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História Secrets - Os Encantos do Escorpião - Capítulo 15


Escrita por: Jess_Monteiro

Notas do Autor


Olá pessoas, demorou mais nós voltou e eu não estou atrasada tá kkk vocês que demoraram. Passando rapidinho hoje só para postar o capítulo. Quero agradecer as meninas que comentaram o capítulo anterior, apesar de já estarmos com 109 favoritos vou deixar a proposta com 18 pessoas ainda, ok? Mesmo sistema. Esse é um capítulo ponto, pessoal, eu avisei que gosto muito de capítulos assim porque eu sempre deixo algumas pontas soltas que depois eu vou ter que amarrar e já estou escrevendo os últimos dois capítulos dessa temporada. É bem foda finais e já faz anos que eu tô nele kkk
Se escapuliu algum erro, culpem o jogo do Brasil porque eu estava revisando e assistindo, e não dá para não reparar que as bundas dos jogadores de futebol (até os magrelinhos) são um espetáculo!
Boa leitura pessoal :)

Capítulo 15 - Capítulo 15


Fanfic / Fanfiction Secrets - Os Encantos do Escorpião - Capítulo 15

Hannah Swift

 

—Eu posso saber o que está acontecendo aqui? – foi a pergunta de Brian.

 Eu podia ver as veias dilatadas e saltando no seu pescoço e seus olhos estavam frios e passionais. Ok, eu estava certa, Brian não ia gostar muito de saber que eu e Ethan estávamos transando.

—Agora? – andei pelo quarto – Agora não esta acontecendo mais nada, já aconteceu.

 Olhei-me no espelho prendendo o cabelo. O meu couro cabeludo estava dolorido assim como minha garganta devido a ferocidade de Ethan, mas o seu gosto ainda estava ali...

—Hannah, não brinque com a minha paciência agora, não banque a cínica ou a santa comigo.

 —Ei, calminha aí amigo, olha o jeito que você está falando com ela – Ethan se adiantou.

—O assunto é entre mim e ela, Parker, nem sei o que está fazendo aqui ainda – Brian ergueu o queixo o desafiando – Já comeu, não é? Já teve sua caçada da tarde, mande o buquê de rosas amanhã e vá buscar outra para seus joguinhos.

—Você ficou maluco, Brian? – Ethan falou frio, suas mãos em punhos junto ao corpo – Olha o que você está falando, retire o que disse.

—Não retiro, foi com a minha irmã que você jogou. Muito baixo da sua parte, Ethan, fazer isso com uma amiga, ela é minha irmã seu merda – Brian avançou para frente e eu o parei colocando a mão no seu peito.

 Ótimo, agora meu irmão queria proteger minha virtude... A pergunta era, que virtude que eu tinha para ele proteger?

Brian tentou tirar minha mão com força e Ethan se aproximou segurando o braço dele.

—Você vai machucar ela, caralho.

—Tudo bem, Ethan – coloquei uma mão no peito dele também, afastando-o – Brian, o que está dando em você?

—O que está dando em mim? Hannah, o que vocês estavam fazendo? O que ele fez com você? Pensei que você fosse melhor do que isso, como ele pode estragar a amizade da gente assim? A de vocês assim...

—Você está falando como se eu tivesse estuprado ela – Ethan se pronunciou de novo – Quando dois não querem...

 Brian avançou mais uma vez e me empurrou para o lado indo para cima de Ethan, mais rápido que pude, virei seu braço e o pressionei na parede.

—Brian, ele não quis me ofender – tentei falar com calma.

—Não quis? Era ele esse tempo todo, não era? – eu respondi apenas um “era” e ele se mexeu tentando sair – Me solta, Hannah.

—Não antes de você parar de cena – coloquei a mão livre nas suas costas e o empurrei – Brian, eu sei que é clichê, mas realmente não é o que você está pensando. E mesmo se fosse, não é como se fosse a primeira vez que você me pegasse um cara na minha cama, então eu não estou entendendo sua reação.

 Ele bufou.

—Isso foi antes do acidente, Hannah. O problema aqui, não é o que você está fazendo, é com quem... Eu só não quero que você se machuque mais.

 Toda a raiva e indignação que eu sentia passaram com suas palavras. Minhas mãos se afrouxaram e eu encostei a cabeça nas suas costas.

—Eu não vou me machucar, Brian. Com isso não precisa se preocupar.

 Ele poderia ter saído dali agora que eu estava mais relaxada, mas ele não fez. Apenas colocou a testa na parede, do mesmo jeito que coloquei em suas costas, e regulou sua respiração.

—Mas eu me preocupo com você, se eu não fizer isso, quem vai fazer?

 O silêncio pesou no quarto e tudo que era ouvido eram as três respirações das pessoas que estavam ali. A de Ethan, apenas observando tudo calado. A de Brian tentando se acalmar. E a minha, com uma mistura de melancolia e de certa forma, aquecimento por Brian ainda se preocupar comigo.

 Eu só notei que me sentia carente daquele afeto, agora. Não que ele tivesse me abandonado, Brian não faria isso, mas por agora ele estar seguindo em frente. Com sua primeira namorada séria depois do acidente, depois de apostar numa vida cheia de caçadas de sexo casual, dependendo de outra pessoa além de mim.

 É, mais um motivo deu ter me entregue tanto a Ethan... Pelo menos quando eu estava com ele, estava com alguém que gostasse de ficar comigo. Ethan podia não me amar, mas ainda sim estava ali. E mesmo ele estando ali, eu sentia falta de amor.

 Dei alguns passos para trás e me sentei na cama.

