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História Seele - Prólogo - As chamas de Dresden que vivem nos sonhos


Escrita por: Hawk03

Notas do Autor


Fanfic de Yuri!!! on Ice para o desafio de novembro do Yaoi on Ice. O tema desse desafio é "soulmates" e tentarei fazer o possível. A ideia veio do nada e como eu tava pesquisando sobre o bombardeio de Dresden... surgiu isso aqui. Espero que gostem ><

Como é de praxe nas minhas fics, haverá citações musicais (ou não). E esse prólogo vai contar um pouco dessa ideia de como eu quero desenvolver a fic dentro desse desafio.

Hora de tentar...

Capítulo 1 - Prólogo - As chamas de Dresden que vivem nos sonhos


Fanfic / Fanfiction Seele - Prólogo - As chamas de Dresden que vivem nos sonhos

"Não vejo por que não podemos
Uma chance
De voltar ao ponto
Onde tudo começou"

(Lifelines - A-Ha)



 

 

Dresden, Alemanha - 12/04/1945

- Monika... o que você acha de ir embora? - era o que o moço loiro perguntava. Ambos estavam em uma pequena praça próxima da Frauenkirche.

- Ir...? Mas para onde, Johann? Eu não sei se é uma boa ideia... - em vez de olhar para o amado, a jovem preferiu olhar para as estrelas. Sabia o quanto Johann Blaschke era teimoso. 

- Ir para um lugar onde a guerra não exista. Onde eu e você poderemos viver em paz e criar nossos filhos. - dera um breve selinho na namorada. - E olhar para as estrelas de maneira que nós possamos sentir que elas estão brilhando somente para nós. 

Os dois enamorados saíram da florida pracinha e foram em direção a uma casinha, já por trás da Frauenkirche. Ali fizeram amor, como se fosse a última vez que fariam isso. Johann Blaschke e Monika Ehrlinger se conheciam desde a infância e apaixonaram-se um pelo outro já no final de sua adolescência. No auge dos seus 20 anos, a Segunda Guerra Mundial veio e fez o moço sonhador ir para Leningrado. Lá ele pôde ver o verdadeiro horror que uma guerra podia causar. Quando voltou para Dresden, antes da Wehrmacht se render na União Soviética, muitos dos traumas adquiridos nas estepes russas foram difíceis de serem apagados. Monika foi quem lhe fez viver de novo. Era por isso que queria sair dali. Aquela cidade estava recebendo refugiados de todo o leste da Alemanha devido ao avanço do cruel Exército Vermelho.

Temia por Monika. Ouvira dizer que os russos estavam violentando alemãs aos montes, independentemente de sua idade. Queria salvar a razão de sua vida. Não imaginaria um mundo sem ela. Logo após fazerem amor, saíram da casinha. Johann deixara a castanha em casa e foi para a sua, que ficava um pouco distante. Durante o caminho, não deixou de pensar nas consequências de todo aquele conflito. Já tinha visto mortes o suficiente e não queria mais presenciar tudo novamente. Tentaria convencer Monika mais uma vez. Ela teria que entender de uma vez por todas que era perigoso permanecer na Alemanha.

x-x-x-x-x

 

 

 

"E se nós o fizermos, e dai?
O que você diz?
Como eu vou saber?
Não deixe seu destino ir embora"

(Lifelines - A-Ha)

 

 

 

 

Dresden, Alemanha - 14/04/1945

 

Corria de maneira desesperada atrás de Monika. Dresden havia sido bombardeada durante a madrugada. Para a sorte de Johann, sua casa tinha um abrigo anti-aéreo. Queria ver se sua amada estava bem. Em seu caminho, via corpos e mais corpos estirados no chão. Alguns nem pareciam ser um cadáver por estarem totalmente carbonizados. Os pesadelos diários de Leningrado pareciam estar voltando. Precisava encontrar Monika urgentemente. E dar um jeito de tirar a moça da Alemanha antes que o pior acontecesse.

Mas quando pensou em encontrá-la, ouviu o barulho de aviões sobrevoando a cidade. Correu até uma igreja para se proteger. E ainda conseguiu ver a sua amada do outro lado da construção. Torcia para que ela conseguisse correr a tempo.

