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História O Quarto Massacre Quaternário: Dangerous Mad - Quarto dia de Massacre Quaternário: O último canhão


Escrita por: MiniNicc

Notas do Autor


FELIZ ANO NOVO MEUS AMORESSSSS, 2021 TA AÍ E JÁ TEMOS UM NOVO CAPÍTULO.

BOA LEITURA AMORES, não esqueçam de comentar o que estão achando??????? Por favor

Edit1: Foto meramente ilustrativa de Andrew James e Katarina Hawthorne.

Capítulo 41 - Quarto dia de Massacre Quaternário: O último canhão


Fanfic / Fanfiction O Quarto Massacre Quaternário: Dangerous Mad - Quarto dia de Massacre Quaternário: O último canhão

 

 

PDV NARRADOR

 

 

No lado leste da Sky Arena, duas alianças acabaram se cruzando. De um lado Cecilia Septimus, Luna Meirelez e Sapphire Russel. Três mulheres jovens de Distritos longínquos com um porte físico resistente. As duas primeiras estavam na casa dos 30 anos, e não possuíam muita popularidade na Capital. Mas Sapphire, com apenas 23 anos, estava cotada entre as favoritas da Edição. Filha do prefeito do Distrito 8 e dona de uma beleza encantadora, ela ainda era extremamente habilidosa com o arco e flecha. Já do outro lado, dois Ex-Carreiristas treinados e habilidosos. Jovens e poderosos, como sempre. Delilah e Nuno estavam caçando a aliança mais fraca do Massacre Quaternário quando acabaram surpreendidos por um incêndio causado pelos Idealizadores. O fenômeno foi antecipadamente programado justamente para juntar os Tributos restantes da Arena em algum momento, obrigando-os a se enfrentarem. Fugindo do fogo, os cinco Tributos se cruzaram em uma área próxima à borda da Arena. Nuno Bentley foi o primeiro a perceber a aproximação, e a atacar. Com sua superioridade física, ele não precisou nem usar armas para imobilizar Luna Meirelez e jogar o seu corpo mirrado e leve para fora da Arena. O Tributo Feminino do Distrito 9 despencou do céu, e o seu grito se perdeu no vácuo. O Carreirista do Distrito 1 ainda aproveitou para jogar o seu machado na perna de Cecilia Septimus, que tentava fugir por dentro das árvores. Ela colidiu fortemente no chão, dando tempo para Nuno correr na sua direção e agarrar seus cabelos loiros. Como se fosse uma criança indefesa, ele a arrastou pelo chão até a borda da Arena. O Tributo Feminino do Distrito 7 ainda gritava e chorava quando teve o machado arrancado da sua perna, e seu corpo violentamente chutado para fora da Arena. Ela sentiu o vento lhe invadindo enquanto perdia altitude rapidamente. Cecilia acabou desmaiando antes que pudesse atingir o solo, há mais de 12 mil metros de altura. Seu último pensamento foi no seu filho de 5 anos. Tinha falhado com ele como mãe. Nunca encontraria a paz. Nunca descansaria sabendo que ele ficaria sozinho, desemparado.

Delilah Jordan e Sapphire Russel ainda lutavam de igual para igual quando um barulho ensurdecedor tomou conta da Sky Arena. E novamente a terra começou a tremer violentamente. E como se isso não bastasse, os Idealizadores ainda causaram um tornado tão forte que Nuno Bentley quase foi arremessado pela borda. Se não tivesse cravado o seu machado fortemente no chão e se segurado nele, teria voado. O Carreirista baixou o rosto em direção ao solo quando diversas árvores começaram a quebrar e voar ao redor. Um galho pesado inclusive veio na sua direção e cravou-se profundamente no seu braço esquerdo. Nuno gritou. E o seu grito foi seguido por outro, vindo de Delilah Jordan. A garota do Distrito 8 também era arqueira assim como ela, e conseguiu lhe cravar uma flecha na lateral do estômago. O ferimento não foi fatal, mas a fenda gigantesca que se abriu debaixo dos seus pés foi o responsável por tirar a vida de uma das favoritas da Edição. A única Jordan da Edição. A filha de Brutus e irmã de Podrick Jordan, Vitoriosos famosos. Dona de longos cabelos pretos e olhos azuis hipnotizantes, a Carreirista do Distrito 2 ainda tentou se segurar na borda quando viu que a terra estava abrindo. Mas não foi rápida o suficiente, e seu corpo despencou da Sky Arena em direção à morte certeira. Não acreditava que tinha sido tão estúpida assim. Que tinha se permitido morrer. Não era digna de ser uma Jordan. Delilah fechou os olhos, e entregou-se ao eterno vazio com uma sensação de fracasso lhe preenchendo o peito.