—Eu não quis dizer isso da forma que você está pensando – Brian virou-se e abaixou na minha frente, ignorando totalmente Ethan.

—Eu entendi.

—Não, eu não queria te magoar. Merda, Hannah, eu realmente não queria tacar isso na sua cara – pegou minha mão e acariciou as costas dela.

—Eu sei disso, Brian – sorri para ele – eu entendi a forma que você quis dizer. E gostei do que falou, mais do que devo admitir.

Ele me encarou de baixo e depois sacudiu a cabeça em negativa.

—Eu tenho te deixado muito de lado, não é? Agora estou me sentindo mais idiota ainda, de novo. Pela segunda vez em menos de trinta dias.

—E quem é que está contando?

Ele riu e quando parou mordeu o lábio.

—O que está acontecendo com vocês, estão namorando? – virou-se para Ethan.

—Eu não namoro – Ethan respondeu.

 Os punhos de Brian se fecharam, mas eu os segurei. Seria eufemismo dizer que aquelas palavras não mexeram comigo, porque elas mexeram.

 Qual é? Você realmente se esqueceu disso? É de Ethan Parker que estamos falando e com quem você está transando. Minha consciência zombou.

—Eu não vou namorar com ele – respondi tentando soar calma, mas eu senti que vazou um pouco a rispidez – Estamos apenas nos divertindo.

 Brian arqueou as sobrancelhas.

—É sério isso? Você só pode estar brincando? Quanto tempo que vocês estão nisso?

—Dois meses – e um dia, mas eu não falei. Assustei comigo estar contando dessa forma.

Brian se levantou.

—Vocês estão transando há dois meses? Fala sério? – ele se virou para Ethan e eu me levantei, mas não foi necessário – O que você quer com isso, Ethan? Apenas usar ela e depois jogar fora? Pois fique sabendo que ela não é seu brinquedinho da temporada não, eu respeito sua irmã, o mínimo que espero de você é que respeite a minha.

—Isso nem passou pela minha cabeça, Brian – Ethan defendeu-se – Somos adultos, você deve estar se esquecendo disso, mas Hannah é maior de idade.

—E vocês acham que isso vai até onde? – Brian ergueu os braços – E quando essa brincadeira de vocês acabar, como é que as coisas vão ficar? Espera, eu sei... Você vai comer metade da cidade – ele apontou para Ethan – Vai continuar se divertindo e derrubando calcinhas por aí, enquanto você...

 Ele se virou para mim, e seu tom de voz diminuiu quando continuou.

—Você vai sair machucada, Hannah. Será que você vê que isso não é para você? – ele negou com a cabeça – Você já fez sexo casual, não quero dizer que quero proteger sua virtude. Você já fez isso, eu me lembro, durante algum tempo, mas nenhum que você teria que ver todos os dias ou que no fim de semana, depois de terminarem, você teria que enfrentar.

—Brian...

—Não Hannah, você quer enganar quem? Isso não é para você, você sabe que no fim é você quem vai sair machucada, você tem direito de transar com quem quiser, fazer o que quiser da vida. Você sempre fez isso. Só que agora é diferente, vocês sabem as consequências que isso pode ter e você não é a mesma pessoa de anos atrás, essa você de hoje quer namorar, casar, ter filhos, se apaixonar. Você quer alguém que sinta e faça com você e por você, o que seu pai fez para sua mãe, e acho que todos aqui sabemos que vocês dois não vão ter isso juntos.

 Meu coração estava tão esmagado no peito que chegava a doer. Os olhos de Ethan se encontraram com os meus me procurado para ver se eu estava bem, e desviei. Não havia outra pessoa no mundo que me conhecia tão bem quanto Brian, e ouvir isso da boca dele, mesmo já tendo ouvido algo parecido de Martin e da minha consciência, me jogou num abismo dentro do meu próprio peito.

 Passei a mão pelo cabelo e ergui a cabeça olhando para Brian.

—Eu sei disso, e eu sei me cuidar – as palavras saíram um pouco mais fortes do que eu realmente me sentia – Nós dois sabemos como isso funciona, Brian e quando acharmos que isso não vai dar mais certo, a decisão vai ser nossa. Espero que você não tente interferir. Já deu de pessoas que se metem no que estamos fazendo.

 Brian olhou para mim e depois para Ethan que estava calado. Ele estava fodidamente bonito como se eu não tivesse dado um boquete a pouco mais de quinze minutos nele, com as mãos no bolso, pensativo.

—Você é adulta – Brian trincou o maxilar – e de todo jeito... quando você precisar eu vou estar aqui. Porque se eu não posso te impedir, o mínimo que posso fazer por você e estar aqui quando você precisar.

 Segurei com todas as minhas forças as lágrimas que queriam sair e engoli em seco. Como eu podia me sentir assim, uma montanha de sentimento? Frustrada, com raiva, magoada, confusa e agradecida... Muito agradecida porque mesmo naquela situação, eu apenas amei mais ainda Brian.

—Obrigada, acho que você falou o que eu realmente queria ouvir, de novo.

 Ele apenas acenou.

—Eu te levo até a porta, Ethan.

—Brian...

—Tudo bem, Hannah – Ethan me interrompeu – Eu fiz isso quando ele começou a namorar minha irmã.

—Mas não estamos namorando – voltei-me para Brian, franzindo a testa – eu achei que você não ia se meter.

Ignorando-me, ele foi até a porta e a segurou dando caminho para Ethan.

—Ethan...

Ele não falou ouviu, apenas veio até mim e segurou meu queixo.

—Esta tudo bem – colocou uma mexa de cabelo atrás da minha orelha e me deu um selinho – Eu preciso ir.

