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História Secret Journey - A Energia


Escrita por: Tinacris

Notas do Autor


Faz tempo que penso em escrever essa história, desde que vi o MV Hi pela primeira vez. Sou sone, mas amo o Lovelyz e queria que gostassem da história. Não tem couples, mas espero que a trama seja suficiente para despertar a atenção de ler até o fim.

Capítulo 1 - A Energia


Fanfic / Fanfiction Secret Journey - A Energia

 

Secret Journey

 

Seo Jisoo seguia calada no banco traseiro do carro de seus pais. O senhor Seo permanecia calado, olhando para frente, simplesmente ignorando a presença daquela filha que o decepcionou. A mãe fazia, ao contrário do pai, um sermão sem fim, enumerando todos os erros cometidos, e cada um deles parecia ser conhecido em detalhes por ela.

A garota, entretanto, seguia tentando entender os fatos que a levaram até ali. Uma escolha errada uma única vez na vida foi o suficiente para virar o seu mundo de cabeça para baixo. Ela só queria fazer amizades novas na nova escola. Havia algo errado com isso? Quando a convidaram para aquela festa, ela não sabia que devia esperar algo mais do que diversão. Puseram algo em sua bebida, e quando a polícia chegou para uma batida surpresa, a encontrou em um quarto com um desconhecido que tinha em seus bolsos um verdadeiro arsenal de narcóticos.

Aquilo bastou para que toda a sua vida “secreta” viesse à tona, mesmo que ela não existisse. Logo, as histórias, das mais escabrosas, surgiram como por encanto, contada por pessoas que ela não conhecia e por supostos amigos que ela nunca fez, todas tendo ela, Seo Jisoo, como protagonista.

Mas o pior de tudo aquilo era o fato de ser inocente das acusações e não ter um ser no mundo que acreditasse nela. Os pais, exemplos de virtude, foram os primeiros a lhe jogar pedras, pois ela havia manchado o bom nome da família. Isso queria dizer tecnicamente que ela estava na lista negra dos Seo, bem lá perto do topo.

A solução? Ser internada em uma clínica isolada onde a tratariam como a pessoa doente que ela não era. Durante uma semana ela passou por essa experiência traumática e assustadora, sendo clinicada com drogas que ela se recusava a ingerir e amarrada na cama sempre que resistia aos medicamentos. Ela não duvidada que em alguma daquelas salas funcionasse um setor medieval de tratamento de choques. Uma noite, durante um blecaute, ela conseguiu escapar dos enfermeiros e ficar escondida até conseguir usar o telefone.

Ela ligou para sua tia Sora, que cuidava dos avós em uma velha casa vitoriana recém-adquirida na América. Tia Sora era uma mulher alta e corpulenta, que falava alto e dizia o que queria para aqueles que não queriam ouvir. Ela tentou falar com Jisoo várias vezes, mas os pais não permitiram. Afinal, tia Sora também estava na lista negra e seu nome ainda permanecia imbatível no topo. A razão disso era o fato de tia Sora ser excêntrica e não seguir convenções.

Jisoo falou rapidamente tudo o que pôde, expondo o problema e pedindo ajuda. A tia prometeu que não ia abandoná-la. No dia seguinte, vieram buscá-la. Os pais haviam enviado um táxi que a levaria direto para o aeroporto. Já haviam acertado tudo com a clínica por telefone e até a alta foi comprada. Não houve despedidas, apenas um bilhete frio dizendo que a tia aguardaria a chegada do voo na América. Suas coisas já haviam sido empacotadas e enviadas para o aeroporto. Foi assim que Jisoo aceitou de bom grado aquela nova sentença. Era assim que começava a história mais estranha que ela pensou em viver.

 

Tia Sora a esperava na porta do aeroporto. Jisoo apenas sorriu e abaixou a cabeça, pois não tinha certeza se seria recebida pela tia como inocente ou como uma garota problema. O que veio como resposta foi um forte e caloroso abraço.

– O que há com seus pais? Não conhecem a filha que puseram no mundo? Venha! Sua avó está louca para lhe ver e fez um bolo delicioso.

– E quanto a…

– Conhecemos você, Jisoo, e sabemos como os jovens se comportam hoje em dia. Moramos na América, que parece ser o modelo de comportamento para o mundo. Por isso escolhemos viver no campo. Foi difícil encontrar uma boa casa, mas conseguimos. Apesar de ter uma estrutura meio velha, ainda está sólida. Não tive tempo ainda de arrumar tudo. O porão está escuro e poeirento. O sótão cheio de caixas. Você terá que me ajudar com isso, faz parte da sua sentença.

A tia piscou e a garota sorriu aliviada, já sentindo-se em casa. Entraram no carro e pegaram a estrada.

