(P.O.V Haechan) ◖Hospital◗
◇Quarta-feira◇
※20:21※
Depois de ficar um tempo com Luana, voltei para a sala de espera aos gritos.
Todos ficaram confusos, mas arrastei todos para o quarto da minha garota.
- Estão vendo? Ela acordou! Voltou 'pra mim! 'Pra nós! - Luana olhou para todos e sorriu fraco.
- Oi, gente... - Tossiu.
- Ai meu Deus... - Amélia correu até ela. - Filha! Pensei que tinha te perdido! - A abraçou. - Ô Luana... - Começou a chorar.
- Desculpa, vózinha... - A senhora segurou seu rosto.
- Está tudo bem agora, meu amor.
- Sim... - A brasileira estava tão fraquinha.
Todos foram falar com ela, a abraçaram, beijaram - na bochecha, claro - e eu só fiquei olhando, não acreditando naquilo... Que minha garota tinha voltado.
Depois de muito tempo, todos foram indo embora, com muita relutância.
Mas, infelizmente, o tal Yugyeom ficou aqui, falando com ela.
Não gosto nem um pouco dele.
Por que?
Digamos que... Ele ultrapassou a linha.
Que linha?
Linha da calcinha da MINHA garota, entende?
- Lu, que bom que acordou, ficamos preocupados. - Segurou sua mão. - Nunca mais nos deixe...
- Não vou... - Falou baixinho.
- Fiquei com saudades. - Patético.
- Eu também. - Revirei os olhos.
- Fique bem logo, para que possamos sair. - Não acredito nisso, sério que ele está chamando alguém comprometido para sair?
Tudo bem que... Nós não somos um casal oficial... E... Teoricamente... Luana é solteira... Mas não interessa!
- Claro, vamos sair sim. - Nem o caralho, não vão sair porra nenhuma.
- Yugyeom, pode ir chamar o médico, 'pra mim? - Me olhou.
- Posso sim. - Olhou para a Luana. - Nos vemos mais tarde, ok?
- Ok... - Fechei os olhos com força, quando esse cara beijou a bochecha dela, só que... Pegou no canto da boca.
- Licença. - Saiu do quarto e eu respirei fundo.
- Babaca. - A garota riu soprado.
- Donghyuck, não seja ciumento.
- Eu? Com ciúmes de você? Me poupe, Luana. - Balançou a cabeça negativamente. - Só... Não gosto dele... - Me aproximei dela. - Me deu um susto, sabia? - Me sentei na poltrona ao seu lado.
- Eu... Não tinha forças, Donghyuck. - Passei a mão em seu rosto.
- Falou comigo por duas vezes, se lembra? - Piscou algumas vezes.
- Sim.
- Veio se despedir, não foi? - Assentiu. - Como fez isso?
- Não sei... - Colocou a mão em cima da minha. - Obrigada.
- Pelo que?
- Por me dar forças. - Fez carinho em minha palma. - Se você tivesse... Desistido... Eu não voltaria. - Limpei suas lágrimas.
- Nunca vou desistir de você, meu bem. - Aproximei nossos rostos. - Senti tanta a sua falta. - Falei baixinho.
- Também senti. - Disse no mesmo tom.
- Hoje não tenho mais dúvidas, lindinha. - Encostei nossas testas. - Te amo de verdade, você é tudo 'pra mim. - Sorriu fraco.
- No fundo, eu nunca tive dúvidas sobre isso... - Deu uma pausa. - Te amo. - Quando fomos nos beijar, a voz do médico nos interrompeu.
- Luana? - Me afastei. - Oh... Que milhare! Você acordou! - Se aproximou e analisou a menina.
- Oi, doutor. - Sorriu.
- Está sentindo alguma coisa?
- Fome, muita fome. - Riram.
- Bom, enquanto faço mais algumas exames, para verificar se está tudo bem, Donghyuck pode ir pegar algo para você comer.
- Pego, claro. - Praticamente corri para a área de alimentação.
Meu coração está acelerado e não consigo tirar o sorriso da cara.
Finalmente vou poder beijar, abraçar e tocar a minha lindinha.
Olhei bem as coisas que tinha e... Nada de interessante, coisas sem sal.
Peguei meu celular e mandei mensagem para Johnny, pedindo que trouxesse algo para a Luana comer.
Senti uma mão em meu ombro e me virei, vendo Yugyeom.
- Sim? - Sorriu.
