História Segredos - Clexa. - If You Were There, Beware

Lexa não conseguiu pensar bem desde que soube da notícia do seu pai, e se entregou aos braços de Clarke. Elas se amaram a noite inteira, Lexa estava entregue aos amores e Clarke e vice versa e as duas realmente fizeram vale sua lua de mel. No entanto, a morena não dormiu e assim que os raios de sol clariaram o céu, ela levantou e começou a arrumar tudo para sua ida ao hospital.

Clarke foi paciente com sua esposa a ponto de fazer tudo o que ela desejasse, inclusive deixar sua lua de mel para ir ate o hospital e é claro que Anya não ficou fora disso e foi com as duas a mando de Costia Blossom.

- Bom, o médico disse que você já pode ir vê seu pai Lexa. - Clarke sentou ao seu lado e segurou sua mão. - Quer que eu vá com você?

- Não, esta tudo bem. Eu cuido disso. - A morena levantou e abraçou sua esposa. - Obrigada Clarke.

- Bom, eu preciso me encontrar com meu pai e resolver umas coisas. - Clarke voltou-se para Anya e pegou uma arma na sua bolsa. - Fique com isso, apenas para segurança.

- O que está fazendo?

- Só confie em mim, vai da tudo certo. - A loira colocou suas luvas e seu chapéu. - Eu estou do lado de vocês.

- Do nosso lado sobre quem? - Anya fez uma cara de quem não entendeu e pegou a arma. - Do que está falando?

- Você entendeu, bom até logo.

A loira saiu de cabeça erguida pela porta d frente do hospital, o médico que vinha em sua direção cortou caminho apenas para não cruzar com Clarke Griffin e outros que aguardavam na sala de espera se limitaram a cochichos e repreensão com o sinal da cruz. Isso por que, Clarke Griffin sendo filha de quem era, não era bem vista pela sociedade e mesmos que todos mantivessem tudo as escondidas, todos sabiam quem era o seu pai e todos queriam distância dela.

Então, Clarke sempre fez questão de andar de nariz em pé na rua, assim ninguém poderia falar mal dela ou de qualquer um de sua pequena familia.

O carro estava estacionado ao lado do hospital para que ninguém pudesse desconfiar.

- Saia da frente Carlo. - Ordenou Griffin antes de entrar no carro de seu pai. - Todo mundo sabe que estão vigiando.

- O que você descobriu? - Perguntou Luca com seu sotaque polido.

- Pai não vim aqui falar de negociações com você. - A morena colocou a pasta no colo e a abriu. - Na verdade, eu quero anunciar que vou me desligar da empresa e dos negócios.

- Você não pode fazer isso.

- Posso e estou fazendo. - A loira se manteve firme e sem medo, já não queria está naquele jogo e casada com Lexa teria uma chance de sair. - Pai você quer matar todos por um monte de terras que você nem ao menos irá usar. Frederick está falido, o que mais você quer disso?

- Ontem, durante seu mandito casamento, os meninos de Al Capone e um tal de Sons Of Queen, tomaram todos os meus estabelecimentos ilegais e mataram todo italiano que não era amigo deles.

- E Finn?

- Está vivo na minha casa.

- Faça um acordo com Frederick e Lexa e acertem as contas. - Disse a loira sem hesitar. - Eu estou fora pai.

- Você não pode me trocar por essa bastarda. - Os olhos de Luca ficaram vermelhos de raiva. - Clarke você é minha filha.

- E você quase matou um homem inocente e iria matar Anya e Costia, elas não tem nada haver com isso.

- Desde quando você se importa?

- Desde quando me apaixonei por ela.

- Frederick já está morrendo e essas duas não são ninguém.

- Pai, elas são uma família, algo que nós nunca fomos por que você estava longe. Então, se quer matá-las faça isso, mas sem mim e não encoste em Lexa.

- Espere. - Luca esticou seu braço e impediu a loira de abrir a porta e sair. - Preciso que faça um último trabalho, nada demais.

- O que?

- Preciso viajar para resolver umas coisas em Londres, minha mãe chegou e disse que meu pai foi morto por uns tal de irmãos Shelby, conhece?

- Não.

- Então, passarei os negócios legais para você. - Disse Luca fixo nos olhos azuis de Clarke. - E levarei Finn e outros garotos comigo. Ficaremos um ano fora e pretendo tomar os negócios desses irmãos para mim depois de matá-los obviamente.

- É uma missão suicida pai.

- Não se eu ganhar. - Sorriu Changretta. - Em todo caso, você ficará bem sem mim aqui já que está me deixando. Mas ainda quero os negócios de Frederick, então vou me certificar que alguém dê eles para mim.

- Pai, estamos casadas. Não vou mais fazer o trabalho sujo.

- Por pouco tempo Clarke. - Luca abriu a porta do carro. - Agora vá embora.

- Enquanto a Nina?

- Se Lexa não matá-la ela se sairá bem.

- Pai…

- Você está contra mim Clarke, é sua escolha. - Luca jogou seu cabelo para trás e colocou o chapéu. - Vá embora e se por acaso você estragar o nome dessa companhia, eu vou ter que mandar meu homem matarem você, entendeu?

