1. Spirit Fanfics >
  2. Seepage in the Mafia - HOT - NCT >
  3. O Porto

História Seepage in the Mafia - HOT - NCT - O Porto



Notas do Autor


Oiêê pessoal! Como estão? 😋

Acalmem-se, vocês estão na história certa, apenas fizemos umas mudancinhas rsrs... Sim, neste capítulo, vocês encontrarão os três pontos de vistas juntinhos e misturados! @Truthearts, @citrusbblade, @AtaneSkyadrum

Gostaria de avisar à todos que este é o penúltimo capítulo da nossa história, portanto, o próximo será apenas o desfecho de tudo. Chega de enrolar, né!? 🔥🔥🔥

Simbora ler!!! ❤

Capítulo 49 - O Porto


Fanfic / Fanfiction Seepage in the Mafia - HOT - NCT - O Porto

Lucinda O'Conner

- Deixa eu ver se entendi. - Jaemin suspirou. - Está dizendo que as máfias irão fugir? - Ergueu uma das sobrancelhas, incrédulo.

- Exatamente. - Assenti. - Ten me disse que eles irão para o porto. - Apontei o local no mapa, que estava aberto em cima da mesa. - Irão fugir hoje à noite e precisamos ir atrás antes que seja tarde.

- Como vamos reunir todas as forças armadas em menos de 4 horas? - Renjun indagou impaciente. - A marinha leva mais tempo para chegar e daqui a pouco anoitece.

- É por isso que estamos aqui. - Disse convicta. - Vamos atrasá-los a todo custo, para ganharmos tempo.

- Esse porto é enorme. Existem mil barcos ali. Como saberemos exatamente qual eles usarão? - Liz indagou pensativa.

- Certamente eles não fugirão de bote, por ser pequeno, então precisamos pensar grande. - Haechan comentou.

- Existe uma infinidade de lanchas e iates naquele lugar, mas seria muito arriscado para eles. - Afirmei pensativa.

- Como assim? - Chenle franziu o cenho.

- Por serem embarcações de porte médio a grande, é fácil da guarda marinha pará-los e pedir as documentações; são relativamente pequenos, mas chamariam o triplo da atenção, e não é o que eles querem. A forma menos provável de serem pegos seria usando os...

- Navios cargueiros. - Jisung completou meu pensamento.

- Exato. - Sorri orgulhosa.

- Mas eles são gigantes! Vão chamar mais atenção ainda. - Jaemin comentou confuso.

- Aí que você se engana. - Dei um sorriso de canto. - Eles só precisam de um documento falso para apresentarem ao pessoal responsável do outro lado das águas profundas. É a forma mais idiota de fugir. Ninguém pensaria em parar um navio com mais de uma tonelada só para pedir um documento. - Suspirei.

- Ótimo, por mais que nossa busca se resuma a navios cargueiros, quantos exatamente estão atracados no porto? - Liz indagou com a sobrancelha erguida. - Temos pouco tempo e olhar um por um... Sem chance.

- A única forma seria averiguando os registros das embarcações. - Jisung sugeriu, mas logo ficou desanimado. - Só que precisaríamos ter a numeração desses navios.

- Não temos tempo para ir até lá, olhar um por um e ver os registros. - Jeno comentou preocupado.

- Talvez agora eu seja útil. - Chenle comentou, chamando nossa atenção para si. - 1 semana atrás, fui ao porto com Renjun para andarmos de skate e pegamos emprestado o drone do Jisung. - Chenle fez uma pausa para dar um sorriso amarelo para Jisung, que estava enfurecido.

- Sim! - Renjun confirmou. - Filmamos toda a orla para fazer um vídeo maneiro e acabamos por filmar os navios. Talvez as numerações apareçam na filmagem. - Estava esperançoso.

- Certo e onde está o meu drone? - Jisung indagou impaciente.

Aproveitei que os meninos estavam discutindo e peguei meu celular, tentando ligar para Hendery, mas a chamada caiu diretamente na caixa de mensagens. Esse filme já se passou na minha cabeça; Hendery foi embora outra vez. Por isso sua mensagem de voz dizendo que me ama.

Uma forte ardência me atingiu, mas afastei-a com força. Não vou chorar aqui, não agora. Eu o amo, mas pelo visto, ele não me quer por perto, então que assim seja.

- Lucy, você está bem? - Haechan indagou preocupado.

- Sim. - Dei um sorriso tranquilizador. - Vamos pegar eles!

Espero que tudo dê certo ou correremos um grande risco.

***

- Achei! 397-1. - Jisung apontou para a tela do computador.

Perdemos algum tempo assistindo a filmagem e anotando a numeração de 7 navios cargueiros, e finalmente encontramos o navio sem registro, que possivelmente será usado na fuga.

- Se não tem registro oficial, como deixam o navio ficar atracado ali? - Renjun indagou com o cenho franzido.

- YangYang tem olhos em todos os lugares. - Liz comentou. - Com certeza alguém que trabalha no porto está sendo pago por ele. - Liz balançou a cabeça negativamente.

- Sem o registro oficial, também não conseguimos acesso a planta da embarcação. - Haechan expirou alto.

Sabia que essas máfias eram difíceis de lidar, mas impossível? De jeito nenhum. Não vou desistir fácil assim.

- E se utilizarmos o drone, junto com o olho de Deus? - Sugeri, pensando em mil possibilidades.

- Aonde quer chegar com isso? - Jaemin indagou curioso.

- Podemos utilizar o drone para acessar o navio e o olho de Deus para hackear o sistema. - Disse simplesmente.

- Assim conseguimos a planta da embarcação em tempo real! - Jeno concluiu minha linha de pensamento.

- Só tem um detalhe que ninguém pensou. - Chenle começou a falar. - O drone não funciona muito longe do controle remoto e existem diversos guardas que impedem nosso acesso à marina. Como iremos despistá-los? - Chenle disse com tédio, fazendo um sorriso surgir nos lábios de todos ali, enquanto o encarávamos.