—Me desculpe por isso, você realmente não precisava passar por isso, Ethan.

Ele sorriu.

—Te vejo a noite.

 Após beijar minha testa, ele e Brian se foram e mesmo querendo saber o que meu irmão ia aprontar, ainda sim eu não tinha forças para isso. Eu só queria me afundar e sumir no colchão.

...

—O vestido ficou lindo em você, Hannah – Martin me elogiou, de maneira afetuosa ao abrir a porta da limusine.

 —Obrigada, Martin.

—Ele ficaria ainda mais bonito se você sorrisse.

 Dei um meio sorriso para ele e me afastei para os outros dois saírem. Maggie e Brian desceram atrás de mim, ambos muito bem vestidos. Brian estava fabuloso de smoking e Maggie com um vestido prateado curto com um decote V nas costas, seus saltos creme eram tão lindos. Seu corte Chanel estava um pouco mais comprido e também combinava com ela. Na verdade, qualquer coisa combinava com ela.

—Me dê a honra? – Martin estendeu o braço para mim.

 —Você está acumulando funções, Martin – encostei a cabeça em seu ombro – Mesmo assim, a honra é toda minha.

 Martin iria a festa que estaria cheia de pessoas, antes, eu e Brian iriamos dar um jeito de impedi-lo. Só que agora era diferente, não tínhamos confiança o suficiente para ficarmos sozinhos, não com as infinitas possibilidades de estarmos aqui e do acidente.

 Uma pontada de culpa me bateu, eu havia instalado escutas, câmaras e desbloqueadores em seu escritório mais cedo, se ele soubesse...

 Os flashes tomaram conta quando subimos no tapete vermelho e não paramos para posar, nem éramos famosos, não tinha nem sentido fazermos isso. A música lá dentro estava a todo vapor, uma banda tocava uma música suave, mas com uma batida muito gostosa de jazz, parecia muito ser uma original. O fato de estarmos atrasados me deixou um pouco sem graça, mesmo Maggie me tranquilizando e Brian não me acusando por odiar chegar atrasado nos lugares.

—Menina me diz quem fez esse vestido que eu darei os parabéns e o matarei por desenha-lo tão bem – Ed falou nos parando com um terno preto, camisa e gravata cor-de-rosa ao lado de um Charles de Smoking perfeito preto.

—Eu não sei, acho que foi você – respondi dando uma volta.

 O vestido de Ed era realmente fabuloso. Não era cheio de frufrus, detalhes e enfeites, mas a simplicidade dele combinava perfeitamente comigo e com meu corpo. Era um mullet, a parte da frente ia até o meio das minhas coxas e a parte de trás era comprida e ia quase até o chão.

 Era um tecido muito fino, esvoaçante e transparente que me dava certa leveza. A cor era uma das minhas favoritas, azul e o decote com bojo na frente destacando meus seios, Ed adorava fazer vestidos que os destacavam. Os saltos eram um dos meus, prata com uma tira fina preta em cada tornozelo.

 Martin fez uma pequena reverência e se foi. Meus olhos percorreram inconscientes pelo salão. Minha cabeça ainda estava confusa por mais cedo, eu estava uma confusão para falar a verdade.

 O lugar estava fabuloso, a decoração impecável e algumas pessoas se dedicavam a conversarem entre si, fazendo contatos importantes e aproveitando a magnitude do evento. Uma sensação de dever cumprido tomou conta, o Marketing da festa havia sido perfeito, assim como todas as outras ocasiões que tive que trabalhar até mais tarde com Dylan, que quando se juntou a nós, estava com a mesma sensação que eu.

 Havia poucas pessoas que eu conhecia pessoalmente ali perto da quantidade enorme que estava pelo grande salão. Essas poucas pessoas eram apenas as que trabalhavam na Red Intense Hot, que estavam em seus grupinhos habituais e que eu ainda não me encaixava, só que agora eu não me importava, já que eu tinha o meu.

 Mel acenou para mim do outro lado junto com Jack com Julius, impecavelmente bonito como sempre e sua esposa, Rose que assim que me viu abriu um enorme sorriso e acenou.

 Eu já havia visto Rose depois que descobri sobre Julius, em um evento de caridade que Charles me arrastou. A segunda vez eu fiquei muito surpresa, porque ela simplesmente foi se encontrar comigo e me convidou para almoçar junto com ela, Maggie, Ethan e Brian no restaurante do prédio.  Ao contrário do marido, ela gostava de mim, talvez por assim como Ethan, não saber o que Julius parecia saber.

 A última vez foi quando ela foi buscar Mel e Jack no dia na academia. Ela era uma mulher muito bonita e agora eu sabia de onde seus filhos tinham puxado tanta beleza.

 Seus olhos eram tão azuis quanto o de Ethan e sua pele bronzeada como todos os filhos, até os que não eram de sangue. Rose tinha um corpo magro e esguio com curvas certas, era da altura de Maggie e ficava perfeitamente bem ao lado do marido ou dos filhos. Seu vestido flutuava em seus joelhos em seda preta com alças finas. Seu cabelo era uma cortina lisa e sedosa do mesmo tom de Maggie e Roger e era uma mulher tão bondosa que era impossível não gostar dela e do modo como ela via o mundo.

 Nesse caso, ambos tinham sorte por estarem casados. Porque apesar de tudo, eu ainda admirava Julius por ser um bom padrasto e pai para os filhos de Rose.

—Você está tão linda – elogiei Mel abraçando-a quando ela veio até nós, guinchando o irmão.

—Olha quem fala – ela riu apontando para mim – É muito bom ver você aqui, a festa ficará menos entediante.