Sapphire Russel conseguiu escapar da fenda, mas o vento forte soprou uma rajada de fogo diretamente no seu rosto lhe queimando mais do que o próprio frio já tinha lhe queimado. Ela deixou duas lágrimas escorrerem ao perceber que sua boca nem era mais uma boca. Era só um pedaço de carne rachada e queimada. Provavelmente preta de tão queimada. O cheiro era nauseante. O vento incessante lhe arremessou por mais uns metros, e Sapphire sentiu seu corpo inteiro sendo machucado e amassado no impacto. Deveria ter quebrado milhares de ossos já. Mesmo que conseguisse se levantar e correr, poderia morrer dentro de minutos. Não conseguiria voltar pra casa. Tinha tido tantas esperanças devido a sua alta popularidade. Devido a sua nota 10 no treinamento. Achou que poderia se tornar uma Vitoriosa. Que poderia dar sorte mesmo no meio de tantos Tributos habilidosos. Ela era linda, jovem, rica e ainda poderia ser famosa. Ainda poderia ser a filha do Prefeito que venceu um Massacre Quaternário. Mas em poucos minutos tudo isso ficaria no passado. Sapphire sabia que a única coisa que seria era mais um corpo. Mais um cadáver. O vento ao redor de si cessou levemente, assim como o fogo incandescente. Sapphire, que estava de bruços no chão, tentou se levantar para sair dali, mas antes que pudesse fazê-lo alguém puxou os seus cabelos para trás. Ela sabia que era o Carreirista do Distrito 2. Só podia ser ele. Era o único Tributo que tinha sobrevivido a fenda, ao fogo e ao vento. E ela ainda tinha visto Nuno assassinar tanto Cecilia quanto Luna com uma facilidade ridícula. Provavelmente ele quem seria o Vitorioso. A filha do prefeito do Distrito 8 sentiu uma faca cortando rapidamente a sua garganta, e a sensação foi bizarra. Era como se o seu rosto tivesse escorrido para baixo, esvaindo-se junto com o sangue espesso que jorrava do seu pescoço. A dor era indescritivelmente aguda, mas ela não conseguia gritar. Nuno ainda empurrou violentamente o seu rosto em direção ao solo, e Sapphire sentiu seu nariz sendo fraturado. Fechou os olhos e aceitou a escuridão que lhe invadiu. Era melhor isso do que continuar sentindo a dor que lhe dominava. Pensou em seus pais. Pensou no futuro que não teria. E em menos de cinco segundos o seu canhão soou. Em menos de cinco segundos a vida de Sapphire Russel tinha chegado ao fim.

