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História Seduzentes - Você Nunca Teve Um Amigo Assim


Escrita por: PetitGi

Notas do Autor


Você Nunca Teve Um Amigo Assim - Aladdin

Capítulo 21 - Você Nunca Teve Um Amigo Assim


Você Nunca Teve Um Amigo Assim

Além das quase 20 meninas do fim de semana, ainda havia mais algumas – que não passaram aqueles dias de folga na escola – que também desejavam os serviços das duas vilãs. Como, depois de bem explicado e tendo em vista o valor do cabeleireiro de Audrey e da rainha Bela – 650, sem a sobrancelha inclusa, vendo com o espelho encantado e infalível de Evie – quase todas as garotas concordaram em fechar todo aquele pacote, poucas escolheram entre os serviços de Mal e Evie e somente uma desistiu. Mal astutamente disse não ter problema: de mansinho, inofensivamente, beijou a testa da jovenzinha e as lembranças dos planos de Mal desapareceram daquela cabeça.

O dinheiro já estava entrando naquele fim de semana mesmo e sendo guardado e administrado por Mal, conforme, lentamente, os serviços as meninas eram compridos, por enquanto apenas um “rascunho”.

Evie e Carlos passaram o fim de semana conversando com os amigos ciganos, entre eles Zephyr, que poderiam auxiliá-los na busca por um local incrível e também perguntando se algum deles se responsabilizaria pela compra das bebidas, tendo em conta que os quatro futuros anfitriões eram menores de idade. Claro, eles podiam pagar para que eles servissem de intermediários, mas Jay era excelente em barganhar e foi ele quem conseguiu muito de graça antes que Carlos desse tudo o que eles tinham.

A festa seria somente no próximo fim de semana ou no próximo do próximo; não tinha uma data fixa, eles nem se importavam se a festa chegasse a ser atrasada um mês. O melhor mesmo era que fosse depois das provas para que não houvesse desculpa alguma para que houvesse faltosos. O importante era que a festa saísse em benefício dos quatro vilões. Se bem que era muito difícil aquele tiro sair pela culatra.

Mal sabia que aquilo irritaria a princesa Audrey e seu rebanho de mini patricinhas/piranhas, ela se irritaria com a magia, com as meninas repaginadas e se irritaria com os dois amantes, Ben e Chad. Claro, este último apenas se Evie concordassem em brincar e seria muito difícil da malvada princesa dizer que não.

O ponto alto daquela ideia repentina era dar algo em que os amigos pudessem pensar, assim Mal tinha total liberdade para esconder o que fazia, quando fazia e onde fazia... Não precisou contar nada sobre Ben, nem sobre sexta à noite, nem sobre mais nada. Curiosidade é algo engraçado: só existe quando você considera uma possibilidade, quando conhece a pontinha do iceberg e anseia por encontrar o restante. Nenhum deles sequer se lembrava da pontinha. Mal estava em paz.

Na segunda-feira de manhã, nas aulas chatas da Fada Madrinha, Mal, como o já hábito, desenhava em seu maravilhoso diário, não mais nas folhas soltas.

A capa tão maravilhosa era enfeitiçada. Apesar do que ela ouvira do príncipe, de Jane e da Fada Madrinha, ainda existia alguma magia naquele reino e a própria Mal contribuía com aquela porcentagem diminuta. O senhor Otto conseguira que ela usasse de sua magia e incrementasse o que seria o visto por todos: a capa era dura e preta, mas nela surgiam lindos brilhantes coloridos, a grande maioria verde ou roxa, mas as cores diziam respeito ao humor da menina: podiam ser rosa, azul, vermelho, amarelo... As folhas eram em sua maioria lisas, mas havia algumas pautadas, caso Mal sentisse necessidade de escrever ou anotar algo de suma importância. E a fechadura... Aquela fechadura era incrível aos olhos de Mal. Apesar de precisar daquela pequena chave de prata para abrir, o diário só mostraria seu conteúdo através do toque mágico de Mal. Bastava que ela passasse a pulseira – com a pedrinha – ou que deixasse um pouco de magia vazar de sua mão e pronto, lá estavam seus desenhos.

O desenho naquele momento em questão era um menino de aparência jovem, uma criança nas bases da pré-adolescência, comendo uma maçã. Mas tinha seus detalhes e sua profundidade. O menino estava morto, era apenas um esqueleto de olhos vazios ocultos pelos lisos cabelos, as roupas em farrapos. A maçã envenenada era preta. Talvez a versão masculina de Branca de Neve? Talvez...