 

Ela sentiu uma energia muito forte se aproximando. Era diferente da energia normal que tinha que ser roubada do mundo físico para que ela pudesse fazer qualquer coisa. Conseguiu soltar a borboleta que havia ficado presa no tubo da luminária que iluminava parcialmente o sótão durante a noite. Fazia muito tempo que ela estava ali de joelhos, tentando conseguir manifestar um movimento que fosse para conseguir ter algum efeito que pudesse libertar o pobre inseto. Mas com a aproximação daquela energia, não foi preciso nenhum esforço. Ela retirou a tampa do tubo com facilidade e a borboleta rodopiou sobre sua cabeça e saiu voando pelas frestas da janela quebrada.

Baby Soul observou com certa inveja o voo para a liberdade. Ela também queria voar, mas estava presa aquele mundo talvez para sempre, assim como as outras.

O som de um carro chamou sua atenção. Ela caminhou até a janela e olhou para baixo. Era a nova dona da casa que chegava. Parecia ser uma boa pessoa. Kei já havia lhe dito que a mulher gostava de assistir programas que tratavam do sobrenatural na TV. Podia ser que essa tivesse uma mente mais aberta para o que acontecia no outro mundo. Kei e Jiae eram as únicas que conseguiam transitar pela casa, sem estar presas a um ambiente em particular. Quando soube disso, Baby Soul arriscou chamar sua atenção, fazendo barulhos no sótão, que foram interpretados como ratos ou pássaros que entravam pela janela quebrada. Aquele esforço contínuo, porém, a enfraqueceu a ponto de não conseguir libertar uma borboleta. Curiosa, ela ficou observando. Quando a garota saiu do carro, uma nova onda de energia percorreu o seu corpo etéreo, fazendo-a ter um calafrio. A energia vinha daquela garota. Mas quem seria ela?

 

Jisoo teve calafrios ao ver aquela casa velha ao longe, em cima de uma colina. Mas à medida que se aproximavam, o sentimento de medo foi diminuindo e ficou apenas uma grande curiosidade. A casa parecia respirar, parecia ter vida. Era como se em cada janela alguém a espiasse. Ela sacudiu a cabeça e riu consigo mesma. Estava impressionada por ver uma casa daquelas ao vivo e em cores, coisa que só havia visto nos filmes americanos. E geralmente, nos filmes, aconteciam coisas ruins. Tia Sora notou o seu sorriso.

– O que foi? Não gostou da casa?

– Não, é que lembrei de alguns filmes que assisti…

Tia Sora riu enquanto tirava a mala.

– Sei, daqueles bem assustadores. Precisa ver esse lugar à noite. Depois eu conto a história dele para você.

Jisoo a ajudou a carregar as malas e casualmente olhou para cima. Havia alguém no sótão olhando para ela, por trás da cortina. Foi só o tempo de piscar os olhos e havia sumido.

– Tia Sora, alguém veio limpar o sótão hoje?

– Ah, não, esse é um serviço que reservei para você, mocinha. Mas deixe isso para amanhã e descanse por hoje. Venha, vamos falar com seus avós.

Jisoo forçou um sorriso e preferiu não falar nada. Não queria ser tomada por uma garota que tinha visões logo no primeiro dia. Mas havia alguém no sótão e ela descobriria quem era.

 

Baby Soul afastou-se da janela se maldizendo por sua imprudência. Mas como ela podia adivinhar que a garota conseguiria vê-la ali? Ela ainda podia sentir a energia fluir, não apenas pelo seu corpo, mas por todo o aposento. Estaria acontecendo no restante da casa também? E se a garota começasse a bisbilhotar e a notícia chegasse até ele? Isso não podia acontecer. Elas já pagavam uma pena dura demais, para que ainda ficasse pior. E tudo havia sido por culpa dela, porque foi uma má líder. Ele não podia saber. Ele tinha que achar que estavam adormecidas, do contrário tiraria a única chance que ainda tinham de ter a liberdade. Uma lufada de ar lhe indicou que tinha mais alguém no sótão. Era Kei. Seu rosto sempre sereno parecia assustado.

– Você sentiu? A energia?

– Sim, eu senti. Ela me viu, Kei.

Kei arregalou os olhos.

– Como assim? Quem lhe viu?

– A garota que chegou e trouxe essa energia com ela. Ela me viu quando eu olhava pela janela.

– Soul… isso é ruim.

– Eu sei. Onde está Jiae?

– Na escada, observando. O cachorro acordou e você sabe como ele fica agitado quando estou por perto. Para evitar isso, Jiae me mandou subir.

– Bem pensado, acho que já temos problemas demais.

