“Isso é ridículo!” Emma disse.
“Não, não é! É romântico” Elsa disse.
“Elsa, eu não vou escrever um poema para ela. Eu nem consigo escrever nossa lista de compras corretamente”
“Okay! Que tal...rosas no chão fazendo um caminho até o quarto dela?”
“E como diabos eu vou entrar dentro da casa dela?”
“Você poderia pedir a ela?”
“É para ser uma surpresa”
“Bem...É, tem isso”
“Mas eu gostei da ideia das rosas. Eu vou mandar um buquê hoje à tarde convidando-a para jantar comigo”
“Ah, que tal você colocar um anel na sobremesa?”
“Anel? Elsa, eu não vou pedir Regina em casamento!”
“Eu só estou tentando ajudar”
“Você está falhando”
“Pelo menos eu tenho ideias”
“Haha, hilária” Emma disse “Enfim, eu tenho que ir. Eu vou passar na floricultura antes de ir pro trabalho”
Emma levantou-se da cadeira onde estava sentada na cozinha e andou até a porta. Ela colocou a sua jaqueta e se certificou de que o celular estava no bolso de trás de sua calça antes de sair do loft. Flores! Isso era uma boa ideia. Ela precisava comprar flores para Regina. Emma dirigiu até, literalmente, a única floricultura em Storybrooke e comprou para Regina um buquê de rosas vermelhas. Ela realmente esperava que Regina gostasse de rosas vermelhas. Ela pediu a Maurice um cartão e escreveu ‘Janta comigo hoje a noite?’ nele antes de colocar dentro do envelope. Emma pagou pelas flores e se certificou de que Maurice as entregaria nos estábulos na hora do almoço. Ela até usou a sua voz de Xerife para dar mais ênfase. Depois de tudo acertado, Emma foi até o departamento de Xerife para começar o seu turno da manhã o qual ela já estava cinco minutos atrasada para começar.
“Bom dia, Xerife”
“Oi, David. Tudo tranquilo?”
“Sim!”
“Como foi o tuno da noite?” Emma perguntou.
“Tive que interromper uma briga no Rabbit Hole”
“Leroy?” Emma perguntou rolando os olhos.
“Ruby!”
“O que?”
“Oi, Emma” Uma voz disse atrás dela.
“Ruby!” Emma disse enquanto virava-se para as celas “O que aconteceu?”
“Bebi um pouco demais” Ruby disse com uma voz de ressaca.
“Ela subiu em cima do balcão do bar e tentou bater no bartender”
“Ele não queria mais me servir. Quanto tempo mais eu tenho que ficar aqui?”
“He wouldn’t serve me a drink. How long do I have to stay here?”
“Isso depende da Xerife agora” David disse.
“Deixa ela ir” Emma disse.
“Obrigada, Ems” Ruby disse.
“Você tem certeza?” David perguntou.
“Sim!” Emma disse “Ela está liberada”
David levantou-se da cadeira, pegando as chaves de cima da mesa. Ele andou a curta distância até a cela e a abriu, deixando Ruby sair. Ela sorriu e o agradeceu, fazendo o mesmo com Emma antes de ir embora. O turno de David acabou ao mesmo tempo e ele foi embora também. Emma andou até o seu pequeno escritório e sentou-se na cadeira. Ruby passou por sua cabeça, e ela não pode evitar e pensar no que havia acontecido. Não era que Ruby não fosse capaz de beber e entrar em uma briga, mas ela certamente nunca havia passado a noite na prisão por causa disso. Talvez fosse porque ela sempre estava com Emma quando ela tinha um desses humores. Emma mordeu o lábio inferior e balançou a cabeça. Chega de Ruby! Emma olhou para a mesa e viu o tanto de arquivos que David havia deixado em sua mesa. Aquele bastardo! Ele não podia ter usado a calmaria do turno da noite para fazer um ou dois? Emma ligou o computador e pegou um arquivo de cima da pilha. Quando o computador ficou pronto pra ser usado, Emma já tinha lido dois arquivos. Você acha que ter o marido da Prefeita como seu policial faria com que a mulher fosse um pouco mais generosa com o departamento de Xerife, mas não! Emma tinha certeza que o orçamento deles diminuía a cada ano.
Já havia passado da hora do almoço quando Emma terminou o último arquivo. Emma esticou seu corpo na cadeira sentindo os seus membros estalarem. Deus, ela estava com fome. Não, risque isso, ela estava morrendo de fome! E desejando um queijo quente. E anéis de cebola. Emma pegou a jaqueta e a colocou quando seu telefone tocou em cima da mesa. Ela olhou para a tela e sorriu quando viu o nome de Regina piscando.