Era o quarto canhão em menos de 5 minutos. Do outro lado da Arena, Andrew James e Katarina escutaram a sequência de mortes contínuas com uma certa apreensão. A terra tremeu como de costume e Andrew imaginou que era mais uma fenda característica, mas então eles observaram grossas fumaças pretas subindo da área leste da Arena. Os canhões soaram um atrás do outro. Andrew imaginou que seriam um os dois. Mas foram quatro vezes. Katarina lhe olhou e segurou a sua mão de supetão, visivelmente assustada. Ela fez as contas na mente. Se eram sete Tributos antes, com os quatro canhões isso indicava que ela e Andrew estavam entre os últimos três sobreviventes. Será que isso mudaria algo? Será que era hora de romper a aliança? Andrew poderia muito bem lhe matar enquanto ela dorme ou agora mesmo, e seguir para caçar o último Tributo restante. Porém todo o seu pensamento negativo se esvaiu quando Andrew retribuiu o seu toque, apertando fortemente a sua mão. Entrelaçando os dedos nos seus. Ele não faria isso. Não lhe mataria assim. No máximo diria que era hora de se separarem para desfazer o vínculo, e cada um iria pro seu lado pra se enfrentarem depois. Resolveu seguir seus instintos e confiar nele. O hino de Panem soou como de costume, e o céu se iluminou com as baixas dos últimos minutos.

 

Delilah Jordan, Distrito 2

Cecilia Septimus, Distrito 7

Sapphire Russel, Distrito 8

Luna Meirelez, Distrito 9

 

Andrew franziu as sobrancelhas ao ler o nome das baixas. Somente mulheres. Mesmo que habilidosas como Delilah. Ele tinha se enganado. Achou que ela seria a Carreirista a ir mais longe. Mas quem tinha conseguido esse feito atendia pelo nome de Nuno Bentley. Era o Tributo Masculino do Distrito 1, com cerca de 28 anos e experiente. Forte e determinado. Andrew sabia que ele tinha tido um irmão gêmeo, que protagonizara a luta final da 95ª Edição dos Jogos Vorazes. Contra Erik Night. Seu irmão era ainda melhor que ele, e fora escolhido pela Academia do Distrito 1 para se voluntariar. Porém Erik conseguiu lhe matar, e tornar-se o Vitorioso. Nuno Bentley jamais se permitiria ter o mesmo destino do irmão. Iria mover montanhas para vencer, e Andrew sabia disso. Ele e Katarina precisariam caçá-lo antes que chegasse a batalha final. Precisavam matá-lo juntos.

- Quem foi que sobrou? _Katarina perguntou. Sua memória para guardar o nome das pessoas era péssima. E ela tinha revisado a colheita somente uma vez. Também não interagiu com quase ninguém nos dias de treinamento e entrevistas.

- O nome dele é Nuno. Distrito 1 _Andrew disse enquanto se abaixava para juntar sua mochila e as coisas que estavam ao redor. Começou a guardar tudo e se arrumar para partir. Não podiam mais ficar ali.

- Se ele é um Carreirista precisamos de um plano de ataque _ela concluiu, lhe olhando. O imitou juntando seus pertences e sua mochila.

- Eu tenho um plano. Ataque _Andrew respondeu, relativamente mais rude do que o normal. Katarina estranhou. Ou ele estava nervoso, ou queria cortar os laços afetivos com ela para não ser mais difícil lá na frente.

- Você acha que devemos terminar? _ela perguntou, e Andrew arqueou as sobrancelhas. Ele a olhou, e abriu o seu sorriso tradicional de bad boy metido.

- Terminar? Não sabia que estávamos namorando _ele brincou. Ela sorriu de volta, e seu rosto branco ficou levemente avermelhado e corado. Adorava essa aura de brincadeira e tranquilidade que ele exalava até nos momentos mais inoportunos.

- Terminar a aliança _ela corrigiu, mesmo sabendo que não tinha necessidade. Andrew sabia muito bem que ela estava falando disso.

- É o que você quer? _ele questionou, levantando-se para lhe encarar. Ele deu dois passos na sua direção, ficando com o rosto há poucos centímetros dos seus. Katarina não lembrava-se de que ele era tão alto e atraente assim. O cabelo dele parecia mais escuro do que o normal. Tinha perdido o aspecto aloirado de costume. Deveria ser por causa do frio, e da falta de sol. Os olhos suaves dele observaram ela hesitar quanto a resposta. Ele arqueou as sobrancelhas, relativamente magoado.