 Ri dela e beijei o rosto de Jack que ficou vermelho. Nosso grupo se alojou entre os outros onde comíamos, bebíamos e riamos. Eu não vi Ethan, mas também não andei por todo o lugar atrás dele. Tudo que eu sabia era que ele estava ali e isso era o suficiente para me deixar ainda mais ansiosa e confusa.

 Apesar da vontade de vê-lo usando um smoking – porque se de terno esse homem era gostoso, de smoking nem se fala – eu preferia manter um pouco de distância naquela noite, porque eu não sabia o que iria falar, nem sabia o que Brian conversou com ele.

 Enquanto eu não o via, apenas me divertia, me soltava um pouco e deixava meu espirito um pouco mais leve. Eu e Brian ainda éramos o que mais ríamos, os que contavam as piadas engraçadas e que eles achavam sem graças – nova-iorquinos não tinham o senso de humor do Texano – só que nem isso nos deixava menos dispostos.

 Foi bom ver que Brian não estava bravo comigo, ou se estava, pelo menos estava ao meu lado. Mel e Jack nos achavam hilários, e nosso grupo era o mais divertido de todos. Eu estava me sentindo leve, bem leve para falar a verdade, e as taças de champanhe estavam ajudando, o que foi bom quando Ethan se aproximou pela primeira vez.

 Fiquei tensa e ensaiei um sorriso para ele, por sorte, ou azar – eu ainda não sabia dizer – ele logo se foi já que era o anfitrião daquela noite e quando ele se foi, lá estava Brian para me fazer rir de novo.

 Não demorou muito para Rose e Julius se juntar a nós, e o padrasto dos meus amigos me tratou da mesma forma de todas ás outras vezes, cordial e educado. A diferença era que agora, depois de falar com Martin, eu me sentia mais segura.

 Fui tirada para dançar algumas vezes por desconhecidos que aceitei apenas por educação, aguentei algumas cantadas baratas, dei um chega para lá em um investidor e comi os deliciosos chocolates da mesa do Buffet sem culpa, afinal naquela época do mês eu podia.

—Aquele velho babão tentou colocar a mão na sua bunda? – Dylan implicou.

—Você viu aquilo? – entrei na dele – ele me convidou para ser amante dele.

 —E o que você respondeu? – Rafael perguntou.

Abri a boca para responder, mas Charles passou os braços pelo meu pescoço.

—Você não viu ele ir pedir gelo para o garçom? – ele falou sacudindo meu ombro, Rafael negou com a cabeça e fiquei vermelha ao ver que Mel e Jack estavam lá – Ela apertou as bolas dele.

 Acotovelei as costelas de Charles quando eles explodiram em gargalhadas, Roger tapou as orelhas de Mel enquanto ela arregalava os olhos e tentava esconder o sorriso.

—Quer que eu mande os seguranças o colocarem para fora? – Roger perguntou.

—Não, acho que ele vai por conta própria – vire-me sem graça para o casal mais velho – Desculpe-me a indelicadeza, Rose, Julius...

—Esses velhotes vêm para essa festa atrás de mulheres, querida – Rose tranquilizou-me – Deveria ter chutado.

—Mamãe! – Jack, Maggie, Roger e Mel falaram ao mesmo tempo.

—Eu não faço aulas de luta, mas sei que chutar doí mais, sou médica, sei disso.

 Alguns olharam para ela, e em seguida explodimos em risadas de novo.

—Eu amo essa mulher – Ed deu um selinho em Rose – Nunca pensei em ouvir minha diva falando isso.

—Ora, de novo essa história de diva, Edmund – ela o repreendeu ficando corada.

 Como alguém com uma família tão maravilhosa como Ethan, podia não querer o mesmo? Eles pareciam ter saído das séries de televisão e eu sabia que ele os admirava mais do que tudo.

 Após o jantar, os discursos e tudo mais, a pista de dança se encheu de casais. Rose e Julius estavam um pouco mais ao centro e olha-los me bateu uma saudade enorme de casa, das vezes que Chris e Adam esmagavam os pés delicados da mamãe e Susan. Das incontáveis horas que passamos ensaiando para o baile de pais e filhos, até Chris finalmente aprender a dançar o básico do básico.

 Após dançar com Dylan, Rafael e Roger eu já estava esgotada. Roger e eu nos dirigimos para uma mesa das mesas, parei um pouco ao ver que Ethan estava sentado ao lado de Ivy, de frente para Brian. Meu último parceiro foi para a cadeira ao lado de Judith e eu me sentei ao lado de Ethan que se levantou para puxar a cadeira para eu me sentar.

—Obrigada.

 Ele deu um daqueles sorrisos que abaixavam facilmente as calcinhas e voltei a olhar para frente escutando o que Charles falava com Ed sobre o feriado prolongado em Hamptons. Os dois eram os únicos do grupo que iriam com os irmãos Scorpions, o resto ia aproveitar para passar com a família, Brian não havia confirmado, só que eu sabia que ele apenas estava esperando a minha resposta mesmo eu dizendo para ele ir.

—Ethan? – Brian chamou travando o maxilar.

 Pela primeira vez desde que estávamos sentados, olhei para Ethan e depois para Brian.

—Vocês não tem nada para contar? – ele continuou.

—Brian! – o repreendi.

 A mão de Ethan encostou no meu braço e ele sorriu de lado.

—Aconteceu alguma coisa? – Dylan perguntou.

 Eu e Ethan trocamos um olhar e eu neguei com a cabeça. O que ele e Brian estavam pensando? Ele apenas confirmou com a cabeça. De jeito nenhum ele podia contar isso, afastei minha cadeira para me levantar, mas Ethan segurou meu braço e me sentou de volta na cadeira. Ah, pelo visto teria que ser eu.