“Oi, linda” Emma disse quando atendeu o telefone.
“Ah, isso é uma boa saudação” Regina disse do outro lado da linha.
“Qualquer coisa para minha linda dama”
“Sua?”
“Quer dizer, você sabe, não minha, eu, eu..”
“Respira Emma” Regina disse rindo “Obrigada pelas rosas. Elas são lindas”
“Você gostou delas?” Emma perguntou.
“Sim” Regina disse “Elas são perfeitas. Eu amei”
“Ótimo” Emma sorriu “Então, jantar hoje à noite?”
“Sim, eu vou sair às cinco. Você quer me pegar ou encontrar em algum lugar?”
“Eu te pego. Eu estou trabalhando até às sete. Que tal sete e meia?”
“Tá ótimo. Aonde você vai me levar?”
“Em um lugar legal”
“Ah! Eu preciso me arrumar?”
“Quando você não está arrumada?”
“Eu espero que essa seja sua forma de dizer que gosta do meu estilo Srta. Swan”
“Claro que eu gosto. Você está sempre muito bonita, Regina”
“Bem melhor. Enfim, eu tenho que ir. Eu te vejo hoje a noite”
“Vê sim. Tchau, Regina”
“Tchau, Emma”
Emma desligou o telefone e o colocou dentro do bolso da jaqueta. Ela saiu do escritório e dirigiu até Granny’s indo direto para o balcão. Ela pediu um queijo quente com uma porção de anéis de cebola para viagem e então virou-se e deu uma olhada na lanchonete percebendo que Ruby não estava trabalhando naquele dia. Ainda bem! Emma leu o relatório que David havia preenchido na noite anterior e a briga de bar havia sido bem mais do que isso. Emma iria deixar essa passar, mas ela realmente esperava que Ruby não se metesse em uma confusão como aquela de novo. Emma virou-se de volta para o balcão e sentou-se no banco enquanto esperava pela comido. Quando ela chegou de volta em seu escritório, ela mal teve tempo de processar o sabor. Ela estava morrendo de fome e praticamente enfiou tudo dentro da boca. Quando Emma terminou de comer, ela decidiu fazer as suas rondas. Não fazia parte do seu turno, fazer as rondas naquele dia, mas todos os seus arquivos haviam acabados e ela literalmente não tinha mais nada para fazer. Enquanto dirigia pela cidade, Emma se deu conta que nunca havia feito suas rondas na área dos estábulos de Regina. Hun! Que curioso! Os estábulos estavam dentro de Storybrooke e, portanto, Emma definitivamente deveria incluir aquela área em suas rodas no futuro. Se uma linda morena, em quem ela estava interessada, acontecesse de trabalhar ali, era simplesmente a mais pura sorte.
Emma mordeu o lábio inferior e pensou em como perguntar o que ela queria perguntar a Regina hoje à noite. Ela queria que Regina fosse sua namorada. Já fazia tanto tempo desde a última vez em que Emma esteve em um relacionamento sério. Não depois de Lily e todo aquele...Não! Emma não iria pensar em Lily! Não hoje. Mesmo assim, fazia muito tempo desde a última vez que Emma pediu alguém para ser sua namorada e ela não tinha muita certeza do que fazer. O que ela deveria fazer? Como ela deveria pedir isso a uma mulher como Regina? Deus, e se ela estragasse tudo? E Regina? E se ela não quisesse um relacionamento sério? Isso iria quebrar o seu coração! Ela não poderia ter o tipo de relação que tinha com Ruby com Regina. Não tinha como ela conseguir fazer isso. Ela gostava demais de Regina. Ela a adorava. Ela queria que Regina fosse sua e somente sua. Emma respirou fundo para acalmar os nervos. Ela não fazia ideia de como iria fazer isso, mas hoje à noite ela pediria Regina para ser sua.
Emma terminou a sua ronda e voltou para o escritório, tentando achar algo para fazer parra matar o tempo nas duas horas que ela ainda tinha antes de ir pegar Regina. Ela foi até o banheiro e começou a se fazer um pouco mais apresentável para o seu encontro hoje à noite. Seu cabelo ainda estava bom, os cachos haviam segurado bem e Emma fez uma nota mental para agradecer a Elsa e pedir a ela o nome do mousse que ela usou. Emma puxou o cabelo para trás e lavou o rosto antes de começar a fazer uma maquiagem leve. Só base e rímel extra. E um pouco de blush para dar uma cor no rosto. Ela soltou o cabelo e olhou-se no espelho. Ela estava bonita. Quando ela saiu do banheiro, o relógio marcava sete horas. Seu turno havia acabado e o policial que iria ficar no seu lugar havia chegado. Emma pegou a jaqueta, celular e chaves e saiu do escritório, dirigindo até a mansão de Regina. Ela estava nervosa, mas tentou substituir o nervosismo com confiança. Regina gostava dela. Ela não tinha nada com o que se preocupar.