- Eu e minha boca grande! - Chenle rolou os olhos.

***

Naomi Yukimura

Eu estava no carro olhando a rua pela janela do mesmo, distraída e perdida em pensamentos. Desde que Yuta descobriu sobre mim, ele não mencionou mais o assunto, mas também nem se quer olhava para mim direito, o que era frustrante. Frustrante pois só estou aqui para ele me vigiar, nada mais que isso, nada de o proteger ou algo do tipo. Eu deveria estar ciente de que uma hora isso poderia acontecer.

De repente, sinto um forte cheiro de maresia invadindo minhas narinas, o que me fez prestar atenção sobre onde estávamos. Enfim chegamos ao porto. O lugar é gigante; haviam diversos containers espalhados pelo chão, todos empilhados, um em cima do outro.

Como eu já fui num porto uma vez, percebo que essa área é de um porto organizado, compreendido por instalações portuárias como ancoradouros, docas, cais, ponte e acostagem; uma boa infraestrutura eu diria.

Saímos dos nossos respectivos carros, já que tivemos que dividir em dois, adentrando o local. No aproximamos de um navio, onde haviam mais containers em volta, e observei diversos homens espalhados pelo porto, todos trajados com blusas e calças pretas, com coturnos e bonés da mesma cor. Alguns dos homens estavam juntos, quando Yuta se aproximara dos mesmos, enquanto isso, os meninos e eu ficamos um pouco mais atrás.

- Senhores.- Yuta se pronunciou. Eles apenas acenaram com a cabeça.- Preciso de três de vocês para fazerem algumas funções.

- O que seria? - Um deles perguntou.

- Um de vocês ficará responsável pela atracação e o reboque; o outro com a manipulação da mercadoria, e mais um, que ficará relacionado com trâmites administrativos.

- Sim, senhor.- Os homens se dispersaram.

- Ótimo, veremos o progresso começar.- Yuta fala mais para si mesmo. Ele olhou para trás e tornou a falar novamente.- Me sigam até a cabine.- Começou a andar novamente.

- Sim, chefe.- Os membros da Blue Tiger disseram. Apenas permaneço quieta enquanto os seguia. Assim que Yuta entra, ele averigua em volta e sorri satisfeito. Ele nos encara e de repente franze o cenho.

- Onde está o grupo da Wayv Company? - Indagou.

- Ainda não chegaram, senhor.- Taeil comenta.

- Não acredito que eles estão atrasados.- Yuta fala irritado.

- Eles não devem demorar tanto, acalme-se, chefe.- Doyoung diz nervoso.

- Não quero me acalmar coisa nenhuma.- Vocifera para o Doyoung.- Odeio imprevistos e que demorem em seus compromissos.- Cruza os braços.- Esses bandos de idiotas.

***

Elisa Fernandes

Tudo estava caminhando nos conformes, graças a equipe de Lucy. Assim que a van, pilotada por Jeno, estacionou em uma rua deserta, na lateral do porto, ele piscou o farol para um carro mais afastado, de onde saiu Ten.

- Toma. - Jogou uma bolsa dentro da van, quase acertando Haechan, que estava ali sentado. - Tem roupa para seis de vocês. O resto do clube dos cinco vai ter que ficar.

- Clube dos cinco? - Chenle perguntou confuso.

- Coisa de gente velha. - Jaemin dá de ombros.

- Me chamou de velho, garoto? - Ten cerra os punhos.

- Parem e vamos logo com isso. - Rosno, começando a me despir. Todos me olham com os olhos saltados. - Que foi?

- E-Eu... - Lucy suspira. - Vamos nos dividir antes. Jisung e Jaemin ficarão aqui. Analisem a planta que conseguimos e nos informem sobre qualquer coisa através do ponto eletrônico. O resto vai.

- Ótimo. - Jisung cavuca em sua mochila.- Trouxe isso também. - Mostra um saco com bolinhas pretas. - São mini localizadores com sensor de calor. Estão conectados nesse tablet. - Mostrou o aparelho. - Assim, saberemos onde estão indo, se tem alguém perto de vocês, e ajudaremos da melhor forma possível.

- Ótimo. - Lucy sorri satisfeita.- Saiam para que as meninas se troquem e depois vocês entram.

- Preciso ir, pois disse que olharia as redondezas antes de entrarmos no navio, então eles estão me esperando. - Anuncia Ten.- Antes de zarparmos, YangYang fará uma vistoria pelo lugar, então vocês têm cerca de quinze minutos para subir no barco. Boa sorte. - Avisou e deu as costas para nós.

- Ei, hãn... Lucy - Chenle segura o braço dela.- Eu não posso ir. Acho que deveria ficar com Jisung, bem aqui.

- Você vai, Chenle. - Lucy sorri, mas ele hesita outra vez.

- Lucy... Eu vou estragar tudo. Não posso ir. Serei mais útil aqui, longe de todos. - Sorriu mínimo.

- Chenle, só conseguimos chegar até aqui por sua causa. - Lucy segura sua mão.- Precisamos de você. - Os dois sorriem um para o outro.

- Awn... Agora as mocinhas podem fazer tranças uma no cabelo da outra. - Forcei um sorriso. - Vamos logo! - Rolo os olhos, saindo da van.

***

Naomi Yukimura

- Vou ter que ficar aqui mesmo? - Cruzo os braços e me encosto na parede.

- Claro, vai que você tenta fazer alguma gracinha, tenho que estar de olho.- Yuta diz concentrado nas folhas em sua mesa.

- Tanto faz.- Murmuro. A porta se abre e vejo Jungwoo entrar na sala com um semblante aflito.

- Senhor.- Jungwoo pronunciou.

- Sim? - Yuta ergueu o olhar para encará-lo.

- A Wayv chegou.- Comunicou. - Eles pediram sua presença, pois querem fazer uma checagem no lugar.

