1. Spirit Fanfics >
  2. O Quarto Massacre Quaternário: Dangerous Mad >
  3. Suicídio?

História O Quarto Massacre Quaternário: Dangerous Mad - Suicídio?


Escrita por: MiniNicc

Notas do Autor


Boa leitura, amores :))) ALERTA GATILHO: CONTEÚDO FORTE! Se você é sensível, não prossiga.

Edit1: Foto de Madison Mason, com o look do capítulo.

Capítulo 16 - Suicídio?


Fanfic / Fanfiction O Quarto Massacre Quaternário: Dangerous Mad - Suicídio?

 

 

PDV NARRADOR

 

Mais cedo, naquele mesmo dia, Madison tinha ido nadar. O Distrito 4 era completamente cercado por lagos e mares, praticamente como se fosse uma ilha despontando do território de Panem. Quando criança, seu pai a levava até o lago norte para nadar e se refrescar. E, já mais velha, ela fazia o mesmo com sua irmã Sarah. Tinha crescido ali, e jamais conseguiria utilizar esse local para fazer o que queria fazer. Para pensar livremente sobre o que queria pensar. Então, andou até o lado sul do Distrito. No lago mais na fronteira com o Distrito 5, onde ela nunca ia. Talvez até tivesse ido alguma vez quando criança, porém não se lembrava. Andou por alguns km até chegar, relativamente cansada e suada. O dia estava muito quente, e ela estava usando calças. Perempius tinha simplesmente lhe dado um guarda roupa novo, e a impedia de usar suas antigas calças jeans rasgadas e surradas. Na verdade Madison até desconfiava que ele tinha queimado suas roupas antigas. Agora ela só usava o que ele lhe dava, tanto os looks mais caprichados, quanto os mais desportivos. No momento, estava com uma calça azul que até poderia imitar suas antigas calças de moletom, se não fosse pelo tecido brilhante, impermeável e espalhafatoso. Em cima, apenas uma camiseta larga e fina. De cor preta. Assim que chegou na beira do lago, tirou a calça quente e a blusa, e pulou no lago. Tamanho calor que estava. Por baixo das roupas, estava vestindo um biquíni estilo top de academia e treino. A peça superior, preta, deixava seus seios bem sustentados e firmes.

A água gélida do lago a atingiu como se ela estivesse mergulhando dentro de um frigobar. Puta que pariu. Era muito gelada mesmo. Bem diferente da água dos lagos mais ao norte do Distrito. Madison ficou tentando imaginar o motivo dessa diferença de temperatura enquanto nadava até a parte mais profunda do lago. Mergulhou fundo, e abriu os olhos. A água sempre era cristalina, e os peixes coloridos nadavam livremente. Viu muitas rochas também, cobertas por musgos verdes e escorregadios. Deixou a água lavar seus cabelos, seu corpo, sua dor, sua alma. Em outra vida talvez Madison tivesse sido uma sereia. Ou um peixe mesmo. Mas de fato sua conexão com a água era inacreditavelmente forte. Segundos depois, ainda ali há quase 3 metros de profundidade, Madison nadou ao redor de uma rocha e o que viu lhe assustou. Parecia o cabelo de alguém, de uma menina. Era longo, preto como a noite. E liso. Sentiu um aperto no coração. Foi até lá, e então conseguiu avistar um braço muito branco sobre a rocha. Ou a pele da pessoa era muito branca, ou estava pálida por causa da morte. A segunda opção era mais provável. Madison tocou o braço, para tentar puxar o corpo da pessoa debaixo da rocha. E quando finalmente o avistou, ela deu um grito.

Um grito forte, se esquecendo que estava submersa. Uma grande quantidade de água entrou pela sua boca, e ela sentiu seu ar se esvaindo. Aquele corpo. Aquele rosto. O cabelo preto e a pele branca como a branca de neve. A branca de neve com o coração de madrasta demoníaca. A menina afogada. Valkyrie, do Distrito 2. Como é que ela estava ali, afogada no lago do Distrito 4? Valkyrie tinha morrido na Arena. E fora Madison quem tinha a matado. Tinha retirado o sopro da vida dentro daquele corpo e rosto tão lindos. Tão aparentemente angelicais. E então, como num passe de mágica, a garota acordou. Os olhos eram vermelhos, injetados de raiva. E ela veio para cima de Madison como um furacão. Colocando as mãos ao redor do seu pescoço. Madison tentou gritar e se soltar, mas isso só fez com que ela perdesse o ar mais rápido ainda. Bolhas de ar misturaram-se a água enquanto ela tentava desesperadamente se soltar do defunto morto-vivo da Carreirista.