—Temos que contar uma coisa, algo que a gente deveria te contado antes – falei a contra gosto.

 Ou vai ou racha.

—Então? – Judith balançou a mão tomando um grande gole de champanhe.

—Estamos transando.

 As palavras saíram juntas, sem que combinássemos. Analisei os rostos na mesa.

—Só isso? – Dylan perguntou e afirmamos com a cabeça, eu nem tinha coragem de olhar para Ethan de novo – A pelo amor de Deus, achei que era alguma coisa nova.

 Todos os nossos amigos voltaram a conversar e pisquei algumas vezes para tentar entender o que estava acontecendo.

—Não vão falar nada? – Ethan perguntou visivelmente surpreso.

—Vocês são tão sutis quanto um coice de mula – Ed desdenhou – Acham mesmo que isso é alguma novidade?

—É sério que acharam que não sabíamos isso? – Judith perguntou rindo, ela já havia bebido um pouco demais – Oh eu preciso ir ali, mande Hannah organizar o arquivo, peça para Hannah trazer isso ou aquilo, está faltando carne para o churrasco, está faltando sei lá o que... Puf, vocês são tão inocentes.

—Não, isso eles não são – debochou Ivy fazendo uma cara de safada – parecem aqueles adolescentes na puberdade, mas ao invés de se masturbarem se escondem em todos os cantos.

 Eu não sabia se ria, ou se falava alguma coisa, então apenas os olhei.

—Lavar louça ninguém quer, né? – Ethan fechou o semblante, e ergueu as sobrancelhas – E vocês falaram de nós pelas costas?

Ed colocou uma mão no peito indignado.

—Que tipo de amigo seriamos, se não fizéssemos isso?

 Até eu ri com ele, assim como os outros. Sorte que o restante da família de Ethan não estava ali.

—Isso facilita as coisas – Ethan murmurou baixo e alguém o chamou do outro lado do salão – Eu preciso ir...

 Antes mesmo dele se levantar uma faca cravou na mesa, próximo a mão dele.

—Quietinho aí bonitão – os olhos de Ed se apertaram e ele tirou a faca da mesa – Sabermos não significa que não nos importamos.

—Você ficou maluco? – Ethan olhou para mão, incrédulo, virando de um lado para o outro. Agora eu sabia por que Charles tinha uma colinha das datas de aniversário do seu relacionamento desde o primeiro beijo até a primeira trepada.

—Ethan Parker, pense nessa faca nas suas bolas caso apronte com Hannah – Ed sorriu diabólico – Vocês começaram com isso, e esperamos que não fodam tudo. Se forem continuar com essa merda por muito tempo é melhor vocês começarem a namorar...

—Isso não vai acontecer – as palavras saíram rapidamente de mim e engoli em seco, já havia dado para mim aquele dia, eu não queria ficar ainda mais confusa com esse assunto de novo – não precisam se preocupar, isso não vai durar muito. Estamos apenas nos divertindo.

 Ed prendeu os olhos em mim por algum tempo e depois apenas acenou. A mesa voltou a conversar como se uma mão quase não tivesse sido esfaqueada.

—Hannah...

—Você precisa ir – apontei com a cabeça para o dono de uma produtora que esperava por ele e depois afastei minha cadeira puxando a mão de Charles – Vamos dançar.

 Charles apenas me seguiu. Eu sabia que a língua dele estava coçando, mas não falou nada, e eu o agradeci milhares de vezes por conta disso. Encostei a cabeça no peito dele e fechei os olhos apenas escutando a melodia do delicioso jazz que tocava.

 A noite pareceu se arrastar depois de tudo aquilo, e eu não vi mais Ethan para a minha sorte. Tentava absorver o quanto eu tinha sido patética por imaginar que os outros não sabiam de nós, o quanto tínhamos esperanças que entraríamos e sairíamos daquilo sem nenhum arranhão quando na verdade já estávamos num emaranhado de espinhos. Aquilo não poderia durar mais tempo, mas eu estava preparada para acabarmos com aquilo?

 Minha mente poderia dizer que sim, mas meu coração e meus mamilos eram grandes traidores. O primeiro se acelerava toda vez que eu apenas sabia que ia estar perto dele, o segundo ficavam excitados sempre eu o via. Traidores de uma figa.

—Uma dança? – perguntou Julius após eu me terminar uma música com Rafael, que dançava com uma viúva encantadora do outro lado.

—Claro.

 Julius segurou minha mão e me levou da beirada da pista de volta para o centro, minha intenção era evacuar para a minha mesa que tive apenas poucas vezes depois que dancei com Charles. Ele olhou para onde eu estava olhando e depois para Mel e Jack.

—Eles querem que eu insista em convida-la para ir conosco para nossa casa nos Hamptons. Maggie não quer pressionar o namorado, e ela sabe que ele não quer ir por sua causa – ele disse – seria verdadeiramente um prazer tê-los conosco, Hannah.

 Minha cara caiu no chão e saiu rolando alguns metros.

—Sem querer ser indelicada – falei já sendo – mas eu achava que você não gostava de mim.

 Um sorriso se formou, mas Julius teve a decência de disfarçar. Um silêncio pesado se formou entre nós, apenas seguíamos os passos por quase um minuto inteiro, e quando foi quebrado, foi por ele, não por mim.

—Não é questão de não gostar, Hannah.

—Então qual é a questão? – soei um pouco mais compreensiva com o lado dele – Julius, eu e Ethan, não temos nada. E nem vamos ter, estamos apenas nos divertindo.

—Ele me falou a mesma coisa.