- Certo. Já estou indo. - Bufou irritado. Yuta se levantou e sinalizou para Jungwoo sair também. Antes dele sair de vez, parou do meu lado.- Nem pense em sair daqui, está bem? - Sorriu forçadamente.

- Claro, ficarei bem quietinha.- Sorrio presunçosamente e levanto as mãos em rendição. Yuta apenas encarou-me como se quisesse dizer algo. Quando eu ia fazer menção de perguntar, ele anda e sai da cabine.

Fico na mesma posição por um tempo, esperando para ver se ele voltava. Percebendo que não voltaria por enquanto, não perdi tempo e fui até a sua mesa, mexendo nos papéis, procurando algo de útil que eu possa fazer.

Já estava prestes a desistir, até que vejo um código, que sei com toda certeza que é de um dos containers. Os containers possuem caracteres e números específicos. Sete números e quatro letras, que entre essas letras terminam sempre em U. O código é 1.469.949 BTWU. Perfeito, agora tenho que ir até esse container o mais rápido possível.

Arrumo todas as coisas ali da forma que Yuta deixara, pego o papel com o código, guardando o mesmo no bolso da minha jaqueta e volto para minha posição inicial bem a tempo de ele voltar. Yuta ficou levemente surpreso por eu ter "obedecido" a ele, porém nada proferiu e apenas voltou para sua mesa.

Preciso arrumar um jeito de sair dessa sala.

***

Elisa Fernandes

Todos estávamos vestidos de preto, até o boné, caminhando normalmente pelo porto, procurando nosso destino.

- Está no píer 567. - Jisung anuncia, pelo ponto eletrônico.

- Certo. - Lucy assente enquanto caminhamos, finalmente encontrando nosso alvo.

 Andamos em passos largos e reparamos que o barco já estava prestes a sair. Subimos a escada de acesso com pressa, sendo eu a primeira. Um homem estava passando pela proa, no mesmo momento em que estávamos subindo. Fiz um sinal para que esperassem e todos o fizeram, mas o barco começou a se mover e o rosto de preocupação de Renjun, ainda no solo, foi memorável.

Quando o homem finalmente foi embora, terminamos de subir bem a tempo do navio se distanciar da terra firme. Nos juntamos em um canto, no meio de tantos containers, para planejar.

- Renjun comigo. - Digo.- Vamos procurar o Lucas antes que seja tarde.

- Eu e Chenle vamos atrás dos containers com as drogas. - Haechan anuncia.

- Certo. Então vamos, Jeno. - Lucy puxa ele para uma direção e o resto de nós tomamos outro rumo.

Assim que nos distanciamos do ponto de encontro inicial, caminhei apressadamente pelo convés, pensando por onde começar a procurar Lucas.

- O que planeja fazer? Ele pode estar em qualquer lugar. - Renjun pergunta aflito, tentando acompanhar meus passos ligeiros.

- Alguém irá nos dizer. - Digo simplesmente.

- Alguém? E como pretende fazer isso? - Indaga preocupado. Nem me dou o trabalho de responder.

Passando pelo meio de tantos containers, encontramos um guarda portando um grande fuzil. Sinalizo para que Renjun espere atrás de um deles e ele o faz, então dou a volta pelo contêiner, tomando o cuidado necessário para não ser vista; caminho atrás do alvo, conseguindo imobiliza-lo, pondo suas mãos para trás.

Já esperava por isso, portanto, tirei um lacre do bolso da calça, este que peguei do meu armário na Interpol, antes de virmos. Após tê-lo prendido, o arrasto para dentro do primeiro contêiner, onde haviam várias carcaças de porco penduradas, como em um açougue. Mereço...

Chuto a parte de trás de sua perna, fazendo com que caia de joelhos no chão. Mando Renjun posicionar o pé bem forte em sua panturrilha e segurar suas mãos para trás, com bastante força.

- Certo... - Caminhei e parei de frente para ele, que me encarava com um sorriso irônico nos lábios.- Onde está Wong Yukhei? - Perguntei impaciente e ele riu.- Pois bem... Não estou com paciência para preliminares hoje, gatinho. - Peguei minha arma e abri o compartimento das balas.

- O que vai fazer? - Renjun me encarou preocupado.

- Já ouviram falar de roleta russa? - Questiono, enquanto tiro sete balas do compartimento, deixando apenas uma, em ordem aleatória.- Vou explicar como funciona... - Posiciono a arma na lateral de sua cabeça e o encaro nos olhos.- Tem no máximo sete chances de me dizer onde ele está. Vou perguntar outra vez... Onde está Wong Yukhei?

- Está blefando. - Riu outra vez.- Seus olhinhos azuis não me enganam.

Apertei o gatilho, mas nada aconteceu. O homem sorriu ladino e elevei uma sobrancelha.

- Outra vez... Onde está Wong Yukhei?! - Dessa vez reverbero.

- Se a princesinha acha mesmo que vou... - Nem espero que termine de falar e aperto o gatilho, mas dessa vez a bala estava no buraco certo e seus miolos pintam a parede lateral do contêiner.

- M-Meu Deus... - Renjun larga o cara, que cai no chão de qualquer jeito.

- Vamos logo. Quem é o próximo? - Aperto a escuta no ouvido sorrindo ladina. - Jaemin, nos guie até mais alvos.

***

Lucinda O'Conner

Após nos separarmos de Elisa, Jeno e eu caminhamos na direção contrária a sua, indo à popa do navio, onde fica localizada a torre de rádio da embarcação.

- O que vamos fazer? - Indagou caminhando ao meu lado.

- Precisamos enviar um sinal daqui para a torre de comando da polícia. - Avisei, caminhando pelos corredores.

- Já não avisamos às forças armadas? Para que isso agora? - Jeno indagou com o cenho franzido.

- Eles sabem o que estamos fazendo, mas não sabem nossa localização, nem qual embarcação é. - Informei, tentando abrir uma das portas. - Vamos ativar o sinal daqui para que eles cheguem mais rápido.

- Certo. O que tenho que procurar? - Jeno perguntou ansioso.