- Você é-
- O namorado da Luana. - Cruzei os braços.
- É... É você mesmo. - Suspirou. - Não quero brigar contigo, ok? Só... Peço que entenda que eu e Luana já tivemos algo e-
- Algo? Uma transa de uma noite? Isso é algo? - Levantei a sombrancelha.
- Enfim. - Respirou fundo. - Nós somos amigos e não vou deixar de sair com ela, por tua causa.
- Será mesmo?
- Claro que não! Luana é especial para mim e pretendo estar ao lado dela por um bom tempo, independente se na amizade ou... Na minha cama. - Estalei a língua no céu da boca.
Depois vocês reclamam que eu sou chato, possessivo e essas coisas, mas porra! Olha o que ele está dizendo!
"Na minha cama".
Só de pensar nisso, tenho vontade de socar a cara dele, muito mesmo, aquela surra que desfigura o rosto.
- Boa sorte para conseguir isso. - Passei por ele. - Mas garanto que não vai ser tão fácil ficar tão próximo da minha garota. - Saí andando até o quarto de Luana.
Antes de entrar, Johnny apareceu.
- Aqui, trouxe algumas coisas. - Levantou uma sacola. - Tive que esconder, esse povo não entende que a comida daqui é horrível. - Rimos.
- Obrigado, Johnny. - Entramos e Alvin estava conversando com Luana.
- Docinho! - Correu até ela, a abraçando.
- Johnny, assim tu me sufoca. - Riu soprado.
- Estava com saudades de ti. - Johnny realmente ficou abalado com toda essa situação. - Ninguém conseguia beber tanto quanto você.
- Ah, é? - Assentiu. - Sou expert nisso.
- Donghyuck? Podemos conversar?
- Claro, doutor. - Fomos para fora do quarto. - O que aconteceu? Ela está bem?
- Sim, está estável. - Me olhou. - Luana precisa de muito repouso, de uma alimentação rica em nutrientes, cálcio, tudo. - Assenti. - Ela vai ficar em observação por alguns dias, mas logo pode ir 'pra casa.
- Ok. - Sorriu.
- Luana vai ter que ter suporte para tudo, para andar, para tomar banho e essas coisas. - Assenti. - Ficou praticamente um mês sem fazer nada, o corpo dela desacostumou.
- Vou cuidar dela. - Balançou a cabeça positivamente.
- Bom, agora vou deixar você matar a saudade da sua namorada. - Se afastou e eu entrei.
- Docinho, come, é gostoso.
- Isso é estranho... O que é?
- Também não sei, mas é bom. - Aproximou algo da boca dela.
- Certeza?
- Confia em mim?
- Claro.
Como assim? Em mim ela diz que não, mas em Johnny sim? Que palhaçada hein.
- Então come.
- Ok... - Abriu a boca e ele enfiou o alimento ali. - Hm... - No começo fez careta, mas depois arregalou os olhos. - É bom. - A voz dela é tão gostosa de ouvir... Que saudade...
- Falei que era bom. - Se levantou. - Bom, já vou indo, tenho que resolver uns assuntos.
- Tudo bem. - Beijou a testa dela.
- Tchau, docinho.
- Tchau, Johnny. - Se virou.
- Que susto! - Colocou a mão no peito. - Parece um psicopata, credo.
- Cala a boca, Johnny. - Revirei os olhos e me aproximei.
- Tchauzinho, pombinhos. - Falou da porta.
- Vou te dar um soco. - Ameacei e ele saiu correndo. - Ridículo.
- Quer? - Estendeu um pedaço de torta.
- Não, lindinha. - Me sentei na poltrona ao seu lado. - Está com dor?
- Não. - Segurei sua mão vaga. - Você está com olheiras, olhos vermelhos e inchados. - Umideci os lábios. - Por que não foi 'pra casa, descansar, comer e esfriar a cabeça?
- Não queria sair de perto de você.
- Te ouvir chorando me doeu tanto. - Colocou a mão sobre a minha. - Desculpa por não ter voltado antes...
- O importante é que você voltou 'pra mim. - Aproximei nossos rostos. - Nunca mais me deixe.
- Eu prometi que não ia te deixar e vou cumprir. - Encostamos nossas testas. - Obrigada por cumprir a promessa.
- Nunca vou te abandonar, nunca. - Quando fui beijá-la, Luana se afastou. - O que?
- Não sei se minha boca está com um gosto muito bom. - Revirei os olhos.