-Mal, minha querida – disse a diretora/professora – talvez queira dividir seu desenho conosco.

O chamado e a ordem disfarçada de sugestão a surpreenderam. A menina ficou estática por alguns segundos.

-A senhora não o acharia muito agradável.

-Mostre-o mesmo assim – disse com a voz mais gentil que pode; apesar de ser a autoridade, tinha certo receio daqueles alunos vez ou outra. Eram imprevisíveis como tempestades de verão.

Com medo de que ela pegasse seu diário aberto – e assim ver todos os seus conflitos e despejos em forma de desenho – Mal apenas virou o diário segurando-o na altura do rosto, um pouco acima dos lábios. Evie soltou um risinho vendo a ilustração inacabada em preto e branco.

-Bom, não posso desmerecer seu talento... Mas está assistindo uma aula, senhorita Mal. Peço que se concentre no que eu falo e respeite o professor, seja eu ou outro do nosso corpo docente.

-Claro – disse baixinho fechando o diário; passando a tranca. A capa reluziu, como se chovesse raios na superfície lisa e escura, numa purpurina negra com pequenas partículas prateadas. Irritada; Mal ficara irritada por ter sido momentaneamente impedida de desenhar. Apesar do rosto da menina estar impassível de emoções, o objeto a denunciava para qualquer um esperto o bastante.

-Melhor assim... – mas ficou claro pelas suas feições tensas que ela percebera aquela reação atípica de um diário – Estávamos comentando a história da minha afilhada, Cinderela. Pode me dizer, Mal, qual foi o grande erro de Madame Tremaine?

-Não ter exterminado os ratos – esboçou um sorrisinho. Jay gargalhou – Tem que ser mais clara, professora – ela “desculpou-se” vendo a cara de horror à resposta dada à Fada Madrinha; a expressão da garota perdeu apenas um pouco do deboche – Nós crescemos com padrões diferentes dos seus.

-Sim, Mal – ela suspirou, os olhos mais tristes em seguida – E eu realmente lamento muito por isso – o silêncio foi tenso. Os quatro sabiam que seus pais não eram exatamente os pais do ano, nem nunca seriam, mas ouvir aquilo estranhamente impactara aqueles jovens corações. A mulher aprumou os ombros; não sem antes perceber que havia atingido seus alunos – Posso melhorar a pergunta: qual foi o maior pecado de Madame Tremaine?

-Invejar a enteada? – tentou Mal, meio insegura.

-Sim! E exatamente por isso...

-Mas a inveja não é um sentimento inerente ao ser humano? – continuou a filha da Malévola.

Os amigos emudeceram; finalmente a aula ganhara novas dimensões: eles agora estavam esperando ansiosamente por um debate. Começar o dia de forma mais animada e calorosa depois de uma excelente discussão acadêmica.

-Sim, de certa forma é claro. – a mulher continuou meio estupefata, quase feliz, por aquela amostra de interesse, de participação – Alguns especialistas acreditam que a inveja pode ser a chave para doenças como Síndrome de Boderline ou um distúrbio Passivo-Agressivo...

-Se é uma doença então por que Madame Tremaine foi mandada para Ilha sem nem ao menos ter recebido um tratamento para esse distúrbio?

O silêncio era pior do que seria se alguém tivesse falecido sem qualquer explicação. Ali, a Fada Madrinha se via numa situação delicadíssima; teria que escolher suas palavras com cuidado, isso quando conseguisse recuperar a voz.

-Como pode saber se ela não recebeu tratamento, Mal? – tentou fugir do assunto, desviar daquela acusação; mas não olhou nos olhos da menina – Isso foi anos antes de você nascer.

-Sei que é verdade por três fatos – continuou a menina e olhou para os amigos pedindo mudamente que participassem.

-Que seriam?

-A senhora desviou os olhos – disse Jay – Pessoas com baixo talento para mentiras não conseguem sustentar as palavras das quais não gostam e desviam o olhar.

A mulher corou.

-A senhora também se desviou com outra pergunta – disse Evie, a voz suave, porém fria – É uma atitude básica e defensiva de quem não quer mentir, mas não consegue dizer a verdade.

A Fada Madrinha baixou os olhos.