- Vá por ali. - Apontei para o corredor da esquerda. - Vou por aqui, assim, nos encontraremos do outro lado. - Indiquei o corredor da direita com o queixo. Jeno assentiu, afastando-se de mim.

Haviam muitas portas nesse corredor, e adivinhar em qual delas estaria o rádio, é quase impossível se não abrir porta por porta e ver o que tem dentro. Muitas delas estavam trancadas, então só pude olhar pela pequena janela que elas possuíam.

Saí de uma das salinhas, onde só tinham coletes e boias salva-vidas, me dirigindo à última porta do corredor. Se não houver nada aqui, espero que Jeno tenha encontrado algo. Forcei a porta e a mesma ameaçou abrir-se, mas emperrou no meio do caminho, então para evitar qualquer transtorno e alarde desnecessário, olhei pela pequena janela de vidro, encontrando aquilo que eu queria: o rádio.

Fiz força, colidindo meu corpo contra a porta, numa tentativa de empurrá-la, mas a mesma não saía do lugar. De repente, fui surpreendida por dois braços, que me puxaram para longe da porta, jogando-me contra o quebra-corpo do navio, forçando minha cabeça para baixo, fazendo meu boné sair da cabeça, soltando meus longos cabelos.

- Boa tentativa, mas poderia ter sido mais discreta. - O vento colidia contra o meu rosto, e encarar o mar nesta posição, fazia meu estômago revirar. - Serei obrigado a levá-la para o chefe.

Sua mão estava forçando meu corpo para baixo, mas tentei olhar de relance, em busca de algo para bater nesse cara. Consegui ver sutilmente sua roupa: uma calça de moletom preta e uma camiseta regata com gorro. O problema foi o que vi tatuado em sua pele. Meu coração parou e a forte ardência me atingiu.

- Hendery? - Indaguei com o cenho franzido.

- Lu-Lucy? - Hendery me soltou na hora, virando meu corpo de frente para o seu. Suas mãos envolveram meu rosto e seu olhar estava perdido. - O que está fazendo aqui? Ele te sequestrou? Como voc...

- O que você está fazendo aqui? - Empurrei-o sutilmente, desviando do seu toque. - Foi por isso que mandou aquela mensagem? Para voltar a trabalhar com eles? - Ergui uma das sobrancelhas.

- Eles me forçaram a vir. - Disse simplesmente.

- E você aceitou? Eles mandam e você obedece? - Me exaltei.

- Era isso ou eles matavam você. - Murmurou.

- O que? - Franzi o cenho.

- Estou dando minha vida pela sua, Lucy. - Suspirou. - Se eu não aceitasse vir com eles, provavelmente agora você não estaria mais viva. - Hendery abaixou a cabeça, encarando os pés.

O vento forte jogava meus cabelos de um lado para o outro, mas não me importei. Hendery acabou de fazer uma grande prova de amor por mim, dando sua vida pela minha. Acreditei que ele nunca me amou de verdade e só me usou por causa das máfias, mas essa não era a verdade.

As lágrimas inundavam meu rosto, fazendo minha vista ficar embaçada, então me aproximei de Hendery, envolvendo seu rosto com as mãos, dando uma leve carícia em suas bochechas. Hendery me puxou contra o seu corpo, num abraço apertado, fazendo eu molhar sua camisa com minhas lágrimas. Seu cheiro me invadiu, gerando uma sensação gostosa pelo corpo.

Hendery me abraçava forte, como se fosse me perder a qualquer instante; sua cabeça estava apoiada sobre a minha e me senti em paz nos seus braços.

- Queria ter lhe conhecido de outra forma, Lucy. - Encarei seu rosto. - Sinto muito ter lhe envolv... - O interrompi.

- Se fosse de outro jeito, não teríamos dado certo, Hendery. - Dei um leve sorriso. Suas mãos foram de encontro ao meu rosto, secando as lágrimas que escorreram. - É só... Questão de tempo.

- Te amo muito, Lucy. - Colocou uma mecha do meu cabelo atrás da orelha, olhando no fundo dos meus olhos. - E continuarei te amando até depois do meu último suspiro.

Sorri com as palavras de Hendery e selei nossos lábios, num beijo lento e apaixonado. A distância faz ao amor aquilo que o vento faz ao fogo: apaga o pequeno, inflama o grande. Toda essa confusão entre nós, os distanciamentos, só serviu para aumentar o amor que sentimos.

- Lucy, eu não encontrei nada ali e acho que... Catapimbas! - A voz de Jeno chamou nossa atenção, fazendo eu me separar de Hendery. Jeno estava com os olhos arregalados, encarando-nos, mas pareceu despertar, caminhando até Hendery.

- Já perdi a conta de quantas vezes tu sumiu e apareceu, hein. - Eles se cumprimentaram com um soquinho.

- Essa foi a última, eu juro. - Hendery soltou uma risada nasalada.

- Certo, depois vocês fazem fofoca. Precisamos daquele rádio. - Apontei para o rádio, visível através do vidro na porta.

- Teremos que consertá-lo. YangYang destruiu todo aparelho que transmitisse sinal. - Hendery caminhou até a porta, forçando-a para abrir.

- E vai dar tempo? - Jeno indagou preocupado. Hendery o encarou com um sorrisinho nos lábios, antes de adentrar a sala, dirigindo-se ao rádio para começar a consertá-lo.

Espero que esteja tudo bem com Elisa.

***

Elisa Fernandes

- Sinceramente, cara... - Suspiro, encarando os olhos do capanga bem perto. - Já estou cansada de apertar esse gatilho hoje...

- Não aguento mais ver sangue. - Renjun faz cara de nojo, enquanto o segura firme.

- Ele é o que? - Pergunto para Renjun.- O décimo?

- Décimo quinto. - Renjun me corrige.

- Isso! Décimo quinto. - Sorrio, vendo os olhos do capanga exalarem medo.

A essa altura, nosso disfarce já não vale de nada, pois estamos cobertos de sangue, mas não descansarei enquanto não encontrar Lucas.