- Eu não quero lutar com você, Andrew. Não vou conseguir _ela falou, deixando os olhos se encherem de lágrimas. Ele não compreendeu se ela estava falando sobre não conseguir lhe vencer. Ou sobre não conseguir sequer lutar contra ele. Andrew pensou na hipótese de ter que lutar contra ela. De ter que matá-la. Seu coração deu uma balançada, e seu peito encheu-se de uma angústia torturante.

- Eu também não quero _Andrew confessou, fazendo uma careta. Katarina teve que desviar o olhar para não chorar.

- Então é melhor cada um seguir para o seu lado agora. Vai ser mais fácil para nós dois _ela disse, segurando sua mão.

 Andrew a puxou pela cintura de encontro a si, e colocou sua mão livre na lateral do pescoço dela. Katarina tremeu levemente com o seu toque firme. Tinha um quê de carinho naquele gesto, de intimidade.

- Procure uma árvore ou um local fora do campo de visão e monte guarda. Atire em qualquer coisa que se mexer, inclusive em mim. Não hesite _ele deu as últimas instruções para Katarina, mostrando o quanto se importava com o seu bem estar. Se não fosse para ele vencer, então preferia que fosse ela. No fundo ele sabia que era ela quem precisava vencer e sair dali. Katarina era descendente de Katniss Everdeen, e faria muito mais por Panem do que ele. Ela poderia guiar as pessoas em direção à sua liberdade. Em direção à justiça.

- Eu prefiro fazer isso _ela lhe disse antes de erguer-se na ponta dos pés e colar seus lábios nos de Andrew. Ela aproximou-se dele, e mesmo através dos casacos Katarina conseguiu sentir o corpo musculoso dele. Andrew deveria ser um espetáculo sem roupa. Ela desejou profundamente poder vê-lo, poder tocá-lo nu. Mas isso, infelizmente, ficaria para uma outra vida. Andrew enroscou a mão pelos cabelos dela, e Katarina deixou que ele a erguesse para subir no seu colo. Enquanto colocava as pernas ao seu redor, Andrew a prensou contra uma das árvores. Katarina o beijou como se fosse a última vez que faria isso na vida. Pelo menos para um dos dois poderia realmente ser. Andrew sentiu-se acolhido, e sentiu o que há muitos anos não sentia. Katarina era uma garota especial, tanto quanto Madison. Era uma garota que vivia em um mundo diferente do dele, exatamente como ela tinha falado. E essa aura que ambas possuíam, esse coração puro e altruísmo para com os outros, era fascinante. Ela merecia viver, muito mais do que ele. Muito mais mesmo.

- Fique comigo _Andrew falou de repente, interrompendo o momento em que ambos estavam envolvidos. Era difícil se separar daquela boca carnuda dela, mas mesmo assim ele o fez. Katarina lhe olhou, confusa. Ainda estava no seu colo, de costas para a árvore e com as pernas ao redor da cintura dele.

- Fique comigo. Eu vou te proteger, e quando chegar a hora você me mata _Andrew nunca se imaginou dizendo isso. O que sua mãe pensaria dele agora? Estava entre os três finalistas de um Massacre Quaternário, prestes a vencer. Depois de passar uma vida inteira treinando para isso. E ali estava ele, pronto para sacrificar tudo isso por causa de uma garota? Mas sua decisão era muito mais grandiosa que isso. Não era uma simples escolha entre viver ou morrer.

- Do que você está falando? _Katarina lhe questionou, ainda sem entender a sua mudança repentina de pensamento.