-Madame Tremaine foi nossa professora – encerrou Carlos – E apesar de não se poder confiar totalmente na palavra de um vilão numa escola de marginais, onde a todo o momento estamos sendo testados para ficarmos alertas a possíveis trapaças, ninguém consegue colocar tanta emoção numa mentira, numa traição sofrida na pele. Soaria falso.

O silêncio voltou a imperar.

E o que ela poderia dizer? O que mais eles poderiam dizer? Eles queriam uma resposta, queriam compreender o mundo no qual estavam e porque alguns crimes passíveis de ajuda e acompanhamento foram negligenciados. O que diferencia um ser humano do outro? Por que alguns recebiam todo o tipo de ajuda e outros não?

-Por que ela não recebeu ajuda? Por que não ajudaram? – Mal tentou novamente, a voz aveludada, baixa... Um tom sedutor que beirava o perigoso, do tipo que deixa qualquer um nervoso por escutar e não responder.

-Eu sinto muito... Sinto muito mesmo – sussurrou a mulher olhando nos olhos dos quatro, sem desviar, deixando que vissem o quanto ela realmente sentia por tamanhas injustiças, por aqueles jovens terem testemunhado tanta desgraça de perto.

[...]

Mal seguia o mais vagarosamente que podia em direção ao ginásio. Não queria ver os meninos treinarem, nem as meninas mexendo pompons. Sequer tinha ânimo para “brincar” no tecido e não queria ficar sentada na arquibancada sofrendo por causa da luz.

Estava ainda nos corredores cheios de salas de aula e ela morria de pouquinho em pouquinho ouvindo pelas portas e janelas desde química até história... Até que foi surpreendida por um aperto firme e um puxão certeiro que a levaram para dentro de uma sala de aula vazia. Não deu tempo de reparar na sala em que estava; as luzes estavam apagadas e o lugar estava vazio de outras almas...

Instintivamente, ela virou seu corpo para a porta, para ver quem a puxava, para ver se conseguiria “fugir de seu raptor”. Não deu tempo de raciocinar. Ele novamente a puxava, dessa vez para perto de si. Seu corpo colidiu com o dele e a boca quente e ávida de desejo alcançou a sua num beijo forte.

Ben.

Aquele beijo gostoso, repentino... Mal conseguiu envolvê-lo pelo pescoço puxando-o para perto da mesma forma que ele fazia, como se não estivessem próximos o bastante. Ele apertava a cintura da garota e vez ou outra descia um pouco as mãos até o quadril, mas sem conseguir chegar até aquela bundinha, como se baixasse nele um anjinho extremamente certinho, pueril.

Ele quebrou o beijo de forma bruta, repentina, quase a assustando. Tudo para colocá-la sentada sobre uma das bancadas, afastando rápida e desajeitadamente muitos objetos frágeis. O barulho preocupando ambos com a possibilidade de alguém encontrá-los naquela situação.

Mal rapidamente envolveu suas pernas na cintura dele puxando-o até que estivessem mais uma vez grudados; ele recebeu os lábios da menina com prazer, novamente naquela pressa, naquele medo de se separarem como se tudo aquilo não fosse real. Ela se deleitava com aquele beijo intenso, forte e imprudente; acariciava aquela pele macia do rosto do rapaz e... Afastou os lábios sem fôlego algum.

Sem soltá-lo, os dois retomando o fôlego, respirando o mesmo ar. As mãos dele nas pernas dela; as mãos dela no ombro e no rosto dele. De olhos fechados com medo de acabar com a magia do momento.

Mal, delicadamente, ao contrário daquele fogo todo, encaixou seus lábios nos do menino, moveu-os suavemente, seus dentes raspando no lábio dele, ensaiando uma mordida... Então novamente os afastou.

-Isso é muita tentação – reclamou o príncipe num sussurro carregado por um sorriso, querendo mais beijos.

-E me puxar para uma sala de aula vazia é o que? – ela retrucou – Salvação?

-É... A minha salvação... – disse completamente em transe.

Ben aproximou-os novamente. Sua mão desceu até o quadril da menina puxando-a devagar; as pernas de Mal desceram entrelaçando-se as dele. Os lábios voltaram a se encontrar, de forma mais amena. Tão lento, tão grácil. Era quase como um sonho. Era doce, porém não enjoativo, com um toque azedinho interessante ao paladar. Era bom demais para ser real. Dessa vez, ela mordiscou-o de verdade, aquela dorzinha prazerosa, aquele chupão em seguida tão avassalador...