- N-Não! P-Por favor! - O homem implora.- Não posso dizer! O Liu... - Aperto o gatilho, mas nada acontece e o homem engole a seco.

- Nossa! Essa foi sua sexta chance! É nosso recorde, não é Jun? - Questiono e ele assente.- Agora sabemos que é obrigado a falar o que quero ouvir. Vamos de novo, mas agora, com a resposta certa, ok? Onde está...

- No porão! Ele está no porão... - Revela, caindo no choro.

- Viu? Mole, mole. - Sorrio e sinalizo para que Renjun o solte.- Você vem conosco. Não confio.

Assim que saímos dali, o homem correu até um interfone, que ficava próximo a saída de emergência, ao lado de onde estávamos e eu nem sabia.

- Liu! Invasores! - Falou apressado e atirei em sua cabeça antes que prosseguisse.

- Merda... - Digo entredentes.

- Tem dois homens vindo ali. - Renjun sinaliza para alguns containers a nossa esquerda.- Vai embora. Irei distrai-los.

- Certo. - Sorrio e saio andando cautelosamente.

Consegui descer dois andares e faltava apenas um. Estava caminhando até a escada, quando percebi dois homens parados em frente a ela. Me livrei de vários capangas durante o percurso, mas esses estão de frente, seria vista antes mesmo de chegar até a porta, além de serem dois.

- Elisa... - Ouço uma voz sussurrando no ponto eletrônico.

- Oi. - Me escondo melhor para responder.

- Estamos aqui... - Chenle avisou.

Olho outra vez e vejo Haechan e Chenle na parede ao lado dos caras. Meus olhos faltam saltar, enquanto Chenle sorri.

- Precisamos subir, e você, descer. - Haechan anuncia.

- Vou distraí-los e você corre para dentro. - Chenle avisa e afirmo com a cabeça.

Chenle cochicha algo no ouvido de Haechan, apontando para algum lugar à frente dos dois. Haechan assentiu, apontando sua arma, focado em algum ponto à sua frente. Um enorme estrondo foi escutado, chamando a atenção dos homens, que correram até lá, deixando a passagem livre.

Corremos um na direção do outro, sorrindo. Antes de descer as escadas, olhei para trás e vi um extintor de incêndio soltando espuma até dizer chega, deixando aquele corredor repleto de neblina. Esses meninos...

***

Naomi Yukimura

Após longos minutos num completo silêncio, resolvi agir, pois precisava checar os containers.

- Yuta, onde fica o banheiro? - Pergunto com o cenho franzido.

- Virando à esquerda, tem um corredor e a próxima direita é o banheiro.

- Meio longe isso.- Falo indo em direção até a porta.

- Não demore.- Apontou para mim.

- Estou com dor de barriga, então não prometo nada.- Sorrio sem mostrar os dentes e saio da sua cabine.

Ótimo, começo a acelerar os passos e vou em direção aos containers, no qual demoro apenas um pouco para chegar. Pego o papel que estava guardado no bolso e começo a comparar os códigos, até que finalmente encontro um container vermelho, um pouco escondido por sinal.

Vou dando a volta pelo mesmo e noto que ainda está aberto. Arregalo os olhos por ver várias sacolas de drogas dentro desse compartimento. Adentro mais e me agacho, verificando as drogas; eram as mesmas que Jungwoo carregava, porém aqui tem muito mais.

Agora que tenho a confirmação, saio do container, mas acabei esbarrando em alguém.

- Desculpa.- Ouço alguém dizer. Olho rapidamente, e percebo que são duas pessoas, mas fico aliviada na mesma hora ao ver quem eram.

- Chenle? Haechan? - Indago contente por encontrar rostos familiares.

- Naomi? - Haechan indaga surpreso.

- Eu mesma.- Sorrio.- Por que estão aqui?

- Viemos pegar a máfia.- Chenle sorriu empolgado.

- Lucy e Elisa estão aqui também? - Questiono.

- Sim, viemos todos juntos e já estamos agindo. - Haechan olhou ao redor.

- Ótimo.- Pego o papel que tinha guardado novamente no bolso.- Isso aqui são os códigos desse container. - Apontei para um container vermelho que estava atrás de mim.- Entregue isso para uma delas. Eu tenho que correr, antes que Yuta venha atrás de mim.

- Certo.- Chenle disse e pegou o papel que estava em minhas mãos.- Farei isso.

- Conto com vocês.- Disse antes de me afastar deles, correndo de volta à sala de Yuta.

***

Hendery

- Pronto. O sinal já foi enviado para a capitania mais próxima. - Lucy avisou, desligando o rádio via satélite. - Quando o navio chegar do outro lado, a polícia estará nos esperando, juntamente com a Interpol e o exército. - Deu um longo suspiro, perdida em pensamentos.

- Vamos finalmente encerrar o caso. - Jeno suspirou aliviado.

- Precisamos encontrar o carregamento ainda. - Lucy me encarou. - Sabe onde estão?

- Só sei que são três containers: um azul, um vermelho e um verde, sendo armamento, drogas e munição, respectivamente. - Cruzei os braços, lembrando do que ouvi falarem.

- Certo, precisamos procurar, então. - Lucy levantou-se da cadeira, caminhando até a porta com uma arma na mão.

- Vamos nos separar, assim, encontraremos mais rápido. - Jeno sugeriu. - Vou atrás das munições

- Eu fico com as armas. - Lucy avisou, olhando para mim em seguida, com expectativa.

Lucy quer que eu lhe ajude com a busca, mesmo após tudo o que fiz, ela ainda confia, ou pelo menos quer confiar em mim. Não posso decepcioná-la outra vez. Abri um largo sorriso, encarando-a.

- Eu fico com as drogas. - Lucy sorriu em resposta.

- Vamos logo então, pois não temos muito tempo. - Jeno puxou sua arma de dentro da calça, engatilhando-a.

