História Secret Behind Purple Eyes - Nightmare

NOTAS POR FAVOR

Claire caminhou lentamente até em casa, seus pensamentos se alternavam entre Derek e Stiles, das diferentes maneiras que ambos mexeram com ela. Derek tocava algo profundo, que ela sequer sabia existir, e não sabia como reverter essa situação, na verdade não sabia nem se queria que isso acontecesse.

Era um caminho sem volta.

Já Stiles tocava algo superficial, mas não deixava de atormentar aquela violenta sensação de ardência pelo corpo, por mais que soubesse que aquele garoto de uma porção de minutos atrás não era o Stiles, por mais que estivesse fisicamente bem estava psicologicamente afetado pelos efeitos de alguma mistura de bebida e talvez algo mais.

Ela não entendia o porquê de não ter conseguido reagir quando Stiles começou a prensá-la mais forte contra a parede, foi como algo inibisse sua força naquele momento, ela poderia utilizar um pouco sem que o machucasse, ela estava uma completa bagunça para arranjar uma explicação plausível para o acontecimento.

Ao chegar em casa só se deu o trabalho de arrancar as roupas e jogá-las em um canto qualquer e tirar o resto de sua maquiagem e se jogar na cama.

Claire odiava o fato de o fim de semana mal chegar e ir embora mais rápido do que um estralar de dedos, seu sábado foi para descansar psicologicamente da festa e o domingo para lavar a roupa e arrumar a casa, nunca dera importância quando sujava as roupas e as colocava no cesto pra empregada lavar, mas agora sabia como era chato estender, deixar secando para depois passar e finalmente as colocar novamente no guarda roupas.

A casa era mais fácil, apesar de ser uma sozinha o quarto e a cozinha era os únicos lugares mais sujos da casa, sendo assim demorou mais para limpa-los do que os outros lugares e finalmente quando acabou se sentia esgotada, indo tomar um banho gelado para refrescar e relaxar.

Jantou rapidamente uma lasanha pronta e lavou tudo que havia de louça dentro da pia, subiu para arrumar a bolsa, verificando mensagens das duas amigas perguntando se ela iria amanhã à aula, tratou de respondê-las rapidamente e colocou o celular para carregar, logo indo separar os matérias. Arrumou tudo tão vagarosamente, que de olhar dava até sono, colocou a bolsa arrumada em cima da cadeira da escrivaninha e se deitou de lado, abraçando um travesseiro.

Sua noite não fora uma das melhores, em três horas acordara duas vezes pelos pesadelos incessantes que não desistiam de atormentar seus sonhos, eram quase 4h00 da manhã quando desistiu de dormir, os flashes vinham teimosamente em seus pensamentos, quanto mais ela tentava esquecer com mais rapidez eles vinham.

Seu corpo se arrepiou quando seus pés tocaram o assoalho de madeira que estava gélido, levantou lentamente coçando os olhos, enquanto marchava em direção à cozinha, descendo calmamente os dois únicos lances da escada.

Movimentou-se automaticamente até os armários, a procura de sache de chá de camomila, talvez funcionasse e a faria relaxar. Pegou o bule já cheio de água e o colocou no fogo e esperou sentada em um dos bancos giratórios da pequena bancada, enfiando o rosto dentre as mãos, repassando o pesadelo que tivera, junto dele vinha o bônus de uma dor impertinente na região da sua costela esquerda.

A falta de luz não me impedia de ver o local sujo e empoeirado, talvez abandonado. Uma brisa passou por mim, trazendo fragrâncias conhecidas, meu peito se inflou de ódio e minhas pernas tomaram vida própria, sem perceber eu já estava correndo até onde meu faro indicava.

Pude ver o alpha pack lutando contra meus amigos, apesar de Ethan e Aiden serem inimigos para eles, eu não os considero assim, talvez eles tenham um pouco de culpa ao se juntar a Deucalion, mas eu não será eu que os julgarei por isso.