Ao avistar Johann, a mulher corria em sua direção. Mas os caças da RAF apareceram de repente e começaram a atirar dos céus nos residentes de Dresden que estavam procurando um lugar para se protegerem. A jovem Monika Ehrlinger fora alvejada, enquanto Johann via tudo da igreja. Quatro tiros, foi o que ele contou. Um no pescoço, um no peito, um no pulso esquerdo e o último, na cabeça. Sua razão de viver, a mulher que lhe fez esquecer os horrores de Leningrado, caiu morta na porta do templo religioso. Os caças da Royal Air Force só atirou em quem estava na rua. Não acertou nas construções ainda cobertas de Dresden, que já estava em chamas devido ao bombardeio da madrugada. Monika estava no lugar errado e na hora errada. Logo depois daquele tiroteio desumano, os aviões foram embora. Foi quando Johann correu até o corpo da mulher. Gritou. 

 

- AAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHH!!!!!!!!!!!!! - novamente, aquele sonho. Ao contrário das outras vezes, Victor Nikiforov acordou chorando. Estava assustado com o sonho. Da última vez que sonhou com o tal casal, essas cenas de morte não estavam inclusas. Levantou-se rapidamente de sua cama e foi tomar um banho para tentar esfriar a sua cabeça. Já tinha preocupações demais na sua vida. Depois da ducha, se vestiu bem rápido. Quanto mais longe da cama, melhor.

Surpreendeu-se ao ver Yuri Plisetsky sentado na sua mesa. O adolescente era neto da falecida esposa de seu agente, o rabugento Yakov Feltsman. Viu que o menino estava raivoso e segurava um exemplar do Pravda daquela manhã. Quando se aproximou, o loiro jogou o jornal na direção do seu rosto. Ainda não havia entendido o motivo de toda aquela raiva em um horário onde estar relaxado e de bom humor era praticamente uma obrigação.

- Yakov já tá de saco cheio dos seus abusos. Sua imprudência deixou a novela que estávamos atuando com uma audiência horrorosa. Até quando vai agir dessa maneira, hein? - só veio mesmo entender o que se passava quando abriu o Pravda. Na capa, no espaço dedicado ao entretenimento, Victor viu a sua foto com a legenda "NOVO ESCÂNDALO DE VICTOR NIKIFOROV: SERIA ESSE O FIM DA SUA CARREIRA?"

- Ih, me pegaram. Qual é, menino... não foi nada de mais. Só porque eu estava transando com a Eva no carro, eu não diria que isso é um escândalo. Muito casal faz isso, viu? E se eu fosse você, meu pequeno tovarish*... estaria nesse momento indo para a escola. - a cara raivosa de Yuri foi a única resposta que recebeu, antes do menor ir embora.

Aquele não era o primeiro escândalo de sua carreira, mas ultimamente vinha abusando da boa vontade de seu agente e de todos que o apoiavam. Perdera alguns patrocínios importantes e papeis na televisão e no cinema. A novela que Yuri havia citado era uma das poucas que estavam salvando o seu status de renomado ator... até ser pego com a top model Eva Vidyayeva, dentro do carro, em uma situação nada púdica. 

Não sabia qual seria o milagre que salvaria o seu pescoço, uma vez que vivia num país que estava se tornando cada vez mais conservador e chato, em sua humilde opinião. Queria voltar para a cama, mas se lembrou do sonho que teve e ainda se lembrou de que teria uma novela para gravar, além de comprar comida para Makkachin, antes que o pobre cachorro comesse as almofadas da sala novamente. Pensou em comer antes de sair, mas tudo o que fizera foi pegar as chaves do seu carro e partir. Estava com a cabeça pesada demais por causa de tantos pensamentos diversos, tanto bons quanto ruins. 

 

"Borboleta, borboleta
Voando contra o vento
Você pode ter certeza disso
Não há mais lugar pra começar
"

(Butterfly, Butterfly - A-Ha)

 

 


Notas Finais


Esse é o prólogo. Se eu demorar a atualizar, é porque tenho mais 3 fics em andamento (uma delas já está quase finalizada). Espero que tenham gostado... (e espero que não me dê bloqueio) ><

*Tovarish: camarada, em russo

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