- Isso é uma ameaça pai?

- Clarke, você sabe que eu não preciso fazer ameaças.

- Bom, nem eu. - A loira saiu do carro e bateu a porta. - Não volte a essa cidade ou deixarei Lexa lhe matar.

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Alexandra Woods desceu do carro furiosa e seguiu em direção aos estábulos dos cavalos, ela ignorou totalmente o chamado de sua esposa e de Costia, retirou seu casaco e o terno e pegou um forcado e começou a empurrar o feno de lugar.

- Srta Lexa o que está fazendo? - Perguntou o garoto dos estábulos. - Enlouqueceu?

- Não enlouqueci Marco, só estou fazendo um pouco de trabalho braçal. - A morena enfiou o forcado mais uma vez no feno e o empurrou pra frente. - Me lembrando de onde eu vim e quem eu fui.

- Lexa o que está fazendo? - Perguntou Clarke na porta dos estábulos.

- Deixe ela. - Costia colocou o braço e impediu que a loira desse mais um passo. - Ela precisa disso.

Lexa continuou seu trabalho braçal sem pensar muito e Marco lhe acompanhou feliz, ambos traçando o feno como iguais. A morena se lembrou de Birmingham e de como era trabalhar duro, lembrou do orfanato e de como sofreu, lembrou da guerra e principalmente lembrou de que nunca iria voltar para aquela vida de novo.

- Muito bem. - Disse finalmente entregando a ferramenta para Marco. O suor já começava a escorrer pelo pescoço.

- Por que fez isso Lexa?

- Pra me lembrar do que seria se eu não fosse eu. - A morena ventiu seu casaco novamente e saiu ignorando Clarke. - Costia venha comigo.

A ruiva lhe seguiu sem questionar e as duas foram direto para a casa. Em silêncio Lexa fechou a porta do escritório e se sentou na enorme cadeira de Luca e esperou por Costia com as mãos juntas, mas não estava rezando, estava apenas alimentando seu ódio.

- Consegui pegar tudo que é de Luca, entreguei todos para Capone e separei aqueles dois grandes que me pediu. - A ruiva entregou o copo de uísque para Lexa e se sentou de frente para ela. - Por que você quer dois lugares grandes e distantes da cidade?

- Porque essa cidade é o futuro Cos… E eu tenho grandes planos aqui.

- Que incluem? - A ruiva cruzou os braços e esperou.

- Vamos fundar a construtora W&T e nosso primeiro grande feito será a construção do hotel Plaza. Precisamos de um negócio legal. - Lexa manteve seus olhos fixos em Costia e eles pareciam brilhar. - Depois de iniciar essa construção vamos da início a companhia W&T e então iremos começar a importar e exportar produtos. Por isso que precisamos desses dois locais, serão a sede das duas empresas.

- É um maldito plano Lexa, um maldito bom plano.

- Estamos recebendo um bom dinheiro pelas apostas, Clarke está do nosso lado… Temos a licença de apostas também.

- Oh, calma ai. Clarke Griffin do nosso lado? - A ruiva exitou confusa.

- Fizemos um acordo, mas é claro que eu não vou cumpri-lo… Quando essa fazenda passar para nós, eu vendo a metade para o governo e com a outra metade construiremos o Plaza. - A morena pegou um cigarro, acendeu e jogou o isqueiro sobre a mesa. - É importante nossa amizade com o governo americano, principalmente pros negócios.

- Não confio em Clarke, nem no governo americano.

- Não confiamos em ninguém. - A morena tomou outro gole do uísque e disse. - Mas vamos fazer tudo isso, estou prevendo que em breve, nossos serviços serão essenciais para o governo.

- Se você diz. Bom se isso é tudo, falarei com minha tia amanhã. - Costia Blossom levantou e deu as costas para Lexa. - Até mais Lex.

- Cos? - Alexandra apagou o cigarro e encarou sua amiga. - Meu pai está morto. Ele morreu na minha frente.

- Por que está me contando isso?

- Tem algo para me dizer?