—Porque é a verdade. Não precisa se preocupar com a gente, só que não quero que se intrometa na vida de Brian e Maggie. Martin não gostou muito disso, muito menos eu. Separar os dois seria crueldade, e apenas os machucaria.

—Apenas emocionalmente – ele murmurou.

 Pisquei algumas vezes com sua declaração. Ele estava dizendo o que eu estava pensando?

—Acho que você sabe, que não sei do que está falando – retruquei.

—Sei que não sabe – ele olhou para o outro lado, onde Martin estava parado olhando para nós de braços cruzados – Thomas falou comigo hoje. Ele não gostou do fato de que eu apenas alertei Ethan sobre vocês. Como eu disse, Hannah, eu não tenho nada contra você...

—Você quer protegê-los do que possamos causar, quando nem mesmo eu sei o que podemos causar – sussurrei mais baixo do que deveria.

 A mandíbula de Julius se apertou por vários segundos, mas eu apenas fitei o chão.

—Eu apenas quo proteger os meus, Hannah.

—Eu te entendo – ergui o olhar para ele – mais do que possa acreditar.

—Sei que entende. Mas todos estão certos, eu não tenho o direito de opinar na vida de Ethan ou Maggie, eu posso apenas protegê-los– ele parou e olhou para onde Rose conversava com todos os filhos ao redor – e eu devo avisa-la, que faço tudo para proteger os meus. Tudo mesmo, mesmo que isso os faça me odiar.

 Era uma ameaça? Poderia facilmente ser, mas eu não me importava. Eu também sei jogar, Julius.

—Eu quero que saiba, Julius, que eu também faço. E com isso quero dizer de você mexer no relacionamento do meu irmão.

Ele me olhou um pouco surpreso, mas um sorriso divertido lhe escapuliu.

—Ele é o seu ponto fraco. Bom, todos sempre temos um.

—Onde você quer chegar com isso, Julius?

—Acho que em nenhum lugar especifico. Estamos deixando os pratos limpos aqui, e acho que o que tinha que ser dito já foi. Não quero que pense mal de mim, Hannah...

—Eu não penso – falei rápida e sincera – cada um faz o que pode. Só que como eu disse, não precisa se preocupar comigo e Ethan.

—Eu não vou. Eu sei que você se importa com Ethan, e acredite em mim, Hannah, vocês juntos são combustível e fogo. Procure outra pessoa, se relacione com uma que combine com você, que queira as mesmas coisas que você. Pra que arriscar tanto juntos, quando separados vocês estão mais seguros?

—Eu não entendi, Julius, novamente não te entendi.

Ele sacudiu a cabeça.

—Não sou eu que vou explicar – ele ficou mudo por mais algum tempo e depois voltou para o assunto que lhe trouxe até ali – Enquanto aos Hamptons, eu realmente quero que vá. Como eu prometi, eu não irei me meter no relacionamento de Maggie e Brian, e preciso me redimir com Ethan, não gosto de como meu enteado está comigo. Acho que sabe o quanto eu sou devoto a minha família e todos querem que você vá.

—Eu não sei... Temos que conversar com Martin primeiro, não fazemos muitas viagens como você deve imaginar – respondi – na verdade, não viajamos e pronto.

—Pensei que vocês estavam dando trabalho para eles – ele riu, o que me fez pensar o quão dentro ele estava sobre as atividades da CIA e o motivo dele nunca ter contado que a eles que me salvou...

—E estávamos, mas não queremos arriscar tanto assim – respondi – Brian poderia ir facilmente, mas nós dois significa o dobro de segurança para o local e terei um evento na virada do quatro de julho, serei acompanhante de Dylan.

—Isso não seria um problema, seria?

—Isso dependeria de o quanto Martin estaria dividido e eu não quero estragar a viagem em família de vocês levando um monte de gente estranha, Brian poderia ir na quarta, mas eu só posso ir na quinta. Fora que eu não quero que se sinta pressionado em me convidar.

—Não é pressão. Eu acho mesmo que subestimei seu guarda costas e todos aqueles que os matem seguros. Afinal vocês vivem saindo junto sem nenhum incidente – disse – Qual seria o problema afinal?

—A agente Lewis não irá gostar de nos ver longe daqui.

 Por alguns instantes os olhos de Julius brilharam em um tom mais escuro e seus lábios se curvaram em um sorriso.

—Bom, eu posso cuidar disso, posso assumir a segurança de vocês pelo fim de semana, a agente Lewis é uma velha conhecida e posso até conseguir uma folga para Martin.

Arqueei uma sobrancelha.

—Eu não sei...

—Por favor, Hannah– ele piscou para mim – e não diga não, estou fazendo isso por seu querido irmão e meu enteado. E confesso, por você também. Eu me sinto mal pelo desconforto e mal estar que lhe causei. Como eu disse, eu conheci Christopher e seu tio era meu melhor amigo. Eu gosto de você, começamos bem, vamos esquecer meu julgamento. Era apenas eu querendo proteger aqueles que amo, você melhor do que ninguém deveria me entender.

 Encurralada, apenas confirmei. Eu não queria ir para Hamptons, mas eu devia muito a Julius acima de tudo e não gostava de ficar devendo a ninguém. Estendi minha mão para ele, parando de dançar e ele apertou, um novo começo. Essa era minha proposta, desde que ele não tentasse fazer mal a Brian e Maggie, eu fingiria que nada aconteceu.

—Senhor Peterson...