- Acha que ligo 'pra isso? - Segurei seu rosto.
- Não, Donghyuck... - Suspirou. - Me traz uma bala de menta e penso no teu caso.
- Para de ser assim, lindinha. - Tentei novamente, sem sucesso. - Qual é, Luana! - Suspirei irritado.
- Bala.
- 'Tá! - Procurei alguma no meu bolso. - Toma. - Tirei o plástico e, ao invés de colocar em sua boca, coloquei na minha. - Vem pegar.
- Donghyuck! Que saco! - Bufou. - Eu... Minha boca... Que caralho viu! - Segurei seu rosto.
- A bala 'tá aqui, lindinha.
- Mas... Nós provavelmente vamos engasgar e-
- Não 'to nem aí. - A beijei, um beijo necessitado, cheio de saudades.
Levei minha mão direita até seu cabelo, onde agarrei seus fios cacheados com força.
Luana colocou as mãos em minha nuca e eu suguei sua língua, a fazendo arfar.
A falta de ar se fez presente e ela se afastou, mordendo meu lábio inferior de leve.
A bala foi para a boca dela.
- O gosto continua o mesmo, lindinha. - Dei um selinho nela.
- Não perdeu essa mania de puxar o meu cabelo, né?
- Não. - Segurei seus fios. - Gosto de tê-los nas mãos. - Fiz carinho.
- Hyuk? - A olhei.
- Fala, lindinha. - Arrumei seus fios rebeldes.
- Me responde uma coisa?
- Claro, meu bem. - Pareceu tomar coragem.
- Por que fizeram isso comigo? E quem foi? - Respirei fundo.
- Não pense nisso ag-
- Não! Para com isso! - Bufou. - Chega de ficar escondendo as coisas de mim! Que porra, por que não pode simplesmente me dizer? Eu morri por... Sei lá quantos minutos! Não acha que mereço uma explicação?! - Suas bochechas foram ficando maiores. - Me diz o que caralho está acontecendo! Droga!
- Lindinha, se acalma, não pode se estressar.
- Vou me acalmar quando você me explicar tudo isso! - Segurei suas mãos.
- Me perdoa, Luana. - As beijei. - Não queria ter te colocado no meio disso... - Olhei em seus olhos. - Como já deve ter percebido, tem gente querendo te matar. - Umideceu os lábios. - E... Eu sou o culpado...
- Por que?
- Bom... - Expliquei tudo, desde a ameaça daquela vadia sem sal, até esse envenenamento. - É isso Luana. - Ficou quieta, me olhando, parecendo processar toda a informação.
- Certo. - Suspirou. - Então... Tenho que... Me preocupar com tudo e todos?
- Sim. - Mordi o lábio inferior. - Mas estou aqui para te proteger, sempre vou estar.
- E se-
- Não existe "e se", não tem isso, eu vou e pronto, acabou, fim de papo.
- Tudo bem. - Suspirei.
- Já que estamos esclarecendo as coisas, me conte a sua história. - Franziu o cenho.
- Minha história?
- É, de onde exatamente veio, sobre seus pais, sobre tudo. - Desviou o olhar.
- Bom... Você sabe, nasci no Brasil, no Rio de Janeiro, para ser mais exata. - Mordeu o lábio inferior. - Minha mãe morreu há... Nossa... Três meses. - Falou mais para si mesma. - Minha avó veio me trazer para morar com ela e meu primo. - Deu uma pausa. - Entrei numa floresta esquisita, um lobisomem tentou me matar e hoje eu o amo perdidamente, é isso. - Deu de ombros.
- Quero detalhes, Luana.
- Donghyuck, s-
- Como sua mãe morreu? E como é o nome dela? - Suspirou triste.
- Laura. - Sorriu fraco. - E... Ela... Estava voltando do trabalho e foi baleada... Não sei se por bandidos ou pelos policiais... Mas... Ela se foi... - Limpou uma lágrima solitária.
- E seu pai? - Abriu a boca.
- Não quero falar sobre isso, Donghyuck. - Olhou para um canto qualquer.
- Mas eu quero saber, Luana. - Negou. - Por favor... Me diz. - Permaneceu quieta. - Não esconde isso de mim.
- Não falo nada sobre meu pa- Sobre esse cara, porque nem eu sei. - Me olhou. - Não sei seu nome, quem é, se já morreu, não sei nada. - Isso fez meu coração doer.