Ninguém, absolutamente ninguém notou minha presença, mesmo que eu tenha gritado varias e varias vezes, ninguém sequer absolutamente viu ou me ouviu, era como se eu fosse invisível, eu não podia os tocar ou falar, só observar tudo que acontecia ao meu redor sem nenhuma interferência da minha parte. Meu coração gelou quando cada alfa tinha um beta em mãos, e Deucalion deu a escolha a Derek ou Cora ou os outros três garotos, minhas frequências cardíacas voltaram quando ouvi o barulho das flechas de luz ecoar por todo ambiente.

Graças a Allison a luta pode voltar, eu não sabia que havia mais deles, Deucalion só levava Kalí e Ennis - que graças a mim está morto - ao encalço dele, Ethan e Aiden só andam nas redondezas da escola, talvez por eles serem os mais confiáveis, ou talvez os mais fortes. Uma questão que eu nunca vou saber, provavelmente.

Obvio que Derek e os outros estavam em desvantagens, eu consegui contar cinco alfas além de Ethan, Kalí, Deucalion – que estava apenas assistindo – e Aiden. Nada corria bem, isso tem tudo para virar uma carnificina, manchas de sangue para tudo quanto é lado, lobisomens furiosos. Isso tem tudo para acabar em morte.

Uma dor aguda passou rasgando do lado esquerdo, pegando no alto da costela e terminando quase no meio das costas, meus olhos automaticamente foram parar em Scott, que estava caído no chão, senti uma força diferente exalando dele, por mais determinado que ele esteja um dos alfas desconhecidos o nocauteou, a raiva em mim só começou a aumentar, por mais que eu tivesse prometido a mim mesma que não deixaria nada acontecer a ele, nesse momento eu não posso fazer nada.

Em questão de segundos eu vi Scott acertando a panturrilha do mesmo alfa que o acertou, que estava tentando derrubar Derek no andar de baixo, minha garganta travou, impedindo o ar dos meus pulmões de saírem, tudo aconteceu tão rápido, num milésimo Derek estava prestes a derrubar o outro alfa e no outro eles estavam caindo. Foi em então que o ar saiu dos meus pulmões, em um grito alto e doloroso, tudo começou a girar, as luzes foram se misturando a dor da escuridão...

Claire que havia cochilado sobre os braços acordou ofegante, ouvindo o bule gritar. Instantaneamente saiu da cadeira, ainda cambaleante e desligou o fogo, fazendo com que o objeto parasse quase que subitamente.

Colocou o sache em uma xícara grande e despejou a água lentamente, observando a coloração mudar para um amarelo claro, deixando a xícara sobre a bancada, correu até o quarto tirando o celular da tomada rapidamente, voltando a descer as escadas, só que dessa vez quase não sentiu os degraus relar na sola de seus pés.

Abriu a caixa de mensagens, ignorando a resposta de ambas as garotas e digitou o numero de Scott e rapidamente perguntou:

“Hey, você está bem?”

Enviou a mensagem, sequer se importava com que horas eram só precisava dissipar aquela preocupação angustiante, que não deixava a dor de suas costelas pararem. Bebeu um pouco, não degustando da sensação dele descer queimando a garganta, mas em segundos aquilo já não doía mais. Antes de poder beber mais um gole seu celular apitou.

“Sim, só um pouco cansado”

“Scott não minta pra mim, você está mesmo bem?”

A resposta chegou mais rápido do que ela imaginava, rápido demais.

“Claire eu não estou mentindo, pode descansar, eu estou bem. De verdade”  

Suspirou enquanto digitava velozmente um “Espero que sim, boa noite”. Por mais que aquelas palavras tenham a tranquilizado, sua dor ainda residia no mesmo local, e parecia não querer ir embora não cedo, isso a fez passar as mãos pelo local, que aparentemente não tinha nada de errado. Talvez fosse tudo psicológico pelo seu cansaço.

Deixou tudo em cima da pia e foi se arrastando para o quarto, enquanto rezava para que seu sono chegasse e ela pudesse ter o resto da noite sem mais nenhum pesadelo. 

[...]
                   Cause we hunt you down without mercy 
                 Hunt you down all nightmare long 
               Feel us breathe upon your face 
            Feel us shift, every move we trace 
[...]