- Se eu vencer, ou de Nuno vencer, seremos somente mais um Vitorioso Carreirista que Panem não precisa. Eu não vou fazer diferença nenhuma para o país. Não tenho ninguém me esperando lá fora, e eu já vivi o suficiente. Vivi intensamente, já amei, já me decepcionei, já cai e levantei novamente. Você não. Você tem seus pais lhe esperando, sua mãe que já sofreu com a perda da sua irmã. Você é a pessoa que pode fazer a diferença lá fora, que pode ajudar as pessoas. Lhes guiar para um futuro melhor, lutar pela injustiça e contra o sistema. As pessoas vão te ouvir, assim como ouviram sua tia. Você pode salvar milhares de famílias, de crianças. Terminando o que ela começou _Andrew nunca teve tanto certeza do que estava dizendo. Era como se ele tivesse finalmente encontrado uma propósito para sua vida. Sua vida que sempre foi resumida a treinar para um evento sem propósito que eram os Jogos Vorazes, sempre foi resumida a mulheres, bebida e curtição. A vida era muito mais do que isso, e agora ele finalmente percebia isso. E estava disposto a se sacrificar. Se sua morte significasse que milhares de famílias e crianças seriam salvas, significasse que as pessoas teriam pelo menos uma chance de lutar pela sua liberdade, então finalmente sua vida teria tido um sentido. Finalmente ele deixaria de sentir o vazio, a indiferença e a futilidade que sempre sentiu. Porém, o sistema era muito mais complicado e traiçoeiro do que isso. Andrew poderia não ter noção disso, mas Katerina tinha.

- Você acha que eles vão me deixar sair daqui e voltar para o meu Distrito pra iniciar uma revolução? Depois de tudo o que falei, depois de ter mostrado desrespeito pelo Presidente e chamado Katniss Everdeen de heroína em rede nacional? Eu vou estar morta no segundo que pisar fora dessa Arena. Não só eu mas toda minha família, e possivelmente todos que me conhecem. O sistema é cruel, Andrew. Eles vão sufocar toda a possibilidade de rebeldia, de contrariedade. Assim como fizeram há 25 anos, assim como fizeram há 100 anos. O futuro não vai começar assim, com uma garota virgem de 21 anos que consegue enxergar a crueldade lá fora _Katarina finalizou, honrada demais pelo fato dele lhe oferecer a opção de poupar a sua vida. Mas ela sabia que já estava morta. Tinha consciência disso. Mesmo que sobrevivesse ali dentro, não sobreviveria lá fora. Viveria com medo, intimidada pelo Presidente assim como sua tia viveu. Constantemente ameaçada e torturada, do horário que acordasse ao horário que iria dormir. Sua mãe uma vez lhe disse que, após os Jogos, Katniss nunca mais foi a mesma pessoa. Sua alma tinha ficado dentro da Arena da 74ª Edição. Ninguém nunca ganha os Jogos Vorazes, ela tinha dito para Prim uma vez. Uma vez marionete do sistema, sempre marionete. E Katarina não queria isso para si. Preferia morrer, e encontrar a liberdade no pós-vida. Preferia encontrar Katniss Everdeen onde quer que ela estivesse.

- Virgem? _Andrew James deixou o seu lado brincalhão aflorar, mesmo ali naquele momento de apreensão e seriedade. Katarina riu, extremamente encantada com a serenidade dele. Com a aura de tranquilidade que ele emitia. A leveza do seu olhar, dos seus trejeitos. Ela se sentiria bem ao lado dele em qualquer momento, em qualquer situação.

- De tudo o que eu falei você só prestou atenção nisso? _ela brincou, levemente constrangida. Era virgem aos 21 anos, e se envergonhava disso. Katarina estava esperando o seu príncipe encantado, achou que tinha tempo para isso. Mas então os Jogos Vorazes lhe tiraram sua chance de se entregar sexualmente para alguém. De sentir a pessoa certa tocando sua pele, lhe mostrando e ensinando os prazeres da vida. Os Jogos Vorazes tiraram sua oportunidade de ser mulher, ao invés de menina.