“Srta. Swan” Regina disse quando abriu a porta “Você chegou cedo”
“Sim! Eu estou tentando te impressionar” Emma sorriu.
“Bem, você conseguiu”
“Deus, você está linda, Regina” Emma disse “Eu me sinto mal vestida”
“Você está linda, Emma” Regina disse “E obrigada”
“Você já está pronta ou precisa de mais tempo?”
“Não, eu estou pronta” Regina disse “Deixa só eu pegar minha bolsa”
Regina pegou a bolsa do aparador e então fechou a porta. Emma segurou a sua mão, entrelaçando os seus dedos enquanto andavam até o fusca. Emma estava nervosa! Ela conseguiu sentir suas mãos ficarem suadas e por um momento, ela foi grata por estar tão fio que ambas estavam usando luvas. Emma abriu a porta do carro para Regina e quando ela estava segura lá dentro, Emma deu a volta e entrou também. Emma segurou o volante com força, ela queria dizer alguma coisa, mas não conseguia. Por que isso era tão difícil? Ela olhou para Regina e pensou que talvez a ideia de Elsa de colocar um anel na sobremesa não fosse assim tão ruim. Era tarde demais para comprar um anel? Você pode dar um anel de namoro, certo? Emma estava tão perdida em pensamentos que não se deu conta de que havia ficado quieta o caminho inteiro.
“Está tudo bem?” Regina perguntou.
“Sim! Por que?”
“Você está terrivelmente quieta”
“Estou?” Emma perguntou “Desculpa! Então, você gostou das flores?”
“Sim, elas eram lindas” Regina disse sorrindo.
“Não tão lindas quanto você” Emma disse.
“Tão lisonjeira” Regina disse “Você espera ter sorte hoje à noite?”
“E seu eu esperar?” Emma perguntou.
“Bem, querida, eu diria que você está no caminho certo” Regina piscou ara ela.
Emma estacionou o carro em frente ao restaurante. Era um pequeno restaurante italiano, uma joia escondida em Storybrooke. A comida lá era simplesmente incrível. Ela segurou a mão de Regina e elas entraram no restaurante. O garçom as levou até a mesa e Emma o substituiu puxando a cadeira para Regina sentar.
“Isso é muito galante, Srta. Swan”
“Só o melhor para você” Emma disse e deu uma piscadinha.
“Então, qual é a ocasião?”
“Como assim?”
“Flores, jantar” Regina disse com um sorriso malicioso “O que você está planejando?”
“Ahh...Nada. Eu só estou sendo legal”
“Só isso?”
“Sim!”
Emma mordeu o lábio inferior e se sentiu ficando nervosa de novo. Por que ela disse a Regina que não era nada? Não era “nada”, hoje à noite era na verdade, tudo! Talvez ela não tivesse que dizer nada. Talvez elas pudessem simplesmente cair em um relacionamento sem que nenhuma delas jamais tivesse que dizer uma só palavra até o dia em que Emma tivesse que dizer algo como, pedir Regina em casamento sem nunca ter nem pedido a ela para ser sua namorada. Seria uma história engraçada para contar aos seus filhos! Filhos? Mas que porra! Os olhos de Emma arregalaram-se com o pensamento que cruzou a sua cabeça e por um momento Emma sentiu como se não pudesse respirar. Emma se sentiu entrar em pânico e isso deve ter transparecido em todo o seu rosto pois Regina olhou para ela com uma expressão preocupada quando perguntou:
“Emma? Você está bem?”
“Sim” Emma disse rapidamente.
“Emma, o que foi? Você está estranha hoje”
“Não, não estou”
“Sim, está! Você está com uma cara de aterrorizada”
“Eu só...Eu só estava tentando me lembrar se havia trancado as celas mais cedo”
“Emma...”