 Com um pequeno aceno, um homem se aproximou e estendeu a mão para mim. Era um homem bonito –claro que era bonito, trabalhava na RIH, derrr – eu já havia trabalhado para ele. Stuart Hill, era um homem da idade de Ethan, com cabelos ruivos e barba por fazer. Estava com um terno impecável e sapatos italianos. Eu já havia trabalhado em Houston para um diretor financeiro e já havia entrado em contato com vários outros, mas nenhum deles chegavam aos pés daquele homem.

 Quando eu falava que a RIH tinha os melhores funcionários do mercado de trabalho, eles realmente tinham mesmo. E Stuart era um desses melhores.

—Será que pode me ceder a dama? – ele estendeu a mão para mim.

—Claro, Sr. Hill. Vou ver se Maggie está disponível. Estamos bem, Hannah?

—Claro que sim, Julius.

 A mão de Stuart tocou minhas costas gentilmente e a outra segurou minha mão nos guiando para o novo ritmo do jazz suave.

—Não se faz mais músicas como antigamente – Stuart sorriu me levando no ritmo da música.

—John Coltrane é clássico, anos sessenta – fechei os olhos e escutei a música me deliciando, era como um anestésico depois de uma conversa tão tensa. Stuart era um bom dançarino – Festas como essas deveriam escolher clássicos assim para tocar, nada contra a boa valsa, mas jazz é jazz.

Abri os olhos e o encontrei me encarando curioso.

—Não sabia que era fã desse ritmo... Posso te chamar de Hannah, Srta. Swift?

—Claro, agora eu não trabalho mais pra você – brinquei – somos colegas de trabalho, senhor Hill.

—É verdade, então espero que me chame apenas de Stuart – assenti – mas não respondeu minha pergunta.

—Eu sou eclética, adoro pop nas festas, mas escuto de tudo desde hip hop a country. Minha mãe era fanática por jazz, ela era uma dançarina espetacular e apesar de dar aulas de jazz contemporâneo, os clássicos com John Coltrane, Miles Davis, Sonny Rollins  eram os que ela escutava para relaxar e como eu e meu pai não queríamos ela irritada, acabávamos escutando.

Os olhos dele brilharam curiosos e ele sorriu um sorriso galanteador.

—Ainda bem que não sou mais seu chefe. Seria realmente uma pena ficar encantado por minha assistente e não poder falar isso a ela.

 Se eu tivesse bebendo alguma coisa, teria cuspido. O que esse cara estava querendo? Stuart sempre foi um bom chefe, era uma máquina no financeiro e comandava aquele departamento com unhas de ferro e nunca deixou transparecer nenhum olhar de lado, nem nada. Olhei em sua mão, não usava mais a aliança do fim do divórcio, quando trabalhei com ele, vivia recebendo as ligações dos advogados da sua ex-mulher durante os dois meses e pouco que consegui aguentar as implicâncias de Olivia.

 Ele se afastou um pouco e soltamos a mão por conta da música, e quando me segurou de novo aproximou-nos mais do que antes me deixando um pouco desconfortável pela proximidade.

—Não quis ser indelicado – ele falou baixo – Mil perdões.

Anuí.

—Como vai as coisas no Marketing?

 A pergunta dele me fez bem e começamos a conversar pelas músicas seguintes. Duas para ser mais exata, quando a bola estava no meu canto profissional eu ficava mais confortável, sorri de uma piada dos financeiros que eu já sabia de cor e quando ele me girou meus olhos acharam o que eu não queria ver.

 Perto do centro da pista Ethan dançava com uma mulher, mas não era uma qualquer. Era uma mulher tão linda que me deu até inveja de como seu corpo era perfeito e o quão bonito os dois ficavam juntos.

 Ele estava de costas para mim e conversava baixo com ela, a distância entre eles me deixou desconfortável. Os corpos deles pareciam se encaixar perfeitamente, a mão dele nas costas dela e as delas encostando nele me fizeram trincar os dentes e deixar de escutar o que Stuart dizia.

 Eu tinha quase certeza de conhecê-la de algum lugar mais não sabia qual. Seus cabelos eram loiros brilhantes que iam até a sua cintura em cascatas, seu vestido preto combinava com o smoking dele e a possibilidade de Ethan sair dali com ela depois de uma caçada fez meu estômago revirar. Os olhos dela se concentraram em mim e ela não podia ser mais perfeita, até eu se fosse homem e gostasse da fruta cairia aos pés dela por uma foda, ainda mais com aqueles olhos tão verdes.

 A mulher de um e setenta e três de altura riu de algo que ele disse, jogando a cabeça para trás sensualmente e suas unhas se arrastaram pelas costas dele quase imperceptível, mesmo para mim que passei a ver vermelho e engoli em seco. Eu sabia que a conhecia de algum lugar, eu tinha quase certeza que sim e então um click surgiu em minha mente.

 Eu não a conhecia, eu já tinha ouvido falar dela. A tal única namorada que Ethan teve na vida, e que namoraram durante a adolescência. Eu já tinha escutado falar dela algumas vezes, não por Ethan é claro. Ele somente me disse que terminaram quando ele saiu do exercito depois de participar de uma missão de um ano que não deu muito certo.

 Aquela era a tal, Anne Collins.

 Tentei me lembrar de tudo que ouvi sobre ela. Anne Collins, filha de um casal amigo de Rose e sócios em um dos empreendimentos das Indústrias Scorpions.  Advogada, um ou dois anos mais nova que ele e após o termino dos dois se mudou para Londres... Ok me julgue, eu pesquisei sobre ela quando escutei falarem dela mais de um mês atrás. Os dois namoraram por anos, mesmo a distância.

 Stuart me guiou a uma troca de música, era a quarta que dançávamos, e eu não estava mais nem sabendo como minhas pernas estavam o acompanhando, sorte que ele era bom. Agora o azar, era que os dois continuavam dançando também.