- Você me matou, e agora eu vou matar você _ela falou com uma voz grossa e demoníaca. Soou tão clara e compreensível como se elas estivessem na superfície.

Madison sabia que aquilo não era real, mas ao mesmo tempo era. Sempre era real. Porque ela sentia o bafo quente da morte no seu rosto, todas as vezes. Sentia-se sugada para a escuridão. Madison enroscou suas mãos no cabelo preto e esvoaçante da Carreirista, e puxou com o máximo de força que conseguiu. A garota gritou e lhe soltou, e então Madison iniciou um nado rápido para a superfície. Ela tinha muita resistência para respirar embaixo da água, mas já estava há quase 3 minutos presa ali. Mais um pouco, morreria. Irrompeu para fora da água soltando um grito. Um grito de desespero, de agonia. Respirou profundamente, enchendo seus pulmões de ar. Lágrimas de dor e solidão varreram o seu rosto, misturando-se com a água. Madison nadou de volta para a grama, na beirada do lago. Engatinhou de quatro, vomitando água. Chorando. Seu corpo tremia violentamente. De frio, de medo. Queria morrer. Queria muito morrer. Alguém por favor acaba com isso. Alguém por favor faz parar. Eu só preciso que pare. Sua cabeça girava, e ela irrompeu num choro mais forte ainda. Desde que tinha retornado da sua Turnê da Vitória, alguns meses atrás, estava tendo alucinações. Alucinações em vida real, e não somente pesadelos. Era como se seus piores sonhos, que antes só lhe visitavam durante a noite, tivessem se materializado. Agora podiam lhe tocar, lhe ferir. Lhe afogar. Os onze tributos que Madison tinha matado dentro da Arena voltavam para se vingar, periodicamente. Uma hora ela estava bem, e outra hora estava sendo afogada por Valkyrie. Ou sendo asfixiada por Saffron, a Carreirista do 1. Também já tinha sido aterrorizada pelos tributos do Distrito 6, do 10, do 5, do 9. Todas as vezes, sentia que estava próxima da morte. Então porque ela simplesmente não acabava com isso por eles? Até porque não aguentava mais. A única coisa que conseguia sentir era um vazio, e quando se permitir sentir algo a mais a única coisa que vinha era dor. Tortura. Sofrimento. Então não queria mais viver assim.

Ali perto, ao redor da floresta rasa e litorânea, Erik terminava de tecer uma rede de pesca feita de nós. Era seu passatempo, sua terapia. Principalmente em dias assim. Que ele precisaria comparecer no Edifício de Justiça para o Sorteio de Mentoria. A proximidade de novas Edições dos Jogos Vorazes sempre lhe deixava nervoso. Por mais que só tivesse sido mentor 1 vez desde que ganhara os Jogos, há 5 anos atrás. Uma vez já tinha sido o suficiente para desgraçar a sua cabeça. Os dois tributos que ele mentorara na 97ª Edição foram mortos no segundo dia dos Jogos, numa Arena que imitava uma cidade abandonada. Erik tinha se apegado ao tributo feminino. Uma menina jovem de apenas 14 anos, que em muito lhe lembrava sua irmã Annie Night. E ele teve que ver ela morrer nas mãos de um carreirista do Distrito 2, com o rosto esmagado por um tijolo. Sem falar na tortura psicológica de estar de volta a Capital. De volta aos holofotes. Erik terminava de dar o último nó quando ouviu um grito. Vinha da beira do lago. Será que alguém estava machucado? Correu o mais rápido que pôde para prestar ajuda, mas o que viu não era nem de longe o que estava esperando. Uma garota parecia ter acabado de sair da água, e vomitava muita água. Provavelmente tinha se afogado. Ela se jogou na grama, e irrompeu num choro desesperado. Erik conhecia bem aquilo. A forma que ela soluçava e gritava de agonia. Sabia reconhecer quando alguém estava sofrendo de verdade. Ele mesmo já tinha passado por isso, diversas vezes.