- Vamos procurar e depois nos encontramos na escada à bombordo do navio. Aquela que dá no convés. - Lucy pediu, fazendo eu assentir.

- Tenham cuidado. - Avisei antes que eles saíssem da sala, rumando caminhos diferentes.

***

Naomi Yukimura

Depois de ter corrido do container até a sala do Yuta, paro em frente a sua porta para tentar recuperar o fôlego.

- Está cansada porquê, baby? - Estremeço ao ouvir sua voz atrás de mim.

- Ir ao banheiro foi meio tenso, sabe? - Me viro e sorrio sem graça.- Então quis correr um pouco.

- Conta outra.- Yuta revirou os olhos. Ele segurou meu braço e me puxou para dentro da cabine, fechando a porta em seguida.- Eu te segui, Naomi.- Encarou-me sério.

- O-O que? - Indago chocada.

- Ninguém fica do nada com dor de barriga. Você estava bem antes.- Sorriu debochadamente.

- Certo, você me pegou.- Suspiro.

- Como é? - Pergunta confuso.

Tenho duas escolhas nesse exato momento, arrisco tudo e conto para ele toda a operação ou deixo apenas as coisas fluírem como deve. Acontece que eu quero Yuta na minha vida, ao meu lado, mesmo que ele possa ser preso, apenas quero que ele fique comigo. Então respiro fundo e começo a falar.

- Olha, vou ser rápida e prática.- Começo.- Não quero que me interrompa e ouça até o final.- Faço uma pausa e percebo que ele realmente me ouviu.- Bom, a operação está acontecendo nesse instante e meus companheiros estão vindo prender vocês. Sei que isso é a última coisa que queria ouvir, ainda mais que planejou isso há tempos.- Respiro profundamente.- Não estou te contando isso à toa, porquê simplesmente quero. - O encaro firmemente.- Estou lhe dizendo porque quero viver ao seu lado Yuta, eu te amo demais e não quero que suma da minha vida. Se você for preso, eu posso te esperar, irei te esperar o tempo que for... Apenas se renda.- Engulo em seco. Não vou chorar, não agora.

Yuta me encarava totalmente transtornado tentando processar as informações. Até que, depois de longos minutos, ele suspira e mexe em seus cabelos nervosamente.

- Está bem.- Ele disse.

- Como? - Questiono.

- Me renderei, Naomi.

***

Elisa Fernandes

Quando finalmente cheguei onde queria, percebi que o lugar não tinha parede, a não ser pela pequena salinha, onde havia a escada. Olhei pela janelinha da porta e vi Lucas, sentado no chão, amarrado, e mais dois homens, parados à sua frente, olhando na minha direção.

Peguei minha arma, destravei e apontei para um deles. Teria que ser rápida e ágil, mas estava nervosa. Minhas mãos tremiam, mas não tinha tempo. Abri a porta, apontei para um deles, acertando sua cabeça, mas quando apontei para o outro, errei e fui atingida por um tiro de raspão em um dos braços.

- Merda! - Soltei, me escondendo na salinha outra vez e respirando fundo.- Calma...

- Liz?! - Lucas gritou e me segurei para não derramar uma lágrima ali mesmo

- Ele precisa de mim... - Sussurrei antes de tomar fôlego, abrir aquela porta e acertar em cheio no peito do capanga, fazendo com que ele caísse ao lado de Lucas, ainda sentado.

- Lucas! - Gritei, correndo ao seu encontro.

 Percebi que estava com as mãos presas trás do corpo, junto a um cano enferrujado. Peguei meu canivete e rasguei o lacre que o segurava. Lucas não perdeu tempo em me abraçar e derramar suas lágrimas em meu ombro.

- Liz... Você não deveria ter vindo. É perigoso e...

- Shiu... - Olhei em seus olhos, também aos prantos.- Estou bem. - Alisei seu rosto, com diversos ferimentos.- Eles te bateram?

- Isso não importa. - Analisou meu braço, aflito.- Você foi atingida! Meu Deus, precisamos de um médico!

- Fica calmo. Estou bem... - Garanto.- Vamos subir. Precisamos nos encontrar com Lucy antes do navio atracar na outra margem.

Ajudei Lucas a se levantar e no momento em que fomos sair da sala, demos de cara com quem menos esperávamos.

- Liu, seu desgraçado... - Lucas diz entredentes, ainda ao meu lado, encarando o diabo de frente.

- Como podem ser tão burros a esse ponto? - Rola os olhos e ri sádico.- Aprecio seus esforços, mas... eu sempre venço. - Estalou os dedos. Kun e SiCheng saíram de trás dele, dirigindo-se até nós.

SiCheng me segurou, enquanto Lucas era segurado por Kun; fomos arrastados para fora da sala, indo para Deus sabe onde.

Merda!

***

Jeno

Estava um andar acima do porão, investigando os containers que tinham ali, numa espécie de frigorífico. Me senti um idiota após abrir cinco containers na cor verde e dar de cara com uma porção de hambúrgueres congelados.

Olhei todos os containers verdes do navio e o último se encontrava aqui. Assim que abri as portas, meus olhos saltaram do rosto; eram tantas munições, que não tinha espaço para um clipe de papel. Perfeito. Me sobressaltei ao escutar um falatório, então me escondi atrás das caixas de papelão, que continham mais hambúrgueres.

- Seu escroto, me solta! - Era a voz de Elisa.

- Acho bom os dois ficarem com a porra da boca fechada ou me livro de vocês aqui mesmo. - Alguém se exaltou. Me estiquei sutilmente para tentar enxergar quem estava ali.

Elisa estava sendo arrastada por um garoto, junto com Lucas, que era arrastado por outro de cabelos azuis. O que havia se exaltado andava atrás deles, subindo em direção ao convés.

Preciso me encontrar com Lucy agora mesmo.

***

Naomi Yukimura

Fiquei parada no mesmo lugar, encarando Yuta, enquanto ele se aproximava de mim com um sorriso nos lábios.