Kei sentou-se ao lado dela e pegou sua mão. Baby Soul fechou os olhos. Era reconfortante sentir o toque de alguém e, pelo menos isso, elas podiam fazer entre si.

– Acha que ele pode desconfiar de algo?

– Tudo é possível, Kei.

– E se fugir ao nosso controle? Ela trouxe muita energia. Não sabemos o que isso pode causar.

– Você e Jiae, tentem não caminhar por aí quando estiverem pela casa. Se ligarem uma cafeteira elétrica, com essa energia tomando conta de tudo, vocês podem ficar visíveis para alguém.

Kei suspirou desanimada. Ela adorava observar as pessoas e ouvir suas histórias. Mas sabia que Baby Soul estava certa. Tinham que ser cautelosas agora. Nesse momento, jiae entrou no aposento com cara de choro e desespero.

– A garota nova está subindo as escadas para ver o sótão.

Elas olharam em volta e Baby Soul as puxou para trás de uma cortina.

– Somos invisíveis, Soul! - protestou Jiae. - Por que precisamos nos esconder atrás de cortinas?

– Já fui vista uma vez hoje e não quero cometer o mesmo erro. Essa casa energizada é como um campo minado. Não vou arriscar.

Jiae olhou para Kei com uma expressão confusa.

– Explico depois – Kei sussurrou.

 

Jisoo entrou no sótão logo atrás de tia Sora. A mulher queria lhe mostrar o lugar que ela ficara encarregada de limpar no dia seguinte. A primeira coisa que a garota sentiu foi os pelos dos braços arrepiarem. Olhou avidamente em volta, esperando ver alguém. O sótão não era um lugar escuro, pois havia muitas janelas e algumas delas estavam quebradas. A que tinha a cortina, de onde ela viu o vulto que a olhava, ficava de frente para a casa. Ela caminhou até lá e olhou para baixo, onde pôde ver o carro estacionado. Tia Sora mostrava os móveis velhos e caixas cheias de papéis velhos e objetos dos antigos donos. Seria trabalhoso, mas Jisoo teria com o que se ocupar por uns tempos.

O cachorrinho entrou farejando o ar e dando voltas pela sala. Parou e começou a grunhir para uma cortina velha de veludo. Tia Sora pareceu não ligar, mas Jisoo foi atiçada pela curiosidade e se encaminhou para lá. Naquele momento, um pedaço de madeira caiu do outro lado, chamando a atenção do animal que partiu para verificar. Tia Sora pôs a mão sobre o ombro da sobrinha e a moça se assustou.

– Ratos. Espero que não tenha medo deles. O sótão está cheio e acho que precisarei chamar o dedetizador para dar um jeito.

– Não tenho medo de ratos – disse Jisoo, se recuperando do susto.

A tia soltou uma gargalhada.

– Você tem a quem puxar, garota! Agora vamos até o porão. Aquele lugar vai dar mais trabalho.

 

Quando elas saíram, as três puderam respirar aliviadas. Baby Soul arfava pelo esforço que teve de fazer para não se materializar na frente da garota. A energia a atraía como um ímã. Felizmente, Jiae pensou rápido e conseguiu sair do esconderijo e derrubar aquele pedaço de madeira, atraindo a atenção do cachorrinho sensitivo que perseguia Kei.

Baby Soul teve que se apoiar em uma cadeira velha a fim de se recompor, mas quando ela levantou o olhar, havia medo em seus olhos.

– Elas vão para o porão… Jin não sabe de nada.

Kei entendeu a urgência.

– Eu vou avisá-la.

– Não, fique aqui! - Disse Jiae. - Eu vou, o cachorro não sente minha presença.

Quando Jiae saiu, Kei ajudou Baby Soul a levantar.

– Por que você ficou assim?

– O pensamento dela. Ela queria que eu aparecesse e eu quase fiz isso. Não sei como vai ser amanhã, quando ela vier trabalhar no sótão.

– Soul, eu ainda acho que nós precisamos pedir ajuda. Talvez essa garota…

– Não! Não vou arriscar a vida de vocês de novo. Ele não deve saber de nada.

Kei suspirou e ficou calada, mas depois falou.

– Não temos mais uma vida, sabe disso.

– Não é totalmente verdade, você também sabe disso…

Cansada de discutir um assunto já desgastado, Kei se rendeu ao desejo da líder. Sabia que a culpa corroía Baby Soul e a impedia de se arriscar mais.

– Preciso avisar às outras também – ela falou apenas para quebrar o silêncio.

– Faça isso, elas devem estar confusas.

Kei saiu do sótão e Baby Soul voltou a sentir o peso do medo cair sobre ela.


Notas Finais


Espero que tenham gostado.


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