História (Segunda T) - O Segurança de Park Jimin - Set e Chong

POV SET

Por mais que eu odiasse o tal Yoongi, ele estava certo. Eu sorri até o quarto de Chong, bati na porta e não esperei que ele me desse permissão para entrar, eu só entrei.

- Se veio brigar, pode ir embora.

Eu suspirei pesado e me sentei na cama onde o rapaz estava deitado, abraçado a um travesseiro.

- Chong... me...

Por que era tão difícil dizer que eu sentia muito? O rapaz era um ano mais novo do que eu e ao mesmo tempo parecia ser tão mais velho e mais simples para ele dizer o que sentia. É claro que eu tive muito tempo para aprender com ele a ser mais amável, mas minha família não colaborava nenhum pouco. Eu sempre fui cortado e moldado do jeito que meus pais achavam que eu tinha que ser. Parte de eu não gostar de Jimin era porque ele podia ser quem ele queria, trabalhar com o que queria, namorar quem ele queria, pintar o cabelo e corta-lo como ele queria e eu nunca tive nenhuma escolha desse tipo. A única coisa que eu escolhia eram as minhas roupas e ainda assim, se saísse demais do que eles estavam acostumados eu não podia usar.

Eu nunca tive raiva de Jimin. Eu tinha certa inveja dele. Era um rapaz adorável e todos gostavam dele pelo jeito gentil e carinhoso com os outros, assim como Chong, criado aos mimos pela mãe e pela tia, ele era do tipo que transbordava doçura e felicidade, sempre tinha palavras bonitas e otimismo mesmo que a situação fosse um tanto ruim e desanimadora. Isso me encantava. Chong era tão fofo e doce que eu precisava protege-lo do mundo ou coloca-lo num potinho para ficar cuidando e admirando, mas eu sempre achei que ele precisasse de alguém que amasse e cuidasse do mais novo como talvez eu não pudesse fazer. Eu me parecia um pouco com Suga, também não gostava dele por isso; ele era duro, suas respostas eram afiadas e cortavam fundo, notava-se sua segurança e autoestima a quilômetros dele, xingava sem se importar com o que falavam sobre isso, ele era completamente livre. Como eu queria ser. Mesmo sendo assim, despertou os melhores sentimentos no primo que tinha apelido de bolinho de arroz, a ponto dele fazer qualquer coisa pelo mais velho.Eu, talvez, nunca teria essa capacidade, porque Suga também sabia ser doce com Jiminie. Eu não sabia ser doce com ninguém.

- Desengasga, Set. – Chong me olhou emburrado. – Se não tem o que dizer, pode ir embora.

Meu coração se apertou a ponto de doer. Chong havia me dito sobre seus sentimentos e eu correspondia a eles, mas nunca... sequer tive coragem de dar um beijo no rapaz, um beijo que eu era desesperado em ter, e não conseguia. Chong me conhecia melhor que eu e não forçou mesmo que ele também quisesse isso. Eu passei dias e noites provando para mim mesmo que o que eu sentia era bonito demais para ser considerado errado e que Jimin não era errado em gostar de Suga. Se tudo desse errado, meu tio Park me ajudaria, eu sei que sim.

- Chong, por favor...

- Se você não fala e não sai, eu saio.

Ele se levantou e caminhou até a porta. Eu precisava fazer alguma coisa, a minha felicidade ia sair por aquela porta e talvez eu não conseguisse pega-la nunca mais. Naquele momento, eu desliguei o meu cérebro, corri até o rapaz e fechei a porta com um estrondo, dando uma volta na chave logo em seguida; prendi o rapaz na porta com o meu corpo, minhas mãos apoiadas uma de cada lado da sua cabeça.

- Set, o que você.

- Cala a boca, Chong.

Segurei sua nuca com firmeza e selei seus lábios com os meus, esperando talvez que o rapaz me afastasse, mas não o fez. Seus lábios macios eram a melhor coisa do mundo; dei alguns selares até sentir o mais novo entreabrir os lábios, capturando o meu inferior entre eles e quando senti a pona da sua língua, eu desisti de pensar em qualquer consequência. Aprofundei o beijo, prendendo mais o rapaz contra a porta e sentindo o seu corpo quente contra o meu; sua língua causou um choque gostoso na minha coluna, acariciava a minha com certa urgência, mesmo que o beijo estivesse calmo. Eu mordi seu lábio inferior e dei o mínimo de tempo para respirar, voltando a beijar o rapaz enquanto sentia sua mão puxar meus cabelos com delicadeza. Quanto tempo eu havia perdido sem sentir isso?

Meu coração disparado, a falta de ar, as pernas bambas, mãos suando, nervosismo. Tudo isso junto podia parecer apavorante, mas era a melhor coisa do mundo. Eu já não conseguia mais respirar – e nem Chong, então deixei que ele me desse um último selinho e encostei minha testa com a dele, rodeando sua cintura com meus braços enquanto ele abraçava meu pescoço.

- Eu quis tanto... tanto... que acontecesse.

- Me desculpa, Chong... por ser um idiota, por ter tido aquele ataque, por te fazer chorar... por te fazer esperar por isso.

- Me desculpa por ter feito você me aguentar faladno do Jimin aquele tempo todo.

- Não importa. Vamos esquecer tudo isso, OK? Vamos começar daqui.

Ele concordou com um sorriso lindo.

- Me ensina? – ele me olhou com um rosto confuso, afastando sua testa da minha. – A ser tão carinhoso com você quanto você é comigo? Me ensina a te fazer o bem que você me faz?

- Você é perfeito, Set, exatamente do jeito que é. E eu te amo assim. – ele passou a mão quente pelo meu rosto e eu não pude não sorrir.

- Eu prometo não te fazer chorar mais.

- É bom mesmo, porque eu vou estourar a sua cara se me fizer...

Eu o interrompi com um beijo e ele começou a rir.

- Eu entendi, Chong.

- Bom que tenha mesmo.

Ele me abraçou forte, seu rosto não tinha mais as marcas de quem havia chorado, ele estava feliz agora, feliz como eu queria que ele estivesse, todos os dias, e por minha causa. Naquele momento eu prometi pra mim mesmo que eu seria o motivo do sorriso dele. Sempre.