Escondido entre as árvores, ele pensou em ir até lá ajuda-la, mas parou quando percebeu quem era. Aquela menina não era uma pessoa qualquer do Distrito 4. Uma moradora desconhecida que simplesmente se afogara e precisava de ajuda. Era Madison Mason. A Vitoriosa da 99ª Edição dos Jogos Vorazes. Famosa pela quantidade de mortes dentro da Arena, pela popularidade exacerbada. Porém, mesmo sendo quem era, ali, naquele exato momento, parecia uma pessoa indefesa. Fraca. Debilitada. Vulnerável. Erik sabia que não ajudaria em nada se fosse até lá. Muito pelo contrário, quando estamos tendo alguma crise de pânico, de ansiedade, ou sofrendo assim, o melhor é que respeitem o nosso espaço. Respeitem o nosso momento. Pessoas em volta perguntando o que está acontecendo ou tentando lhe tirar daquela situação pode ser um gatilho pior ainda. Então iria apenas ficar por perto, por segurança. Por precaução. E foi a melhor decisão que ele tomou. Porque se tivesse ido embora, não teria visto quando ela decidiu subir no desfiladeiro de mais de 150 metros de altura, localizado no limite do lago sul.

 

 

***

 

 

Madison olhava para baixo, perigosamente perto da beira. Não sabia como tinha chegado ali, só tinha chegado. Como se suas pernas tivessem conversado com o seu cérebro e agido em conluio contra si. Usava sua calça azul, e somente a parte de cima do biquíni. Os cabelos molhados estavam lisos, e pingavam no chão ao redor de si. O ar ali em cima era mais rarefeito, e dificultava sua respiração. Devia ser o ponto de altitude mais alto de todo o Distrito 4. Porque o lago sul em si já ficava numa área mais alta da cidade, e aquele precipício ali, que mais parecia uma paredão gigantesco e rochoso, ainda ficava no ponto mais inclinado. La embaixo, o lago estava quieto. Calmo. Tranquilo. Era só o que ela queria para si. Calmaria. Paz. Descanso. Deixou uma lágrima escorrer.

- Espero que você decida não se jogar, porque eu teria que pular atrás de você e não estou muito afim de fazer isso hoje _uma voz surgiu atrás de si, e Madison se assustou.

Olhou para trás. Num primeiro momento, não acreditou no que seus olhos viam. Parecia uma visão do paraíso, mas ao mesmo tempo também parecia muito errado. O que é que Erik Night estava fazendo ali? Ou melhor, o que Erik Night estava fazendo ali, sem camisa, e usando só uma calça preta desportiva? Tudo bem que eles estavam em um lago e talvez ele estivesse nadando ou algo assim. Ela mesma estava somente de calça e biquini na parte de cima. Jogada sob o ombro direito ele levava uma rede de pesca cheia de nós. Ela tapava somente o lado esquerdo da sua barriga, deixando o lado direito bem a mostra. Madison tentou desviar o olhar para não parecer que estava lhe secando ou algo assim, mas ele parecia atraí-la como um ímã. Ela já tinha lhe visto sem camisa pela televisão, porque ele passara a maior parte da sua Edição dos Jogos assim. Provavelmente pela alta temperatura da Arena, que era uma Ilha Vulcânica. Porém, vê-lo assim, bem na sua frente, era outra história. O abdômen era tão bem definido que parecia ter sido desenhado. A expressão dele estava levemente despreocupada, mas dava pra ver que também estava tenso. As sobrancelhas loiras estavam arqueadas, emoldurando seus famosos olhos azuis. Madison com certeza nunca tinha conversado com ele. E agora, do nada, ele estava ali.

Na beira do precipício, com ela. 

 

Meu deus.

 

(...)


Notas Finais


Genteeeee, tadinha da bichinha sério. Me doeu muito escrever isso, por isso dei uma encurtada no capítulo. Não gosto de me estender muito quando o assunto é esse.
Oq estão achando?


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...