- Nesse meio tempo, fiquei apenas pensando sobre você, e apesar de sermos de mundos diferentes, eu não ligo. Quero ficar ao seu lado, Naomi. Eu te amo. - Finalmente pude ver o sorriso que tanto amo. Enlaço meus braços em volta do pescoço de Yuta e ele me beija. Apesar de não ser o momento ideal para isso, eu não ligava.

- Estou cansado dessa vida, é estresse atrás de estresse e... - Disse quando se afastou levemente de mim. - Se esse é o preço a se pagar para ficar ao seu lado, estou disposto a pagar.- Sorriu novamente. Eu estava prestes a dizer algo quando a porta foi aberta bruscamente, fazendo eu arregalar os olhos.

- Olha só o casalzinho aqui, quem diria.- A pessoa estava de boné e com uma máscara que tampava apenas sua boca e seu nariz, me impedindo de ver seus olhos. - Pegue ela.- Ele sinalizou para o homem que estava atrás de si. - Eu fico com ele.

Eles se aproximaram de nós e nos seguraram com força, nos arrastando para fora da cabine, pondo uma arma nas nossas costas.

- O que pensam que estão fazendo? - Yuta exasperou.- Me soltem, seus merdas.

- Resposta errada.- A pessoa que o segurava dissera.

***

Elisa Fernandes

Lucas e eu fomos arrastados até a proa do navio, onde estava ventando bastante, fazendo meus cabelos embaraçarem. Olhei para o lado e vi que Kun segurava Lucas com toda a força, tampando sua boca. Seus olhos encontraram os meus e nosso desespero se multiplicou.

Kun arrastou Lucas até YangYang, que tirou um canivete do bolso, e o posicionou na garganta de Lucas, fazendo eu me debater, numa tentativa de me soltar dos braços de WinWin.

- Solta ele! - Exasperei.- Seu problema é comigo, não é?

- Na verdade, sim. - YangYang falou pensativo. - Me enganou Elisa, e isso me deixou puto da vida, mas a bondade de Yukhei... isso me irrita demais. - Rosna. - Queria um parceiro de negócios, mas ele sempre tão honesto. - Disse entediado e rolou os olhos.- Seria legal fazê-lo sofrer... - Passou a lâmina pela bochecha de Lucas, deixando um corte superficial ali.

- Não! Liu! Por favor! Faço o que quiser! - Suplico, me debatendo e sentindo as lágrimas molhando meu rosto.

- Opa, opa, opa... - Sorriu e guardou o canivete no bolso da calça. - Agora sim disse algo interessante. - Bateu com o indicador no queixo, fingindo pensar. - Sabe, Elisa... Nossa semelhança me assusta. Somos duas metades de uma laranja, não acha? Ambiciosos, com fome de poder... - Pega sua arma e passa ela delicadamente em meu rosto, enquanto comenta tudo aquilo da maneira mais sádica possível.- Imagine o quão longe poderíamos chegar juntos. - Sorriu com o rosto iluminado.

- Tudo bem, Liu. - Engulo a seco.- Eu vou com você. Só deixe o Lucas ir. Por favor...

- Era isso que eu queria ouvir. - Sorriu sádico.

- Liz, não! - Lucas finalmente teve a chance de falar.

- Cala a boca! - Liu bateu com a arma na cabeça de Yukhei, fazendo com que ele desmaiasse na hora, caindo no chão.

- Não! - Me desvencilho de SiCheng e corro até Lucas, mas logo meus braços são segurados atrás de mim novamente.

- Mas que merda, Elisa! - YangYang rosna.- Será que não pode largar esse imbecil?! Quer saber... Acho que não somos tão parecidos assim. Você é inferior, assim como todo o resto. - Balança a cabeça em reprovação e destrava a arma.- Decepcionante...

 Assim que sua arma é apontada para meu rosto, fecho os olhos com força, esperando pelo disparo, mas uma voz nos interrompe.

- Estão se divertindo e não nos convidaram? Que deselegante...

***

Hendery

Minha respiração estava descompassada, após correr por todo o lugar em busca do container vermelho com as drogas, e finalmente o encontrei, na popa do navio.

Corri até o ponto de encontro combinado por Lucy e assim que parei para recuperar o fôlego, Jeno trombou comigo, derrubando-me no chão.

- Ai, porra! - Resmunguei.

- Desculpa. - Jeno estendeu a mão para que eu me levantasse. - Conseguiu encontrar o container?

- Sim. - Assenti pegando na sua mão para me levantar. - E a Lucy? Encontrou com ela? - Olhei ao redor. Respondendo minha pergunta, Lucy surgiu ali, acompanhada de Chenle, Renjun e Haechan.

- Conseguiram? - Indagou ofegante. Assentimos prontamente. - Ótimo. Precisamos isolá-los em um lugar para termos o controle sobre eles até a polícia aparecer e... - Um tiro foi dado, nos assustando. Lucy levou a mão até seu ouvido, como se estivesse tentando escutar algo.

- Jaemin disse que veio da proa do barco. - Haechan avisou. - Eles estão todos reunidos lá.

- Que merda eles estão fazendo? - Bufei impaciente. Lucy puxou sua arma da cintura, checou a quantidade de balas presente e engatilhou-a.

- Vamos descobrir.

***

Naomi Yukimura

Acabamos sendo levados até a proa do navio e quando chegamos lá, percebemos uma pequena aglomeração.

- Estão se divertindo e não nos convidaram? Que deselegante... - O cara que segurava Yuta dissera, enquanto retirava sua máscara. Quando seu rosto foi revelado, congelei. Era Taeyong, e o mesmo está apontando sua arma para Yuta.

Olhei para o lado, na direção da pessoa que estava me segurando e me surpreendi quando ele retirou sua máscara, revelando se tratar de Jaehyun. O que eles dois estão fazendo aqui?

- O que você quer, Taeyong? Não está vendo que estou ocupado? - YangYang indagou impaciente apontando com a arma, na direção de Elisa.