A figura paterna é importante, mesmo que muitos não precisem, vários sentem vontade de ter uma.
- Desculpa. - A abracei. - Não queria ter feito você se lembrar desse canalha... - Beijei o topo da sua cabeça.
- 'Tá tudo bem. - Suspirou.
- Já que contou sobre você, vou contar a minha história.
- Certo. - Se ajeitou na maca. - Me conte tudo, sem poupar detalhes, Lee Donghyuck. - Umideci os lábios.
- Meus pais biológicos morreram, eles eram lobisomens. - A olhei. - Ok, meu pai era um lobisomem e transformou a minha mãe em um também.
- Isso é possível?
- Claro. - Cocei a garganta. - Com uma simples mordida. - Arregalou os olhos. - Na forma de lobo, claro.
- Interessante... - Continuei a contar a minha história. - Nossa...
- Vidas conturbadas, não acha?
- Muito.
- Te amo.
- Também te amo. - Dei um selinho nela.
- Devolve minha bala, sua dissimulada.
- Não.
- Então vou roubar. - A puxei para outro beijo.
Ao final, a bala veio para a minha boca.
- Chato. - Fez careta e gemeu de dor.
- Que foi, lindinha?
- Minhas pernas e costas estão doendo. - Se ajeitou na maca. - Por quanto tempo fiquei aqui?
- Quase um mês. - Arregalou os olhos.
- Meu Deus! Meu emprego... Já era.
- Está preocupada com seu emprego?! E eu?
- Nem ligo. - Deu de ombros.
- Ah, é? - Me levantei, mas ela me puxou de volta.
- 'To brincando, Hyuk. - Falou manhosa. - Só... As economias da minha faculdade e-
- Não pense nisso agora, ok? - Beijei sua testa. - Que saudade... Não vou mais te soltar. - Riu soprado.
- Vai sim, preciso fazer as minhas coisas e você, as tuas. - Estalei a língua no céu da boca.
- A única coisa que tenho 'pra fazer agora, é cuidar de ti. - Segurei seu rosto com uma mão.
- Parece que aquele Donghyuck escroto ficou para trás. - Ri soprado.
- 'Pra trás? Não claro que não. - Puxei seu cabelo, fazendo seu rosto se aproximar do meu. - Estou apenas dando uma trégua, mas... Se quiser e eu sei que quer... Em breve ele volta. - Mordi seu lábio inferior.
- Quem disse que eu quero?
- Está na cara. - Olhei em seus olhos. - Confessa que gosta desse meu jeito arrogante e totalmente canalha.
- Cala a boca.
- Hm... Não. - O soltei com força.
- Quando vou poder ir para a casa?
- Logo. - Bufou.
- Minha bunda dói. - Fez bico. - Preciso de cachaça, pode me trazer? - Revirei os olhos.
- Não, não posso. - Deitou a cabeça na maca. - Por que tem que ser tão cachaceira?
- Beber me acalma. - Me olhou. - E é bom.
- O álcool te deixa ainda mais vadia. - Revirou os olhos.
- Jaehyun tem razão, você está insuportável.
- Estou? - Apoiei os cotovelos na maca. - Acha mesmo? - Beijei seu ombro. - Hm? - Fui subindo até chegar em seu pescoço.
- Donghyuck... - Mordi o lóbulo da sua orelha. - Para...
- Espero que melhore logo, assim posso matar a saudade completamente. - Sussurrei rouco em seu ouvido.
- Cretino. - Sorri ladino.
- Sempre.
E ficamos assim, trocando carícias, beijos e xingamentos, como sempre fazíamos.
Que saudade disso...
~Dias depois~ ◖Mercado◗
◇Sexta-feira◇
※14:21※
Luana ficou em observação por mais tempo do que eu imaginei.
A garota não aguentava mais ficar deitada, a bunda doía e odiava ter que ser acompanhada no banho.
Hoje ela finalmente vai poder ir para a casa.
Luana está andando bem melhor, mas precisa de um apoio, só para garantir.
Não pude ir vê-la hoje, tive que ajudar meus pais com algumas coisas.
Mas de noite vou passar em sua casa e matar a saudade, se é que me entendem.
- 'Pra que precisa disso, mãe?
- 'Pra cortar carne.
- Mas tem várias facas lá em casa.
- Mas ESSA é a certa. - Franzi o cenho.
- Pensei que todas fossem para cortar alguma coisa, sem frescuras.
