco mutilador, mas nenhuma morte. Isso é o que eu chamo uma diferença importante.
- Minha mãe morreu – Allison falou chamando a atenção de Derek.
- O código de honra da sua família que matou sua mãe. Não eu – ele lembrou nem um pouco delicado.
- Aquela garota estava procurando pelo Scott. Estou aqui para ajudar ele, não você – retrucou.
- Quer ajudar? – perguntou aproximando o rosto para perto dela – Encontre algo concreto – e então deu as costas, e parou quando ia abrir a porta.
- Na verdade, eu achei – confessou Claire – Esse hematoma, que vocês acham que não é nada, ta estampado em um prédio abandonado no centro.
- Não vejo nada demais nisso – respondeu girando os calcanhares para fita-la.
- Derek quer saber, se você não quer ajuda tudo bem, mas o que você esta fazendo para tentar achar o resto do seu bando? – Claire perguntou irônica, podia sentir seu corpo tremer, sem esperar que ele respondesse, passou por ele, porém o mesmo segurou seu braço – Se eu fosse você eu retiraria suas mãos de mim – rosnou, sentindo seus olhos mudarem de cor, e viu-o afrouxar o aperto a fazendo puxar o braço.
Claire passou na sala de aula, ignorando dois aromas conhecidos que ela não sentia há muito tempo e pegou o mochila, logo achando uma saída. E foi caminhando até o loft, mesmo que precisasse descarregar sua raiva em algo ela aguentou firme a vontade de arrancar a cabeça da primeira pessoa que aparecesse na sua frente.
Ao chegar ao loft pode sentar e relaxar e ficar com seus próprios pensamentos. Depois do que aconteceu entre ela e Derek, ela agiu normalmente, como se nada houvesse acontecido ou fosse apenas coisa da sua imaginação, ela imaginou que obviamente fosse coisa de momento, e aquilo não significaria nada além de um beijo com qualquer uma para ele então resolveu agir como se aquilo tivesse sido apagado em sua memória, mas ao contrario aquela cena estava mais viva do que antes e ela não a tirava da cabeça.
Ela agradeceu por Derek ter demorado, mas quando o ouviu chegando deitou no sofá, não para fingir, apenas para não olhar na cara dele. Quando ele entrou só avisou que iria a clinica veterinária com os outros adolescentes e que chegara uma carta para ela em cima da mesa. Ela esperou apenas ele sair para que pudesse ler a carta e no papel dizia que ela deveria ir buscar os documentos e o cartão porque a agencia bancaria estava tendo problemas com os correios.
Depois de tomar banho, voltou às ruas de Beacon Hills, ao caminhar até o banco, passou pelo prédio abandonado, que na verdade era o antigo banco da cidade, não deu bola também. Derek que se virasse.
Ao chegar a agencia, foi atendida pelo mesmo gerente de antes, que entregou seus documentos, o cartão e um papel que fora assinado por sua mãe, além de um molho de chaves. Ela arregalou os olhos quando reconheceu a caligrafia dela naquele papel, que se referia a compra de uma casa em uma rua que ela realmente não saberia dizer onde era. Agradeceu ao gerente e voltar a caminhar de volta ao loft ainda intrigada, iria ter que pedir ajuda a um dos outros lobisomens para ir até a casa.
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