- Desculpa, é que é difícil acreditar nisso. Você é muito linda _Andrew riu e então tornou a ficar sério, como se estivesse lhes imaginando juntos. Com certeza se tivessem se conhecido antes, Katarina não seria mais virgem. Teve a certeza disso quando aqueles olhos castanhos e atraentes dele focalizaram a sua boca, e então desceram indecentemente pelo seu corpo. Os traços bem marcados do rosto dele, como o nariz fino e a mandíbula protuberante, lhe davam um ar irresistível. Andrew muitas vezes na sua vida poderia até ter sido arrogante e soberbo com as pessoas, mas Katarina não poderia deixar de admitir que ele tinha um dom natural para encantar as mulheres. Para seduzi-las. Ela mesma, que sempre se considerou tão inteligente e difícil de ser dobrada por homens, estava praticamente de quatro para ele.

- Feche os olhos enquanto eu me afasto _Katarina não queria estender aquilo. Já estava envolvida demais, e ficaria cada vez mais difícil. A expressão de desespero que cruzou o olhar dele corroborava com o seu pensamento. Andrew estava apegado não só a ela, mas a toda a ideia de que fazer sua vida ter um propósito. Ele ficar vivo e se tornar um Vitorioso significava seguir todas as expectativas que ele sempre teve, seguir o mesmo rumo que sempre foi programado para si. E Andrew era uma pessoa intensa, uma pessoa que vivia de contrariedades. Que está em constante busca por algo que lhe tire do seu caminho tradicional, que lhe tire da monotonia. E Katarina precisava dar um jeito de fazê-lo perceber que, pelo menos dessa vez, ele precisava seguir os planos.

- Não _ele sussurrou, enquanto segurava sua cintura. Não iria deixa-la se afastar assim. Não iria deixa-la sozinha pela Arena a própria sorte, com Nuno Bentley armado e pronto para lhe matar sem misericórdia alguma. Queria protegê-la, e ele sabia que podia fazer isso melhor do que ninguém. Ele provavelmente era o único, dentre todos os 24 tributos, que era páreo para enfrentar Nuno.

- Você pode fazer a diferença lá fora, Andrew. Basta você querer, basta você disponibilizar ajuda e suporte para quem necessita. Ajude a família dos Tributos mortos, Bryan e Anthony tem filhos pequenos que ficarão desemparados. Assim como Florence, sua companheira de Distrito. São pessoas que não tem dinheiro, que não tem condições de sobreviver decentemente. E você sempre teve mais do que precisa, e sendo Vitorioso terá mais ainda. Ajude-os, sustente-os. As pequenas atitudes de solidariedade com o próximo já são o suficiente para mudar o mundo, para contribuir como ser humano _ela finalizou enquanto lhe puxava para um abraço. Sentiu o corpo dele quente junto ao seu, mesmo com o frio avassalador que lhes cercava. A temperatura na Sky Arena deveria estar quase negativa novamente. Katarina não queria se afastar dele, mas sabia que era o necessário. Era o único jeito de garantir que ele sobreviveria. Se ficasse com ela, iria querer lhe proteger de Nuno custe o que custasse e poderia acabar morto. Ela não se perdoaria se isso acontecesse. Andrew pensou no que ela lhe disse. As pequenas atitudes de solidariedade com o próximo já são o suficiente para mudar o mundo. Solidariedade. Não era culpa dele que não fizesse ideia que esse tipo de coisa existisse. Sua mãe e seu pai tinham lhe criado em um mundo tão alienado que ele nem sabia direito o significado disso. De ajudar o próximo, de ser um ser humano decente, caridoso, generoso. Foi preciso que uma garota de 21 anos lhe desse literalmente uma lição de vida e um choque de realidade para que ele amadurecesse sua visão de mundo. Ali, naquele momento, Andrew James deixou de ser um garoto para se tornar homem. Jamais voltaria a ser aquele adolescente caótico e desorientado que fora criado para ser.

- Feche os olhos _Katarina repetiu, e lhe deu um último beijo. Um selinho urgente e delicado. Duas lágrimas caíram dos seus olhos cinzentos. Ela não se importou nem em limpá-las. Aquele provavelmente era o momento mais intenso e verdadeiro da sua vida. Se afastar dele não era só caminhar na direção contrária. Se afastar dele significava se afastar da sua vida, se afastar dos seus 21 anos de existência. Estava se despedindo de si mesma. Sabia que não sobreviveria a dois Carreiristas treinados e experientes. Nem queria sobreviver à eles. Queria descansar. Queria reencontrar sua tia. Já tinha tomado a decisão, agora só precisava executá-la.