- Cala a boca e empurra o carrinho, Donghyuck.
- Cadê o pai? Ele é quem devia estar te ajudando.
- Está atrás das fraldas dele, velho do jeito que 'tá, já precisa. - Ri.
- Eu ouvi, Hei-Ran.
- É 'pra ouvir mesmo. - Balancei a cabeça negativamente.
- Você é muito má comigo. - A abraçou por trás. - Não pode tratar o seu marido desse jeito. - Beijou seu pescoço.
- Nem vem me bajular, 'tá? Vi você olhando aquela baranga sem sal, seu ridículo. - Tão fofos.
Será que vou ficar assim com Luana? Será que vamos nos casar?
- Mas meu amor, só tenho olhos 'pra ti.
- Sei. - Ri soprado e fiquei olhando as prateleiras.
Até que parei os olhos na barra de chocolate, a mesma daquele dia em que Luana beijou a minha bochecha, ficamos juntinhos em sua cama, nos aventuramos na floresta, levamos xingos de Taeyong e choramos juntos.
Um sorriso bobo surgiu em meus lábios, chamando a atenção dos meus pais.
- Que sorrisinho é esse? - Indagou minha mãe.
- Nada. - Cocei a garganta. - Vão levar mais alguma coisa?
- Lembrou da namorada?
- Não tenho namorada, pai.
- E Luana é o que? - Abri a boca.
- Você a ama, não é? - Minha mãe me olhou.
- Sim... - Pisquei algumas vezes.
- Então por que não se assumem? Hm?
- Não sei, pai. - Olhei para um canto qualquer. - Acho que... Não precisamos...
- Se continuar a pensar assim, alguém pode chegar e fazer o que você não está fazendo. - O olhei.
- Você tem o que todos querem, mas não está sabendo segurar direito. - Umideci os lábios. - Vai enrolar aquela garota até quando?
- Mãe... Mas...
- Você diz 'pra todos que namoram, mas 'pra ela, não diz isso, diz que não são um casal oficial.
- Já pensou em como Luana se sente em relação a isso?
- Não. - Suspirei.
- Acho melhor tomar alguma atitude, antes que outro faça isso. - Meu lobo ficou agitado. - Vi como aquele cara alto e bonito a olha, ele a deseja, a quer muito.
- Quem, mãe?
- O cara que ficou depois de todos nós.
- Yugyeom? - Pisquei algumas vezes.
"Pretendo ficar ao lado dela por um bom tempo".
- Acho que sim. - Deu de ombros.
- Não... Ele não pode... - Meu pai colocou a mão em meu ombro.
- Mostra à ele, quem é que está com ela, se imponha, homem!
- Vou fazer isso. - Sorriu.
- Agora vamos embora, ou sua mãe vai nos falir.
- Para de ser palhaço, Kang-Dae.
- Sabe que te amo, meu amor. - A beijou.
Ok... Hoje Luana vai ser totalmente minha.
De corpo e alma.
Sei que parece que sou um possessivo, mas não, não é isso.
Isso é medo, medo de perdê-la por um capricho meu.
Medo não, pavor mesmo.
Já quase perdi minha lindinha uma vez, não vou perder novamente, para um cara ridículo.
~Quebra do tempo~ ◖Quarto◗ ◇Sexta-feira◇
※22:34※
Saí do banho e coloquei uma roupa bem bonita.
Passei perfume, desodorante e arrumei meu cabelo.
Peguei meu celular, chaves e, antes de sair, pensei se deveria ou não levar algum presente para Luana.
Não, hoje não, talvez outro dia.
Saí do quarto e desci as escadas correndo.
- Vai cair, Donghyuck!
- Tchau, mãe, não me espere. - Beijei sua bochecha. - Amo vocês.
- Espera aí, onde você vai?
- Vou ver a Luana. - Abri a porta.
- Nunca te vi tão cheiroso.
- Vai seguir o nosso conselho?
- Hm... Talvez. - Pisque e saí de casa, correndo até a moto.
Subi, coloquei o capacete e pilotei até a casa da minha amada.
Não demorei muito 'pra chegar, o que é ótimo.
Toquei a campainha e, em questão de minutos, dona Amélia atendeu.
- Donghyuck! - Me abraçou. - Como está?
- Bem e a senhora?
- Estou bem, agora que minha filha voltou. - Sorri. - Quer entrar? Ela está no quarto.