- Nossa, YangYang... esperava uma recepção melhor. - Taeyong dissera fingindo estar chateado.

- O que você quer, uh? - YangYang perguntou sendo direto.

- Simples, quero vingança e tudo que pertence a você, será meu a partir de agora.- Taeyong sorriu vitorioso.

- É sério isso? Você veio me desafiar no meu próprio navio? - YangYang riu debochadamente. - Só pode ser piada. - Balançou a cabeça negativamente. Quando YangYang terminou de falar isso, escuto barulho de armas sendo destravadas atrás de nós e ouço a voz de Ten.

- Solte-os imediatamente. - Ten mandou. - Ou prefere perder a cabeça? Você quem sabe.- Jaehyun me soltou lentamente e eu me afastei no mesmo instante, ficando ao lado de Ten.

- Olha só, o querido Liu chamando sua tropinha, era de se esperar.- Taeyong rolou os olhos entediados.- Vou matar todos vocês, YangYang.- Ameaçou.

- Não faria isso se fosse você.- YangYang sorri vitorioso.

- Você achou mesmo que eu viria de mãos vazias? - Indagou rindo histericamente. Sua risada me dava medo de tão bizarra que estava.

Os membros da Blue Tiger, junto de Ten e Xiaojun, estavam atrás de Taeyong e Jaehyun, contudo, outras sete pessoas surgiram atrás dos meninos, apontando suas armas para eles. Estávamos todos na linha de fogo.

- Depois que saí da Blue Tiger, após essa certa pessoa aqui...- Taeyong pressionou a arma na cabeça do Yuta.- Não me escutar, acabei encontrando um outro grupo muito melhor, e pelo que eu soube, eles tinham um inimigo que era nada mais, nada menos que a Wayv Company.- Sorriu.- E como vocês teriam essa bela reunião aqui no porto e eu já sabia de fato, apenas arrumei aliados e enfim, cá estamos, prontos para pegar tudo que é de vocês.

- Você não irá pegar nada, Taeyong. Apenas está blefando, não tem capacidade para tal.- Liu comentou debochando.

- Cala a boca! - Elevou a voz e ergueu o braço para cima com a arma, atirando para o céu, na tentativa de o intimidar.- Eu posso muito bem matá-los.- Coçou a garganta se recompondo.- Prosseguindo, tudo ia dar certo se não fosse pela ingenuidade do meu queridinho Yuta, que se encantou por essa Harumi. Por mim, a espancava até a morte, mas não obtive sucesso, já que o herói da pátria chegou no momento certo.

- Você não presta, Taeyong.- Yuta vociferou.

- Calado, seu fraco.- Pôs a arma em sua cabeça novamente. - Vocês matando essazinha aí... - Apontou com o queixo para Elisa. - Só facilitará as coisas para mim, já que me livrarei de Harumi; só faltará pegar uma. - Ele diz irritado.- Lucinda O'Conner, uma grande agente que tem me dado dores de cabeça. Vou achá-la de alguma forma, haja o que houver, ela não escapará de mim.

- Estava me procurando, Taeyong? - Ouvi a voz de Lucy vindo por trás dos meninos e da máfia aliada ao Taeyong.

Jeno, Chenle, Renjun, Haechan e Hendery estavam cada um com duas armas nas mãos, mirando para todos que apresentavam algum risco. Lucy atravessou aquela linha de fogo, aproximando-se de Taeyong.

- Ora, ora, ora! - Taeyong deu um sorriso sádico. - Se não é o Dragão Escarlate, traidor nato da máfia. - Encarou Hendery.

- O sujo falando do mal lavado, não? - Lucy estreitou os olhos para ele.

- Você não sabe o que diz. - Taeyong riu soprado.

- Você é patético, Taeyong! Um desmiolado. - Lucy estava de braços cruzados. - Posso ser louca de me infiltrar num navio repleto de mafiosos, mas você? - Ergueu uma das sobrancelhas. - Quando essa embarcação atracar do outro lado, todos aqui estarão presos; se não quiserem chegar em terra firme, podemos resolver isso aqui mesmo. - Lucy sorriu convencida. - Você escolhe, querido. - Debochou.

Taeyong borbulhava de raiva, então jogou Yuta nos braços de Jaehyun, apontando a arma na direção de Lucy, mas no instante em que fez isso, todos a volta mudaram seus alvos. Hendery jogou uma pistola para mim, dirigindo-se para perto de Lucy, então mirei no capanga de Taeyong, passando a tomar conta dele.

- Que bonitinho! Veio defender sua amada? - Taeyong debochou de Hendery.

- Vá se foder, Taeyong. - Hendery riu soprado, mantendo sua mira nele.

Tudo estava um completo caos, a situação mudava constantemente e todos tinham armas que eram apontadas uns para os outros.

Yuta ainda estava na mira de Jaehyun, Lucy mirava em Kun, tomando conta para que o mesmo não atirasse em Lucas. Os membros da máfia de Taeyong, junto com a Blue Tiger, Ten, Xiaojun e os meninos da Interpol, apenas se encaravam mortalmente, com a mira uns nos outros.

Olhei para o lado e arregalei os olhos no mesmo instante, pois Liu estava engatilhando sua arma de forma sutil, prestes a matar Elisa. Não posso deixar isso acontecer.

Corri o máximo que pude para alcançá-la e quando vi que não ia dar mais tempo, pulei em sua direção, sendo atingida no ombro.

- Naomi! - Ouço Elisa gritar, na mesma hora que mais alguns tiros foram disparados.

- Lucy! - Hendery berrou, efetuando alguns disparos em seguida, mas não consegui ver, pois tudo ficou um completo breu...

[…]


Notas Finais


E foi isso, pessoal! O que acharam?
Alguma especulação sobre o que aconteceu? Será que elas conseguiram prender as máfias ou tudo deu errado?????? TEORIAS A FLOR DA PELE!!!!! 🔥🔥🔥

Até o capítulo de amanhã!
Beijo para todos vocês. 😘😘😘


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...