- Lexa, não sou mais sua amante. Eu não vou te consolar, então procure sua esposa.

~~~~****~~~~

A noite caiu da mansão e o jantar foi servido apenas para Costia e Anya. A morena substituiu sua presença por uma noite de sono, não havia dormido a um bom tempo e precisava descansar, seu corpo estava exausto e sua mente também. O colo de Clarke foi essencial para ela, seu abraço e seu consolo faziam Lexa entrar no paraíso particular, onde todas as coisas ainda estavam boas.

- Acha que Lexa ainda esta no controle? - Perguntou Anya observando as chamas na lareira a sua frente.

- Você não acha?

- Eu vi ela com Frederick hoje. - Any suspirou e olhou para Costia. - Ela o perdoou por ter abandonado ela, ate chorou.

- As pessoas mudam, ela está mudando. - Disse Costia Blossom com um olhar vago e incomodo. - Eu estou mudando também Any. Talvez seja esse lugar.

- Mudando como?

- Tive que perder as duas pra perceber o quanto amava você e Lexa. - Anya sorriu da afirmação de Costia. - O que? Não acredita?

- Você só amou Lexa a vida inteira. Eu só fui com extra.

- Você Any, foi a única que por algumas horas me fez esquecer realmente o que aconteceu naquela maldita noite. - A ruiva levantou e ficou cara a cara com Anya Talbot.

- Então por que ficava mais tempo com Lexa do que comigo?

- Porque o Benjamin ainda está vivo e é meu filho, eu preciso me lembrar dele, para não parar de lutar por ele.

- Cós… - Anya puxou a ruiva para um abraço e a protegeu contra seu peito. Nós braços de Anya, Costia estava no paraíso e sabia que nada iria lhe acontecer. - Vamos encontrar o Beni, quando isso acabar, vamos trazer seu filho de volta.

- Eu sei.

No segundo andar da casa tudo parecia diferente da calmaria da sala de estar. Alexandra Woods começou a se agitar em seu sono, seu corpo parecia se debater e ela não acordava. Era como se ela estivesse fora de si e ao mesmo tempo ali, mas ninguém notava.

- Por favor. - Gritou Clarke da escada. - Me ajudem, Lexa está passando mal.

- De novo? - Sussurrou Anya.

- Sim de novo. Pegue sua maleta Any?

As duas subiram para o quarto junto com Clarke e encontraram Lexa no chão, segurando seus joelhos como uma criança com medo de apanhar. Seus cochichos eram impossíveis de se traduzir e seu olhar estava perdido no tempo.

- Segura o braço dela Anya. - Ordenou Costia pegando sua amiga no braço. - No três.

- Três. - As duas levantaram Lexa e a jogaram na cama de bruços e a ruiva sentou-se de pernas abertas em suas costas. - Lexa pare com isso.

- Lexa é só um inverno, está tudo bem. Escute a música. - Sussurrou Costia Blossom em seu ouvido. - Escute a música, é só a música, é só um inverno. Estamos em Nova York, a guerra acabou… Escute a música.

As palavras de Costia surtiram efeito na morena e logo ela se acalmou e começou a chorar desesperada.

- Venha, ela precisa de você. - Disse a ruiva levantando e dando espaço para Clarke.

- O que foi isso? - Clarke Griffin sentou-se e afastou o cabelo do rosto de Lexa, estava em choque e parecia não reagir a nada. - Como fez isso?

- Estava tendo crise e agora esta em choque. - Respondeu Anya com as mãos nos bolsos. Não era a primeira vez que presenciava aquilo. - Alguns soldados tem isso depois da guerra. Ninguém saiu bem daquela droga e Lexa não foi diferente. Depois da tortura ela passou a ter crises e as vezes esquece onde está.

- Eu disse que me avisasse quando ela estivesse estranha. - Costia cruzou os braços. - Esse é o verdadeiro segredo de Alexandra Woods, a guerra acabou, mas ainda não lhe deixou em paz.

- Por que esta me contando isso só agora?

- Porque só agora você é uma de nós. - Costia deu as costas e saiu. - Cuide dela e bem vinda a porra dos Sons Of Queen.

- Vou preparar uma medicação para ela, deixe ela dormir. - Disse Anya com a cabeça baixa. - Não deixe ela sozinha por muito tempo, é sempre bom alguém que a ajude a dormir. Lexa não é indestrutível embora seja o que parece. Na realidade ela precisa de alguém pra cuidar dela.

- E você faz isso? - Perguntou a loira vendo Talbot abrir sua maleta.

- Costia faz isso, ou fazia. - Anya levantou manga da camisa de Lexa e colocou a fita para apertar seu braço. - Cós sempre trouxe Lexa de volta, elas são iguais então uma ajuda a outra.

- E você?

- Lexa é minha irmã e a Costia… Bom sempre fui apaixonada por ela, nos damos bem e as vezes ela demonstra me amar também. - A médica pegou a seringa e enfiou a agulha no braço de Lexa colocando o remédio na veia. - Ela vai dormir agora até mais tarde, se tiver febre me avise, mas acredito que ela só está com a cabeça cheia e vai dormir bem.

- Obrigada Anya.

- Sou a médica dela, é o que faço. - A loira guardou seus equipamento e fechou a metade deixando um frasco na mesinha. - Dê isso a ela se tiver dor de cabeça amanhã, apenas uma colher e suficiente.

- Mais uma vez, obrigada.

- De nada.

- Anya?

- Sim?

- O que é Sons Of Queen? - Perguntou a loira curiosa, já havia visto aquele nome antes. - Costia falou sobre eu ser uma agora.

- Ah, ela está falando da nossa gangue. Em Birmingham somos conhecidos por Sons Of Queen.

- Entendo, obrigada.

Anya saiu e fechou a porta e de repente, Clarke estava sozinha novamente com Lexa e agora ela simplesmente não sabia o que fazer. Apenas enrolou sua esposa na cama e a abraçou lhe protegendo de qualquer mal que pudesse lhe cercar e principalmente do seu pai.

- Eu amo você Lexa, e espero que acredite em mim.

Seu rosto pousou sobre o peito de Alexandra e adormeceu assustada e com medo, mas ainda sim nos braços de Lexa.