 Bile subiu pela minha garganta ao imaginar o que estavam conversando. A mulher deslizou as unhas compridas para o pescoço dele brincando com o colarinho e Ethan a girou junto com outros casais, meus pés pararam quando o vi sorrindo olhando para ela. Engoli em seco e os olhos dele se encontraram com meu sobre os ombros da bela Anne Collins.

 Poderia ter passado uma hora ou um segundo, mas senti uma imensa vontade de ir embora, só que eu não era uma covarde. Mãos fortes seguraram meus braços e me giraram e, sem resistência eu deixei Stuart me tirar daquele transe.

Minhas costas encostaram no seu peito e ele baixou a cabeça para falar ao meu ouvido, seguindo comigo o ritmo do saxofone.

—Aconteceu alguma coisa? – Stuart perguntou demorando mais do que o necessário naquele passo, em seguida me afastou esticando nossos braços e me trouxe de volta a ele – Você parou de uma vez. Está passando mal?

Neguei com a cabeça.

—Eu sinto que estou te monopolizando – ele sorriu e eu ergui o olhar para o ruivo a minha frente, eu poderia facilmente flertar com ele. Stuart sempre foi o tipo de cara que eu gostaria de flertar numa festa, mas naquele momento eu não queria – Mas sua companhia é tão agradável que fico impressionado como deixei você parar de trabalhar para mim.

 Ri com ele. Ele sabia que eu e Olivia não batíamos bem e a sutileza dele em falar assim me fez rir, das vezes que ele impediu que eu usasse certa fita adesiva, que de vez enquanto eu acariciava, para pedir para fazermos alguma coisa que de preferência nos deixavam separadas.

—Eu acho que nós dois sabemos que foi o melhor, Stuart. Sua assistente é um amor de pessoa, não posso mentir dizendo que não estou feliz por ficar um andar longe dela.

—Isso foi muito maldoso, não sabia desse seu lado, Hannah.

 Ele me girou apertando minha cintura, e por alguns segundos tive os vislumbres de onde Ethan e Anne estavam antes, meus olhos varreram o salão, mas eu não os achei. Meu peito se espremeu e fechei os olhos por alguns segundos.

—Você não conhece muitos lados ruins – respondi, estava sendo uma péssima companhia para Stuart.

—E eu gostaria muito de mudar isso.

 Sua resposta me fez olha-lo. Ele realmente estava me cantando?

— Perdão, acho que não entendi.

—Almoce comigo qualquer dia desses, poderíamos nos encontrar amanhã? – ele falou.

—Er, eu não sei... Amanhã vou estar muito cansada.

—Entendo. Segunda ou terça? – insistiu.

—Segunda.

 Um sorriso galante se estendeu no rosto dele. Parando de dançar, ele se curvou um pouco para beijar minha mão, me senti como nos livros da Jane Austin com aquele gesto tão cavalheiro e antigo.

—Vou ficar ansioso até segunda.

 Assenti ainda surpresa por ele fazer isso assim, do nada. Novamente ele colocou a mão na minha cintura, meus pés estavam doendo de tanto dançar, na verdade eu nunca fiquei tanto tempo dançando numa festa como ali, assim que o restinho da música terminou nos soltamos e assim que me afastei para me despedi senti minhas costas colidir em algo muito duro.

 Eu não precisava virar para saber quem era, na verdade, eu não precisava nem ter colidido nele para senti-lo ali. O cheiro único de Ethan Parker fez minha respiração ficar irregular, ele colocou uma das mãos nos meus ombros e meus dois traidores se manifestaram um acelerando e o outro se excitando.

—Acho que agora é a minha vez.


Notas Finais


Espero que tenham gostado, o próximo vai ser um tiquinho mais agitado. Eu pessoalmente gosto desse capítulo, apesar de saber que muitos não vão gostar muito, ele foi muito necessário para mim mais para frente e nos próximos que virão e é realmente uma ponte.
Ex na área, affs! Exs são um capeta na vida de qualquer um, cenas de ciúmes virão pela frente para aquelas que gostam (Eu !!!). Próximo capítulo é um dos meus favoritos da fic, narrado por Hannah e Ethan, então acho bom comentarem, fico ansiosa para postar meus capítulos favoritos kkk
É isso, eu estou meio preguiçosa hoje então é só. Hoje eu estou boazinha, dois spoiler para vocês e demorei anos para acha-los. Não sei porque comecei com essa ideia de dar Spoilers kkk

Spoiler 1: Ethan Parker
"—Nessa segunda não.
Eu queria ser indiferente a essa resposta, não sentir a raiva que senti ao imagina-la com aquele cara ao invés de estar com nossos amigos, comigo.
—Eu não queria que você fosse – me vi falando, e me surpreendi comigo mesmo.
Ela levantou a cabeça e pela primeira vez olhou dentro dos meus olhos, também surpresa.
—Por quê?
Eu não sabia o que responder. Eu só não queria, não tinha por quê... Ou na verdade tinha. Tinha porquês demais."


Spoiler 2: Hannah Swift
" Não era para eu me sentir assim, ou era? Qual era o meu problema?! Nem tínhamos nada, não tínhamos porra nenhuma na verdade. Eu sabia disso, desde o começo, antes do começo, eu sabia que Ethan não pertencia a mim, que era um grandíssimo caçador. O que eu esperava? Eu realmente tinha esperanças que ele ficasse apenas comigo?
Sim, eu esperava. E isso doía. Porra, doía mais do que deveria."

Beijos pessoal e comentem fantasminhas, quero ver vocês logo viu ;P


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