Mal voltou a envolvê-lo no pescoço com seu braço, puxando-o e se colocando ainda mais para frente, colocando seus seios no peito de Ben; no ritmo do beijo, sem nunca forçar nada. Ela sentiu-o suspirar entre o beijo. Ela própria teve que conter uma reação que denunciasse seu prazer.

Novamente se separaram. Apenas os lábios. Mal acariciava o rosto dele como se não houvesse nada mais que lhe despertasse tamanho interesse e satisfação. A pele suave, lisinha. Um carinho puro, inocente naquele rostinho de bebê... Tão diferente da situação perdida em que se encontravam...

-O que foi tudo isso? – ela perguntou sem parar de acariciá-lo, sem deixar de sorrir, naquela satisfação pós-beijo; satisfação por corrompê-lo.

-Eu disse que queria te ver. E acho que nós dois temos uma conversa pendente – disse apertando de forma carinhosa as coxas e pernas de Mal.

-Uhmm – ela gemeu e mordiscou os próprios lábios se repreendendo; as mãos desceram até as de Ben, incentivando-o a apertar mais – Você não está atrasado para o seu treino? – ela sorriu.

-E isso te importa? Minha rotina... – ele rebateu com um sorriso; satisfeito demais por fazê-la gemer de forma prazerosa.

-Se vamos deixar nossos encontrinhos numa sala escura, importa sim – finalmente conseguiu olhar mais atentamente para o lugar, era um laboratório de química; laboratório esse dos alunos mais novos. Ninguém podia pegá-los daquela forme tão íntima.

-Talvez eu não queira deixá-los numa sala escura.

-Não está pensando direito, menino-fera.

-Acho que ainda não entendi como as coisas funcionam, Mal. Eu disse antes e digo agora novamente: não quero parar com isso – e deu-lhe um selinho longo para ilustrar bem o que queria – Eu só...

-Depois das aulas – disse ela afastando-o de si, ainda de forma suave – No jardim. Eu vou estar desenhando.

-Devo fingir que nada mudou com Chad e Audrey – disse razoavelmente magoado, entendendo onde Mal queria chegar.

-Por enquanto – Mal quase sentiu vontade de abraçá-lo, mas independentemente do quão sedutora ela fosse, Ben estava ferido e aquela ferida tinha que cicatrizar sozinha.

-Mal... – chamou ele baixinho se aproximando novamente. Enlaçou a cintura dela e, beijando-a com força e carência, colocou-a no chão.

-Nós já vamos nos ver, Ben – disse para consolá-lo, com algum deboche na voz por ele já estar saudoso – Vou estar na aula assistindo seu tedioso treino.

-Vai, é? – sorriu.

-Sim, tenho uma vista privilegiada.

Imediatamente Ben imaginou que seria uma aula insuportável. Conviver passivamente com Chad, ignorar o comportamento falso de Audrey e lidar com o fato de que Mal estaria sexy demais realizando acrobacias naquele tecido.

-Eu saio primeiro – ela disse se afastando daqueles braços fortes – Mas entramos juntos no ginásio – e saiu sem dar tempo dele contestar.

O coração de Ben parecia com um cavalo a galope.

[...]

Os dois entraram juntos numa conversa amigável e cortês, atraindo muitos olhares. Aquilo era ideia de Mal; Ben não discutiu. Se eles chegassem com segundos ou minutos de diferenças, seria muito estranho, como se tivessem algo a esconder; mas se chegassem juntos numa conversa banal sobre iglus e peixes congelados, quem desconfiaria que minutos atrás eles estiveram se pegando numa sala vazia?

Mal ficara no pano junto com Evie. As duas naquele “jogo” sexy de subir e descer e se enrolar no tecido. Elas se penduravam juntas, testando suas forças, trocavam de faixas e se jogavam juntas...

-Sabe que estamos longe o bastante dos ouvidos dos demais, não? – disse Evie se puxando para cima.

-Sei – sorriu Mal, seguindo a amiga.

-Você conseguiu ver a cara da Audrey quando você chegou com o namoradinho corno dela? – a princesa riu – Foi impagável.

-Não cheguei a reparar – era verdade; ela focou sua atenção no príncipe Chad – Evie, quantas meninas vão ao nosso quarto depois do treino?

-Pedi que não fossem depois do treino – Mal ficou mudamente grata, assim daria tempo de encontrar o seu peguete – Pedi uma hora para que eu pudesse descansar e me recuperar dessa aula. Mas acho que são sete meninas, além das cobaias principais – disse referindo-se a Jane e Lonnie.