- Claro. - Entrei. - Vocês duas estão sozinhas?
- Sim, Yuri foi dormir com a namorada.
- Certo. - Mordi o lábio inferior.
- Vocês... Vão... - Senti minhas bochechas queimando. - Oh, já entendi. - Ri soprado.
- N-não... S-senhora Amélia, nós... É...
- Não se preocupe, fiquem a vontade, vou dormir um pouco e meu sono é bem pesado, as vezes.
- D-
- Vai lá. - Piscou e foi para o quarto.
- Aish... Tão constrangedor... - Falei em coreano. - Ok... Vamos lá.
Andei até seu quarto e bati na porta.
- Entra. - Entrei e a vi deitada na cama, de bruços, mexendo no celular. - Vó, v- Donghyuck?
- Quem mais seria, lindinha? - Fechei a porta, a trancando.
- Entrou pela porta da frente, quem diria.
- Cala a boca. - Me sentei na cama. - Como você está? - Passei a mão em seu cabelo. - Está sentindo dor, meu amor? Hm?
- Não, Hyuk. - Sorriu. Fiquei olhando cada detalhe de seu rosto, o quanto ela é linda e o quanto a amo. - O que foi? - Se sentou.
- Eu te amo. - Se aproximou e deitou a cabeça em meu ombro.
- Também te amo. - Segurei seu rosto.
- Ei... É... - Respirei fundo. - Você... Não vai me trocar... Pelo Yugyeom... Né? - Franziu o cenho.
- Yugyeom? Não! Claro que não! - Riu soprado. - Eu amo você, não ele. - Fiz carinho em sua bochecha.
- Sabe que eu te amo, não sabe? Que você é tudo 'pra mim.
- Sei sim, você sempre dizia isso 'pra mim. - Mordeu o lábio inferior. - E quero que saiba que é tudo recíproco, você se tornou a pessoa mais importante na minha vida.
- E... Acha que está bom do jeito que 'tá? - Suspirou e olhou para baixo.
- O importante é que... Nós nos amamos, certo? - Senti insegurança.
- Ei... - Forcei ela a olhar para mim. - Não sou assim tão bom com palavras, não sou nada romântico e sabe bem disso. - Engoli a seco. - E... Quero que saiba que eu te amo muito e... É... - Respirei fundo, tomando coragem. - Que porra! Nunca fiquei tão nervoso assim, para pedir alguém em namoro, caralho! - Bufei.
- Namoro...? - Arregalou os olhos. - V-você... Vai me pedir em namoro?! - Se sentou direito. - Não brinca com isso, Donghyuck! - Segurou meu rosto.
- Calma, surtada. - Ri soprado. - Você... Aceita, lindinha?
- Se eu aceito?! É claro! - Se jogou em meus braços.
- Ai! Luana! - Me abraçou. - Calma. - Segurei sua cintura. - Não precisa desse alvoroço todo, lindinha. - Me beijou. - Agora sim, posso te chamar de namorada.
- Pode sim, namorado. - Sorrimos.
- Te amo.
- Também te amo. - Me abraçou e pude sentir seu cheiro bom.
Nos deitamos na cama e ficamos abraçados, trocando carícias e conversando.
Estar com Luana é a melhor coisa que existe.
Nunca imaginei que amaria tanto uma mulher, como a amo.
Se antes alguém me dissesse que eu estaria aqui, ao lado desse esquilo fajuto, dizendo que a amo, a chamando de namorada e sendo carinhoso com ela, eu ia rir dessa pessoa e dizer que está ficando louca.
Muitos podem achar que a nossa relação é totalmente conturbada, alimentada pelo ódio e essas coisas, mas eu não acho.
Acho a nossa relação perfeita, do jeitinho que está e tenho certeza de que Luana pensa o mesmo.
Só queria dizer que, se você ama alguém, não a deixe ir por um capricho, diga o quanto a ama, o quanto ela é especial 'pra ti.
Não estou dizendo para se tornar alguém diferente, mas sim para demonstrar afeto para a pessoa que te ama, mesmo que da sua maneira, sei que ela vai entender.
Veja o meu caso; Luana morreu por minutos e quase que não pude dizer o que sentia e nem fazer com que ela fosse minha por completo.
Teria que conviver com isso para sempre, mas, por um milagre, minha garota acordou e agora, posso dizer tudo.
Mas... E se isso não acontecesse?
Reflita.
Continua??
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