Andrew fechou os olhos, e deixou que ela se afastasse. Ouviu seus passos enquanto ela rumava para a direção oeste da Sky Arena. E só então, depois de alguns segundos, ele se permitiu olhá-la por uma última vez. Ela estava com o arco atravessado no corpo e sua trança lateral era exatamente igual a de Katniss Everdeen. De costas parecia até a mesma pessoa. Como se atraída por uma imã, Katarina virou seus olhos cinzas na sua direção. Ela abriu um sorriso lateral, suavizando sua expressão que parecia contornada pela dor como a sua também deveria estar. Andrew a observou. Seja qual fosse o resultado dos Jogos Vorazes, se sobrevivesse ou mesmo se morresse, jamais de esqueceria dela. A garota que mudou a sua vida. Que lhe transformou. Estava perdido em pensamentos e observando aquele olhar cinzento típico do moradores do bairro Costura, localizado no Distrito 12, quando algo mudou. O rosto tranquilo e ameno dela, que antes lhe sorria, agora estava sério. Da boca carnuda e bem desenhada que ele tinha acabado de beijar, desceu um filete de sangue e pingou no chão. Andrew franziu as sobrancelhas, sem entender. Estava prestes a correr na sua direção para lhe prestar socorro, quando uma faca voou na sua direção e cravou-se na árvore ao seu lado. Menos de 5 centímetros do seu rosto. Andrew automaticamente levantou seu Tridente à sua frente para se proteger. Olhou pela direção de onde tinha vindo a faca, e lhe avistou. O Carreirista do Distrito 1 e seu antigo aliado estava parado entre duas árvores, há menos de 40 metros de onde eles estavam. Nuno Bentley, dono de cabelos pretos e olhos mais pretos ainda, estava com uma série de facas na mão direita, e uma espada de duas lanças na mão esquerda. Ele tinha alguns cortes no rosto e o braço enrolado na altura do bíceps, por cima do casaco mesmo. Deveria estar com algum ferimento grave, ou uma hemorragia. Porém, apesar disso, parecia em plenas condições de lutar de igual para igual. Andrew sentiu uma agonia tão forte no peito que a sensação lhe lembrou rapidamente da Colheita da 99ª Edição dos Jogos Vorazes. O dia em que ele viu Madison se voluntariar e teve que escolher entre decepcionar sua família e a si mesmo, ou ir para os Jogos e matar a única garota que ele amou na sua vida. O seu coração tinha praticamente parado naquele dia, e agora estava da mesma forma. Andrew olhou de soslaio para onde Katarina estava. Em câmera lenta, ela levou a mão a sua nuca e puxou uma faca pontiaguda de no mínimo uns 7 centímetros. Era a mesma que Nuno tinha arremessado na árvore ao lado de Andrew. A faca estava completamente ensanguentada, e o filete de sangue que tinha saído da sua boca aumentara. Agora todo o seu queixo e sua roupa estava ensopadas pelo líquido vermelho e espesso que jorrava tanto da sua nuca quanto da boca e do nariz. Ela levantou o olhar cinzento na sua direção, e então despencou no chão como uma boneca de pano. Andrew deu um grito, e tentou correr na sua direção.

Mas antes que pudesse fazê-lo, o penúltimo canhão do 4° Massacre Quaternário soou.

Confirmando a morte de Katarina Hawthorne.

 

Agora restava saber qual seria o último canhão a soar. O último coração a parar de bater dentro da Sky Arena.

 

 

 


Notas Finais


OQ ACHARAM????? JÁ CORRE PRO PRÓXIMO. E não esquece de comentar e favoritar a história se ainda não favoritou. Amo oceisssss


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