-Bom. Eu realmente não estou com paciência para lidar com menininhas agora – disse fixando o olhar no jogador número 1.

Assim que a aula acabou, Mal foi a primeira a entrar e a sair do vestiário. Ela não se preocupou com o banco de pedra, sentou-se na grama e respirou o ar da tarde antes de abrir seu magnífico diário. Continuando o desenho daquela manhã, dando profundidade, sombras e um espelho, como seu o menino fosse visto de um espelho mágico de moldura rica e...

-É incrível – o sussurro assustou-a – Desculpe – disse Ben com um sorriso – Mas acho que foi você quem me convidou para o jardim.

-Foi, eu só... – ela olhou para o diário, fechando-o devagar – Eu só me esqueço de tudo quando desenho.

-Imagino – disse com a voz baixa – Mal, eu nem sei como puxar o assunto, o que perguntar – ele se acanhou visivelmente.

-Sei, não esperava menos – disse observando-o sentar ao lado dela no chão; sem preocupação se sua roupa sujaria ou não – Você disse que queria que eles entendessem o que você sente, que queria se vingar. Isso mudou?

O silêncio durou um minuto exato. Muito tempo para quem está aflito.

-Não mudou – disse firme.

-Então a ideia é que você faça o mesmo com Audrey – foi direto ao ponto.

-Vou traí-la, mas continuamos namorando – disse entendo o rumo das coisas – Em que isso me ajuda, Mal? – perguntou confuso.

-Sutilmente vamos jogando indiretas sobre eles dois. Não vão suportar o peso de você saber e não reagir de forma alguma; a culpa vai corroê-los e eles vão acabar se entregando sozinhos. Vão acabar se constrangendo perante você e talvez mais alguns – riu Mal.

Ben gostou do rumo das coisas, mas...

-E o que você ganha com isso?

-Eu gosto de provocar sua namoradinha e o amante dela – sorriu Mal – Mas eu também gosto de te beijar. Dois em um – ergueu o ombro. Uma estranha satisfação o atingiu: ela gosta de beijá-lo.

-E quanto a nós dois, Mal? O que nós somos?

-Amigos – disse confusa – O que mais podíamos ser?

-Amigos não se comportam assim.

-Os meus amigos se comportam assim – aquela afirmação doeu no peito de Bem; a imagem de noites atrás, da garota se esfregando no colo de Carlos... – Só rola algo quando estamos com vontade, se não a amizade continua intacta.

-Mas...

-Sei que você esperava ouvir a palavra “amantes”, mas entre nós é apenas físico.

Apenas físico... Então o que era aquilo que dançava e se remoia no peito e estômago do rapaz sempre que a via? Ele não sentia nada daquilo por Audrey. Mal tinha sido a única menina a deixá-lo daquela forma... Aquilo seria algo unicamente físico?

-Não é isso o que você queria de nós desde que chegamos aqui? – ela continuou com a voz suave e aveludada, manipuladora – Nossa amizade?

Sim, ele queria a amizade de três dos que vieram da Ilha. Quanto a Mal, seus sentidos e emoções simplesmente se emaranhavam num nó indescritível a ponto de deixá-lo sem ar. Não compreendia nada quando estava com ela, quando pensava nela. Talvez ele estivesse mesmo encantado com aquela imagem amoral de menina má.

-Então já tenho sua amizade – sorriu ele feliz – Amigos?

-Amigos com benefícios – ela corrigiu-o com um sorriso malicioso – Aposto que nunca teve um amigo assim.

-Acho que eu posso gostar disso – confidenciou.

-Ah é? – sussurrou ela, virando o rosto na direção do rosto dele; os lábios estavam perto demais – E agora, alteza? Depois de tudo isso... Vai confessar que eu te atraio? Diga... – suspirou ela, seu hálito quente nos lábios dele, tentando-o a... – Prometo que não vai doer...

A mão dele foi parar na coxa de Mal de forma inconsciente, quase a puxando para mais perto... Eles estavam num lugar tão aberto, tão público... E aquele risco era tão excitante quanto confessar o que ela queria ouvir.

-Você me atrai – murmurou com a voz mais profunda, carregada de desejo – Tudo em você me atrai, Mal. Tudo...

Ele se contentou em observar o sorriso dela. Podia deixar para beijá-la depois.



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