O garçom chegou as interrompendo e Emma foi muito grata ao rapaz. Ele falou os especiais da noite e Emma usou esse momento para se recompor. Elas fizeram o pedido e quando o homem foi embora, Emma mudou de assunto e perguntou a Regina como havia sido o seu dia. Regina disse sobre a maratona de entrevistas que tinha feito naquele dia e como ela gostou de um cara chamado Robin. Ela iria contratá-lo para trabalhar com ela no estábulo. Emma ouviu que Regina, mas ficou de boca fechada. Ela não sabia o que dizer, e ela tinha um medo genuíno de dizer algo idiota que fosse fazer Regina sair correndo, então, ela achou melhor ficar em silencio durante o jantar. Regina perguntou a Emma como tinha sido o seu dia e Emma só respondeu “Foi bem” e então elas caíram em silêncio. Quando elas terminaram de jantar, Emma perguntou se ela queria sobremesa, mas Regina rapidamente recusou. Ela pagou a conta e elas saíram do restaurante. As coisas não ficaram muito melhores dentro do carro. Emma ainda não conseguia dizer nada e Regina nem se incomodou. Emma não a culpava por isso. Emma estava prestes a leva-la de volta para casa quando uma ideia cruzou a sua mente e então, Emma virou o carro a esquerda ao invés de ir em frente, dirigindo em direção as docas.
“Aonde estamos indo?” Regina perguntou.
“Eu pensei que a gente pudesse dar uma volta”
“O-okay”
Emma dirigiu um pouco mais e então estacionou o carro em frente ao porto. Elas saíram do fusca e andaram lado a lado na ponte. Emma não ousou segurar a mão de Regina. Elas andaram em silêncio, o vento frio da noite fazendo fumaça sair de suas respirações. Regina andou para longe de Emma em direção a cerca e ficou olhando para o mar escuro. Emma andou atrás dela, parando ao seu lado.
“Emma, o que está acontecendo?” Regina perguntou “E não diga que não é nada”
“Desculpa! É só que... É só que eu queria te perguntar uma coisa e eu não faço a menor ideia de como fazer isso, já faz muito tempo que eu fiz isso pela última vez e eu acho que não sei mais como se faz e eu sei que esse não é o lugar mais adequado para isso, deveria ser em um lugar romântico, talvez eu simplesmente devesse ter escultado a Elsa e invadido a sua casa...”
“Emma! O que você está enrolando”
“Certo!”
“Seja lá o que você quer me perguntar, só...pergunte”
“Okay” Emma disse e se ajoelhou, pegando uma das mãos de Regina “Regina Mills, você quer namorar comigo?”
“Ah, sua idiota!” Regina disse batendo no ombro de Emma.
“Aí” Emma disse levantando-se “Essa não era a resposta que eu esperava”
“Eu pensei que você ia terminar comigo ou algo do tipo”
“O que? Não! Por que eu faria isso?”
“Você agiu de forma estranha a noite inteira. Você mal falou durante o jantar, ficou em silêncio até chegarmos aqui e nem ao menos segurou na minha mão quando a gente começou a andar”
“Eu estava nervosa. Eu estava tentando achar a melhor forma de te pedir em namoro”
“Bem, sua forma é uma droga! Eu achei que ia levar um fora”
“Me desculpa” Emma disse envergonhada e deu um passo para frente e abraçou Regina “Eu disse que deveria ser algo romântico”
“Você estava falando atropelada, eu mal entendi o que você dizia” Regina disse abraçando Emma de volta.
“Desculpa” Emma disse e se afastou um pouco para olhar nos olhos de Regina “Então, o que você me diz?”
“Sobre o que?”
“Regina!”
“O que?”
“Quer namorar comigo?”
“Sim!” Regina disse sorrindo “Sua idiota!”
“Isso é um relacionamento abusivo bem aí” Emma disse sorrindo.
“Ah, cala a boca e me beija logo”
“Sim, Senhora”
Emma inclinou-se e capturou os lábios de Regina em um beijo, enlaçando os seus braços ao redor da cintura dela e a trouxe para mais perto de seu corpo. Regina enlaçou seus braços no pescoço de Emma e a beijou de volta. Elas se separaram pouco tempo depois, com as respirações pesadas sorrindo uma para a outra.
“É tão lindo aqui”
“Sim, é mesmo” Emma disse olhando para Regina que sorriu de volta para ela.
“Esse é o nosso lugar agora?” Regina perguntou.
“Sim! E aquele é o nosso banco” Emma disse apontando para o banco onde elas se beijaram pela primeira vez em Storybrooke.
“Você tem certeza de que não se importa em dividir o seu espaço secreto?”
“Eu não me importo de dividir nada com você, Regina”
Regina sorriu e olhou para o mar escuro de novo, jogando o peso do seu corpo em Emma. Emma a segurou com força e beijou o seu cabelo respirando aquele shampoo de maçã que Regina tanto gostava. Elas ficaram lá, nos braços uma da outra olhando para aquela linda paisagem quando Emma se deu conta de que os pensamentos que ela havia tido mais cedo não eram nada assustadores. Eles eram exatamente o que ela queria para a sua vida. Ela queria um futuro, com Regina.
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